A Volta Das Relíquias Da Morte escrita por Eline Sandes


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

Decidi adicionar um outro capítulo, já que só publiquei o primeiro mesmo, então, é isso.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/397820/chapter/2

    Meus pais apagaram no mesmo instante. Mal deu tempo de notar que eles nunca mais se lembrariam de mim quando Minerva pediu para nos apressarmos, pois logo eles acordariam, e seria bom se nós não estivéssemos em casa. Arrumei algumas roupas e livros em uma bolsa mochila - a professora McGonagall me informou que todos os meus pertences seriam levados ao lugar onde eu ficaria -. Montar em uma vassoura foi uma experiência... Digamos, agradável. Antes de subir, fiquei com um pouco de medo. Parecia que um objeto daqueles nunca conseguiria sustentar uma senhora e uma menina sozinha, mas a piloto/condutora tinha muita experiência nisso, então me acalmei. Quando já estávamos em uma alta altitude, perguntei uma das várias perguntas que estavam na minha cabeça:
- Por que eu recebi minha carta com treze anos de idade? Por que, já que eu sou era trouxa qualquer?
- A senhorita nunca foi uma qualquer. Trouxa, pode até ser, mas uma qualquer não.
- Por que eu fui aceita em Hogwarts só com treze anos de idade? - perguntei, insistindo para que ela me respondesse.
- Nossos alunos tem as mentes mais nobres, e assim que reconhecemos a sua, pedimos para que o Ministério deixasse a senhorita entrar.
Perguntar qualquer coisa a ela parecia desperdício de tempo. Uma pessoa tão brilhante como ela... meu caso foi para o Ministério da Magia? Uau! Descansei um pouco. a viagem seria longa. Acordei horas depois, em um campo verde, com montanhas por perto. Havia uma casa que me lembrava o largo Grimmauld; eu estava com vontade de fazer xixi, mas decidi aguentar. Pensei em pegar meu celular para fazer o tempo passar, já que a professora McGonagall devia estar dentro da casa, mas decidi economizar a bateria. Esperei, esperei até que a porta se abriu. Minerva surgiu acompanhada de um homem alto e rechonchudo.
- Senhorita Oliveira, hein? - ele perguntou - se não se importa, gostaria de fazer algumas perguntas.
De acordo com o inglês dele, ele era, de fato, alemão. Demorei um pouco para perceber que ele queria me interrogar. 
- Ótimo - ele concluiu antes mesmo de eu falar qualquer coisa - então... A senhorita é menor de idade... Sangue-puro?
Sacudi a cabeça 
- Sangue-ruim
Ele inclinou a cabeça de um jeito estranho.
- E como a senhorita ficou sabendo do mundo... hm, bruxo?
- Li todos os livros de Harry Potter - respondi
O homenzinho se encolheu a ouvir o nome. 
- O que ela quis dizer, Roger, é que... Ele disfarçou uma crise de tosse:
- Então a senhorita nunca usou nenhum tipo de mágica na vida, certo?
Fiz que sim. 
- E... a senhorita pretende morar no apartamento porque... - ele olhou para McGonagall - você pediu para Minerva apagar a memória de seus pais.
Fiz que sim de novo.
- E a senhorita planeja ficar ausente durante todo o período escolar?
- Sim, acredito que sim.
- Ótimo. É exatamente disso que eu preciso. Uma vizinha e inquilina quieta. 
Vizinha? Eu não ia morar ali, certo?
- Ah, ia me esquecendo - ele acrescentou - moro lá com minha família durante o tempo escolar, não se preocupe, não sou um bruxo das trevas.
Forcei um sorriso. Minha família também tinha problemas com vizinhos. Afinal, não éramos tão diferentes assim, trouxas e bruxos.
- Aqui está a chave, senhorita. Faça um bom proveito. 
- Hm, obrigada, senhor...?
- Garrold.
- Obrigada senhor Garrold - agradeci, colocando a chave no bolso de minha calça.
- Até, Roger - Minerva despediu-se, em um tom muito, mas muito informal.
