Moonlight escrita por Pamisa Chan


Capítulo 12
Ao Encontro de Luna


Notas iniciais do capítulo

Faltam só 2 capítulos!! Boa leitura!



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Saí do quarto de Luna, indo em direção ao quarto de Stella, já que ela era a que mais se preocupava com a garota dos olhos de Lua, além de ser a mais dócil. Em direção à sua porta, encontrei um pequeno bilhete no chão, na frente da escada que dava para o salão da entrada. O bilhete dizia:

"Desça. Vá ao porão."

Desci as escadas, voltando ao salão onde minha busca começou. Vi os pianos, violinos, saxofones e violões novamente. Atrás da grande escada que dava nos quartos, havia uma porta, entrei por ela. Era um pequeno quintal. À frente dele, havia mais uma parte da casa, uma porta que dava para um quartinho sem muita coisa, só uma estante e uma portinhola de alçapão. Havia um bilhete colado na madeira da estante, dizendo:

"Tome cuidado com o que vai fazer. Termine o livro antes."

Eu talvez deveria me informar mais antes de ir em busca do último pingente e obedecer o bilhete, mas eu não podia mais esperar, eu precisava ter Luna comigo de novo. Sem pensar duas vezes, abri a pequena portinha no chão - que era igual àquela que eu havia visto no quarto de Luna - e desci as escadas.

Cheguei em um quarto cheio de partituras espalhadas pelo chão, um violino em cima da mesa e um piano no canto. O cômodo tinha uma porta, resolvi espiar o que havia lá do outro lado e era o cômodo cheio de acessórios de balé e teatro. Então eu estava no último cômodo. Cheguei à conclusão de que cada cômodo representava o talento de cada uma das garotas. O quarto do violino, onde eu estava, era o de Lunae Lumen. O quarto do teatro, onde havia a pequena caixa de música, era o de Mari Magno. O quarto das pinturas era o de Stella Caelorum. E por último, o quarto com instrumentos de costura, era o de Noctis Caelum.

Já que eu estava no quartinho relacionado a Luna, eu provavelmente encontraria o pingente ali, assim como nos outros casos. Mas eu não sabia como. Comecei a vasculhar entre os papéis jogados pelo chão e não encontrei nada. Lembrei-me que eu havia entrado naquele porão pela primeira vez através do quarto de Luna, que dava no quarto com instrumentos de costura. Voltei àquele quarto, passando pelas portas até chegar ao quarto de pinturas e depois atravessando aquele pequeno vão que eu havia feito a partir do rachado na parede.

O quarto ainda estava escuro, mas dessa vez o pingente das estrelas deu um forte brilho, se apagou, e logo em seguida fez com que o local se iluminasse por completo. Pelo visto, aqueles pingentes atendiam aos meus desejos. O pingente do mar me fez respirar debaixo d'água, o pingente das estrelas iluminou meu caminho... Olhei para o lugar onde ficava a escada da outra vez, ela estava ali. Resolvi subir. Quando abri a pequena porta que supostamente estava no chão do quarto de Luna, uma força me sugou e mais uma vez, eu caí em um sono profundo.

Acordei numa cama, com a vista embaçada, ouvindo alguém chamando meu nome algumas vezes, era uma voz delicada.

- Luna? - perguntei meio atordoado

- Sou eu, Stella. 

Minha mente começou a voltar a funcionar. Pude enxergá-la melhor. Stella perguntou se eu estava bem e eu assenti com a cabeça. Ela disse então:

- Não vá.

- Aonde? - questionei confuso

- Não vá.

Levantei-me rapidamente da cama, raivoso, e disse:

- Você não vai me impedir!

Depois disso, voltei a deitar, eu sentia uma forte dor de cabeça. Stella com uma feição preocupada colocava a mão sobre minha testa, segurando uma bolsa de gelo, para amenizar a dor. 

- O que aconteceu comigo? 

- Ao entrar pelo alçapão em direção ao quarto de Lunae Lumen, você apareceu em sua dimensão, mas não a encontrou lá novamente, então se jogou ao mar. Minha irmã gêmea, Mari Magno o encontrou e tentou tirar o colar de você. Sabendo disso, eu fui até ela e tentei a impedir. Mas eu havia chegado tarde demais, ela já havia pego o colar e depois te jogou contra uma pedra, o fazendo bater a cabeça.

