Leiam as notas inciais! 

Eu sabia que não tinha nenhum direito de fazer o que eu estava indo fazer. Mas eu realmente ignorei meus pensamentos e tudo que me dizia que eu deveria ir com mais calma. Era inicio da manhã, muito cedo para Adrian estar acordado, mas eu confesso que ficaria feliz de tirá-lo da cama só para dar uns bons tapas em seu rosto perfeito. Então quando isso não aconteceu, eu fiquei com uma cara de nada, de paisagem e realmente surpresa quando eu mal bati na porta e encarei um Adrian relaxado e vestido, como se tivesse acordado há horas.

- Eu estava esperando por você. – Ele disse com um sorriso tímido nos lábios.

- Como assim, esperando por mim? – Eu o empurrei para o lado, pedindo passagem para entrar no quarto e sentar no sofá que ali havia. Não pude deixar de notar que o quarto de Adrian estava muito mais organizado do que eu já vira algum dia na vida e isso fez com que eu me sentisse impotente, já que com todo o tempo que estivemos juntos fui incapaz de mudar pequenos detalhes que incorporavam sua essência. Ele pareceu notar e sorriu desconfortável.

- Bom, foi meio que impossível não notar quando você saiu correndo ontem à noite... Eu imaginei que você viria aqui conversar.

Eu fiquei realmente surpresa! Adrian se importando e se antecipando aos sentimentos dos outros! Isso era inacreditável e demais para mim. Encarei-o com uma expressão de choque e uma mão pousada em meu peito.

- É você mesmo que está ai?! Tem certeza que não existe uma possibilidade de que com a coisa do espírito e tal, ninguém tenha possuído seu corpo?

Eu falava sério, mas Adrian gargalhou! Não pude deixar de notar que ele estava feliz de uma forma leve, e não como se tivesse ao ponto de aproveitar seus últimos momentos da vida. Não havia mais o cheiro de cigarros e pude presumir que pela hora que ele estava de pé havia tido um corte considerável no consumo de bebidas.

Eu juro que fiquei feliz por ele, de verdade! Vê-lo bem realmente me deixava mais preparada para seguir em frente, mas eu sentia como se algo meu estivesse sendo levado para longe de mim.

 Qual é não me entendam mal, eu amo Adrian e sempre amei. De uma maneira diferente é claro, mas eu sentia que ele era minha propriedade e nesse caso ele me devia explicações.

- Acho que levaram você Rose – ele apontou enquanto eu me dava um tapa mental e saía de meus devaneios. – Mas então diga o que realmente te trouxe aqui?

Eu hesitei. Eu sabia que não deveria me meter na história quando ele mesmo me deixou livre para levar minha vida com Dimitri. É isso que as pessoas que amam devem fazer, certo? Errado! Pelo menos era o que a minha mente doente me dizia naquele momento!

- Como aconteceu? – Perguntei de forma vaga, mas seu olhar me dizia que ele havia compreendido a pergunta.

- Olha... Se eu te disser que eu não sei exatamente, você acreditaria?

- Talvez... – Respondi refletindo que no final de tudo, eu também não sabia como tudo havia se encaixado com Dimitri. Apenas tinha acontecido!

- Nós dois erramos Rose, mas isso só me fez compreender que não era para ser. Nós nunca daríamos certo. Foi sem querer me aproximar de Sydney, e quando vimos já estávamos mais envolvidos do que gostaríamos.

Abri a boca para interrompê-lo, mas ele levantou uma mão fazendo com que eu parasse e então continuou.

- Você não sabe o quanto eu fiquei surpreso quando vi em sua aura que ela estava começando a se interessar por mim. Foi mágico! Eu nunca poderia imaginar que Syd, depois de insistir em quão malignos nós Morois somos iria acabar ficando comigo. E eu te juro, não era minha intenção me envolver com ela! Além de ter aversão a nossa raça, Sydney é uma humana...

- Você nunca foi bom de seguir regras... Não seria certo ficar comigo também. – eu dei de ombros soando triste. Adrian se aproximou de mim e me abraçou fortemente e eu senti ondas de tranquilidade invadir meu corpo.

- Ei dampirinha, não se sinta mal. Você mora no meu coração assim como eu sei que moro no seu. – Ele deu um sorriso convencido e aberto. – Eu só quero que você entenda que o amor não acaba ele se transforma. Eu realmente fiquei magoado com você quando te vi com Belikov...

- Não foi como você imaginava. Eu não queria e...

- Eu sei Rose, agora eu te entendo e ser que Belikov sabe ser insistente quando quer. – ele deu de ombros enquanto eu virava os olhos – Nós não mandamos no coração e agora eu tenho certeza que eu encontrei a pessoa certa, vou poder ser feliz como você!

