Como Seguir A Vida?? escrita por Amanda Amaral Pretula Silva


Capítulo 3
Capítulo 3




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Já passou uma semana desde que descobri sobre o bebe, ainda estamos nos acostumando com a ideia eu muito menos que o Peeta é claro. Estamos evitando contanto com qualquer pessoa principalmente o Haymitch, ainda nem contei pra minha mãe e quero que ele seja o ultimo a saber, já fico imaginando as piadinhas sobre o assunto. Estamos na sala, Peeta está massageando meus pés, hoje me sinto muito melhor, vomitei a semana toda e tive muita tontura, o tempo todo ele foi companheiro, sempre ao meu lado em todos os momentos, sempre disposto a levantar de madrugada e me acompanhar a jornada ao banheiro, estávamos os dois muito cansados, nossas olheiras eram visíveis, estávamos acabados, ele não foi à padaria nenhum dia desde que descobrimos que estou grávida, tentei convencê-lo a ir, mas toda vez que ele pensava meus enjoos começavam o que o fazia desistir, já estou com saudades da floresta, mas nem tentei ir, primeiro por que o Peeta não deixaria e segundo por que não tenho forças nem pra andar do quarto pra cozinha, ele tem me carregado no colo por toda a casa, na verdade estamos gostando disso.
- Quando você pretende contar pra sua mãe? – Peeta estava me olhando todo esse tempo e eu nem percebi.
-Talvez quando nascer, o que acha? – Pergunto séria, mas ele ri descontroladamente.
- Que tal hoje? Você acordou melhor e já faz uma semana que descobrimos e pelo os cálculos do Doutor você já está de 2 meses Katniss, daqui a pouco a barriga começa a aparecer então alguém vai contar pra ela.
Coloquei a mão na minha barriga, foi involuntário na hora que ele disse sobre ela começar a aparecer, estava com esperança de não aparecer já que estou muito magra e só vomito, mas claro que uma hora vai aparecer ainda faltam 7 meses, é muito tempo pra esconder de todos. Levantei-me com um pouco de esforço, Peeta se assustou e levantou junto pegando minha mão pra me dar força. Ele ficou me olhando se perguntando pra onde deveria me levar dessa vez. Ele me pegou no colo e eu só disse – Telefone. E ele entendeu me levou até a cozinha perto da porta, arrastou uma cadeira até perto do telefone me deixou ali e sentou em outra cadeira na mesa, estava a uma distancia longe a ponto de não invadir minha privacidade, mas ao mesmo tempo perto ao ponto de estar ao meu lado caso eu precisasse. 
Fazia mais de um mês que não falava com minha mãe, desde o fim da guerra ela se dedicou a vida de enfermeira e não tivemos, mas a chance de ficar próximas, na verdade acho que o que nos mantinha próximas já não estava mais ali então não havia mais sentindo em tentar. Ela me ligava uma vez por mês, tínhamos uma conversa superficial e pronto dever cumprido, mas esse mês ela ainda não havia ligado, não tinha pensado sobre isso até agora, disquei os números e chamou quatro vezes, estava quase desligando quando ela atendeu, uma voz rouca , fraca, quase não conseguia a escutar, conversamos durante exatamente uma hora, perguntei sobre ela antes e então descobri por que ela não tinha ligado ainda, estava doente fazia uma semana, era uma gripe forte disse ela, fiquei desconfiada no inicio já que ela nunca ficava doente, mas não tive muito tempo de interroga-la sobre isso, ela começou a fazer várias perguntas que me deixaram até tonta, fiz um sinal para o Peeta pegar água e apenas segundos depois lá estava ele, quando chegou a hora de contar ela ficou em silencio por eternos dois minutos, não falei nada em quanto ela não deu sinal de vida, e quando ela finalmente tinha voltado deu um longo suspiro deu os parabéns a mim e ao Peeta, então disse as palavras mais doloridas pra nós duas – Você vai ser uma ótima mãe, exatamente como foi uma ótima irmã e filha. E o Peeta vai ser um pai perfeito. – Aquelas palavras entraram em meus ouvidos rasgando e foram direto pro meu estomago, me senti enjoada e fiz um sinal pro Peeta, ele em seguida assumiu o telefone e corri ao banheiro. Quando voltei ele estava se despedindo dela com um sorriso no rosto, me passou o telefone ela percebeu que mexeu comigo então não quis fazer novamente, então apenas me desejou sorte, pediu pra que eu me cuidasse e prometeu uma visita antes da criança nascer. Desliguei o telefone e fiquei quieta por um tempo, me levantei e fui até a mesa onde Peeta estava então fiquei olhando seus cabelos loiros e perfeitos e então me veio uma memória dolorida. Prim. 
- É amanhã. – Pensei em voz alta.
- O que tem amanhã Katniss – ele pergunta tocando minha mão gelada.
- Prim. – não consegui segurar as lagrimas quando disse seu nome. Então Peeta logo entendeu levantou e me abraçou.
- Eu sinto muito Katniss por um momento eu me esqueci. - Eu não podia culpa-lo já que eu também havia esquecido, não por um momento, mas por uma semana, estava tão preocupada com o bebe e com os enjoos e tonturas que acabei esquecendo a data da morte da minha irmã. 
- Todo ano ela fica doente nessa época, exatamente todo ano Peeta.
- Pode ser uma maneira de seu corpo responder a dor que aumenta nessa época. – Peeta sempre foi bom com as palavras e sempre estava certo. Ele tinha razão, todos os dias doem, mas nessa época é insuportável, e o corpo dela não aguenta. Meu corpo reage de outra maneira, todo ano nessa época vou pra floresta e fico lá durante três dias, passo frio, as vezes fome, corro e caço o dia todo, essa é minha maneira de suportar a dor nessa época e o Peeta nunca contesta, não nessa época. 
- O que vou fazer Peeta? Não posso ir à floresta esse ano, mal consigo andar até o quarto. O que vou fazer? Como vou fazer? – Sinto que estou perdendo o controle da minha fala e minha vista fica embaçada com as lagrimas, então ele me abraça tão forte que acaba estralando minhas costas.
- Vamos dar um jeito Katniss, sempre damos. Agora você tem algo a que se agarrar.
Olhei pra ele com duvidas, do que ele está falando afinal.
- É diferente agora, eu vejo coisas diferentes.
- O que você vê? Perguntei soluçando.
- Esperança.
Aquelas palavras entraram doendo em meu coração, exatamente como a Prim falou há anos atrás, exatamente essas palavras, mas ele não estava lá, não tinha como ele saber exatamente o que ela havia dito, como ele fez isso? Por que ele falou isso? O que isso significa? Então só consegui pensar uma coisa. Ela estava ali, Prim estava ali dizendo aquilo através dele.
- Se for menina vai se chamar Prim – Meu coração dispara quando falo isso.


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Notas finais do capítulo

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