Filha das Ondas. escrita por Cora


Capítulo 2
Salve-o!


Notas iniciais do capítulo

Tá ai, eu estou tão animada que resolvi postar o máximo que puder antes das férias acabarem. Mas infelizmente só poderei postar o próximo capítulo na segunda-feira e depois seguir o padrão semanal. Desculpe.
Eu ainda não escolhi o nome do nosso belo homem, alguém te alguma ideia?
AAAAAAAAAAAAAhn eu amo escrever sobre a Aria, ela não é fofa?
Tem tanta coisa pela frente que vocês vão ficar assustados, até uma bruxa vai aparecer nessa história, e ela não é má como todos pensam. Ops, falei demais, que tal deixar para a próxima?
Bom leitura!
— Cora.



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O que estraga a felicidade é o medo.

- Clarice Lispector.






Chegou o grande dia.

– Vamos querida, temos que nos apressar. Ainda preciso vestir-lhe como fiz com tuas irmãs.

E foi. A avó enfeitou-lhe os lindos cabelos cor de fogo com uma coroa de lírios brancos como a neve. Sobre a linda cauda ela prendeu seis pérolas, o número do seu nascimento. Por fim a velha sorriu e lhe entregou uma concha fechada.

– Abra – pediu a senhora. E Aria abriu. Dentro havia um lindo colar com uma aquamare em forma de gota. Era tão azul que se camuflava-se nas águas do mar.

– Para mim, vovó? – A velha respondeu que sim com a cabeça, e abriu um largo sorriso. Os olhos dela eram azuis cristalinos e sua cauda era branca como a neve. Aria achava-a a mulher mais linda do mundo, e também a mais sábia.

– Obrigada – Abraçou-a com carinho e se virou para que a avó colocasse o colar no pescoço.

As duas deram as mãos e nadaram em direção ao brilho celeste do sol. Quando estavam quase na metade do caminho, Rodes parou e segurou com muita força a mão da netinha.

– Você sempre foi minha preferida, Aria. – A garota sorriu. – Quero que prometa que sempre se lembrará desse momento, e de que como sua mãe deve estar alegre ao vê-la crescida como eu vejo agora. – a velha beijou-lhe a face com carinho.

Aria sentiu um aperto no peito. Sua mãe partiu quando ela ainda era muito pequenininha e ela não conseguia se lembrar com clareza do rosto da mãe. Para confortá-la seu pai e sua avó contaram que ela nasceu com a mesma aparência da mãe. Os mesmos olhos verdes e cabelos vermelhos, e que somente sua cauda era de cor diferente da dela. A de sua mãe era azul-anil como a imensidão do mar.

– Vá, minha pequena. – pediu a avó, e Aria nadou e nadou e nadou até saltar para fora da água salgada do mar.

Quando colocou a cabeça para fora do mar o sol já terminava de se pôr. O céu ganhava tons escuros e perdia o brilho rosado das nuvens no céu. Aria sentiu o cheiro da noite e o vento bater em seus cabelos. Ela quis gritar de euforia ao ver as estrelas cintilantes e a lua cheia brilhando de forma esplendorosa.

Então ela notou que ao longe se aproximava um navio.

Ela nadou em direção ao som que vinha do barco. Era música! Homens içavam as velas e mulheres dançavam na proa, enquanto alguns dormiam sobre vergas e cordames.

Havia muita luz vinda do convés e lanternas brilhavam com suas diversas cores, deixando tudo tão iluminado que Aria sentia seus olhos irritados. Mesmo assim ela nadou em direção a uma janela e cada vez que o navio balançava, subindo e descendo, ela espiava para dentro da embarcação e via os homens usando roupas belíssimas.

Então o barco balançou e ela viu de longe o homem mais bonito que poderia existir no mundo, com lindos cabelos negros e olhos acinzentados. Ele dançava e ria junto com os outros, bebendo e comendo enquanto no céu rojões estouravam como foguetes, clareando o céu como lagrimas feitas de estrelas.

Aria não conseguia desviar o olhar, era tão mágico que pensou que poderia ser só um sonho. Ela nunca tinha ouvido falar de estrelas que caiam sobre ela, estourando no céu em diversas cores. Sóis giravam no ar e enormes peixes de fogo cruzavam o céu e iluminava o mar por inteiro.

Ela podia enxergar as pessoas com clareza, e todos pareciam tão felizes! Quem dera ela pudesse participar de tal festa, mas os seres do mar eram proibidos de se comunicar com os da terra. Ela olhou o jovem de cabelos pretos outra vez. Como era belo! Cumprimentava a todos e sorria, enquanto uma música alegre enchia a noite.

