Eternally Hunted escrita por Ivie Constermani


Capítulo 9
8 - Feliz aniversário


Notas iniciais do capítulo

Hey beautiful people! =)
Sei que demorei demais para postar esse capítulo mas, como eu disse antes, estou com outra ideia na cabeça. Mas tá aí mais um capítulo, fiz com muito carinho. Espero que amem!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/395510/chapter/9

8 - Feliz aniversário

Alguns dias depois nada e tudo havia mudado. Enid tinha os mesmos pesadelos, acordava no mesmo horário, tinha a mesma rotina de sempre e encontrava com Evan e Vine para conversar sobre os últimos acontecimentos. E, só mesmo tempo, Enid e Evan não tinham mais muito tempo juntos, Dany e Cezar andavam se estranhando e a "querida" amiga de Evan, Maxine, estava morando na casa dele.
Foi bem difícil para Enid acreditar que havia uma garota tão linda debaixo do mesmo teto que seu namorado. E pior ainda, a relação deles era incrivelmente íntima. A ponto de ela desfilar pela casa de biquíni e baby-doll, às vezes apenas de toalha. Ousada! Enid não estava gostando nada daquilo.
Mas Evan não abria a mão da amizade dela. Um sentimento muito forte e inabalável havia entre eles, e isso era bom e ruim. Bom porque Evan estava mais feliz e menos tenso porque, por algum motivo, Maxine o fazia rir. E ruim porque Enid ficava um tanto excluída da vida de Evan, e agora ela quase não podia ficar ao lado do seu namorado. Logo agora que esses pesadelos a atormentavam todas as noites, e ela sentia medo. Logo agora, o momento que ela mais precisava da presença dele.

Escuridão. Silêncio. Frio. Luz. Cheiro. Gritos. Porta. O mesmo pesadelo. Enid acordou no chão do quarto com a cara colada no tapete vermelho. Mas, dessa vez, não foi o despertador que a acordou. Foi o Florence & the Machine, o toque do celular dela. Era Dany.
- Booooooooooom diiiiiiia! - ele exclamou, gritando. - Feliz aniversário, parabéns para você.
Enid teve que absorver o que ele disse e tentar compreender. Que dia era? Hum, quinta-feira. Que dia, de qual mês? 28 de Setembro. Aquilo era familiar... Ah, sim, o aniversário dela. 17 anos.
- Obrigada por meu acordar dez minutos antes, Daniel - ela murmurou, mal-humorada.
Dany riu.
- Qual é, é seu aniversário! Anime-se.
Enid não estava nem aí. Ela estava morrendo de sono porque só tinha três horas de sono por dia, não conseguia parar de pensar no vulto e estava a preocupada com esse negócio da chave e ainda tinha essa Maxine Uri. Aniversário não era nada comparado aos problemas que ela enfrentava. Só iria se importar se alguém pudesse dar vinte horas de sono tranquilo sem pesadelos de presente para ela.
- Oh, que legal - ela disse e bocejou.
- Ah, espera aí, minha mãe quer te dar os parabéns! - Dany disse.
A sra. Fells estava aos berros no telefone. Enid não conseguia entender o que ela dizia, e mantinha o celular a uma distância segura da orelha. Aquilo podia causar surdez.
- Meus parabéns, querida, felicidades infinitas para você! - Finalmente Enid entendeu algo que a sra. Fells disse. - Depois Dany vai lhe dar o presente que eu comprei para você.
- Obrigada, sra. Fells. Muito gentil da sua parte.
- Que isso, eu te adoro e você sabe disso. Não é um carro novo nem nada, mas você vai adotar.
Enid sorriu se sentindo mais animada. Talvez, naquele dia, ela poderia ter algumas horas de sono. Era aniversário dela. Pelo menos naquele dia especial ela deveria se animar.
- Mesmo assim, muito obrigada.
