Kyodai - The Awakening Of Chaos (Interativa) escrita por Wondernautas


Capítulo 38
Capítulo 32 - The art of manipulating


Notas iniciais do capítulo

Cap grandinho! Boa leitura!!



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As aulas do dia finalmente chegaram ao seu término, assim como a invasão do membro da Gênese, horas antes. Yuki e Sugaku fizeram o que tinha de ser feito e a “sujeira” deixada por Rick Mendez foi limpa sem maiores problemas. Afinal de contas, para enfrentar tal organização e, em seguida Fênix, alguns “métodos” precisam ser postos em prática.

Estando, no momento, ignorados todos esses fatos, uma aluna do terceiro ano se entrega para suas lágrimas silenciosas. Assentada ao chão e permanecendo com seu dorso recostado sobre um grande pilar, Sayuri Kishimoto enlaça suas pernas, enquanto seu rosto úmido permanece colado aos seus joelhos. Tudo parece não passar de um dos seus mais horripilantes pesadelos. Entretanto, no fundo, ela está ciente de que é a terrível realidade.

– Sayuri-kun, você está bem? – indaga um garoto, ao surgir e se aproximar.

A artista não ergue seu rosto. Pelo contrário, continua chorando em silêncio, lançando para fora de si toda a sua dor. Apesar disso, o garoto não se intima e, se aproximando, se senta ao lado direito dela.

– Eu sei o que está passando. Afinal, você amava ele, certo? – questiona, referindo-se a Gingamaru.

A terceiranista levanta parte de sua face, o suficiente para olhar nos olhos do amigo. Seus ouvidos já haviam lhe dito que se tratava de Daisuke Saruma, mas agora é sua visão quem comprova o fato.

– Ninguém se lembra mais dele. – afirma ela, com uma voz chorosa, apertando ainda mais suas próprias pernas. – Eu poderia tê-lo salvo, mas fui fraca demais para conseguir.

– Os que mais eram importantes para o Ginga-kun se lembram sim. – argumenta, com um leve sorriso. – Basta que nós nos lembremos dele para que um pequeno pedaço dele continue vivendo em nossos corações. E, além disso, não se julgue tanto. Não estávamos preparados para uma situação como aquela.

– Saiba que frases prontas não surtem efeito em mim.

Daisuke ri.

– É, acho que já esperava isso.

Sayuri ergue seu rosto por completo. Direcionando-o para frente, ela passa a observar toda a área diante de si. É um local pouco acessado, até mesmo pelos próprios alunos, por fazer parte de um prédio secundário, anexado logo atrás do principal do internato. Quando quer ficar totalmente sozinha, é para cá que a flautista vem. Já se tornara o seu “cantinho de lamentos particular”.

– Yuong-kun, Tsubaki-chan, Senshi-kun, Lucy-san, Saito-kun, Kaoru-kun, Nagashi-san e Jimmy-kun... Eles farão algo por todos nós, não se preocupe. – Daisuke a consola, sendo bastante solidário com a dor da flautista.

O choro da garota cessa. Ao se lembrar dos sorrisos bobos de Gingamaru, é domada pela ideia de que raramente ele era visto chorando, apesar da maior parte de sua vida ter sido um verdadeiro branco. É quando Sayuri adquire a consciência de que, talvez, Sophia poderia tê-lo ajudado a descobrir os enigmas do seu passado. Entretanto, agora já é tarde demais.

– Obrigada. – agradece ela, com um leve sorriso, movimentando sua face para o melhor amigo de Tsubaki.

Enquanto o momento entre os dois amigos parece que precisa ser vivido por mais alguns segundos, duas figuras os observam, a alguns metros dali. Curiosos, se escondem atrás de uma parede, tentando ao máximo captar as palavras por Daisuke e Sayuri ditas.

– Eu não falei, Yuko-kun? – se manifesta o maior da dupla. – Sempre soube que esses caras escondiam alguma coisa. Todos começaram a andar juntos de uma hora para outra.