Já era tarde, mas Aria não se importava, podia admirar o navio e o belo jovem por dias. Por fim, depois de algumas longas horas observando, as luzes se apagaram e o brilho no céu cessou. As velas foram abertas e o navio deslizou pelo mar com graça. Ari seguiu o navio, não queria desviar os olhos e se esforçou para continuar vendo pela janela.

De longe, uma tempestade se aproximava e o mar começou a se agitar com fúria. As ondas começaram a crescer e as nuvens ficaram negras, amontoando-se no céu. Relâmpagos fuzilavam e trovões estouravam no céu com sons ensurdecedores.

O navio começou a balançar e mergulhar em direção à tempestade. As ondas se levantavam como montanhas, arrastando a embarcação para o alto e para baixo no mar tempestuoso. Aria se divertia com o balanço das ondas, mas preocupou-se ao ouvir o navio estalar e ranger. Um mastro se quebrou ao meio e o navio se inclinou para o lado, enchendo o enorme convés de água. Pedaços do barco começaram a cair no mar e Aria precisou desviar com agilidade para não se ferir.

Durante muitas vezes ela não conseguia enxergar nada, devido à escuridão. Mas então um relâmpago cruzava os céus e tudo se iluminava. O navio sacudia com violência e o movimento das ondas jogava o mar para todos os lados. Então em uma dessas sacudidelas, Aria viu uma figura ser jogado com força para longe.

Ela nadou com força em direção a figura que caia no mar e se assustou quando viu de quem se tratava. Aproximou-se do jovem e viu os cabelos negros se agitarem na água, Aria ficou desesperada, sem saber o que fazer.

Desde pequena ela aprendeu que jamais deveria se aproximar dos seres da terra. Mesmo com a beleza que viam e todos os encantos da terra, ela aprendeu que era muito perigoso e por isso, proibido.

Mas Aria não podia deixar o homem morrer.

Decidiu que o salvaria, e nadou ao seu encontro. Mergulhou fundo, desviando dos destroços do navio que podiam esmagá-la e alcançou o homem que já estava quase afogado. Aria agarrou-o e começou a subir a superfície, ela tremia muito e quando finalmente conseguiu chegar ao topo, cuidou para que a cabeça dele ficasse fora d’água.

Ela nadou até o sol nascer, carregava o jovem inconsciente nos ombros e procurava o navio, mas não havia nem sinal dele. O dia amanhecia e Aria ficava cadê vez mais preocupada com o estado dele. Nadou e nadou até que todas as suas forças tivessem se esvaecido, quando finalmente encontrou uma praia, mal tinha forças para se arrastar na areia. Deitou com cuidado ao seu lado e fechou os olhos, tentando recobrar o controle. Deitou a cabeça em seu peito e quis pular de alegria ao ouvir o coração batendo com força.

– Ele está bem! – sussurrou. Suas mãos tocaram o rosto dele, e ela afastou uma mechado de cabelo úmida do rosto. Tão lindo, ela achou-o tão lindo que parecia que seu coração quase parou. Tinha um rosto viril e forte, com um queixo quadrado e a barba era rasa. Seus olhos estavam fechados e o peito descia e subia devagar, tinha o corpo mais lindo que ela já vira. A roupa molhada colava-se ao corpo, moldando os músculos fortes do peito e dos braços. E tinha uma boca que a deixava queimando de vontade de beijá-lo. Os lábios eram grossos e largos, chamando-a com fervor. Ari se aproximou e beijou-lhe devagar, roçando os lábios com cuidado para não acordá-lo. Acomodou-se ao seu lado, aninhando a cabeça no peito forte. Por longos instantes ela desejou que o tempo parasse. O sol banhava sua pele enquanto o mar parecia lutar para tocar-lhe a cauda, o som da respiração tranquila dele era como uma canção de ninar, embalando-a com carinho. Jamais se sentiu tão segura e viva em sua vida.

O homem murmurou alguma coisa em seus sonhos e ela acariciou-lhe o rosto. Ao longe ela começou a ouvir alguns sons distintos e então vozes e passos começaram a avisar que alguém se aproximava.

– Socorro! – gritou ela, e então Aria arrastou-se pela água até conseguir emergir nas águas. Nadou até algumas rochas e observou de longe um grupo de pessoas se aproximarem dali. Então uma jovem muito bonita se aproximou do homem deitado nas areias da praia. Era muito bonita, percebeu Ari. Tinha cabelos castanhos cacheados e usava um vestido verde muito bonito. Sentiu uma dor no peito que não soube explicar ao ver ela se debruçar sobre ele. Ela tocou-lhe a face como Aria havia feito e ele começou a tossir e abrir os olhos. O grupo se aproximou, falando e gritando enquanto o erguiam e o tiravam dali, levando-o para longe do mar e para longe dela.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Já deu pra ver corações no ar? Comentem!



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