- Só quero te dar um conselho...

- E qual é?

- Fique longe de Eustass Kid... Scarlet D. Nami...

- Como sabe meu nome...?

- Quem não saberia o nome... Da última bruxa da família D?

- Não sou uma bruxa.

- Ah, sim, sim, conheço a história. A única bruxa que nasceu sem magia. Você tem sorte da família Scarlet ter sido dizimada, pois seria um desgosto para eles se soubessem que a filha de Bellemere, uma das mais poderosas bruxas, não possui nem uma centelha de magia...

- Cale a boca, infeliz, e me diga logo quem é você... – Nami resmungou com raiva, trincando os dentes.

- Não é que a gatinha tem garras? – Debochou – Não vou te contar, Nami-chan... Não ainda... – Começou a tomar seu rumo inicial novamente.

- Espere.

- Sim?

- Por que me disse para ficar longe de Kid?

- Porque existe uma história que você ainda não conhece, Scarlet. E ele está envolvido até a garganta e pode te envolver também.

- Por que se preocupa?

-... Porque jurei à sua mãe que a protegeria, mesmo sendo fruto do homem que a roubou de mim...

-... Você...

- Até mais ver, Nami-chan! – Andou mais rápido e em poucos segundos já havia desaparecido. Nami ficou ali parada por mais um tempo, refletindo, até um moreno com sardas no rosto chegar.

- Nami-chan? – Ace chamou a garota, um tanto preocupado pela feição assustada dela – Está tudo bem?

- Hã? Ace...? – A ruiva piscou algumas vezes antes de sorrir forçadamente – Sim, está tudo bem... Só estou um pouco cansada e preocupada com as contas...

- Você está pálida... Tem certeza de que está tudo bem?

- Sim, sim, eu estou bem... Só preciso ir pra casa descansar...

- Quer que eu te acompanhe?

- Não precisa, estou perfeitamente bem. – E sorriu de novo, ainda forçado.

- Não me convenceu. – Pegou a mão dela e começou a puxá-la para fora da festa – Vem comigo!

- Ace?!

Ace puxou Nami até a saída da Prefeitura. A noite estava um tanto fria e uma suave brisa bailava, graciosa, por entre árvores e estrelas. O moreno a puxou até perto de uma árvore. A ruiva queria entender os motivos dele, mas tinha outra coisa a incomodando. A aura assassina de um vampiro ruivo. Oh, Roger...

- E então, o que tá te incomodando?

- Eu não consigo te enganar, né? – Suspirou – Mas não sei se posso contar...

- Nami-chan, qual meu nome?

- Hã? Que raio de pergunta é essa?

- Qual meu nome?

- Portgas D Ace. Por quê?

- Qual o seu?

- Não toque nele... Não agora, não aqui. Mas o que tem?

- Nós somos da mesma família. Eu sei seus segredos e você sabe os meus. Agora pode falar! Desembucha!

- Nii-san, não posso te contar agora... Por favor, não insista...

- Você é mesmo teimosa. – Ace a trouxe para um abraço – Tudo bem, não precisa me contar se é assim tão cabeludo... Saiba que quando estiver pronta, sou todo ouvidos...

- E sardas.

- Ei! – Os dois riram.

- Melhor eu ir, não tenho ânimo para mais nada... – Ela disse e se soltou dos braços do amigo.

- Tem certeza de que pode ir sozinha?

- Ace, eu não estou sozinha. – Sorriu matreira, e o moreno não entendeu.

- Mais um de seus mistérios?

- Pode apostar. – Começou a fazer o caminho de casa – Bye, bye, Nii-san!