Indevorável escrita por Katheriiine


Capítulo 12
Capítulo 12




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Eram vozes. Várias vozes, vindo de todas as direções. Eu nem precisei acordar Jack, pois de repente ele estava de pé em um pulo. Ele praticamente correu em direção a janela para tentar ver o que era e eu o segui. E o que eu vi não era nada bom. Praticamente toda a comunidade estava vindo em nossa direção, gritando coisas que eu ainda não conseguia ouvir. O que me chamou ainda mais atenção é que todos falavam em sincronia, gritavam em sincronia.

– E então - eu disse, minha voz tremendo -, era isso que você quis dizer com "para eles não controlarem sua mente durante o seu sono"? Para mim, de repente tomar aqueles vidrinhos se tornou a coisa mais importante do mundo.

– Sim. Eles vão tentar invadir a casa. Precisamos impedi-los.

– Como? Se nós pedirmos, eu tenho a impressão de que eles não vão nos ouvir.

Jack se levantou e começou a puxar a cama, eu fui lhe ajudar. Nós conseguimos colocá-la em frente a porta. É, por aqui eles não entram. Mas ainda faltava a janela. Jack pareceu ler meus pensamentos e logo começou a tentar afastar o armário, sendo que este estava colado na parede e não havia mais nada que pudesse colocar em frente a janela para impedir que eles invadissem.

– Droga. E agora? - eu perguntei.

– E agora prepare-se para machucar quem se colocar em seu caminho.

Eu engoli minha saliva. Eu não fazia ideia de como faria isso, machucar alguém, quero dizer. Eu nunca participei daquelas aulas de luta loucas de Educação Física por que eu nunca fiz muito o tipo Atleta. Eu preferia ficar escondida em algum lugar lendo um bom livro. Mas agora, elas seriam extremamente úteis.

Lá fora, eu comecei a entender o que as pessoas estavam falando.

– Dia ou noite, você não vai poder sair daqui. Nós vamos lhe pegar. - eles gritavam. Um arrepio atravessou o meu corpo. - Venha conosco agora. Junte-se a nós por sua própria vontade ou todos vão pagar.

– Isso não é bom. - eu disse virando para Jack.

– Não, nenhum pouco.

– O que você acha que eles querem dizer com "todos vão pagar"?

– Eu não sei, mas não ouse sair daqui. Seja o que for que eles estejam planejando, vai ser bem pior se eles conseguirem colocar as mãos em você.

Eu torci o meu nariz. Se Jack estava tentando me assustar, alguém devia dar um prêmio a ele. As pessoas estavam mais próximas e agora batiam nas paredes. Algumas se lançavam contra a janela, outras contra a porta, fazendo a cama tremer. Jack se colocou em minha frente, me empurrando para que eu ficasse o mais longe possível da porta e da janela. Provavelmente ele tinha o mesmo pensamento que eu: a janela não vai aguentar por muito tempo. E foi dito e feito, pois segundos depois a janela quebrou é cacos de vidros se espalharam ao nosso redor. Uma mulher pegou uma criança e a enfiou pelo buraco que havia sido aberto na janela. Meu coração parou por um momento, temendo que a criança se machucasse. Eu logo as reconheci, era a mulher que haviam colocado a menina para trás dela quando nós passamos por elas hoje cedo. Assim que conseguiu passar pelo buraco a criança veio em nossa direção, apontando um dedo para mim e dizendo:

– Dia ou noite, você não poder sair daqui. Nós vamos lhe pegar. Venha conosco agora. Junte-se a nós por sua própria vontade ou todos vão pagar.

Quando ela chegou mais perto de nós, eu senti o corpo de Jack ficar tenso, pronto para atacá-la.

– Não! - disse eu, segurando o seu braço. - Jack, não a machuque!

Mas ele não me ouviu e se lançou sobre ela, colocando o braço ao redor do seu pescoço. A criança começou a ficar roxa, lutando contra o aperto de Jack e então parou, seu corpo inconsciente.

– Ah não! - eu comecei a gritar e havia lágrimas em meus olhos. - Você a matou!

– Mas é claro que não, ela só está inconsciente. - ele disse e eu relaxei um pouco, mas só um pouco, pois o buraco na janela agora estava maior e mais pessoas estavam tentando passar.

E conseguindo. Haviam três adultos agora em pé na nossa frente, todos agindo da mesma forma que a garotinha, vindo em nossa direção com o dedo apontado e as mesmas palavras. Dessa vez Jack não deixou que eles se aproximassem muito e se lançou contra eles. Ele até estava se saindo bem, mas havia mais deles passando pela janela. Dois deles, dois homens, conseguiram passar pelo bloqueio de Jack e vinheram em minha direção. Um deles agarrou o meu braço e me puxou em direção a porta, enquanto o outro tirava a cama do caminho.

– Jack! - eu gritei. Mas não havia muito que ele pudesse fazer. Ele estava imobilizado, quatro homens o segurando. Ele tentou usar o seu poder, mas as pessoas mal pareciam sentir as queimaduras e continuavam o segurando como se nada estivesse acontecendo.

Eu tentei me afastar da mão que me segurava, mas o aperto se tornou ainda mais forte. Eu então levantei minha mão livre em sua direção e tentei me concentrar. "Raios, eu realmente preciso de vocês agora!" Eu pensei, as palavras ecoando em minha mente, enquanto a urgência se tornava cada vez maior. Foi quando, finalmente, um raio de luz saiu de minha mão e atingiu o homem. Ele me soltou e eu caí, enquanto o homem foi jogado do outro lado da sala. Ele se levantou e piscou os olhos algumas vezes, como se tivesse acabado de sair de um sonho. Vendo a confusão ao seu redor, ele perguntou:

– O que está acontecendo?

Mas eu não tive tempo de responder, por que o outro homem havia finalmente tirado a cama do caminho e vinha em minha direção. Dessa vez, eu conseguir soltar o raio contra ele sem grandes dificuldades. Yeah, eu estava pegando o jeito dessa coisa. Eu ouvi um barulho e então pude ver a porta caindo no chão e dezenas de pessoas entrando na sala, todos elas vindo em minha direção.

Eu gritei e tentei me afastar delas, mas eles já estavam me colocando de pé e me puxando em direção a saída.

Tudo estava um caos. Eu gritava, tentando me afastar deles o suficiente para que eu pudesse lançar um raio em alguém. Os dois homens recém-acordados tentaram me ajudar, mas eles logo foram imobilizados, assim como Jack. Quando eles conseguiram me tirar da casa, meu desespero chegou a escalas globais. Eu me debatia desesperadamente, tentando de qualquer maneira me livrar daquelas mãos. A quietude do céu estrelado não parecia combinar com o meu medo, que estava cada vez maior. Foi então que algo explodiu dentro de mim e eu caí desacordada na escuridão.


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Notas finais do capítulo

Olá!!! Desculpem a demora para postar :s mas aí está! Capítulo novinho saído do forno agora! Não deixem a história morrer, continuem comentando ! Beeijos ;*



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