– Então você acha que aquela coisa de humanos avançados, da ameaça de destruição de Kyodai e etc etc... É tudo verdade? – indaga o menor, com uma rosquinha de chocolate em sua mão direita, estando ela metade mordida. O que fala agora é referente a todas as memórias de Samasha Seiya que Sugaku, com a ajuda de Sherry, foi capaz de enviar às mentes dos humanos evoluídos de Kyodai, inclusive os “dois investigadores” em questão.

Eric White, atento à conversa de Sayuri e Daisuke, respira fundo, mas em baixo tom. É quando, segundos depois, decide responder:

– É justamente isso o que iremos descobrir...

/--/--/

Kyodai, sala da direção...

Diante do vice-diretor, um garoto e três garotas. Ao seu lado direito, Kenny McGiven, estagiário de Pedagogia do internato. As aulas do dia, apesar de todos os acontecimentos, foram aplicadas normalmente e já acabaram.

– Daniel Strauss, Sherry Fontaine, Akemi Pégasus, Saori Tohara. – Yuki cita os nomes, alternando o olhar de um para um, permanecendo assentado atrás de sua mesa. – Sejam bem vindos ao nosso colégio. Espero que tenham gostado do primeiro dia de aula.

– Eu adorei, Arima-sama. – afirma Saori, sorridente e gentil. – O estranho é que não vi meu irmão em lugar algum.

– Deu pro gasto. – opina Akemi, sem se importar muito com a pergunta do filho do fundador do instituto educacional.

Daniel e Sherry nada dizem. Respirando profundamente, Yuki foca sua atenção na irmã gêmea de Kaoru.

– Aconteceram algumas coisas hoje, Saori-san. Nada grave demais, mas creio que seu irmão preferiu faltar às aulas.

O filho do diretor, na verdade, está escondendo o que de fato aconteceu. Saori não estava no colégio durante os eventos desencadeados pela invasão de Rick Mendez, integrante da Gênese. Por isso, Yuki prefere mantê-la longe desse conhecimento. Pelo menos por enquanto.

– Mas ele está bem? – pergunta, um pouco preocupada.

– Sim, está. Agora, por gentileza, retirem-se. Meu assistente, Kenny McGiven, os guiará para seus devidos quartos.

Yuki está ciente de absolutamente tudo, inclusive das mortes. Por isso, ao lado de Sugaku, ele tomou as devidas providências. Daniel Strauss substituirá Gingamaru no quarto de James Anthony e Senshi. Sherry Fontaine será colocada no lugar de Samasha no quarto de Nagashi e Tsubaki. Akemi fará companhia a Juli, que se encontra em um quarto com duas camas, por enquanto, vagas. E Saori preencherá a vaga no quarto de Lucy e Sayuri, a deixada por Sophia.

– Vamos. – pede Kenny, movimentando-se em direção a porta e chamando para si o olhar dos novatos.

Sem mais nada a dizer, os novos alunos dão as costas para o vice-diretor. Assim que o assistente de Yuki usa sua mão direita para girar a maçaneta e abrir a porta, os garotos passam por ela para se retirarem do local. Logo depois, Kenny faz o mesmo, fechando-a.

– Malditos Soldados da Gênese. – fala consigo mesmo, com o olhar fixo no chão, pensando em todos os atos vis cometidos pela organização em questão. – É preciso dar um basta nesses cretinos.

Por alguns segundos, ele permanece pensativo, refletindo sobre tudo. No fundo, sabe que tanto a Carmesim quanto a Gênese almejam a mesma coisa: deter a realização do mal descrito na profecia. Todavia, saber como os métodos da segunda estão se tornando cada vez mais frios chega, de certo modo, a incomodá-lo e a assustá-lo.

– Yuki-sama... – fala a voz de uma mulher, do lado de fora da sala.