Uma hora depois já estávamos no Beco Diagonal. Era muito impressionante; bem parecido como nos filmes. Demoramos muito tempo para comprar os materiais e uniforme porque a cada passo que dávamos, alguém cumprimentava Minerva; e como eu ainda não conhecia muito as ruas de lá, não podia me arriscar a andar sozinha. Por volta de cinco horas da tarde já tínhamos terminado toda a lista. Só faltavam duas coisas: a varinha e o animal. A diretora havia gasto do próprio dinheiro para comprar meus materiais, então fiquei meio sem graça se podia pedir uma coruja. Felizmente, foi exatamente a sugestão dela. Escolhi uma corujinha com as penas malhadas e olhinhos esbugalhados (maiores do que o normal para as corujas), e decidi que lhe daria um nome depois. 
Agora sobre a varinha: vou ser bem breve, foi muito rápido, a segunda tentativa. Conheci Olivaras; um bom senhor, ele; perguntou algumas coisas sobre mim como o meu nome, idade e um pouco da minha personalidade, se eu estava indo para Hogwarts. Respondi que sim, e ele me perguntou se eu já não tinha passado da idade para o primeiro ano.
- Infelizmente sim. Nasci trouxa. Meus pais odiavam magia.
- Odiavam? - ele perguntou 
- Ah, sim. Minerva deu um Obliviate neles quando soube do meu interesse para ingressar Hogwarts. 
- Grande Professora McGonagall... Lembro do dia que ela veio escolher sua varinha. Era muito jovem, um pouco mais velha do que eu na época. Eu era apenas um garoto, meu pai era dono da loja.
Ele suspirou quando sorri para ele, ansiosa para escolher logo a varinha.
- Deixe-me ver... a primeira varinha é de cerejeira, núcleo de fibra de coração de dragão, vinte e cinco centímetros e é ótima para manuseio de nascido-trouxas. 
- Hm... obrigada - agradeci
- Agora, pegue ela e teste.
Ao tocar na varinha minha mão começou a queimar, como se eu estivesse tocando em uma panela bem quente. Com certeza, não era aquela.
- Vamos ver... - ele pegou uma caixinha branca e abriu. Uma varinha cor de canela com a ponta chata foi revelada - que tal essa? Mogno, núcleo de pelo de unicórnio, vinte centímetros e três décimos, perfeita para manuseio de pessoas inteligentes e nascido-trouxas. 
Peguei a varinha. Daquela vez ela deixou ser tocada. Não queimou nem nada. Sacudi-a um pouco, imitando um movimento para lançar um feitiço. Parecia corresponder aos meus comandos. 
- Agora, jovem Oliveira, use essa varinha com sabedoria. Ah, e antes que eu me esqueça - ele tirou a própria varinha do bolso e deu um toque na ponta da minha com ela - esse sistema de rastreador vai achar sua varinha se ela sumir. É uma tecnologia bem elevada!
Não quis estragar a notícia dele de que aquele sistema já era usado há muito tempo no mundo dos trouxas, mas realmente, poderia ser útil para mim. Paguei com o dinheiro que Minerva me deu e a encontrei na loja ao lado, o Brechó Brexaus, conversando com a balconista sobre a nova moda das Veelas. 
- Ah, olá, senhorita Oliveira! Pensei que iria demorar a escolher a varinha! 
- Hm, na verdade, essa foi a segunda que eu experimentei. E aqui está o dinheiro do troco - falei, dando os dois sicles restantes para ela. 
- Bom, então suponho que temos de ir - ela concluiu, levantando-se de uma cadeira - até mais, Rosanne. 
A balconista apenas acenou para nós. Chegamos ao Caldeirão Furado depois de alguns minutos de caminhada. O pub com certeza devia ter sido reformado depois da Segunda Guerra. Tinha mais cara de restaurante do que pub, mas mesmo assim algumas pessoas bebiam uísque de fogo. Minerva me apresentou ao dono, um bruxo alto e magro com uma barba engraçada, e disse que eu poderia trabalhar para ele no período de férias.
- Então... Elaine, certo? - ele perguntou
- Elisa - corrigi
- Então, Elisa, você gostaria de trabalhar com o que? No momento temos garçonete, balconista e faxineira.
Pensei um pouco. Eu não queria trabalhar, só tinha treze anos de idade! Nenhuma daquelas profissões era boa, na verdade; mas eu tinha de ganhar dinheiro de alguma forma. 
- Acho que garçonete é uma boa, apesar de que sou um fracasso em equilibrar - concluí 
- Ótimo. Não se preocupe com o equilíbrio. Você começa amanhã, se quiser. 
- Obrigada pelo favor, Walter. Agora se me dê licença, vou levar Elisa até o apartamento dela - Minerva respondeu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Volta Das Relíquias Da Morte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.