Eu andava por uma floresta, estava suja, estava úmida, nem pássaros nem insetos podiam ser ouvidos se não o barulho do meu coração, eu sabia que estava sonhando mas aquilo ainda sim me assustava, o ar ficava cada vez mais pesado, a cada passo, quanto mais andava menos eu conseguia respirar, ficava tonto e meus olhos parecia girar em todas as direções possíveis, quase desmaiei, a última coisa que vi antes de desmaiar foi Frankie a minha frente, ele segurava uma faca apertando bem entre os dedos, como se estivesse pronto para dar um golpe, eu perguntei:

– Frankie, o que você vai...

Ele respondeu rindo, a voz não parecia do Frankie, estava diferente, eu conhecia aquela voz mas não conseguia lembrar de quem era, ele disse exatamente:

– Eu não sou Frankie...

– Então quem você é ?

Minha visão parou de balançar o suficiente para que eu reconhecesse quem estava a minha frente pronto a dar uma facada, era claro, a voz era óbvia, reconheci na hora: era eu mesmo com a faca sobre a mão. Minha visão foi ficando borrada, senti a dor de uma facada como se tudo aquilo fosse real, então eu desmaiei.

Acordei em minha cama, minha mãe me balançava e perguntava:

– Você esta bem ?

– Estou, por que você...

– Você estava gritando e tremendo...

– O que ?

– Você está sangrando... - Disse ela desesperada. - O que aconteceu filho ?

– Eu não sei...

Então me toquei que realmente estava sangrando, mas ninguém tinha me furado, eu estava com uma caneta sobre a mão, eu mesmo tinha feito aquilo comigo mesmo, minha mãe cuidou de mim e eu voltei a dormir, não sonhei nada o resto da noite, eu estava feliz com isso.