Uma misteriosa força abre a porta. O filho do fundador do internato ergue seu rosto e olha diretamente para a figura posicionada, agora, a certos metros diante de si. É Sugaku, com seus óculos, de braços cruzados e feição séria.

– O que deseja? – questiona.

– Preciso falar sobre um assunto seríssimo com você. – afirma ela, caminhando em direção a ele, enquanto a porta vai se fechando pouco a pouco, com o sereno impulso de sua telecinese.

– Sobre os atos da Gênese, suponho.

– Admito que, de certa maneira, sim. – diz, assentando-se na cadeira perante a mesa do vice-diretor.

O filho de Raiabaru respira fundo. Fitando a professora, aguarda as próximas palavras da mesma. Segundos em seguida, ela se manifesta outra vez:

– Além de ter passado as informações de Samasha Seiya para todos os demais humanos avançados, apaguei da memória dos alunos normais as lembranças de Gingamaru Pride, Sophia Cianno e da própria Samasha. Isso foi possível me conectando simultaneamente a todos através da habilidade de Sherry. A partir de hoje, será como se eles jamais tivessem existido.

– E as famílias deles? – indaga, arqueando a sobrancelha esquerda, curioso.

– O garoto não possui família. Tudo o que ele tinha era esta escola. Já as outras duas, bem, tive também o esforço de apagar a existência delas nas mentes dos seus familiares e demais entes queridos. – explica, mantendo seus braços cruzados, abaixo de seus seios. – É um caminho desumano, mas essencial.

Yuki percebe a estranha feição no rosto da mulher. Sem dúvida, todo esse esforço foi perigoso para ela e poderia ter lhe levado à morte. Mesmo uma telepata como Sugaku não deve extrapolar no uso de suas capacidades mentais ou pode acabar sofrendo sérios danos ou, quem sabe, até mesmo a morte. É quando, considerando isso, pergunta:

– Por qual razão se arriscou dessa forma?

– Pelo quê as ideias da Carmesim representam, oras. Não posso atingir meus objetivos pessoais se tudo acabar como fracasso.

– Entendo. E como está Sayuri Kishimoto?

– Creio que bem. – responde, sendo objetiva. – Avisei à Nagashi que ela precisava urgentemente de um tratamento curativo através da minha telepatia e, então, Sayuri foi salva.

– É uma pena que o mesmo não possa ter sido feito com os outros dois.

– Infelizmente. E é por isso que decidi falar com você. – alega, sem perder a sólida seriedade.

– Como assim?

– Além dos garotos envolvidos com a profecia e da Sherry, que também faz parte da Carmesim, há outros humanos avançados por aqui.

Apesar de Yuki ser um dos integrantes da Carmesim, Raiabaru sempre deu ordens diretas para ele, impedindo-o de se envolver com os demais membros, com a única e exclusiva exceção de Sugaku. Sua intenção era proteger o filho das relações, muitas vezes negativas, entre os Soldados da Carmesim. Foi recentemente que o vice-diretor de Kyodai conheceu Sherry Fontaine e foi informado de que ela também faz parte do grupo.

– Sim, eu já esperava por isso.

– De certa maneira, a invasão daquele sujeito nos serviu para algo. Já conheço, exatamente, tudo o que eu deveria conhecer sobre esses adolescentes. Cataloguei tudo o que faltava.

– Então, por favor, me revele tudo. – pede.

Utilizando sua mão esquerda, a professora retira uma folha dobrada de dentro de seus seios. Desdobrando-a, guia seus olhos para as informações que nela consta. E começa a declarar, instantes depois:

– Sophia Cianno, que foi capturada, possui o dom da clariciência e da comunicação animal. A falecida Samasha Seiya, dons do superequilíbrio e da aptidão corporal aprimorada. Gingamaru Pride, que mal chegou a desenvolver suas habilidades, possuía a hidrocinese.

