Jon e os irmãos nos levaram até o saguão onde nos despedimos, eles alegaram que tinham que ir encontrar um amigo do proprietário da ilha.
Subimos apresadas e animadas, notei que Janny estava mais corada que o habitual, portanto esperei que Jully entrasse no banheiro e resolvi iniciar minha investigação.
–E então, como estão as coisas?
Ela ergueu os olhos das coisas que estava guardando na mala e pude ver um genuíno sorriso em sua face.
–Ele é divino Ally.
Eu não era boba o “ele” era uma referencia a meu querido cunhado Tayler.
–Então vocês se entenderam?
–Não no sentido romântico, mas tudo bem, eu me contento com sua amizade e seu carisma...
Olhei desconfiadamente pra ela que deu de ombros.
–Estou deixando tudo nas mãos dele, se rolar ótimo, se não paciência, eu posso me contentar com um amigo superfofo, meigo, lindo...
–Janny você é uma comedia.
–Apenas sendo realista.
Eu recordei uma conversa que tivemos há algum tempo atrás na sala de estar de Katy, eu havia interrogado as gemias sobre seus sentimentos em relação ao status dos garotos, expliquei a elas tudo o que eu sabia a cerca de vampiros e seres mitológicos, na ocasião Katy chegou e resolveu se juntar ao grupo, no inicio fiquei desconfortável, mas após algum tempo percebi que era pura bobagem, se havia alguém que poderia explicar toda a bagunça existente no universo esse alguém era Katerine Maison.
Voltando ao presente eu pude perceber o quão consciente Janny estava sobre tudo, eu sabia que ela entendia e não sentia medo, na verdade nos primeiros dias após a descoberta imaginei que ela seria a primeira a sair correndo por ai toda apavorada, o que seria normal depois de tudo que passou, mas ela me surpreendeu totalmente e encarou tudo de cabeça erguida. Eu estava muito orgulhosa dela!
Voltando ao presente ouvi o telefone do quarto tocando e corri pra atender.
–Pois não?
–Senhorita, eu gostaria de avisar que o senhor Jacson acaba de chegar e as espera no hall de entrada.
–Ah sim, diga a ele que já vamos descer.
–Como preferir. Só mais uma coisa, será que posso mandar o carregador para buscar as malas pra que sejam levadas a cabana?
–Pode sim, nos vamos deixar todas na sala.
–Tudo bem.
–Obrigada...
Desliguei o telefone e chamei as garotas para que pudéssemos descer.
Assim que saímos do elevador avistei Anna Jacson em um vestido azul rodado que mesmo em sua simplicidade conseguia se fazer notar.
Ao seu lado o senhor Jacson ainda em um terno conversava ao telefona parecendo levemente irritado...
Aproximamo-nos e Anna foi a primeira a nós notar.
–Ahh!
Anna veio saltitando em nossa direção, às vezes era difícil vê-la como uma adulta, ela era espontânea, alegre, divertida, otimista, amiga, entre outras tantas qualidades... Ela era perfeita!
Muitos abraços foram dados, logo Erick se juntou a nós, a irritação anterior substituída por afeto e amor, ele era muito dedicado as filhas e até mesmo a mim.
Eu sabia o quanto era difícil pro casal se separar das filhas, mas todos sabiam que era necessário... Anna era uma estilista de primeira que estava sempre viajando em busca de inspiração para suas coleções e o marido era um magnata de indústrias com dias repletos de reuniões com conselhos administrativos, isso tornava a vida em família impossível...
Caminhamos conversando animadamente sobre nossa manha na ilha, Erick ficou irritado com os primeiros atendimentos que havíamos recebido no Bistrô La Rose de France, mas tratamos logo de acalmá-lo afinal Pierre havia sido um verdadeiro cavaleiro, contamos meio que por cima o fato de Jon e seus irmãos também estarem na ilha, Anna muito esperta logo captou que havia mais do que estávamos contando e nos fez prometer que assim que Jonathan partisse iríamos explicar tin-tin por tin-tin...
Almoçamos no Bistrô La Rose de France onde Pierre nos serviu com seus melhores pratos, Erick fez questão que o amigo nos acompanhasse na refeição. A conversa fluiu solta do inicio ao fim, Anna nos contou sobre um desfile que ela havia planejado em Moscou onde uma de suas modelos em experiência acabou caindo no meio da passarela, graças aos céus a coitada não se machucou e passado o susto todos puderam rir do acontecido, até mesmo a garota entrou na dança e fez piada da queda alegando que a coleção era tão perfeita que qualquer um cairia só de tocá-las...
Os tópicos foram diversos e no fim nos despedimos de Pierre no meio de muitos risos. Meu coração se encontrava indeciso como todas as outras vezes que eu me encontrava com a família Jacson, uma parte de mim se sentia feliz por vê-los compartilhar um amor tão puro e verdadeiro, mas havia também uma parte que os invejava, pois nunca poderia ter tais sentimentos...