Eternally Hunted escrita por Ivie Constermani


Capítulo 17
16 - As coisas vão mal


Notas iniciais do capítulo

Hey beautiful people!!
E aí, como vai a vida? Bem, eu estou bem. Eu estou acabando de ler Entrevista com o Vampiro, as aulas estão acabando, graças a Deus, e agora eu vou poder ficar o dia inteiro no The Sims 3, e escrevendo em paz, e...
Hã? Ah, é! Vamos ir para o que interessa! Capítulo inteiramente do nosso Mrs. Gostosão, Evan (para a alegria da mulherada).
Boa leitura, nos vemos lá em baixo.



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As aulas da segunda-feira haviam acabado. Evan estava apoiado em seu Jaguar no estacionamento. Sentiu como se ainda estudasse ali. Sentia saudades. Pelo menos, durante os anos letivos ele podia agir como um adolescente normal, inconsequente e rebelde. Era bom.
Ficou de olho na porta da saída, a espera. Mas não era Enid quem ele esperava. Enid não havia ido. Estava mal. Muito mal. Esteve tendo pesadelos durante uma semana. O mesmo pesadelo horrível que a fez temer dormir. A insônia a fez adoecer. E quem a estava ter insônia eram os gêmeos diabólicos.
E Maxine também estava mal. Desde quando Cezar fizera ela tocar naquele medalhão ela anda tendo dificuldade em se concentrar. Também não estava indo para a escola, pois era um risco.
Evan estava ali para buscar respostas com Cezar para resolver o problema de Maxine. Precisava saber o que tinha naquele maldito medalhão, o que a fez perder o controle. E por que Cezar havia feito aquilo.
Logo ele estava ali, agindo tranquilamente, com meninas a sua volta. Cretino.
Evan se aproximou lentamente, com passos calmos mas pesados. As pesssoas que reconheceram ele cumprimentaram-no animadamente. Mas Evan os ignorou. Estava ali por outros motivos.
Cezar estava rindo com as garotas e quando viu Evan, seu sorriso de covinhas desapareceu. Ele se encolheu um pouco, e Evan teve a leve imprensão de que ele queria sair correndo. Mas manteve-se firme, fingindo estar calmo. Evan sorriu para ele e para as meninas que estavam a sua volta, e de repente ele perdeu a atenção delas.
– Cezar Simoneov. - Evan disse.
– Simeonov. - Cezar corrigiu e deu de ombros. - E aí, Wondervill?
– Evan? Evan Wondervill? - perguntou uma das meninas, uma magricela e alta de cabelos platinados.
– Sou eu mesmo. - Evan disse, sorrindo para ela. As pernas longas da platinada vacilaram, e ela piscou um olho pra ele.
– Olá. Sou Ashley. Eu era do primeiro ano, ano passado. Você não deve se lembrar.
Primeiro ano. Não, ele não lembrava. Mas também não se importava.
– Oi, Ashley. - Evan fez sua cara de cafageste (sobrancelhas arqueadas, sorriso de canto de boca). - Pode nos dar silença um minuto?
– Claaaaro - cantarolou a loira. - Podemos nos ver depois?
Evan riu de leve e puxou Cezar pela camisa. Quando eles já estavam distantes dela, ele respondeu.
– Não. Você não faz o meu tipo.

