Indevorável escrita por Katheriiine


Capítulo 25
Capítulo 25




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– Tif? Vamos, acorde!

Eu olhei para cima e encontrei os olhos de Paul. Eu não sei como, mas eu havia caído no sono no colo de Linda, que também havia caído no sono.

– Que horas são? - eu perguntei ainda meio groge por causa do sono.

– Um pouco mais de 20h... Me desculpe por ter te acordado, mas acho que você deveria alimentar o seu cachorro, por que ele está começando a me olhar de um jeito estranho.

– Onde ele está?

– Na minha casa, eu o levei até lá hoje depois do... - quando eu desviei meus olhos do dele a voz dele morreu. - Enfim, eu só achei que depois de tudo o que aconteceu você não deveria dormir na sua casa sozinha... Então, se você quiser, você pode ir dormir na minha, tem um quarto extra lá. E você não precisa se preocupar com a minha mãe. Aliás, foi ela quem sugeriu isso.

Eu pensei naquilo por um tempo. Eu definitivamente não queria voltar para a minha cabana, não sem o Jack. E eu precisava muito de uma noite de sono para conseguir colocar meus pensamentos em ordem.

– Está certo, eu vou dormir em sua cabana hoje. - eu tentei sorrir para ele, mas eu não consegui.

Nós deixamos Linda na cabana dela e depois fomos em direção a de Paul. Para a minha surpresa, sua mãe nós aguardava com uma lasanha já pronta. Eu não havia percebido que está com tanta fome até que o cheiro dela encheu os meus sentidos. Assim como os de ET que estava devorando uma tigela imensa.

– Tiffany, que bom que você decidiu ficar conosco! Venha, eu vou servir a jantar para vocês.

Eu lancei um olhar questionador para Paul, mas ele apenas deu de ombros.

– Obrigada por me receber, Senhora. - eu disse e o desconforto tingiu meu tom.

– Não precisa me agradecer, querida. E me chame de Marie, por favor.

Eu apenas lancei um sorriso triste em sua direção e comecei a comer. Eu nem me preocupe com a possibilidade de ter veneno na comida, eu estava faminta demais para me preocupar com isso. Nós passamos o resto do jantar, fazendo um ou outro comentário sobre o tempo e como os próximos dias iam ser ensolarados, nós três evitando falar sobre a batalha. Quando nós terminamos o jantar, Paul levou eu e ET até o nosso quarto.

– Tiffany.... - ele disse quando nós chegamos. - Eu sinto muito, pelo que aconteceu com o Jack.

– Está tudo bem. - eu respondi, mas por minha voz dava para perceber que não estava tudo bem.

– Não, não está. E eu sei o que você vai dizer que não foi culpa minha, mas foi. Eu só pensei que seria o certo a se fazer, tirar ele do caminho da bala, mas...

– Eu sei, Paul. - eu o interrompi antes que eu começasse a chorar. - Você fez a coisa certa. Será que poderíamos conversa mais amanhã? Eu estou muito cansada...

– Claro. Boa Noite.

Eu o esperei fechar a porta do quarto, mas antes de ir ele me abraçou forte e então seguiu para seu quarto. Quando eu virei, ET estava deitado na cama e me observava com uns olhinhos tristes, como se ele entendesse tudo o que estava acontecendo. E de repente foi demais para mim. Eu me deitei na cama ao seu lado, comecei a acariciar seu pelo, deixando as lágrimas escorrerem livres pelo meu rosto. Eu achava que eu estava perdida antes, mas não era nada comparado a agora. Era demais para mim ter que lidar com o fato de que meu melhor amigo era um traidor, meus pais eram uns robôs do mal e que Jack... Eu não conseguia nem pensar. Era impossível acreditar que ele estivesse morto, mas ele havia prometido que tudo ficaria bem e agora aqui estou eu sozinha, sem ter para onde ir, sem fazer ideia do que fazer e sentindo como se tudo o que eu tenho foi arrancado de mim. Eu estou vazia.

