Assim que eu, Belle e Dan saímos da aula, eles falaram que iriam me apresentar a escola, pois como sou nova vai ser muito fácil para eu me perder.  Dan falou que esse horário era o melhor pois ainda não avia tocado o sinal para o fim das aulas e de acordo com ele, quando tocava o sinal só dava para ver uma multidão de adolescentes.

   Hoje nosso ultimo horário de aula é livre, por isso eles tiveram essa brilhante idéia de fazer um 'tour' pela escola. Depois disso nos vamos almoçar.

   Belle me mostrou o auditório, os banheiros e o pátio. Ela disse que agora estávamos indo em direção à biblioteca.

Quando chegamos lá, tinham três pessoas em pé, uma senhora de cabelos brancos encaracolados com um vestido e um sorriso enorme, um homem de terno vinho com uma bola azul brilhante em baixo do blazer, com óculos escuro e um sorriso irônico e um rapaz de cabelos negros curtos penteados para trás mas com alguns fios sobre a face, este vestia camiseta verde e jeans escuros e estava com um semblante irritado.

   Quando Dan viu o cara de blazer, ele ficou paralisado.

   -Eu não acredito- ele diz- é o Tony Stark!!

   -Não brinca- Belle diz -vamos lá pedir um autografo Pra ele!!

   -Perai - eu falo - de quem vocês estão falando?

   -Você não sabe quem é o Tony Stark? - eles gritam.

   -Hm perai, é aquele que a 5 anos atras salvou NY com outros carinhas estranhos? - eu pergunto.

   -Carinhas estranhos.... Aqueles são Os Vingadores!!!!-grita Dan.

   -tatá- eu falo- tanto faz.

    Dan e Belle praticamente me arrastaram até o Tony Stark. 

   -O que tu estas fazendo aqui?- pergunta o rapaz de verde.

   -Eu to fazendo o meu trabalho-responde Tony- que é manter as pessoas seguras de você. Agora pegues logo o livro que procuras e suma daqui antes que eu vista a armadura, rena.

   Estranho, do jeito que o rapaz de verde foi tratado dá a entender que ele é tipo um vilão. Dan e Belle vão em direção à Tony Stark e pedem um autografo dele, o cara como um bom cidadão da o autografo. Enquanto isso o rapaz entrou na biblioteca, pegou um livro qualquer e saiu. Quando ele saiu ele acabou esbarrando em mim e isso não foi uma experiência muito agradável pois no momento em que ele encostou em mim, ele olhou Pra mim e me fulminou com o olhar. Foi nessa hora que eu percebi que seus olhos eram verdes, lindos olhos verdes mas que aparentavam carregar muitos sentimentos. Quando o rapaz percebeu que eu estava encarando ele,

ele perguntou:

   - Porque estas me encarando? - ele perguntou seco e friamente.

   - Ãh? Ah! nada! - eu respondi rapidamente.

   - hm, humana tola. - ele disse e saiu andando.

   -Ei! - eu gritei, corri direção dele e segurei seu braço - do que você me cham...

   Não consegui completar a frase pois o sinal bateu, uma multidão de adolescentes saiu de suas classe  e começaram a ir ao refeitório, nesse tempo o rapaz se soltou e foi para algum lugar. Eu já não avistava mais os meus amigos e estava sendo levada pela multidão, eu acabei ficando desesperada. Eu tentava sair da multidão mas eu não conseguia, até que eu vi uma porta entreaberta. No desespero eu fui empurrando todo mundo até chegar na porta, só que quando eu cheguei lá alguém me empurrou ou esbarrou em mim, não sei, só sei que eu cai, tudo caiu, minha mochila, meus caderno, minhas folhas e eu, foi um barulho enorme mas parece que ninguém ouviu. 

   Eu levantei rapidamente, juntei minhas coisas e fechei a porta, estava com medo que aquelas pessoas entrassem aonde eu estava. Depois de fechar a porta eu fui ver aonde eu estava, um lugar com cadeiras confortáveis e todas estavam alinhadas, só tinha um corredor no meio que separava as duas colunas de cadeiras. O lugar era muito mais bonito do que qualquer sala da escola. Eu fui olhando tudo até que meus olhos encontraram o objeto mais lindo daquela sala (que eu descobri ser o auditório), um piano, um piano de cauda, um lindo piano preto de cauda. Eu sei que eu repeti demais a palavra 'piano', mas é que amo piano, principalmente tocar nele. Mas tem um problema, eu tenho que almoçar agora. Eu andei até a porta e quando eu fui abrir ela....adivinha, estava TRANCADA!!! O tempo que eu fiquei observando a sala, alguém foi pelo lado de fora e trancou a mesma. Se eu estava desesperada lá na multidão, agora eu estou quase chorando! trancada em uma sala, sozinha com fome e um...PIANO!! 

   Já que não tem nada Pra fazer, então eu  vou tocar piano. Eu sei muitas músicas de  cor, ou seja eu decorei muitas musicas, mas a que eu mais gosto de tocar é Memory. 

   Eu me posiciono no piano mas antes de começar a tocar eu escuto um barulho vindo do fundo do auditório, eu olho para trás mas não vejo nada, acho que é só a minha imaginação. Então começo a tocar.

   Quando eu toco, eu gosto de fechar meus olhos e deixar minha imaginação fluir. Quando eu toco Memory é a mesma coisa.

  Na primeira parte de música, eu me imagino em um gramado, tocando em um piano de cauda branco, com as árvores nos cercando, o clima esta ensolarado com uma leve brisa. Na segunda parte da música, parece que começa uma tempestade, o clima fecha, o vento balança violentamente as árvores de um lado para o outro, começa a chover. 

   Depois começa a primeira parte de novo, mas dessa vez, minha imaginação me pregou uma peça. Eu lembrei da manhã que tive com Belle e Dan, foi uma manhã maravilha,depois lembrei do almoço, que nós rimos muito, depois lembrei do"tour" que Dan foi fazendo gracinhas. Na segunda parte eu lembrei de quando eu esbarrei com o rapaz de verde, dos seus olhos que expressavam algum tipo de conflito interno, depois lembrei das poucas palavras que trocamos, depois da multidão e por fim do meu desespero. 

   No final a música volta a seu ritmo normal, e uma coisa estranha aconteceu, na minha mente, não veio imagem nenhuma, eu achei estranho mas depois do ultimo acorde eu esqueci daquele pequeno detalhe, pois é tão bom tocar, eu me sinto muito mais feliz, me sinto em paz, quando eu toco.

   -Ei!

   Eu Fiquei paralisada.

   -Humana!

   Realmente tinha alguém aqui no auditório?

   -Inútil...

   O ser que estava falando andou ate os degraus do palco e parou, aonde ele estava batia um pouco da luz que passava pelas cortinas da janela. 

   -Onde tu aprendestes tocar desta maneira?

   Não tinha duvida, aquilo confirma minha suspeita.

   Aqueles Olhos Verdes.