Abri a porta e lá estava ele, tão lindo de terno. Já tinha visto Edward de terno outras vezes, mas parecia que a cada vez ele estava mais lindo.

— Olá Edward

— Bella, você está linda.

— Obrigada — Abaixei a cabeça envergonhada. Ouvi um pigarro atrás de mim — Edward será que já podemos ir?

— BELLA! — Claro que Alice ia fazer cena. Ok, vamos lá.

Fui para o lado deixando Edward ter visão da escada, onde estava minha mãe e Alice

— Edward essa é Alice e minha mãe. — Apontei para cada uma — Mãe e Alice esse é Edward. Todos devidamente apresentados. Vamos? — Edward soltou um riso baixo. Obviamente achando graça da minha pressa

— É um prazer conhece-las — Edward falou da porta. Ele não havia entrado, ainda bem, porque não o convidei.

— O prazer é nosso. Cuide bem da minha filha, Edward

Edward sorriu para minha mãe depois olhou para mim

— Vou cuidar

— Podemos ir agora?

Fomos para o carro. Cerca de trinta minutos depois paramos em frente a um restaurante que eu nem sabia da existência. Claro, porque ficava em uma área de Forks que me era desconhecida. A área nobre, um bairro onde morava somente pessoas com dinheiro.

Edward, todo cavalheiro abriu a porta do carro para mim e me guiou até a entrada do restaurante. Ele cumprimentou a moça que estava na entrada. A mesma sorria como boba para Edward enquanto nos levava até uma mesa na área externa, como uma sacada.

O local tinha pouca luminosidade, mas ainda assim era possível ver a decoração moderna e sofisticada. De alguma forma essa parte parecia ser a mais simples do restaurante. Agradeci mentalmente por esse espaço estar quase vazio.

Sentamos em uma mesa no qual conseguíamos observar a movimentação da área principal. Edward fez o pedido porque eu não fazia ideia do que eram aquelas coisas no menu. Conversamos sobre tudo, desde a faculdade que pretendo fazer até o clima de Forks. Edward perguntou se eu tinha namorado e eu corei como um pimentão ao dizer que nunca havia tido um relacionamento. Ele deu um sorriso radiante e logo mudou de assunto. Pareceu até mais aliviado depois disso.

Chegamos ao assunto mais interessante da noite: viagens. Edward contou histórias e falou sobre os locais no qual já visitou. Fiquei maravilhada com suas histórias e me envergonhei ao dizer que a viagem mais longa que fiz foi até a Califórnia.

— Fui para Londres uma vez, porém a maior parte do tempo ficamos no hotel. Emmett ficou doente logo que chegamos. Não aproveitamos nada e voltamos para casa 3 dias depois. Eu tinha apenas 10 anos e meu pai prometeu que faríamos a viagem de novo, mas isso não aconteceu.

— Que triste

— Eu sei. Mas já superei

Nós havíamos terminado de jantar e apenas conversávamos. A brisa que chegava até nós estava fria, mas ao contrario do que pensei isso não me incomodava. Sentia meus pelos se arrepiarem algumas vezes e mais uma vez isso não me incomodou.

— Bom, acho que é melhor irmos — Edward sorriu. Ele estava contando as peripécias que Emmett aprontava em festas familiares. Eu ria algumas vezes, mas em outras eu me pegava concentrada na forma que Edward falava, ou me perdia na profundeza de seus olhos.

Edward fez um sinal para o garçom e quando o mesmo estava na mesa pediu a conta. Ficamos em silencio nesse meio tempo.

— Edward! — uma voz feminina soou pela entrada do salão principal. Olhei para o local e vi uma mulher ruiva. A pouca luminosidade não ajudava, mas pude perceber que ela usava um vestido vermelho sangue tomara que caia e muito justo. Seus seios gritavam por atenção e provavelmente devem tê-lo ganhado da maioria dos homens ali presente. Mas independente de toda vulgaridade eu não podia negar que a mulher era absolutamente linda.

Ela aproximou e olhei para Edward. Ele tinha um olhar furioso e não havia qualquer resquício do sorriso arrebatador que eu tinha visto a noite toda.

— Tanya, o que faz aqui? — Edward respondeu educado mas o olhar furioso permanecia. A mulher, que agora sei se chamar Tanya, tinha parado ao lado de nossa mesa. Edward se levantou e eu não soube o que fazer. Seria alguém importante? Eu devia me levantar também?

— Jantando, querido — Querido? Ok, vou ignorar. Resolvi continuar sentada. Poderia ser alguém que trabalha com Edward e ele não tem obrigação de me apresentar. — Vai me apresentar a sua amiguinha?

Olhei para o rosto da mulher e vi suas sobrancelhas arqueadas na minha direção. Seus olhos emitiam desgosto, mas em seus lábios havia um grande sorriso.

