Olhei para a mesa de cabeceira ao lado da cama, e lá estava o porta retrato com a última foto dos meus pais vivos. A última que me mandaram antes do acidente.

_ Tá chorando por quê garota chata? - o fantasma ruivo e medonho perguntou.

_ Não estou chorando. Acho que morrer acabou com sua vista. - falei me aconchegando mais na cama.

_ São seus pais? - ele disse, olhei para onde ele estava agora a pouco e ele já não estava mais. _ Onde eles estão? - sua voz vinha do meu lado. Ele estava deitado na minha cama com as mãos atras da cabeça. Seu rosto impassível, sua pele branca. Ele era tão bonito, tinha uns olhos tão profundos.

_ Você que deveria saber. Eles também morreram. - eu disse e ele me olhou profundamente.

_ Sinto muito. Eu não fazia ideia.

_ Sabe, por que você hein? Por que eu não poderia ver meus pais? É deles que eu sinto falta, eles não se despediram de mim. Eles não tinham o direito de morrer. - chorei. Não aguentei mais segurar o que vinha evitando a dias e que só piorou quando esse fantasma lindo e esquisito apareceu em minha vida.

_ Eu não sei Bella. Não sei por que só você me vê. Mas quando eu não estou com você parece que não estou em lugar algum. Fico só. - ele disse terminando a frase quase como um murmurio.

_ Você me chamou de Bella. - foi a última coisa que eu disse antes da inconsciência me dominar.

Acordei com o sol da manhã batendo no meu rosto. Me espreguicei na cama e abri meus olhos muito lentamente. O relógio marcava seis da manhã, ainda faltava alguns minutos antes de ter que me levantar para ir para a escola. Olhei ao redor e Edward não estava. Veio aquele pensamento de que tudo não passou de um sonho besta. Me alegrei com isso. Eu só sonhei.

Levantei e liguei o som em uma das minhas músicas preferidas, há quase um mês não dava um sorriso de verdade, ou escutava música alta. Mas o período de luto tinha que acabar. Meus pais eram pessoas alegres e não iriam querer me ver assim.

Comecei a dançar pelo quarto. Estava me sentindo mais viva. O coração cheio de lembranças boas e felizes. Era a isso que iria me agarrar daqui por diante.

_ Você não dança muito bem. - escutei.

_ Ahhhh! Já não basta está morto, quer me matar também mal agouro?

_ Ofendeu! - ele disse se jogando na minha cama. _ Então o que nós vamos fazer hoje?

_ Você eu não sei, mas eu vou pra escola.

_ Você ficou de me ajudar a descobrir quem eu sou.

_ Aff. Depois da escola nós vemos isso. Agora some que eu vou tomar banho para ir para a escola, e faça o favor de ficar bem longe e não me espionar enquanto tomo banho. Seu tarado!

_ Ah Belinha, só uma espiadinha vai. - ele fez um biquinho. Meu raciocínio falhou um pouquinho nessa hora.

_ Não faça essa cara de cachorro pidão. E some logo, vai, vai, vai! - me tranquei no banheiro sem ver se ele realmente tinha ido.

Que biquinho foi aquele? Ele ficou tão lindo, deu uma vontade de morder... Cala a boca, quer dizer, o pensamento Swan!

Ai Deus!