- De nada, amorzinho. - Dany falou algo com a mãe e pegou o telefone dela. Mas ainda deu tempo de Enid ouvir a sra. Fells gritar: - Parabéns!
- Minha mãe é um tanto espalhafatosa, desculpe por isso. - Dany disse, brincalhão.
- Que nada, ela é uma querida.
- Você precisa ver o que ela comprou para você, nem eu acreditei quando vi.
- Uh, sério? Por que, é lindo demais?
- Digamos que não é algo que pode se imaginar como presente de aniversário.
Enid tinha medo de tentar adivinhar o que era, então apenas riu com Dany.
- Ótimo. Mal posso esperar para ver.
- Hum, sei. Vou me arrumar para a escola e depois eu pego você para levá-la à escola, ok?
- Ok. Te espero. Até mais.
- Até.
Enid desligou e se jogou na cama. Era o aniversário dela novamente, o tempo passou rápido demais. Ontem mesmo ela estava tirando a carreira de motorista, indo para o segundo ano. Agora, 17.
Se levantou calmamente, foi ao banheiro e tomou um longo banho. Vestiu-se com jeans e uma blusa que Gabe a dera no último Natal, azul, de mangas e com purpurina em algumas partes, All Star e tiara no cabelo.
Rosana, Karl e Lion estavam a esperando na cozinha. Rosana cozinhava o café da manhã preferido da filha, waffles com calda de chocolate, donuts de morando e achocolatado. Lion segurava dois pacotes de presentes, um enorme e um pequeno. Karl estava comendo a calda de chocolate com a mão.
- Parabéns para você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida! - Enid foi recebida com um coro perfeito de "parabéns pra você". Típico da sua família.
- Obrigada - disse ela, sorrindo.
- O que vai querer primeiro, presentes ou waffles com chocolate?
- Os dois?
Lion deu a ela os dois presentes e Rosana pôs o café na mesa. Enid comeu um pedaço de waffle cheio de calda quente de chocolate e abriu o primeiro presente, o maior. Primeiramente ela viu uma caixa, e quando a abriu, viu um rádio novinho da Sony com entrada para IPod, roxo e brilhante. Um rádio novinho.
- Meu Deus! Obrigada, mãe, obrigada Lion! - Enid os abraçou, animada e nem esperou eles dizerem nada para abrir o outro presente.
Dentro do segundo pacote de papel prateado havia uma pequena caixa de veludo preta, e dentro dela um bracelete que Enid nunca vira mais belo. Era de prata, brilhante, cheio de pequenas pedrinhas que pareciam cristais. Lindo.
- Eu amo vocês! - ela exclamou sem hesitar e os abraçou.
Pela primeira vez Enid estava realmente feliz. Não estava preocupada por causa dos pesadelos, não pensava na chave e nem em Uziel, nem no vulto encapuzado nem em nada. Eram apenas ela e sua família, e presentes fabulosos.
Sem querer sua família dera à ela incentivo para sorrir e aproveitar aquele dia. Afinal, não é sempre que se faz 17 anos.

Na escola Enid recebeu parabéns e presentes. Gabe deu a ela uma blusa da Gucci que deixou Enid boquiaberta. Literalmente. Era vermelha e cheia de purpurina. E Dany, apenas sendo Dany, deu a ela um urso polar de pelúcia.
Depois do almoço, na aula de química Enid sentiu que era apenas uma aula de química no laboratório no dia do seu aniversário. Algo normal, algo que talvez a irritaria em outro ano, mas que naquele momento a fez sentir que não devia se preocupar com mais nada.
Ouvia o professor sr. Testa (apelido que os alunos deram ao novo professor de química devido a sua calvície avançada que fazia sua testa parecer bem, bem maior) explicar as reações químicas tranquilamente enquanto parte da turma conversava em sussurros, outra parte (a menor) prestava atenção e a maioria simplesmente o ignorava. Apenas mais uma quinta-feira na escola.