– Pare! – exige, chamando para si o olhar dela, outra vez. – Hidrocinese?

Na folha de papel, constam todas as habilidades especiais dos demais humanos avançados do colégio. Apesar disso, Yuki demonstra não ter mais interesse em ouvir. Nela, a sub-general da Carmesim registrou que o dom de Nagashi Swords é absorver outros dons e a múltipla personalidade por ele desencadeado. Os de Senshi Yujo são a empatia e a super-resistência. Os de Tsubaki Seijitsu são a cura, a purificação e a fitocinese. Os de Daisuke Saruma são a memória eidética e a aptidão intuitiva. Os de Yuong Tsukyomi são a sedução e a persuasão. O de Lucy Rouvier é a regeneração celular espontânea. Os de Jayden Valentine são a pregonição artística e a petrificação, ainda latente. O de James Anthony Krum é a neutralização. Os de Sayuri Kishimoto são a atração sonora, a supersinestesia e a empatia musical. O de Kaoru Tohara é a intangibilidade. O de Saito Urushihara é a destreza aprimorada. O de Daniel Strauss é a aerocinese. O de Akemi Pégasus é o ilusionismo. O de Yuko Kurama é a geocinese. E o de Eric White é a supervelocidade. São esses os dados que constam na folha de Sugaku Megumi.

– Sim. Hidrocinese. – confirma, mantendo a seriedade e segurança em seu tom de voz.

– Não pode ser... – se nega a acreditar, bem surpreso com a revelação. – Por acaso ele...

– Talvez. – ela se antecipa. – Isso poderia explicar o motivo do desaparecimento do corpo dele. Afinal de contas, o mesmo já aconteceu com sua mãe, correto?

Yuki engole seco e começa a suar frio. A lembrança de sua mãe, de modo avassalador, invade sua mente. É a mista sensação de saudade e temor. Desviando o olhar para o canto direito da sala, o vice-diretor só volta a olhar diretamente para a professora quando, momentos depois, ela lhe dirige a palavra de novo:

– Precisamos libertá-la. É a nossa única chance.

– Está enlouquecendo?

– Sua mãe é poderosa. É, talvez, a única que possa acabar com tudo isso.

– Por outro lado, ela pode ser tornar uma ameaça ainda pior que a Gênese e o Fênix. – argumenta ele, tentando fazê-la mudar de ideia.

– Aqueles garotos querem ir para a sede da Gênese. Eu poderia até tentar fazê-los mudar de ideia, mas creio que eles já estão fartos de tanta manipulação. Porém, não podemos deixar que todos eles saiam daqui, pois podemos levantar suspeitas para o colégio. Afinal de contas, já temos sujeiras demais debaixo do tapete. – discursa. – Temo que sua mãe seja nossa única alternativa de acabar com Fênix quando ele aparecer.

– E o campeonato que você sugeriu aquela vez?

– Você sabe que algo assim, por enquanto, é uma alternativa inacessível. Definitivamente: a Yu...

– Me deixe pensar sobre isso depois, por favor. – pede, com um tom de voz ligeiramente saudoso e triste.

– Pense bem. Manipulá-la será o mesmo que salvar o mundo. Bem... Deixando essa questão de lado, por ora, vamos falar sobre os garotos que escolhi para invadirem a sede da Gênese e salvarem Sophia Cianno. – articula.

– Quem são?

– Nagashi Swords, Senshi Yujo, Lucy Rouvier, Yuong Tsukyomi, Tsubaki Seijitsu, James Anthony Krum, Kaoru Tohara e Saito Urushihara. São os que possuem os dons necessários para enfrentar aqueles cretinos. Como o Kenny foi capaz de descobrir onde a sede exatamente fica, está responsável por leva-los até lá.

– Os gêmeos da família Tohara sequer terão a chance de se reencontrar por enquanto. É uma pena. – opina.