Edward suspirou forte e eu o olhei. Ele retribuiu meu olhar e eu me levantei.

— Tanya essa é Bella e Bella essa é Tanya...

— Prazer, sou Tanya Lewis, quase noiva de Edward — Ela tinha a mão com anéis brilhantes estendidas na minha direção. Eu apenas fiquei parada, me senti perdida no tempo. Foi como se tudo tivesse sido excluído da minha mente. Não lembrava quem eu era, onde estava, que dia era hoje, o horário. A única coisa que passava pela minha cabeça era Edward... e a noiva fabulosa dele que sorria para mim

Ouvi Edward bufar. E virei o rosto em sua direção. Edward estava irreconhecível. Seus olhos eram puro fogo e suas mãos estavam segurando o cabelo fortemente

— Tanya você não vai ser minha noiva! — Sua voz estava mais grossa que o normal. Percebi que ele se segurava para não explodir.

— Como não, Edward? Esqueceu que sua empresa depende disso? — Eu já tinha deixado de entender essa conversa desde que mulher chamou Edward de "querido". Sentia-me uma completa intrusa ali. Só não saia e ia embora porque minhas pernas não queriam se mover.

Edward e Tanya continuaram falando coisas, mas eu desliguei minha mente de tudo tentando dar um tempo para que todas as informações fossem absorvidas de forma correta.

Vamos colocar tudo em partes:

Primeiro: Edward conhecia essa mulher magnifica

Segundo: Ele provavelmente não gostava dela, segundo sua reação.

Terceiro: Eles deveriam se casar por causa da empresa do pai de Edward

Quarto: Edward parece não querer se casar

E quinto: O que eu estou fazendo aqui?

Quando voltei a mim Edward estava ajoelhado e debruçado sobre meus joelhos me olhando preocupado. Eu nem havia percebido que tinha me sentado. Olhei ao redor e a mulher já não estava mais ali

— Bella por favor, me ouve. Está tudo bem? — Edward pediu minha atenção com a voz desesperada e o olhar preocupado. O olhei e respondi sua pergunta com um aceno de cabeça. Não sabia se sairia algo coerente da minha boca se eu tentasse o responder — Me desculpe por isso, eu realmente não sabia que ela viria aqui. Eu nem imaginava que ela frequentava esse restaurante. Desculpe.

— Me leve para casa, por favor — Foi a única coisa que consegui falar. O olhar de Edward ficou triste no mesmo momento. Senti uma batida mais forte no coração e a mesma foi bem dolorida quando Edward abaixou a cabeça e suspirou. Ele se levantou e me ajudou a fazer o mesmo.

Fizemos o caminho todo até minha casa em silencio. Eu entendia até certo ponto o que tinha acontecido, apenas não queria conversar agora. Eu só queria o silencio. Foi bom Edward ter entendido e respeitado isso.

— Sinto muito mais uma vez. Eu gostaria de poder explicar tudo isso— Edward começou assim que o carro parou em frente a minha casa.

— Me liga amanhã. Iremos conversar — Vi um sorriso se formar em seus lábios. Entretanto não era o seu sorriso costumeiro. Seu olhar continuava triste mas continha também um lampejo de esperança. Tentei sorrir, talvez tenha conseguido ou talvez tenha parecido uma careta.

Debrucei em Edward e dei um beijo em seu rosto antes de sair do carro e entrar na minha casa correndo para o quarto. Agora eu só queria um banho quente e dormir. Sem mais pensar em Edward por hoje, por favor.

Na manhã seguinte acordei com uma mensagem de bom dia de Edward. Logo depois outra mensagem chegou e nela dizia que ele iria vir me ver mais tarde. Não esperava vê-lo de novo tão cedo, mas eu o deixaria se explicar de uma vez.

Não estava no meu melhor humor. Tive uma noite de sono ruim e apenas queria passar o dia todo na cama. Pensar que veria Edward também não me deixava melhor. Tomei um banho e coloquei a primeira roupa que apareceu na minha frente. Eu não tinha respondido as mensagens de Edward então não fazia ideia de que horas ele viria.

Eu não estava com raiva dele, de jeito nenhum. Ele ainda era o homem mais lindo que eu já havia visto no mundo. O meu príncipe perfeito. Mas eu não era uma princesa e ele precisava casar com uma mulher assustadoramente linda. Eu era um ser insignificante ao lado dela.

No fim de tudo eu só queria não ficar muito próxima de Edward e acabar me apaixonando. Era óbvio que isso ia acontecer alguma hora e eu queria evitar enquanto pudesse.

Estava deitada no sofá assistindo televisão, passava um filme qualquer no qual eu nem prestava atenção, quando meu celular tocou. Levantei e fui busca-lo para perceber sem uma ligação de Edward.

— Oi Edward

— Oi Bella. Estou na porta da sua casa. Pode vir me encontrar aqui?