E então Enid sentiu. Começou como uma leve contração na barriga. Depois foi elevada a uma sensação de frio na barriga intenso, que depois se tornou desconfortável, e depois virou dor de estômago, e depois virou uma insuportável cólica. O leve gesto de levantar a mão fez o estômago dela revirar e Enid sentiu que ia vomitar.
- Sim, srta. Arrow - disse sr. Testa.
- Não estou me sentindo bem - ela murmurou e se curvou ao sentir a dor aumentar.
- Quer que eu a leve a enfermaria?
- Não, posso ir sozinha.
Com muito esforço Enid se levantou e tentou ignorar a extrema dor no estômago. Gabe, que estava ao seu lado, a observou, preocupada. Enid devolveu o olhar como se dissesse "está tudo bem, fique na aula" e caminhou para fora da sala.
No corredor, a caminho da enfermaria a dor diminuiu um pouco e virou enjôo. Enid sentia seu estômago pulsar como seu coração e a ânsia veio logo depois. Correu até o banheiro o mais rápido que pôde e sem hesitar se curvou sobre o vaso sanitário do primeiro reservado que viu.
E, de repente, o enjôo passou. E a dor sumiu. Completamente. Enid não sentia nada, estava bem. Aquilo foi realmente estanho, mas ela não queria pensar demais, apenas saiu do reservado e lavou as mãos na pia, depois molhou o pescoço e o rosto.
Uma silhueta masculina saiu de uma das cabines e Enid sentiu seu rosto corar. Será que ela havia entrado no banheiro masculino? Talvez, mas aquele banheiro era de azulejos vermelhos, idêntico ao que ela sempre entrava. Talvez o rapaz havia errado.
Quando Enid se virou para olhá-lo sentiu um frio na espinha. Era como um aviso, um pressentimento ruim. E então ele se virou e ela entendeu porque estava sentindo aquilo.
O menino era assombroso. A pele era tão pálida quanto uma folha em branco, o cabelo loiro platinado, quase da mesma cor que a pele. Seus olhos não tinham brilho algum, pareciam não ter lágrimas e a íris não tinha cor, era branca, quase transparente. A sobrancelha e os cílios eram quase invisíveis de tão claros, seus lábios eram igualmente pálidos. O mais estranho era que, por mais pálido que ele fosse suas veias não apareciam. Ele não tinha veias. Ele não tinha sangue. Então Enid sentiu no fundo da sua alma o que não queria sentir. Medo.
Nos primeiros segundos eles ficam se encarando, apesar de Enid não saber para onde ele olhava. Aqueles olhos pálidos eram tão aterrorizantes e hipnotisantes não conseguia nem mesmo se mexer. Fitava aquele ser transparente com curiosidade e pavor. Quando ele abriu a boca seus dentes tão brancos quanto a pele ficaram a mostra, mesmo ele não sorrindo.
- Olá.
Uma palavra. Por um segundo Enid sentou-se aliviado porque ele falava como um menino normal. Mas, quando viu seus olhos pálidos o pavor a consumiu novamente e ela se viu diante de uma criatura completamente inumana.
- Enid Arrow, é um prazer revê-la - ele pronunciava o erre puxado. "Enid Arrrrroou".
Revê-la? Aquela criatura já havia a visto. Onde? Ela não se lembrava de ter visto semelhante coisa horrenda.
- Vejo que não sabe quem eu sou. Evan deveria ter falado de mim. - Mais uma vez a pronúncia estranha. "Evãã deverrrria terrr falado de míí".
Então ele conhecia Evan. E pior, Evan o conhecia. Enid procurou sua voz para dizer algo, nem que fosse para gritar, mas não conseguia.
- Oh, bela humana. Sinto que você está com medo. Sinto o medo desabrochando em sua alma como uma flor na primavera. Mas não tema. Não quero te ferir. - A criatura era assustadoramente calma. Aquela pronúncia já a irritava. "Não querrro te ferrrrirrrr". - Não farei se não for necessário.