Evan levou Cezar para a área restrita da escola. O prédio que era o depósito estava caindo aos pedaços. Ia virar o novo auditório, grande e mais moderno.
Cezar estava inquieto. Apavorado, na verdade. Avaliou o lugar, procurando por algum lugar por onde escapar.
– Nem pense em fugir. Não vai sair daqui enquanto não me der as respostas que eu quero. - Evan disse. Sua voz fez eco no aposento.
– Não tenho nada para te dizer, nephilim. Eu vou embora.
Cezar deu um passo na direção da porta. Evan, usando seus poderes, correu para a porta em menos de um segundo, fechando a passagem. Cezar quase gritou, mas manteve-se quieto, mas trêmulo.
– Se sabe quem eu sou, sabe que se der mais um passo arranco sua cabeça com um dedo. - Evan pôs as mãos na cintura, inspirando. - Com a unha, talvez. Então fique aí e me responda: o que tinha naquele medalhão?
Cezar hesitou. Olhou para os lados, movendo apenas os olhos, e tentou respirar pela boca sem fazer ruído.
– Que medalhão? - Disse, enfim.
Evan estalou os dedos, amedrontando-o.
– Não estou brincando, Simeonov. Quero respostas, não outras perguntas. O que havia naquela droga de medalhão?
Cezar hesitou mais uma vez. Evan deu um passo a frente e ele se encolheu, despejando a resposta rapidamente.
– Tinha uma erva no medalhão. Chama-se Conissulum. Quando um bruxo a toca, seus poderes são revelados.
Evan refletiu sobre isso.
– Por que você fez Maxine tocar nisso?
– Porque eu desconfiava, e tinha que confirmar.
– Por quê?
– Porque eu gosto dela, queria me aproximar, mas temia o que ela era. Mas agora eu descobri, ela é metade das Trevas, metade da Luz.
Evan balançou a cabeça e deu um passo para trás.
– Aham. Eu sei disso. Mas o que você tem a ver com isso? - perguntou.
– Eu sei sobre bruxos. Sobre todo esse mundo mágico, de bem e mal. Sei de muita coisa.
– E você faz parte desse mundo?
Cezar precisou pensar. Evan esperou pacientemente. Agora que ele havia cooperado, não havia mais porque amedronta-lo.
– Sou wicca. Mais ou menos - respondeu Cezar, fazendo uma cara de dúvida. - Talvez sim, talvez não. Sei lá como explicar.
– Tente.
Cezar sentou numa cadeira velha de madeira no aposento, e Evan encostou-se na parede cheia de rachaduras.
– Bem... Minha mãe era wicca. Assim como minha avó, bisavó, tataravó, e todas as outras mulheres da geração. - Fez uma pausa. - Minha mãe me ensinou algumas coisas, e eu pratico às vezes. Só não sou seguidor fanático, nem nada do tipo. Uso a natureza como arma apenas quando preciso.
Evan refletiu.
– Certo. Wicca. Já ouvi falar.
Wiccas, bruxos da natureza. Bruxos que não têm poder próprio.
– Hum. - Cezar suspirou. - Posso ir agora?
– Sim. Mas vamos conversar novamente. E da próxima vez seremos você, Maxine e eu.
Cezar assentiu e deu alguns passos na direção da saída. Mas antes de sair olhou para trás, para Evan, com as bochechas um tanto coradas.
– Peço desculpa pelo que fiz. Sinto muito. Não queria ferir a Maxie. Muito pelo contrário. - E saiu.
Evan o seguiu e o parou.
– O que você quis dizer com isso? - perguntou.
Cezar olhou para os lados, sem conseguir olhar nos olhos de Evan. Mas, finalmente conseguiu responder.
– Eu não quero ferí-la, quero fazer o contrário. Eu vou curá-la.

