A historia foi longa, com partes tristes, felizes, divertidas, espantosas, no fim estávamos ambas com lágrimas nos olhos.
Endireitei-me e a encarei, ela suspirou e balançou a cabeça.
–Vá em frente minha pequena, faça suas perguntas...
Fechei meus olhos por um segundo e tentei me concentrar, minha cabeça girava em mil direções diferentes, o que eu devia perguntar primeiro? Decido-me pelas perguntas que julgo mais fáceis de serem respondidas.
–Por que eu não tive a mesma escolha que Angel?
Ela desviou o olhar e esperei paciente por sua resposta, enfim ela começou a falar.
–O seu caso era, como posso explicar, mais complexo...
–Em que sentido?
Ela suspirou e notei que suas mãos tremiam levemente, me estiquei e a toquei.
–Eu preciso saber de tudo se for para entender...
–Infelizmente eu não sei te dizer querida, de alguma forma minha gravidez foi diferente...
–Mas toda gestação não é sempre assim?
Ela soltou nossas mãos e se levantou exasperada.
–Ally, existem coisas que nem eu mesma compreendo ainda, a única coisa que posso te garantir é que eles me obrigaram a partir e te deixar, no inicio disseram que você viria assim como seu irmão, mas descobri que era mentira...
Levantei-me sentindo uma pontada de raiva, falei com a voz mais ácida possível.
–Você nunca pensou em me procurar?
Ela me olhou e me arrependi de minhas palavras no mesmo instante, seus olhos marejaram e ela engoliu as lágrimas.
–Você acha que não tentei? Que não fiz tudo o que estava em meu alcance?
–Me desculpe, é que é tudo tão estranho...
–Eu sei querida, pra mim também.
Caminhei até ela e me aconcheguei em seus braços, era tão bom estar ali, então decidi que já bastava, eu não queria saber de mais nada, pois ela estava ali e cuidaria de mim, decidi fazer apenas mais uma pergunta para concretizar.
–Mãe.
–Sim meu bem.
Levantei minha cabeça e olhei no fundo de seus olhos.
–Vamos ficar juntas agora não é?
Ela sorriu e afagou meu rosto.
–Sim querida, juntas, como sempre deveria ter sido!
–É isso que importa, o que passou ficará no passado!
Enterrei meu rosto na curva de seu pescoço e caminhamos juntas até a cama, onde dormi feito um bebe nos braços de minha mãe!
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Acordei com uma pontada em meu peito, era como larva queimando por dentro, as imagens de Jon com um sorriso maligno a me encarar teimavam em permanecer em minha frente, balancei minha cabeça tentando fazer tudo sumir mas foi só quando minha mãe adentrou o quarto correndo que realmente consegui parar de gritar.
–Está tudo bem, apenas respire querida, eu estou aqui com voce agora.
Aos poucos minha respiração foi voltando ao normal assim como as batidas desritmadas de meu coração.
–Quer conversar?
Balancei a cabeça em negativo, meu exterior podia ter voltado ao normal mas meu interior ainda sentia a dor e ira das imagens do pesadelo.
–Como quiser, bem se troca que iremos dar uma volta pela cidade.
–Mãe, não leva a mal mas não sinto vontade de caminhar...
–Sem discussão mocinha...
Ela me fitou com olhos semicerrados e me estendeu um vestido cor de pele solto (http://i01.i.aliimg.com/wsphoto/v0/1453278521_1/2013-New-Long-Batwing-Sleeve-Ruffle-Chiffon-Dress-Women-Loose-Dress-Shawl-XS-S-M-L.jpg).
–Mas...
–Sem mais, levanta...
A contra gosto me arrastei da cama e peguei o vestido de suas mãos, caminhei pisando forte até o banheiro onde tomei uma rápida ducha gelada, coloquei o vestido e me olhei no espelho, era lindo, Eva apareceu atrás de mim e sorriu docemente, notei que sua escolha de roupa
(http://www.dellasanta.com.br/imagem/index/1685216/G/vvi.jpg) combinava de algum modo com o que ela havia me dado.
Virei-me pra ela e caminhamos lado a lado porta afora.