Agora assim Enid queria gritar. Queria sair dali o mais rápido que desse e clamar a plenos pulmões por ajuda. Mas ainda não conseguia se mover. Era como se seu corpo não obedecesse seu cérebro.
- Sinto muito pela minha maneira rude e desconfortável de tirá-la de sua tão interessante aula. Mas o assunto que temos que tratar é urgente.
- Que assunto? - Enid se assutou ao ouvir sua própria voz, que parecia ter achado um jeito de emitir som.
- Oh, vejo que a bela humana tem voz. - A criatura sorriu, os extremos de seus lábios curvando-se ligeiramente para cima. - Você sabe o tema do assunto. A chave.
A mente de Enid clareou imediatamente e tudo fez sentido. Chave. Era mais um dos seus pesadelos e ela só precisava acordar.
Enid piscou várias vezes, apertando as pálpebras com o máximo de força possível, tentando acordar. Beliscou a si mesma, como via os personagens de tevê fazerem e esperou com todas as suas forças que funcionasse. Mas, quando abriu os olhos a criatura ainda estava ali, com a cabeça inclinada. Parecia estar confusa, mas não dava pra ter certeza porque seu rosto descolorido não esboçava nenhuma expressão.
- Não funciona - ela sussurrou para si mesma.
- Perdão? - A criatura sorriu novamente, o que fez a ânsia voltar. - O que disse, oh bela humana?
A resposta de Enid foi um sacolejo de cabeça, em negação. A criatura virou a cabeça para o lugar e ficou séria de repente.
- Como eu disse antes, oh bela humana, quero falar sobre a chave. Você está com a chave.
O único jeito de sair dali era enrolando a criatura, então Enid se fez de lerda com uma cara de confusa.
- Perdão? - Enid imitou o tom de voz dele. - Chave? De que chave está falando?
- Estamos falando sobre a minha chave. A que está com você. Preciso que me devolva.
- Desculpe-me mas não faço ideia de que chave está falando. - Após essa frase Enid deu um passo para trás. - Não o conhecia há poucos minutos.
A criatura mexeu o braço, o que fez Enid instintivamente se encolher. Ela fechou os olhos e esperou o que iria acontecer, mas não aconteceu nada. Quando ela os abriu a criatura continuava no mesmo lugar com o braço de volta ao lugar e o mesmo rosto inexpressivo.
- Desculpe se eu pareço assustador. Sou apenas albino. E, como eu disse antes, não vou feri-la, bela humana. Apenas faço o que é necessário.
Albino? Por Deus, aquela criatura era muito mais que albina! Uma pessoa albina perto dele parecia uma pessoa bronzeada!
- Do que falávamos mesmo? - Enid perguntou e fez novamente a cara de confusa.
- Da chave. - A paciência dele era infinita. Seu tom de voz era o mesmo. Assim como sua expressão inexpressiva, não mudava.
- Não sei de que chave você está falando.
- Estamos falando sobre a minha chave, a que está com você. Quero de volta.
Enid deu mais um passo para trás.
- Não compreendo...
Mais um passo.
- Minha chave. A que abre a porta - ele falou "a porta" como se fizesse uma reverência.
Mais dois passos para trás. A criatura parecia não perceber, ou apenas ignorava o fato de ela estar tentando fugir porque sabia que não conseguiria.
- Ainda não compreendo.
- A chave. - Agora a criatura parecia ter perdido a paciência. Sua voz grave agora estava mais alta. - Quero que me dê a chave.
Mais um passo.
- Não...
- Dê-me a chave - ele havia mudado de posição e agora estava assustador.
Mais um passo. A porta estava a dois passos de distância.
- Você tem algo que me pertence. Devolva-me! - Agora ele gritava.
Quando Enid ia dar mais um passo algo nos olhos pálidos da criatura se moveu ligeiramente para baixo, e ele parecia estar olhando para os seus pés. E então sua cabeça levantou e ele deu um passo a sua direção.