Eu chorei até a hora que eu finalmente cai no sono. Mas, no que para mim pareciam ser minutos depois, eu escutei um barulho no meu quarto. Quando eu abri meus olhos eu pude ver que a mãe de Paul estava parada no meio do quarto. Eu me levantei em um salto e coloquei a maior distância possível entre nós duas.

– O que você está fazendo aqui? - eu perguntei.

– Eu não vim aqui para matá-la, se é isso que você está pensando. - disse ela. - Nós precisamos conversar.

– Sobre o que?

– Sobre o Jack.

– Ok, se você está tentando chamar minha atenção, você conseguiu. Você consegue ver o futuro dele?

Ela pareceu um pouco surpresa por eu saber quais eram seus poderes.

– Não.

– O que isso quer dizer então? Quero dizer, ele está...

– Eu não sei... Eu não consigo ver o futuro de quem morreu ou abraçou a escuridão. Mas... Tem algo que você precisa saber. Essa tarde eu tive uma visão... Mas como uma sensação... Independente do que houve com ele, Tiffany, você pode salvá-lo. Eu sei que você provavelmente não confia em mim, mas eu também nunca lhe dei motivos para desconfiar de mim. Até por que eu mentiria sobre algo desse tipo?

– O que eu posso fazer para ajudá-lo? - eu perguntei ignorando sua afirmação.

– Eu não sei... Talvez algum poder seu que você não descobriu... Me desculpe, mas eu não posso te ajudar mais do que isso.

E então ela saiu e me deixou sozinha com ET.

Na manhã seguinte eu acordei tarde, mas encontrei o café já pronto na mesa. Eu não gostava do jeito que a mãe de Paul me olhava ou de suas afirmações misteriosas, mas uma coisa eu tinha que admitir, a comida dela era maravilhosa. E pelo jeito que ET estava devorando a comida na sua tigela, ele também concordava.

– Bom dia, Tiffany! Dormiu bem? - perguntou Paul.

– Sim. E obrigada mais uma vez pela hospitalidade de vocês.

– Não há de que. - respondeu a mãe de Paul. - Se quiser permanecer aqui conosco, você será muito bem-vinda.

– Obrigada, mas eu preciso encontrar Elijah...

– Você quer que eu vá com você? - perguntou Paul.

– Não, preciso conversar com ele sozinha. Mas obrigada mais uma vez por tudo.

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Quando eu cheguei no escritório de Elijah, ele felizmente estava sozinho. Eu não estava preparada para receber mais olhares de ódio e pena, que foi só o que eu recebi no caminho até aqui.

– Elijah, posso entrar? - eu perguntei.

– Claro, Tiffany. - ele me lançou aquele olhar de eu-posso-ver-através-do-seu-sutiã por segundos. - Como você está?

– Acho que você sabe melhor do que eu, já que você pode ver. Minha áurea está escura, não é?

– Sim.

Eu suspirei. Elijah veio em minha direção e colocou a mão em meu ombro.

– Ele vem até nós em um dia, Elijah. O que nós vamos fazer?

– Lutar novamente. Mais comunidades estão chegando e provavelmente os anjos vão se juntar a nós. É a única escolha que nós temos, continuar lutando até que finalmente possamos vencer Ares. - Elijah virou para que pudesse olhar fundo em meus olhos. - Tiffany, eu posso confiar em você? Você me promete não tomar nenhuma atitude precipitada?

– Eu prometo. - eu disse. E eu estava sendo sincera. Tudo o que aconteceu com Jack e meus pais só me fez ter uma certeza: Eu vou destruir Ares. Eu vou matá-lo e a todos que ficarem em meu caminho. Mas eu não posso fazer isso sozinha, eu preciso de Elijah e de toda ajuda que eu puder conseguir.


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Notas finais do capítulo

Gente, preciso muito da sugestão de vocês para continuar a historia! Por favor, deixem suas sugestões nós comentarios e façam uma escritora feliz ;)



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