Pov. Narrador

No dia seguinte, Juliet e Anna estavam com tudo pronto para o outro feitiço: o que faria Klaus voltar a ser humano e desligaria a ligação entre ele e os outros vampiros.

Mas tinha um pequeno problema: elas teriam que parar um coração humano para esse feitiço funcionar. Quem seria essa pessoa?

As bruxas se reuniram com Stefan, Damon, Adam, Matt, Elena e Isabela e lhes contaram sobre essa parte do feitiço. Eles teriam que decidir quem seria o “sacrifício”.

– Que tal eu? – Matt falou.

– Não! – Isabela falou.

– Porque não?

– Eu não vou deixar você morrer!

– Mas elas disseram que depois a pessoa voltaria a viver.

– Mesmo assim.

– Então quem? – Elena perguntou.

– Eu – antes de todo mundo falar “não”, ela continuou – e não adianta dizer “Não”... Eu já me decidi e ninguém vai me fazer mudar de ideia.

– Por mim, tudo bem. – disse Damon.

– Não! Isso é loucura. – Adam falou. – Eu não vou deixar você fazer isso!

– Eu não tenho nada a perder... – Isa olhou para Damon.

– Então está decidido. – Anna falou.

– Nós vamos na frente para preparar tudo. – Juliet se dirigiu a Damon – Damon, vá atrás do Klaus.

Damon assentiu e saiu.

– Por quê? – Stefan perguntou.

– Damon vai hipnotiza-lo a ir à ponte. – Anna respondeu.

– Klaus é um original. Não pode ser hipnotizado.

– Damon recebeu esse poder quando voltou à vida.

– Tem mais alguma coisa que eu não saiba?

– Que eu saiba é só isso. – ela se virou para Juliet e apontou para a porta. – Vamos.

E elas foram embora também.

– Não gostei nem um pouco dessa ideia. – Adam falou para Isabela.

– Tio... Eu te entendo, mas eu preciso que você me entenda também. A pessoa que tem que fazer isso é eu.. Ele matou meus pais, matou Damon... Conseguimos ele de volta, mas ele não é o mesmo. Não quero que ele machuque mais ninguém, muito menos você!

Adam ficou olhando para a Isabela e depois disse:

– Então é isso galera, vamos nos preparar.

Isabela sorriu e o abraçou.

– Matt! Você vem comigo.

Adam estava ensinando Matt a se defender dos vampiros, assim como fez com Isabela, mas como o tempo estava contra eles, ele ensinou apenas o básico. Talvez nem será preciso lutar, se Damon conseguisse hipnotizar Klaus, mas só por precaução.

Isabela e Elena foram para a casa dos Salvatore.

Lá encontraram Juliet e Anna preparando as coisas necessárias para o feitiço. Enquanto isso elas estavam explicando como seria o feitiço.

Damon foi à casa abandonada onde Klaus manteve Isabela em cativeiro.

Klaus apareceu do lado de fora da casa.

– Como me achou? – ele perguntou.

– Tenho os meus contatos. – Damon falou.

– Não foi uma boa ideia você ter vindo aqui... Ou talvez foi... – Klaus disse se aproximando.

Stefan chegou e Klaus “voou” para cima de Damon, ameaçando-o.

“Era isso mesmo que eu queria que você fizesse otário”, Damon pensou.

Quando Stefan ia ajudar, Damon se virou para Klaus e o hipnotizou.

Todos foram até a ponte e ficaram à espera de Damon com Klaus.

Não demorou muito para chegarem. Klaus estava vindo com Damon e Stefan, acorrentado.

– Podem começar, bruxinhas. – Damon falou com Juliet e Anna.

Eles posicionaram Klaus e Isabela no centro.

– Me soltem agora! – Klaus gritou.

– Senão o quê? – Adam falou.

– Vou matar todos vocês! – ele estava espumando de raiva.

– Vou esperar. – Adam deu uma pausa e continuou – Comecem.

Juliet e Anna deram as mãos e começaram o feitiço.

Quanto mais elas falavam, mais as chamas aumentavam e se espalhavam. De uma hora pra outra, as chamas se apagaram e começou a ventar muito forte.

– O que tá acontecendo? – perguntou Elena.

– É a natureza entrando em equilíbrio. – Stefan respondeu.

– Como assim? – Matt perguntou.