Quando Evan voltou para casa, ela parecia silenciosa demais. Os empregados não estavam lá. Nenhum som vinha do segundo andar. Uma panela de água quente fervia até secar, sozinha na cozinha.
Ele subiu as escadas, atrás de Maxine. Ela deveria estar em casa com Vine. Ele estava dormindo lá, sempre ao lado dela, para acalmá-la quando as coisas ficavam tensas, quando ela tinha mais um ataque. E ele não permitia que ela saísse de casa, pois no momento - como ele mesmo havia dito - ela era um perigo para a cidade. Talvez até para o país, ou o mundo.
Caminhou lentamente até o quarto, e quando abriu a boca para chamá-la, ouviu um gemido de dor vindo do quarto. Ele andou mais rapidamente. O gemido virou um choro desesperadamente baixo e dolorido.
– Maxie...
Ele entrou no quarto. A primeira coisa que viu foi o corpo de Vine caído no chão, ao lado da cama. Estava imóvel, com os olhos fechados, desmaiado.
A segunda coisa foi a cama desarrumada e manchada com algo preto. E depois ouviu o gemido novamente. Era de Maxine, e vinha da cama. Ele a encontrou encolhida, com as mãos no rosto, tremendo. Balançava a cabeça lentamente, em negação, e chorava baixinho.
– Maxine... - ele tentou tocá-la, mas ela virou a mão para trás rapidamente, e sem tocá-lo, fez a mão dele ficar imóvel. - Está tudo bem. Sou eu. Evan. O que houve?
Ela soluçou, balançando a cabeça, sem tirar as mãos do rosto.
– Não. Nada está bem. Está pior - ela disse, entre soluços.
– Calma. Vire-se e me conte o que houve.
Ela continuou encolhida, tremendo. Soluços escapavam de seus lábios. Lentamente uma das mãos caiu no seu colo, e a outra logo depois. Ela virou o rosto para Evan, que caiu para trás, abismado.
– Mas o que...? Deus.... - sussurrou, apavorado.
O rosto de Maxine estava... Não era mais dela. A pele estava enrugada, envelhecida, cheia de manchas negras. Os olhos estavam completamente pálidos, dourados, e lágrimas negras desciam dele, deixando a marca por onde passava. Veias roxas estavam espalhadas por metade do rosto. Eram como rachaduras que formavam algo como pétadas de uma rosa, ou algo do tipo. Assustador.
– Meu Deus, Maxie... Você... Quê é isso? - As palavras saíam como sussurros, pois Evan estava apavorado demais para dizer algo coerente.
Ela balançou a cabeça e piscou, fazendo mais uma lágrima negra descer de seus olhos.
– Me abraça - ela sussurrou, quase inaudível. - Por favor, Evan. Faz isso parar!
Evan a abraçou e deixou-a chorar em seu ombro, soluçando. As lágrimas mancharam sua camisa. Após alguns minutos ela o soltou. Metade das veias/rachaduras haviam saído, e não haviam mais manchas. Um olho estava na cor normal, castanha, o outro ainda estava amarelado.
– Me ajuda, Ev. Por favor... Não posso mais controlar. - Maxie implorou.
Evan se ajoelhou ao lado dela, segurando suas mãos, ainda trêmulas.
– Vou ajudar. Primeiro me conte o que houve aqui.
Ela inspirou fundo, e o outro olho voltou a ser castanho.
– Tá. Eu... Eu estava aqui, com o Vine. Estávamos falando da minha infância, dos momentos bons. Eu estava bem. Juro que estava. Mas de repente... De repente eu me senti mal. Lembrei de quando tive que ir para o internato, de como as crianças zombavam de mim... Lembrei da dor de ficar sozinha, e aí... - Ela balançou a cabeça e olhou para Vine. Gradativamente seu rosto voltou ao normal. - As coisas saíram do controle. -
Evan apertou suas mãos, incentivando-a a continuar.
– Vine tentou me acalmar - continuou -, mas não adiantou. Meu rosto ficou daquele jeito, a casa tremeu, afastando os empregados. Vine tentou me segurar para me dar o calmante, mas eu o... Meu Deus, Evan! Será que ele morreu? Deus do céu!
– Shhh. - Evan a abraçou. Ele podia sentir a essência de Vine ainda viva, acesa. - Ele está bem, continue.
– Eu o toquei, e ele caiu no chão, desmaiado. Não sei o que eu fiz. Eu envoquei algo. Não quis fazer isso. Sinto muito.
– Tudo bem. Sei que sente. Não foi sua culpa.
Vine se mexeu no chão. Se levantou devagar, apoiando-se na cama. Olhou para Maxine, sorrindo.
– Garota, você está ficando poderosa - ele disse.
Maxine tentou sorrir.
– É. Estou - disse, suavemente.
Evan decidiu não comentar, e ficou pensando se aquilo era bom. Mas tinha certeza de que não era.

Caliel chegou a cidade de madrugada. O anjo caído reecontrou seu filho na estrada para a Trilha da Morte, e ficou surpreso ao revê-lo. Estava mais bonito, e mais parecido com ele, apesar de haver apenas semanas desde a última vez que o vira.
– Evan. - Ele o cumprimentou.
– Caliel... Pai.
Ele sorriu. Era bom ouvir isso de Evan. O fazia feliz, apesar dos pesares.
– O que é tão grave para você me chamar tão tarde?
Evan suspirou.
– Maxine está perdendo o controle.
Maxine. O anjo nunca havia a visto, mas Evan falava dela para ele.
– A bruxa. Entendo - o anjo suspirou. - Mas o que eu posso fazer?
– No momento você é o único que pode fazer alguma coisa.
Caliel ficou confuso.
– Como?
Evan cruzou os braços.
– Como disse a você, ela é uma bruxa híbrida. É nephilim também. E apenas o pai dela, um anjo caído, pode ajudá-la. E se não o encontrarmos rápido... Nem sei o que pode acontecer.
Caliel pensou.
– E quem é o pai dela?
– Luandriel.
Esse nome era familiar. Muito familiar. Ele havia convivido com Luandriel no Reino, e havia encontrado com ele na Terra, após A Queda. Sabia como encontrá-lo, só não sabia onde procurar. Mas assentiu para Evan, compreendendo o que devia fazer.
– Vou ajudá-lo.
– Ótimo. Mas como?
Caliel olhou para a lua, que brilhava fracamente, deixando as estradas escuras.
– É hora de reencontrar um velho Irmão.


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Notas finais do capítulo

E aí? Comentários, comentários, muitos comentários!
Quem aí tava com saudade do Caliel? Eu estava. Adoro ele - será por que!

Adorei saber que vocês gostaram da ideia de Trilogia. Tia Ivie ficou muito feliz!!!

Obs.: Vickie, sua lianda, se pudesse te dava um abraço. Muito obrigada pela recomendação lindíssima que fez para a história. Um beijo do Dany pra você, sua gostosa u.U

Nos vemos no próximo! Até lá!