- Delvolva-me a chave. Você tem algo que é meu. Devolva - ele andou na direção dela.
Enid ia virar-se para correr, mas a mão gélida da criatura tocou seu braço, o que a fez ter uma forte vertigem e cair no chão. A última coisa que ela ouviu foi uma voz conhecida chamar por ela.
- Enid!
Era Dany.

Ao abrir os olhos Enid precisou de um tempo para absorver o que havia acontecido.
Dany estava diante dela, esperando que ela dissesse algo. Gabe estava ao seu lado com os olhos fixos em Enid.
- Você está bem? - Dany perguntou, hesitante.
Enid balançou a cabeça, afirmando e depois respirou fundo.
- Ótimo - disse Gabe e depois cutucou Enid. - Que diabos você foi fazer no banheiro, garota?! Estava passando mal, deveria ter ido à enfermaria!
Enid se encolheu e depois contou a ela a desculpa de que sentiu que ia vomitar - o que era verdade. Gabe se sentiu satisfeita com a resposta e depois saiu para falar ao telefone. Dany ficou com a observando com o olhar fixo e depois balançou a cabeça.
- O que aconteceu naquele banheiro? - Perguntou.
Enid olhou para os lados e viu que a enfermeira da escola estava há alguns metros. Ela ia ouvir. Então ela o puxou para falar na orelha dele.
- Não posso falar agora - sussurrou. - Vamos à casa de Evan. Algo muito estranho aconteceu.

Evan recebeu Enid com um abraço apertado. Enid se agarrou a ele também, e assim ela se sentiu segura. Mas a imagem perturbadora daquela criatura albina ainda estava presa na sua cabeça.
- Meu amor, como você está? - Evan perguntou a enchendo de beijos.
- Melhor agora.
- A encontrei desmaiada no banheiro - disse Dany.
- O que houve? - Evan a observava com atenção, esperando que ela respondesse.
- Eu vi... uma coisa.
- O que você viu? - Vine perguntou chegando de repente na sala.
- Um homem. Não, não era um homem, era outra coisa, mas parecia um homem.
- Você viu também? - Vine pergunto a Dany.
- Não. Só a vi caindo no chão, desmaiando.
- O que era, amor? Um nephilim?
- Não. Não sei. Mas ele era... Muito pálido. Disse algo como ser albino, mas era pálido demais. Não tinha cor na pele, nem nos olhos. Era assustadoramente pálido. E queria a chave.
Vine ficou quieto, pensativo. Evan o observava, esperando que ele dissesse algo, mas Vine continuou pensando. Uns cinco minutos de silêncio depois, Evan finalmente reagiu.
- Ah, não, meu Deus.
Enid o olhou, assustada. Vine balançava a cabeça, assentindo. Evan passou a mão pelo topete, exasperado e se levantou.
- Não, Vine. Não pode ser! - Ele andava de um lado para o outro.
- O que não pode ser?
Aquela voz. Era ela. Era só o que faltava naquele dia. Maxine entrou na sala, saída da cozinha. Ela vestia apenas uma camiseta transparente que mostrava seu sutiã vermelho e uma minissaia jeans, estava comendo uma maçã.
- Maxine. - Dany falou o nome dela com um tom meio emocionado, depois se recompôs. - Não deveria estar na escola?
- Sim. Deveria. Mas não estou porque era aula de latim avançado, e eu já sei tudo.
- Ué, você sabe latim? Latim é uma língua morta.
Maxine deu de ombros.
- Gosto de coisas mortas.
Vine levantou e andou até Evan, que continuava tenso.
- É ele, Evan. Tudo se encaixa.
Evan virou-se para Enid.
- Era apenas um? - perguntou.
- Sim, era um. Por quê?
- Pelas características só pode ser ele.
- Quem? Evan, está me deixando assustada.
- Feiticeiros. Os mais poderosos, mais famosos, mais perigosos. - Fez uma pausa dramática. - Saab e Caius.
