Julia seria capaz de dar inúmeras piruetas ali mesmo, sem ligar pro que pensariam. Ela não ligava.
Ela só queria gritar de tão feliz, gritar de tanta euforia. Mas não podia. Tinha que agir como uma mulher madura e não como uma adolescente com os hormonios à flor da pele.
"Mas é assim que Barnabas me deixa. Com os hormônios à flor da pele" pensou ela
Mas Julia estava feliz. Feliz como não estivera há anos. Talvez feliz como nunca fora. Só de pensar que chegou a beijar o homem que amava lhe deixava em estado de extrema loucura. Ela não conseguia parar de sorrir. Mordeu o lábio, tapou a boca com a mão, mas nada adiantava. Pelo visto, ela iria sorrir por muito tempo. 
"Barnabas. Barnabas. Barnabas..." era só o que pensava
Seu coração estava muito acelerado e ela ainda podia sentir o calor do corpo dele junto ao dela. 
- Vamos, Julia. Já passou - disse ela para si mesma
Por um momento, pensou em guardar para si o que havia acabado de acontecer. Mas se lembrou de quem lhe ajudara a se acalmar no dia anterior, então ela saiu correndo para o quarto de Elizabeth, sem ao menos calçar os sapatos.

...

Barnabas parou a frente de Jossete.
- Meu amor, o que houve? - perguntou ela
- Nada - respondeu, olhando para o chão
- Você está inquieto - ela soltou um sorriso fraco 
Ele pensou em dar um selinho nela, finalizando a desconfiança, mas não podia. Não depois de ter beijado Julia. Não, ficaria com o gosto dos lábios dela nos seus enquanto fosse possível. Queria se lembrar de cada toque, de cada carícia e de cada movimento dos lábios dela em cima dos seus, porque fazia muito tempo que não era beijado assim.
Talvez fosse porque só beijara Jossete nesse tempo, e ela não tinha tanta malícia para beijar do mesmo jeito que Julia, ou talvez ele só estivesse mais agitado porque era um beijo proibido, uma coisa secreta, que ninguém poderia saber.
Talvez a adrenalina do beijo tenha sido essa, o talvez fosse o sentimento que ela tinha por ele. De qualquer forma, aquele tinha sido um dos melhores beijos que já tivera o prazer de experimentar. E ele tinha vontade de outros, tinha mesmo, porque alguma coisa em Julia Hoffman o atraia. E ele estava prestes a descobrir o que era.

...

- Julia eu não estou acreditando no qua você fez! - falou Elizabeth
- E eu também não - respondeu a médica
Julai começou a pular de um lado para o outro e subiu na cama de Elizabeth. Ali, começou a pular como uma criança.
- Julia, pare com isso. Desça.
A ruiva continuou a pular, e falou:
- Elizabeth, eu estou muito feliz. Muito feliz mesmo. Me deixe fazer...
- NÃO! Desça.
Julia amarrou a cara e desceu da cama.
- Obrigada por estragar o meu momento ataque adolescente.
A última frase de Julia desencadeou uma série de gargalhadas das duas mulheres. Elizabeth não conseguia parar de rir. Definitivamente, Julia era a melhor companhia que poderia ter.
Quando o riso de ambas cessou, Elizabeth deu uma olhada para o relógio da parede, e falou:
- Já está na hora do jantar. Vamos, temos que encontrar o seu príncipe encantado.
Julia sorriu mais uma vez e disse:
- Estou sem meus sapatos.
A matriarca pegou um salto baixinho no seu armário e deu para Julia calçar.
- Adorei  - falou a ruiva - Acho que vou roubar ele para mim.
Então, as duas seguiram juntas para a sala de jantar.

Barnabas já estava sentado no seu habitual lugar quando as duas chegaram. Julia tentou esconder o sorriso por alguns segundos, mas ao olhar novamente para Elizabeth as duas riram.
Jossete revirou os olhos. Odiava a amizade de Julia e Elizabeth, porque sabia que a única pessoa que realmente se importava com ela naquela casa era Barnabas. Não tinha uma amiga como Julia tinha Elizabeth e isso a deixava irritada. Não triste, como seria plausível, mas irritada. Chegava a ter inveja da amizade das duas. Aquela amizade era um misto de amor e adoração de ambas as partes.
Julia admirava Elizabeth por sustentar aquela família inteira nas costas durante anos, mesmo com problemas financeiros e emocionais. E Elizabeth admirava Julia pelo fato de ela estar pouco de fudendo pro que os outros achavam dela. Ela era Julia Hoffman, e não mudaria nada no seu jeito de ser. Nunca.
Exceto quando o caso era Barnabas.
Ai era coisa diferente.
As duas se sentaram a mesa, Elizabeth começou a comer e Julia apenas ficou marcando presença, uma vez que não precisava comer.
Barnabas e Jossete também não precisavam.
Carolyn estava bebendo o suco e depois falou:
- Nossa família é muito estranha.
A família Collins se entreolhou e todos concordaram, porque era a mais pura verdade.
Julia olhou para a mesa a sua frente e sorriu. Sorriu porque estava feliz só de estar perto de Barnabas. E ele tinha a mesma sensação para com ela.

Pvo: Barnabas Collins

Quando Julia entrou finalmente descobri o que me atraia nela. Quando ela entrou, algo surgiu naquela sala. Algo muito diferente e maravilhoso. Era o perfume dela. Era excêntrico, diferente, perfeito. De fato, aquele perfume dela me entorpecia mais do que ninguém.
A única coisa que eu queria nesse momento era um motivo para me levantar e levá-la comigo.
Mas eu não podia. Jossete era a minha namorada e o amor da minha vida. Não a trocaria por Julia.
- Com licença - falou a médica, se levantando.
Ela saiu da mesa e do recinto, e eu senti falta do seu perfume. Era isso. O perfume dela era o que me atraia.