O Corvo Do Meio-dia escrita por Foxbold


Capítulo 1
Prólogo




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Eles não me perguntaram minha idade. Não perguntaram meu nome; nem onde eu morava. Não quiseram saber se eu queria brincar de casinha, boneco, pião. Não perguntaram se gostava de sorvete, se tinha um cachorro, ou um gato, nem minha cor favorita. Eles só me bateram.

Eu era pequeno, não entendia. Não entendia o que estava acontecendo. Procurava desesperadamente minha mãe, mas tudo o que eu via eram as paredes de ferro, de um galpão. E um monte de crianças que nem eu. Mas nenhuma estava chorando. Estavam todas encolhidas de medo. Eu podia ver o pânico nos seus olhos, mas elas eram mais corajosas do que eu, que, por minha parte, chorava incessantemente chamando pelos meus pais.

Uma menina um pouco mais velha, cabelos pretos, trançados, me mandou calar a boca.

- Você quer que todo mundo aqui morra?

Mas isso não ajudou. Eu só chorei mais alto.

- Não quero morrer! Eu quero meus pais! Mãe! Pai!

Levei um murro na cabeça. Quase desmaiei. Engoli o choro, a partir dali.

Eu tinha apenas cinco anos. Lembro de estar na feira com minha mãe, nas ruas de Veneza. Vendo os barcos passarem nos canais, e os turistas se acotovelarem para comprar... essas coisas inúteis que os turistas compram quando viajam.

E no segundo seguinte... eu não via mais ela. Simplesmente me perdi no meio das pessoas, do tumulto. Comecei a chamá-la.

- Mãe? Mãe!

Mas ela não veio.

Senti uma coisa fria na minha boca, um pano, e tudo escureceu.

Quando abri os olhos de novo, estava nesse lugar horrível. Ele fedia como peixe apodrecido e alguns homens com roupas pretas e máscaras brancas de halloween batiam em crianças que choravam ao meu lado até elas desmaiarem. Eles foram embora depois de um tempo e nos deixaram ali.

Onde estava minha mãe?

De repente, os homens voltaram. A menina me encarou como se implorasse para que eu ficasse quieto. Eles nos empurraram para uma porta grande de ferro que havia no fim do galpão. Pensei que fosse a saída, mas não era. Alguma espécie de túnel, alto e escuro se prolongava até onde minha vista alcançava.

Eu tinha medo de escuro. Comecei a chorar. Alguma coisa dura atingiu minha cabeça com força e eu desmaiei de novo.


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Notas finais do capítulo

Bem, se você gostou, deixe um comentário/avaliação. Não tenho certeza se vou continuar essa história ainda, então vai depender muito das primeiras impressões que vocês tiverem do prólogo.
É isso gumelada, obrigada!



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