Maxine sentou na poltrona da sala e cruzou as pernas.
- E o quê tem eles? - perguntou e mordeu a maçã outra vez.
- Você os conhece? - Dany perguntou.
- Sim. Como não conhecer. Saab e Caius são o pior pesadelo que vocês podem ter.
- Por que, Evan? - Enid fez questão de perguntar diretamente a ele. - Quem são eles?
- A história deles é muito complexa, eu não sei por onde começar.
- Eu sei! - Maxine mordeu a maçã de novo. - Posso contar?
- Claro! - Dany se exaltou. - Por favor.
Maxine cruzou a perna para o outro lado e mordeu a maçã.
- A história começa há anos atrás, milhares de anos atrás, quando a bruxaria quase não era conhecida. Uma mulher, Rajad, era casada e seu marido queria muito um filho, mas ela era estéril. Então ela fez um pacto com um demônio. Sua alma pelos filhos.
"O demônio a engravidou, e, para a surpresa de Rajad, teve dois filhos. Ela os chamou de Baas e Suiac, como o demônio ordenara. Mas eles não eram normais. O demônio não pode alcançar a perfeição, e os seus filhos vieram extremamente pálidos e doentes. Eram albinos, e o tempo máximo de vida deles era 20 anos.
"Para curá-los ela se aprofundou na bruxaria, mas a doença não curava. Então ela procurou o demônio novamente, e ele disse que faria outro pacto. Se os filhos dela o libertassem, a doença seria curada e eles viveriam para sempre. Se tornariam grandes feiticeiros e teriam a sua gratidão eterna. Desde então eles tentam achar a chave do reino desse demônios. Mas, como eles ainda estão doentes, eles morrem aos vinte anos, mas antes de morrer eles enfeitiçam uma mulher e ela têm gêmeos albinos, e eles voltam no corpo deles.
O silêncio tomou conta da sala. Como Maxine sabia de tudo aquilo?
- Meu Deus... - Enid sussurrou, apavorada.
- Mas se o nome deles era Baas e Suiac, por que os chamam de Saab e Caius? - Dany perguntou.
- Saab e Caius é apenas os nomes originais ao contrário. Uma forma de enganar o demônio e ganhar tempo.
- São eles? Eles estão atrás de mim? Evan, eles estão atrás de mim?! Meu Deus!
- Calma, amor, se acalme! Eles querem a chave.
- A chave está com você! Eles virão atrás de você, Evan. Meu Deus, meu Deus do céu!
- Ei, se acalma garota. - Maxine disse com rispidez.
- É, meu amor, vamos achar um jeito de despista-los. Tudo bem, está tudo bem. - Evan a abraçou com força. Enid se acalmou devagar. - Vamos pensar em outra coisa, como no seu aniversário.
Enid sorriu.
- Com tudo isso eu até esqueci de meu próprio aniversário!
- Vamos, vá para casa e se arrume. Eu tenho uma surpresa para você. - Evan a beijou.
Enid assentiu e logo depois saiu. Estava assustada, com muito medo e receio. Mas um encontro de aniversário com Evan ia acalmá-la.
Mas, ao chegar em casa Enid não sentiu o alívio de sempre. Dessa vez ela sentiu o horror corroendo sua alma. Teve que piscar duas vezes para ter certeza do que via e quando se certificou entrou em pânico.
Sua casa estava em chamas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que será que aconteceu para a casa pegar fogo?? Como a Maxine sabia daquela história?? Será que Saab e Caius reaparecerão?? Só lendo pra saber!
Eu PRO-ME-TO postar o próximo capítulo ainda essa semana, mas eu quero comentários, hein!
Obs.: pode parecer que eu pesquisei essa história dos gêmeos albinos, mas eu que inventei! u.U como eu disse, só uma mente muito maluca e um tanto psicopata para criar algo do tipo, então, essa sou eu!
Comentários e recomendações, por favor! Beijosssss ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eternally Hunted" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.