- O colar...

- Não se preocupe com isso. Não vá atrás do colar, não faça isso.

- Por quê?! Você ainda não enxergou minha determinação de encontrar Luna?

- Você não pode fazer isso! 

- Eu farei isso! Você não vai me impedir!

- Tudo bem.

- Mas... E o colar? 

- Eu consegui tomá-lo de Mari Magno depois, está aqui.

Peguei o colar e coloquei-o no pescoço, logo em seguida deitei na cama novamente, caindo num sono profundo.

Acordei novamente na dimensão de Luna, eu estava sobre uma estrela, e à minha frente, aquela mesma enorme fileira de astros em direção à Lua. Eu estava determinado a conseguir percorrer todo aquele caminho até chegar em Luna, mas acho que eu só conseguiria isso se eu obtivesse o quarto e último pingente, o pingente de Luna. Comecei a correr, pulando de estrela em estrela, tentando alcançar a Lua, assim como eu havia feito da outra vez. Ninguém me impediria agora, Stella aceitou que eu iria, Mari era fraca demais para lutar contra mim. Mas enquanto eu corria, repentinamente alguém surgiu no meu caminho: Era Noctis Caelum. Parei rapidamente, "brecando" com todas as minhas forças, um simples desequilíbrio e eu cairia naquele mar infinito novamente. A garota do céu noturno, então, começou a murmurar repetidas vezes enquanto seus longos cabelos pretos cobriam sua face por completo:

- Irás te arrepender... Irás te arrepender...

E eu, com raiva de tantas oposições das três garotas, perguntei irado:

- Por que diabos eu me arrependeria de buscar o amor da minha vida, a garota que mais me fez feliz?!

- Tu já estás aqui. - Disse ela, levantando o rosto e evidenciando seus enormes olhos pretos - É tarde demais para lhe responder.

- Stella também não quis me responder quando perguntei!

- Nós não podemos revelar algo sem que o humano leia o livro. Tu devias tê-lo lido assim que chegou ao quarto que daria no porão. Não leste o bilhete?

- Eu não quero saber de nada disso! Só quero o meu amor de volta!

- Cometeste um erro... - Disse Nocte, logo em seguida pronunciando meu nome. Como ela sabia? - Mas estava previsto. Era a profecia! Não direi que era teu destino, pois és TU quem o escolhes. Mas quem procura razão quando o amor predomina em sua alma? 

- Eu não vou me arrepender! Eu vou ter meu amor comigo!

- Este foi teu último aviso, jovem apaixonado. Como não poderei o impedir, direi-te: O último pingente está lá embaixo, nas mãos do Espírito do Grande Mar, Mari Magno. Adeus.

Após dizer isso, Nocte sumiu. Eu precisava achar o último pingente, mas será que eu poderia confiar nela? Fiquei com medo dela estar mentindo para me impedir. Mas não creio que ela faria isso. Eu pude ver sinceridade naqueles olhos da cor do céu noturno. Mais uma vez, então, me atirei ao imenso mar lá embaixo.

Logo que cheguei lá dentro, o pingente azul brilhou e eu pude respirar e enxergar nitidamente. Nadei em busca de Mari Magno, eu precisava me livrar dela para salvar meu amor. Nadando pelas enormes profundezas do mar, vasculhando todos os locais, pude encontrar um tipo de túnel lá embaixo. A uma profundidade daquelas, tudo estava praticamente invisível de tão escuro, e o pingente dourado brilhou, iluminando tudo ali. Entrei pelo túnel e comecei a inspecionar aquele local. Haviam algumas bifurcações mas eu não sabia por onde ir. 

Subitamente, ouvi um grito. Comecei a nadar pelos lados das bifurcações por onde vinha aquele som. Eu tinha certeza que era Mari. Poderia ser alguma armadilha, mas eu não me importava. Eu ia acabar com ela para poder pegar o último pingente e rever meu amor. Depois de seguir por umas cinco bifurcações, finalmente cheguei em um local onde havia uma enorme pedra extremamente lisa esculpida em formato de cama, onde repousava a sereia maligna. Aproximei-me dela.