— Vamos ir a algum lugar ou algo assim? — Perguntei um pouco preocupada, afinal eu estava com uma roupa de casa.

— Apenas venha me encontrar

— Ok, estou indo — Respondi e desliguei correndo para a porta. Toda a ideia de não ter vontade de ver Edward hoje mudou completamente no momento que ouvi sua voz. Eu ansiava pela sua presença, por ver seus olhos e sentir o seu cheiro. Não sabia que poderia ter saudade de uma pessoa em tão pouco tempo.

No meio do caminho parei para pegar um casaco e corri para fora. Edward me esperava encostado na porta de seu carro. Seus braços estavam cruzados, seus músculos destacados com a camisa preta colada ao corpo. Mesmo simples o homem estava magnifico

Edward olhava para longe enquanto eu me aproximava. Quando me viu veio na minha direção e eu parei esperando ele chegar até mim.

— Oi

— Oi Edward. Quer entrar? — Perguntei, pois estava frio e eu não tinha a intenção de ir a lugar algum vestindo shorts e blusa moletom.

— Se importa?

— Claro que não. Minha mãe foi ao mercado e Charlie está no trabalho. Temos alguns minutos

— Certo — Edward me olhou estranho mas ignorei e voltei para dentro de casa com ele atrás de mim — Não te ofereço café porque não sei fazer, mas tem água, chá, suco... — Falei o vendo se acomodar no meu sofá

— Estou bem

— Ok — Me sentei no outro sofá colocando as pernas para cima de forma confortável — Então...?

— Bom, eu quero te contar... sobre ontem... — Edward não me olhava

— Pode começar

Edward explicou toda a situação com a empresa e a coisa do casamento. Não falou nada que eu já não tinha pensado sobre. Edward disse que não tinha o menor interesse em seguir com essa ideia. Fiquei surpreendida quando ele começou a dizer que não quer que eu me afaste depois disso, pois minha companhia já é essencial e que quer continuar a conhecer porque está encantado comigo e está disposto a ver no que isso vai dar. Fiquei sem reação por um momento. Não soube o que responder então fiquei em silencio. Edward me olhava com expectativa

— O que exatamente eu tenho que dizer? É... eu... gosto da sua companhia. Me sinto bem com você, mas se você tem casar com essa mulher não devíamos tentar algum tipo de aproximação. Talvez podemos ser amigos

— Não quero ser seu amigo, Bella

— E eu não quero um de nós sofrendo no fim. Nós dois sabemos que esse casamento é inevitável e seu pai não te deu escolha. Já pensou como será se acontecer algo entre a gente e eu tiver que deixa-lo para se casar? Chegou a pensar sobre isso? — Meu coração estava apertado. Eu tinha vontade de chorar mas não faria isso, não na frente de Edward

— Eu não vou me casar com Tanya

Bufei alto

— Tudo bem. Então é o que, vamos continuar saindo e coisa assim?

— Parece bom para mim — Ele se levantou e sentou ao meu lado. Abaixei a cabeça sentindo minhas bochechas queimarem — Bella...

O olhei. Edward colocou a mão em meu queixo e foi se aproximando até que seus lábios estavam colados ao meu. Não respirei e tentei não me mexer para não estragar tudo. Segundos depois ele se afastou e eu pude respirar. Ele sorriu e colocou a mão na minha nuca, me puxando para perto e de novo me beijou, mas dessa vez senti a língua de Edward e lhe dei passagem. O beijo era calmo e eu apenas segui o ritmo que ele colocou.

— Bella você pode... ops — Me levantei do sofá vendo minha mãe segurando várias sacolas com a cabeça virada para a direção contrária a nós — Desculpe eu não queria atrapalhar — ela empurrou a porta e correu para cozinha

Ouvi a risada de Edward no sofá, mas eu continuei parada. Meu Deus, que vergonha!

— Acho que chegou minha hora de ir. Falo com você depois?

—Sim. Desculpe por isso eu — Falei o vendo se levantar

—Não precisa pedir desculpas — Ele ria e eu apenas o encarava. Edward colocou o braço em minha cintura e aproximou o rosto do meu — Gostaria de poder fazer isso mais vezes

Com essa eu tive que rir. Me afastei e o acompanhei até a porta. Edward continuava com as mãos em minha cintura e o corpo próximo do meu. Quando chegamos na porta ele me soltou e sorriu. Antes que ele se fosse eu colei nossos lábios rapidamente. Senti minhas bochechas ficarem coradas, mas o sorriso radiante de Edward me fez esquecer tudo.

Fiquei na porta até o carro sumir no fim da rua. Meu coração saltava no peito. Eu me sentia estranhamente feliz e isso me preocupava. Ignorei esses sentimentos estranhos e voltei para casa. Irei encarar dona Renée