O Ressurgir escrita por Kas Blume, Mary SB Ackles


Capítulo 4
O Convite


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora queridos.
Os próximos capítulos trará muitas surpresas.



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–Hoje vamos entrevistar um dos maiores responsáveis da revolução de Panem. - Ele ainda tem aquele engraçado sotaque da Capital, só que agora é ainda mais fingido.

Mas algo me fez pensar, quem seria esse outro responsável pela revolução. Eu fico em choque, outra vez no dia. Lá estava ele, cabelo escuro e liso, olhos acinzentados com um olhar cansado e pele cor de oliva agora mais flácida e com rugas. Há anos eu não o vejo.

–Gale Hawthorne! – Caesar anuncia.

Ouço um leve barulho atrás de mim e quando me viro, vejo Peeta olhando para e televisão e logo depois para mim com uma expressão preocupada e ate um pouco fria no rosto.

***

Depois que soube que Gale foi morar no distrito 2, eu nunca mais o vi ou recebi uma carta ou até um telefonema dele. Quando o Gale subiu no palco meu coração dispara, sinto saudade dele, da época em que nós saíamos para caçar e depois trocávamos por coisas no mercado ou cozinhávamos. Ou quando como ele me ajudou na rebelião, talvez não estivesse aqui hoje se não fosse por ele.

Gale não mudou muita coisa, apenas envelheceu: Agora com uma barba rala, estava um pouco mais forte e sua expressão que era descontraída deu lugar a uma expressão seria e fria, além de estar um pouco calvo.

Eu amo o Peeta, sou apaixonada por ele, Gale foi meu amigo e companheiro nas épocas em que mais precisei, acho que o que sentia por ele não se compara ao que sinto por Peeta. Nós caçávamos juntos para poder chegar a casa mais tarde e poder dizer que temos o que comer a noite. Querendo ou não nós tivemos um passado juntos, fomos um o apoio do outro.

–Gale... – As palavras saltam da minha boca, em um tom baixo e rouco.

Meu rosto deve estar demonstrando surpresa, saudade, carinho e um vestígio de magoa, e provavelmente por isso Peeta esta me olhando com essa expressão, fria.

Não sei o que passa na cabeça de Peeta agora, muito provável que seja ciúmes - ou talvez nem ele saiba o que pensar - e não posso culpá-lo por que tive um pequeno envolvimento com Gale, a meu ver, mesmo antes da morte de Prim, da qual há uma possibilidade de ser ele o responsável, já não havia muito envolvimento com ele, não precisávamos mais caçar quase não nos falávamos, estávamos muitos ocupados tratando de sobreviver em meio a uma rebelião.

–Peeta? - Digo curiosa, ele encara o televisor hipnotizado.

–Oi - Diz ele depois de um tempo ainda meio aéreo.

–Tudo Bem?

Ele balança a cabeça afirmativamente de leve com um olhar tétrico em seu rosto, logo ele vai para a cozinha e eu o sigo.

–Peeta? – Eu volto a dizer, e ele que estava de costas para mim, não diz nada e nem se vira.

–Peeta olha para mim – Eu digo séria, e ele se vira rapidamente.

–Fala – Ele diz rude ainda com uma máscara fria no rosto.

–Você sabe que eu não sinto nada por ele, não é? – Eu pergunto duvidosa – Faz anos que não o vejo, nem sabia que estava vivo ou não, a última notícia que tive dele foi que me disseram que ele foi para o distrito 2, eu o vi por um acaso na TV, ele era meu amigo, eu...

–Não precisa explicar nada, a sua expressão ao vê-lo já me diz tudo.

–O que? Não, você entendeu errado, eu cresci com ele, ele foi meu único amigo durante muito tempo, é compreensível que...

–Verdadeiro ou Falso - Vocifera ele - Você o amou um dia?

Aquilo me deixa um pouco perdida, há tempos que ele não me faz esse tipo de pergunta, “Verdadeiro ou Falso”, mal posso acreditar que ele ainda esta um pouco confuso com relação ao passado. E também não entendo o porquê dele estar assim, se bem que em todos os nossos anos de casados, Peeta nunca sentiu ciúmes de mim, não sabia como agir. Acho que devo ter ficado muito tempo parada e pensando.

–Responda! - Ele vocifera e quase soa como um grito, e uns dos muitos nervosos.

–Verdadeiro – Murmurei baixinho - Mas isso já faz muito tempo, eu não sinto nada por ele agora, isso foi no passado.

–Verdadeiro ou Falso - Continua com um tom irritado -Você me traiu com ele?

De onde ele tirou isso? A única resposta que vem a minha mente é que Snow implantou essa ideia nele.

–Falso. Eu nunca te trai – Eu digo me aproximando dele, chego bem perto aponto de estar encostando seu corpo ao meu, coloco minha mão em seu rosto e digo bem baixinho – Peeta, eu te amo, eu nunca seria capaz de te trair.

A resposta parece acalma-lo um pouco, sua expressão irritada da lugar para uma nova expressão de piedade ou algo parecido, o que é um pouco esquisito.

–D-desculpe. – Ele sussurra, ele coloca uma mão no meu pescoço e se inclina um pouco para frente, eu diminuo espaço entre nós e selo os nossos lábios em um beijo cheio de paixão e culpa, quando nosso pulmão já estava exigindo ar nos separamos, e ficamos com nossas testas coladas.