Mari tinha uma aparência fraca, doentia. Olhei em seus olhos por alguns segundos. De repente comecei a senti-la sugando minhas forças usando aquele olhar enfeitiçante. Fechei meus olhos e me virei. Aqueles segundos foram suficientes para ela recuperar um pouco de suas forças e pular em cima de mim, me enforcando. Comecei a me debater para tirá-la de mim, conseguindo empurrá-la para longe. Enquanto ela se levantava, eu tomei tempo para procurar o pingente pelo "cômodo". Vendo minhas intenções, Mari parou, me encarando com uma feição séria e de repente, em meio a um silêncio, proferiu as palavras:

- Está aqui.

Olhei para ela e vi um colar com o pingente prateado em seu pescoço. Atrevi-me:

- Dê-me. - Disse sério.

- Venha pegar.

- Dê-me! - Disse aumentando o tom de voz, enfurecido.

- Deixe-me ver se és capaz, seu humano desprezível!

- Dê-me! Agora! - Comecei a gritar com todas as minhas forças, partindo para cima da maldita sereia.

Ela sequer tentou resistir, deixou-me ir até ela e agarrar seu pescoço, apertando com força. Vi seu rosto pálido ficar vermelho. Ela disse, com muito esforço:

- Me... solte... Por... favor...

Eu não ia a soltar, não ia ceder a seus encantos de suposta moça meiga e educada. Mas olhando aquele rosto, com feição triste e agoniada, tive certeza de que aquilo não era o certo. Continuei a segurá-la, mas enfraqueci minhas mãos, permitindo-a de respirar com menos dificuldade e poder falar, ainda ofegante:

- Eu te dou o pingente... Com uma condição...

- Não quero suas condições! Quero este pingente agora, sua inútil!

- Por favor... Só lhe peço uma coisa...

- O que você quer?!

- Me beija. - Disse ela quase inaudivelmente.

- O quê?

- Me beije. - Disse ela mais alto, com um certo tom de agressividade.

- Ora! Por que diabos eu faria isso?!
- É só isso que te peço. Me beije.

Mari Magno foi aproximando seus finos lábios rosados (que agora estavam um pouco roxos, pela falta de ar) de minha boca. Eu sabia que aquilo não era certo, apertei-a mais forte. Ela resistiu e finalmente se aproximou ao máximo de mim, tocando meus lábios com os seus. De repente, ela me amoleceu, fazendo-me soltar seu pescoço no mesmo instante. Ela colocou uma de suas mãos na minha nuca, passando seus dedos entre meus cabelos, enquanto sua outra mão me segurava pelas costas, forçando-me contra seu corpo.

Cedi por uns instantes, ela tinha um beijo incrivelmente doce e um corpo incrivelmente macio, que agora estava colado ao meu. Ela começou a me empurrar, jogando-me naquela cama esculpida em pedra, que com a força do empuxo da água, fez com que eu caísse ali delicadamente. Ela subiu em cima de mim, ainda me beijando, agora tentando tirar minha camisa. Nesse momento, percebi o que estava fazendo e saí daquela sensação de transe. Empurrei-a no mesmo momento, dizendo:

- Eu fiz o que você queria! Me dê esse maldito pingente!

Mari Magno começou a sorrir, e logo em seguida dar um riso maligno e prosseguiu falando:

- Acho que seu amor nem era tão grande assim. Você cedeu aos encantos de uma sedutora - E continuou a rir.

Fiquei em silêncio, eu não podia negar.

- Achas mesmo que eu sou fraca? Achas mesmo que sou mais fraca que um humano tolo e desprezível como tu? A única coisa que eu queria era provar que teu amor é fútil! Mas tudo bem, pegue esse pingente. Eu prometi, cumprirei.

Peguei o pingente, coloquei-o no colar. De repente, Mari Magno desapareceu e um enorme ruído começou. Acho que eu finalmente cumpriria minha missão..


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Notas finais do capítulo

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Beijinhos, até a próxima!