–Kryn?! É realmente você? - disse, me sentando.

–Sim, Ana. Sou eu.

–O que houve?

–Não sei. Eu suspeito do que pode ter acontecido, e... - ele hesitou.

–E?

–Temos um pequeno problema.

–Eu estar participando dos Jogos?

–Não. Também tem isso, mas...é outra coisa.

–O que?

–Eu fui removido.

–Hã? Como assim, removido?

–Na minha sala, quando estávamos lá, lembra?

–Óbvio que eu lembro.

–Eu estava sendo expulso, por isso que tudo começou a tremer e tudo e tal.

–Mas como assim? Por que você foi expulso?

–Ainda não sei...

–Não, Kryn, você tem que me contar a verdade.

–Eu não sei, eu juro!

–NÃO SABE?! - me estressei. - Você nunca sabe, não é? É óbvio que você sabe! É por isso que você estava nervoso! - disse, me levantando.

–Eu não estava nervoso! - disse ele, cruzando os braços e se virando.

–Estava sim! Você sabia o que poderia acontecer!

–Como pode ter tanta certeza disso? - ele falou, me olhando, depois virando novamente, ainda de braços cruzados.

–Kryn. - comecei. - Isso não é só sobre você, não sei como mas também me envolve de algum jeito, e já é tempo para respostas.

–Ok, eu digo o que puder. - descruzou os braços. - Eu não tenho certeza se é isso, mas é o mais possível. Me disseram para eu não fazer uma coisa, me intimidaram a não fazer isso, mas eu fiz mesmo assim.

Eu não iria perguntar o que ele tinha feito, ele com certeza não diria. Pelo menos não por enquanto. Mas tinha outra coisa a esclarecer.

–Quem te intimidou?

–Algumas pessoas. Superiores.

–Superiores?

–Não posso te contar mais do que isso. Me desculpe.

–Ok... - eu o olhei, cheia de suspeitas. - Mas, e agora?

–Agora, eu sou o seu estilista. - ele deu um sorriso irônico.

–Você vai me fazer...impressionante?

–É. Do tipo que todos vão lembrar. - disse, enquanto eu me sentava novamente. - Melhor que a ideia das chamas. - dei um riso abafado.

–Tem algo em mente?

–Talvez. - disse, pegando uns papéis e começando a anotar umas coisas.

–O que?

–Você é do distrito 5, da energia, então, algo que tenha a ver com energia.

–Isso deveria ser considerado como uma ideia?

–Calma. Eu realmente tenho uma ideia.

–Sou toda ouvidos. Mas, porque o 5?

–O distrito?

–Sim.

–Não sei, foi o que a máquina selecionou.

–A máquina?

–É, o teleporte.

–Hum. Então, qual é a sua ideia?

–Eu pensei em raios.

–Raios?

–Sim, combinam com energia e com você. - deu um sorriso. - Azuis, verdes, não importa, simplesmente algo que fique legal.

–O que você está anotando aí. - disse, ameaçando pegar o bloquinho que ele segurava, fazendo com que ele recuasse.

–Suas medidas.

–Você sabe minhas medidas?

–Como acha que eu te dei uma armadura?

–Há há. Me impressione.

–Pode ter certeza que eu irei.