– Quando a Esther transformou os filhos em vampiros, a natureza entrou em desequilíbrio. Agora que Klaus vai voltar a ser humano, a natureza vai entrar em equilíbrio, parcialmente, porque ainda vamos continuar vampiros.

– São os elementos da natureza! – Adam falou um pouco mais alto, por causa do vento não estava dando para ouvir direito. – Já passou o fogo e o ar...

Depois da ventania, veio uma chuva muito forte e com isso, o a terra se abriu embaixo deles.

– Ai meu Deus! – Isabela gritou.

Depois a chuva foi parando lentamente. Só ficou um sereno.

Ao longo do feitiço Klaus agonizava cada vez mais no chão. Restava apenas uma coisa...

– Chegou a hora. – disse Anna. – Você está pronta Isabela?

– Sim. – ela disse com convicção.

Ela se deitou e o outro feitiço começou.

Juliet e Anna colocaram a mão sobre o peito de Isabela, o coração dela foi parando aos poucos e Klaus voltava a ser humano.

Quando o coração dela parou, Klaus gritou:

– O que vocês estão fazendo com ela?

Todos ficaram sem entender.

Ele ficou paralisado, caiu de joelhos e umas veias apareceram não só no rosto, mas no corpo todo. E desmaiou.

Juliet foi fazer o feitiço para trazer Isabela de volta. Seu esforço foi tão grande que seu nariz começou a sangrar e foi ficando fraca. Mas mesmo assim o feitiço não funcionou.

– Não... Não! – ela falou – Isso não pode estar acontecendo...

– O que foi Juliet? – Adam perguntou.

– Não funcionou! – ela começou a chorar.

– O que? – Matt e Elena falaram juntos.

Damon ficou olhando para Isabela e começou a se lembrar das coisas. Seu olhar estava fixado nela e sua expressão era de tristeza.

Damon foi correndo até ela, chorando, e a abraçou.

– Eu estou aqui, meu amor... – ele falou em meio às lágrimas.

Adam correu também e tentou acordá-la. Sem sucesso.

– Fique longe dela! – Adam falou para Damon. E se virou para Juliet – Juliet, faça alguma coisa!

Mas ela está tão fraca que não consegue ficar de pé, e a Anna não pode fazer esse feitiço.

Então Damon ouviu uma voz. Era Esther.

“Damon, você ainda pode salvá-la.”

– Como? – ele falou com o espírito.

“Do mesmo jeito que você tem o poder de hipnotizar um original, seu sangue pode ‘curar’ a morte.”, e desapareceu.

Quando ele vai dar o sangue para a Isabela, Adam o impede de chegar perto dela.

– Eu sei o que estou fazendo... Por favor, me deixe tentar salvá-la.

Adam deu um espaço para Damon e ele colocou Isabela com a cabeça em seu colo. Ele cortou seu pulso com os próprios dentes, e o colocou na boca de Isabela, fazendo o sangue entrar por sua garganta.

Damon a pegou no colo e disse:

– Levem Klaus para a mansão... Eu ainda tenho que acertar as contas com ele. – e levou Isabela para a casa.

Ele a deitou na cama e ficou ali com ela por horas.

– Hey Isa, acorde... Por favor. – ele falou. – Me perdoe. Por minha causa, Klaus provocou aquele acidente, te sequestrou... E agora você está aí... Morreu por minha causa também.

Quando todos achavam que não havia mais esperança de ela acordar... Ela o fez.

Damon não percebeu e continuou.

– Eu juro que se você acordar, eu saio dessa cidade, e você nunca mais vai ter que me ver...

– Faça isso que eu te mato. – Isabela falou fraca.

Damon riu.

– Não acredito que funcionou... – ele estava rindo de felicidade.

Isabela tentou se levantar, mas Damon não deixou.

– Você tem que ficar aqui, deitada.

– Mas e o meu tio? E a Juliet?

– Eu os chamo.

Damon desceu e viu Adam e os amigos de Isabela.

– E aí? – perguntou Elena assim que viu Damon. Depois todos se voltaram para ele.

– Ela... Acordou.

No mesmo instante, Adam saiu correndo na frente de todo mundo, ansioso para ver a sobrinha.

Chegou no quarto e a viu deitada.

– Belinha! – ele correu para abraça-la.

– Oi tio – ela falou.

Todos entraram no quarto.