– De fato. Quanto aos demais, sendo eles Daisuke Saruma, Jayden Valentine, Sayuri Kishimoto, Yuko Kurama, Eric White, Daniel Strauss, Akemi Pégasus e nossa querida Sherry, todos ficarão por aqui. No colégio, serão bem mais úteis.

– Está certa do que está fazendo?

– Como nunca antes em toda a minha vida. – afirma, acertando seus óculos com o indicador direito, reatando logo depois a cruz de seus braços, abaixo de seus seios.

Após alguns breves momentos de silêncio, a professora se levanta da cadeira. Permanecendo de pé perante o filho do líder da Carmesim, ela então fala:

– Seu pai sempre fez de tudo para lhe proteger. Chegou a passar, e muitas vezes, por cima dos ideais de grupo da organização. Nem mesmo todo o mundo é mais importante para ele do que você.

– Sei disso. – afirma, fitando-a insistentemente.

– Porém, sei que o fardo de carregar as heranças dele e de sua mãe é pesado demais. O fogo e a água são elementos contraditórios, assim como muitas vezes são seus pensamentos.

– Aonde quer chegar?

– Em lugar algum. Apenas quero te alertar... – a mulher lhe dá as costas, caminhando então em direção à porta. Antes mesmo de concluir seu trajeto, conclui seus dizeres. – Que, neste mundo, para sairmos vitoriosos das mais impiedosas batalhas, é preciso dominar a arte de manipular.

/--/--/

Longe dali, um grupo de adolescentes avança, às pressas, por belos campos verdes. Trata-se de um local, à primeira visão, inabitado e que se encontra bem próximo à cidade de Konton. O objetivo é se aproximar e invadir a sede dos Soldados da Gênese.

– Estamos perto. – comenta Senshi, a frente de todos. – Logo chegaremos!

– Como tem tanta certeza? – questiona Lucy, do lado direito do colega de classe.

– Eu posso sentir as emoções negativas cada vez mais fortes. – afirma, olhando fixamente para o vasto campo verde perante seu olhar. Lucy Rouvier, Nagashi Swords, Senshi Yujo, Tsubaki Seijitsu, Yuong Tsukyomi, James Anthony Krum, Kaoru Tohara e Saito Urushihara correm por estes belos e serenos campos verdes. Olhando assim, chega-se a pensar que não há nenhuma outra forma de vida por aqui senão eles e a perfumada grama. – Será que podemos mesmo confiar naquela doida da Sugaku? – Yuong tenta saber a opinião de seus amigos.

– Se queremos salvar a Sophia, não temos nenhuma outra alternativa. – alega Nagashi, séria e bem certa do que fala, ao lado esquerdo de Senshi.

– Além disso, ela não tem nenhuma razão para mentir. Estamos todos do mesmo lado. – declara Kaoru, que também se encontra entre o grupo. – Temos que fazer com que as mortes do Ginga-kun e da Samasha-kun ganhem algum sentido. Nesse momento, Senshi se lembra das palavras de Sugaku, que a professora pronunciou momentos antes da partida do grupo de Kyodai: "Sei que você gosta da Nagashi. Porém, nunca seja fácil demais, você deve mostrar que é independente, seja romântico e ao mesmo tempo, decidido. " – Acho que teria sido melhor esperarmos o assistente do Yuki-sama. – opina Saito. – Como é mesmo o nome dele?

– Ele se chama Kenny McGiven, garoto tarado. – afirma Lucy, entrefechando seus olhos e direcionando-os para Saito, logo atrás de si, por alguns segundos. – Mas não seria preciso, pois se ele se teletransporte mesmo, logo deve estar chegando.

– E eu não conseguiria ficar parada sabendo que a Cianno-kun está correndo perigo de vida. Afinal, se agora temos a informação sobre a exata localização da sede deles, pra quê perder tempo? – Tsubaki se manifesta, com uma admirável segurança em seu tom de voz.

