Todos dizem que sou uma menina estupida. Sempre acreditei neles, costumo muitas vezes agir por impulso. Isso não está certo, mas tudo bem. Hoje em dia, eu tenho alguns amigos que, sinceramente, eu não consigo ver minha vida sem o apoio deles. Vamos começar desde quando eu os conheci, assim fica tudo mais fácil de entender tudo o que passamos. 

Eu moro no Colorado, um estado dos Estados Unidos. No sexto ano do ensino fundamental, eu fui para minha atual escola. Uma escola muito grande pública. Eu sempre tinha estudado em escola particular até esse momento. Tudo estava perfeito para eu ir pra escola. Não tinha como dar nada errado, mas deu. 

Logo na primeira aula, a professora de ciências perguntou meu nome. E quando eu fui responder, minha voz não saiu. Quero dizer, saiu, mas baixa demais. Repeti quatro vezes. Até que a professora disse:

-Querida, você não está mais na antiga e perfeita escola particular. Sua vida de princesa acabou. Aqui você pode gritar. - Ela disse isso gritando comigo. 

Fiquei em silencio por um tempo. Ai criei coragem e gritei:

- Meu nome é Laura Smith, senhora. 

-Isso. Da próxima vez sem o senhora, não sou sua velha pra me chamar assim. Você pode me chamar de Rose. 

Depois disso, algumas pessoas ficaram cochichando coisas medíocres sobre mim. Na hora do intervalo, duas meninas passaram por mim em silencio. Atrás de mim, elas disseram:

-Aquela ali é a princesinha novata? -Disse isso rindo.

-Aquela mesmo. - Disse a outra menina com uma cara de nojo.

-Acho que temos mais uma pessoa pra mostrar como é a vida real. Preparada, amiga?

-Sempre.

E ficaram rindo por alguns minutos. Depois disso três outros alunos da minha sala vieram falar comigo:

-Laura? -Uma menina falou com um certo medo.

-Hey, sou eu. - Respondi o mais simpático que consegui. 

-Quero que nos conheça. Eu sou a Angeline, esse é o Christopher e esse é o John. -Falou essa direcionando o dedo para os amigos. 

-Ah, muito prazer conhecer vocês. -Respondi  

-Bem, nos não somos muito popular aqui, mas pode contar com a gente pra qualquer coisa, tudo bem? - Desse o menino chamado Christopher. 

-Tudo bem. Posso comer na mesa de vocês?- Perguntei.

-Achei que nunca fosse perguntar! - Disse o John rindo.

Essa foi nossa primeira conversa. Me lembro como se estivesse vivendo esse momento de novo enquanto escrevo. A nossa inocência que aos poucos as pessoas foram roubando de nos até que viemos parar no ensino médio. Está acabando a época da escola, mas ainda há muito o que fazer, muito do que sorrir, mas também, muito do que chorar. Meus amigos e eu fazemos parte de um grupo da escola muito conhecido como Excluídos. Eles nos julgam da seguinte maneira: John é chamado de "O doente", Angeline é "A negra", eu sou "A princesinha" e o Chris é "O viado". Apesar de todos nos odiarem lá, nós seguimos em frente na esperança de conquistar um futuro promissor, já que o presente não está sendo um dos melhores.