–Desculpe, estou cansado, acho que vou dormir – Ele fala depois de um tempo se separando de mim.

–Eu também vou então – Eu digo e quando percebo antes de dizer isso ele já foi em direção às escadas.

Ando em direção as escadas também não o vejo mais, olho para a Televisão e vejo o rosto triste de Gale:

–Bom agora eu faço parte da produção televisiva - Diz ele após Caesar perguntar sobre seu emprego.

–E sua prima, Katniss? Você tem avisto? - Eles ainda acham que Gale é meu primo, não sei se isso é uma boa coisa.

–Já faz muito tempo que não falo com ela, acabamos perdendo contato totalmente. E eu espero que ela esteja feliz com sua família.

–Entendo- Caesar diz pensativo - E a sua família?

–Bom, eu sou casado faz 15 anos e tenho 3 filhos lindos – Ele diz orgulhoso.

Depois disso Caesar parece receber uma mensagem em seu fone no ouvido, alguém sussurra algo no fone ele parece concordar.

–Gale, você gostaria de deixar uma mensagem para Katniss? - Caesar parece intrigado comigo e Gale, talvez tenha desconfiado de algo, contudo o que Gale responde me deixa ainda mais intrigada:

–Sim, eu gostaria – Ele se vira para a câmera e diz - Katniss espero que esteja feliz com Peeta e provavelmente com filhos lindos, mas tome muito cuidado com comidas estranhas, não sabemos o que pode acontecer daqui a algum tempo - ele diz serio.

Não sei o que fazer, então apenas desligo o televisor com o comando de voz e subo rapidamente em direção ao meu quarto. Encontro Peeta no quarto, sentado na poltrona em frente à cama, com um livro na mão, já de pijama.

Vou para o banheiro, troco de roupa e me deito ao lado de Peeta pensativa.

O que exatamente Gale quis dizer com “Tome cuidado com comidas estranhas” é um tipo de aviso muito peculiar para quem não vê outra pessoa há tempos, é no mínimo ridículo, a menos que Gale soubesse de algo que eu não sei, ou que ainda não sei.

***

Peeta esta fazendo seu habitual café da manhã, ovos com bacon, com nossos filhos ao lado e eu estou sentada de frente para ele do outro lado do balcão, e eu ainda não sei se estamos bem não tivemos muita oportunidade de falar sobre ontem, além daquele beijo.

Uma carta passa rispidamente por debaixo da porta de madeira que fica perto do balcão. Eu e Peeta nos entreolhamos e eu vou em direção à carta, é muito raro recebermos cartas hoje em dia ainda mais se está no 12, a carta é prateada com alguns detalhes em dourado. Abro a carta e me surpreende a televisão ligar ao mesmo tempo, assustando a todos, primeiro é apenas chuviscos, mas depois de alguns segundo a face de uma mulher velha aparece, quando leio o que esta escrito na carta entendo melhor.

“Por Favor, assista ao vídeo, Ass.: Paylor”.

Peeta e meus príncipes se entreolham assustados atentos ao aviso de Paylor, agora cheia de plásticas, um pouco mais saliente e com a bandeira de Panem atrás dela.

“Com muito orgulho, envio essa carta para te fazer um convite muito especial, gostaria que você comparecesse a um grande jantar com os cidadãos que fizeram de alguma forma, uma grande mudança a esse país seja ela em qualquer época da historia de Panem. Aguardamos você lá”.

Depois que acaba vem uma mensagem de confirmação de presença, eu estou espantada não sei nem o que dizer.

Olho para Peeta que esta com uma face espantada, nosso príncipe diz:

–Jantar? Eba! Eu quero um jantar especial, temos que ir - Ele diz animado - SIM! – Ele fala confirmando nossa presença lá.

Então aparece outra mensagem: “Obrigado por confirmar sua presença, em caso de não poder comparecer iremos te buscar”. Peeta grita “NÃO!”, porém já é tarde demais.

–Você não quer jantar papai? – Meu príncipe pergunta preocupado.

Peeta olha para mim esperando uma reação, e ela foi a muito inesperada, eu tenho um ataque de riso.

Não sei se o ataque de riso foi uma reação para toda a ansiedade que acabei de passar, achei a atitude do meu pequeno príncipe tão inocente e cômica, contudo estou me acabando de rir.

Peeta relaxa ao ver minha reação e levemente começa a sorrir para mim, logo estamos todos achando um pouco de graça naquilo.

–Será que tem como cancelar? - Pergunta Peeta ainda sorrindo.

–Acho que não, mas eles não podem nos obrigar a ir, não é? –Eu digo duvidosa.

Acho que foi a primeira vez que todos nos damos risada de alguma coisa depois da morte de Buttercup, o que é algo fenomenal.

***

O céu já esta escuro, são cerca de 18h, Peeta já esta acabando de fazer nosso jantar e eu estou-o ajudando com isso.

Ainda não conversamos sobre o convite da Capital ao jantar, acho que não há o que conversar na verdade.

Quando alguém bate na porta, eu vou logo abri-la e me surpreendo mais uma vez.

Haymitch parado a minha frente com uma expressão, por mais surpreendentemente que seja, sóbria.

–Precisamos conversar, tordo – Ele diz apreensivo.


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Notas finais do capítulo

+Mais Comentários = + Capítulos

"- Quando você estiver na arena, lembre-se de quem é seu verdadeiro inimigo."

E que a sorte esteja sempre a seu favor.



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