– Só espero que aquela gata não faça cocô na minha cama. – fala Yuong, se lembrando do fato de que Tsubaki deixara Blue sob os cuidados de Daisuke.

– Vamos fazer uma promessa? – sugere Senshi, antes mesmo que outra pessoa possa fazer um novo comentário.

– Promessa? – Yuong, sem entender.

– Sim. Vamos prometer que não desistiremos, seja quão assustador for nosso o desafio! Pela nossa amizade, pelos nossos sonhos, pela nossa justiça e pela Sophia-kun! – declara ele.

– Prometo. – Kaoru e Tsubaki, juntos.

– Eu prometo! – afirma Nagashi, fitando-o por breves momentos.

– Prometido! – alegam Yuong e Lucy, ao mesmo tempo.

– Isso parece aqueles clichês de mangás café com leite, mas tudo bem, eu prometo. – Saito, logo em seguida.

– Eu também prometo! – articula Jimmy, que até o presente instante, preferira falar bem pouco, se não quase nada.

– Isso é uma legítima promessa e não vamos quebra-la! Por tudo o que acreditamos! – acrescenta Senshi.

Nagashi, que se mantem ao lado esquerdo dele enquanto todos correm juntos, observa os traços do rosto do garoto por alguns instantes. Logo depois, desvia seu foco para sua frente, outra vez, enquanto pensa:

– Seu sorriso e sua segurança... – mentaliza a integrante da família Swords, voltando a olhar para o garoto em questão. – É o que me dá forças para lutar contra a minha própria escuridão! Não tenho dúvidas de que salvaremos a Sophia e daremos um basta à falta de escrúpulos da Gênese!

De repente, uma estranha silhueta surge diante de todos. De imediato, os estudantes cessam seus passos, um pouco assustados. Contudo, logo percebem que não se trata de nenhuma ameaça. É Kenny McGiven.

– Você demorou. – afirma Kaoru, cruzando os braços, um pouco cansado, como os demais.

– Vocês que não deveriam ter saído sem mim. Poderiam ter me esperado. – afirma o universitário de Pedagogia, na mesma posição que o loiro, observando cada um dos alunos de Kyodai que agora se encontram diante de si.

– É a pressa para salvar uma amiga. Sabe como é que é, né? – o irmão gêmeo de Saori, outra vez.

– Kaoru-kun, ultimamente você está falando demais. – opina Saito, ao lado direito do amigo, lhe dirigindo o rosto.

– E você falando de menos. – replica, dando-lhe a devida atenção.

– Bem, o papo está bom, mas acho que já é hora de irmos diretamente para a sede da Gênese.

– Pode mesmo levar todos nós ao mesmo tempo, Kenny-sensei? – Saito tenta saber, um pouco surpreso.

– Não será nada complicado, basta nos unirmos e poderemos chegar lá juntos. A sede se encontra um pouco distante daqui, por isso será mais prático irmos através do meu teletransporte. – explica o assistente de Yuki Arima.

– O resto do pessoal não vai poder vir nos ajudar? – pergunta Yuong.

– Provavelmente não. A Sugaku e o Yuki-sama são verdadeiros mestres da manipulação, mas eles não nasceram com o destino de dominar essa arte com exímia maestria, Yuong. Não como você. Portanto, trazer mais alguém para cá seria uma maneira bem útil de levantar suspeitas de alguns pais dos alunos, ou pior, das autoridades de Konton.

Todos os estudantes, sérios, respiram fundo. Sabem que o que está por vir é bem diferente, e muito mais perigoso, do que já enfrentaram até agora. Porém, para salvar uma amiga e impedir que mais alguém morra em vão, Nagashi, Senshi, Lucy, Yuong, Jimmy, Tsubaki, Saito e Kaoru estão dispostos a tudo.

– Então vamos. – diz Kenny, virando-se para o outro lado, dando suas costas para o grupo. – Pois a verdadeira batalha está apenas começando...


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