– Como está se sentindo? – perguntou Matt.

– Estou ótima. Obrigada.

– Estou tão feliz que você tenha acordado – falou Juliet. – Eu sinto muito por não ter conseguido fazer o feitiço. Eu estava muito fraca e...

– Não precisa se desculpar Ju... – as duas se abraçaram também.

– Stef... – Isa chamou – cadê o Damon?

Todos olharam em volta e Damon não estava ali.

– Mas ele estava aqui agora mesmo... – Matt falou.

– Klaus! – Stefan falou – Eu tenho que ir.

– Ei Stefan! – Isabela gritou, mas ele não ouviu. Ela se voltou para o tio e falou – tio, eu preciso ir.

– Mas você está muito fraca ainda...

– Não temos tempo, preciso que me leve até a casa dos Salvatore! – ela deu uma pausa e continuou – Por favor...

– Tudo bem. Venha – ele a ajudou a levantar e a levou para o carro.

Algum tempo depois eles chegaram na mansão e Isabela entrou o mais rápido que podia.

– Stefan! – ela gritou – Damon! Cadê vocês?

Ninguém respondeu. Ela foi até o porão e lá estavam eles.

Stefan com os braços cruzados encostado na parede e Damon com uma lâmina na mão, pronto para matar Klaus, que aos poucos ia se afastando de Damon, tentando fugir, mas dali ele não ia sair. Pelo menos não ia sair vivo.

– Damon! – Isabela chamou através da porta que tinha umas grades em cima que dava para ver o que estava acontecendo. – Abra, por favor.

– Adam, leve-a daqui. – Damon falou ainda de costas para a porta.

– Não. – Isabela falou. – Eu preciso fazer isso!

Damon se virou.

– O quê? – ele falou.

– Me deixe mata-lo. É o mínimo que eu posso fazer... – ela parou e continuou – ele arruinou minha vida!

Damon ficou pensativo, mas acabou abrindo a porta e deixando Isabela e Adam entrarem.

– Me dê – ela apontou para a faca na mão de Damon.

Ele a entregou e ela se virou para Klaus.

– Chegou a sua vez de sofrer... – ela falou se aproximando cada vez mais dele – Isso é por você ter matado os meus pais. E quase me matado. Também por ter me sequestrado. Por transformar Elena em vampira. E por ter matado Damon.

Quando ela ia enfiar a faca no peito de Klaus, ele a interrompeu.

– Não faça isso, Isabela... – ele falou com os olhos cheios d’água.

– Por quê? – ela perguntou – Hein? Depois de tudo o que você me fez...

Klaus baixou a cabeça. Era triste saber que a garota que ele ama o odeia.

– Não vai falar nada? – ela falou. – Por quê?

– Por que eu te amo. – ele falou baixo.

– O quê?

– Faça isso logo Isabela. – Damon falou.

– Espere. – ela se virou para ele, depois para Klaus. – O quê você disse?

– Nada. – ele disse, tentando disfarçar, depois ficou nervoso – O que está esperando? Me mata de uma vez! Ou quer que eu implore? Prefiro morrer a ter que viver mais um minuto como um mortal.

“Mas antes de mais nada, só quero que saiba: eu não me arrependo de NADA que eu já fiz.”

Depois que ele falou isso, Isabela não resistiu ao impulso de bater nele.

– Quer saber, Klaus? – ela falou brava – Você merece morrer... Mas mata-lo seria um favor que eu estaria fazendo pra você. Em vez disso, você vai continuar assim... Um humano. A coisa que você mais odeia nesse mundo! Vai viver totalmente sozinho... Sem família, sem amigos, sem amor... E vai morrer aos poucos, porque é isso que você merece. Uma morte rápida não seria suficiente para você depois de tudo o que fez.

Ela se virou de costas para ele, indo embora. Antes de chegar à porta do porão, ele falou com Klaus:

– Ah, Klaus! – ela chamou – Só mais uma coisa. Agora que você é humano e tudo mais... Tome cuidado.

– Por que está me falando isso? – ele perguntou.

– Porque quando souberem que você não é mais um imortal, todas as pessoas que você já causou mal nesse mundo vão vir atrás de você à procura de vingança.

Ele olhou para ela com raiva.

– Tenha uma boa vida, Klaus... – ela se virou de novo e todos saíram. – Enquanto ela durar. – Então fechou a porta.