- Mas você não imagina como podia ter sido se, você sabe, se tudo tivesse ficado como deveria ser na ordem natural das coisas?

Ele pareceu pensar um pouco como se realmente essa fosse uma pergunta complicada. Quando finalmente decidiu ele passou levemente a mão em mina bochecha e meu olhou profundamente.

- Eu penso nisso todos os dias. A gente podia ter tido tudo, mas eu precisava de um tempo para crescer e agora eu sei que você não era a pessoa certa para mim. – Ui! Essa doeu, mas ele logo tratou de se explicar. – Calma, não me entenda mal. Você só nunca seria certa porque nunca estávamos em sintonia. Chegou um tempo que eu me cansei de perseguir você e então eu pude ver com clareza que meu sentimento estava mudando. As coisas se encaixam com o tempo e finalmente eu pude enxergar que você e Dimitri nasceram para ficarem juntos. Você nunca seria feliz ao lado de nenhum outro homem.

Senti-me insegura com suas palavras, afinal de contas somos todos muito jovens. É complicado afirmar as coisas com tanta convicção.

- Como pode ter tanta certeza disso? – finalmente perguntei tentando levantar uma sobrancelha como Dimitri fazia.

Adrian sorriu divertido. – Eu vejo auras sabe?! E posso ver que a de vocês está conectada de um jeito único. Só vejo esse tipo de conexão em pessoas realmente próximas, que se amam de verdade. Não é como vejo sua conexão com Lissa, longe disso. O amor de vocês duas é diferente, mas posso ver um vislumbre disso na ligação dela com Christian, e cada vez mais a conexão dos dois parece aumentar, se fortalecer. A sua e de Belikov é forte e tem um brilho intenso, como se fosse de longa data, entende? Chego até a pensar que vocês já estiveram juntos em vidas passadas... A ligação de vocês é tão surpreendente que nunca vi nada igual, nem mesmo em meus pais.

- Não que seus pais sejam um exemplo de um casal feliz, uh?!

- Não mude o foco Rose – Adrian disse aborrecido enquanto juntava as sobrancelhas em frustração e segurava minhas mãos – Eu quero que você entenda que vejo em Syd a possibilidade de construir algo semelhante ao que você tem com Dimitri. Não é uma despedida, não é como se você nunca mais pudesse falar comigo, estaremos sempre juntos. Só que agora é diferente, você não precisará sofrer por estar longe de quem ama de verdade.

Apertei com mais força suas mãos e senti as lágrimas quentes escorregarem livremente pelo meu rosto. Oh, droga! Não era minha intenção chorar. Adrian me abraçou fortemente enquanto tentava me confortar dizendo que tudo havia acabado da melhor forma possível. Seriamos os dois felizes. Eu estava satisfeita por ele, mas sentia uma dor enorme em meu peito, como se alguém tivesse aberto e retirado uma parte de meu coração.

Olhei para Adrian e comecei a chorar ao mesmo tempo em que ria. Não demorou muito para que ele se juntasse a mim se debulhando em lágrimas. Acho que no fim de tudo ele também se sentia como eu. Ele me fizera feliz e havia se esforçado até o ultimo segundo para que eu pudesse estar ao seu lado, como sua mulher. Infelizmente o destino nunca esteve muito a nosso favor. Deixei-me ficar em seus braços lembrando-me de todos os momentos que passamos juntos, gargalhamos e vimos algumas fotos que foram tiradas de seu celular.

Adrian era o tipo de pessoa que eu queria ao meu lado por toda a vida. Não havia problemas com ele, já que ele via em tudo um motivo para ser comemorado. Eu realmente teria uma vida mais leve e fácil com ele, mas não seria a MINHA vida. Eu não nasci para viver na moleza e sempre surgiriam coisas para que eu pudesse resolvê-las. E bem, eu podia enxergar uma grande quantidade delas vindo em minha direção com a coroação de Lissa.

Levantei despedindo-me de Adrian e agradecendo por tudo que vivemos. Desejei-lhe boa sorte, afinal ele iria precisar daqui pra frente. Abraçamos-nos fortemente e quando eu vagava pelos jardins da Corte eu me sentia bem mais leve e livre de todos aqueles problemas que me cercavam.

Eu gritei. Um grito de liberdade e felicidade e chamei a atenção de alguns Morois que passavam e olhavam-me como se eu fosse louca. Eu não ligava, rodopiei e saltei por vários minutos, ignorando a chuva que não demorou muito a começar a cair. O vento soava como música em meus ouvidos e as grossas gotas lavavam minha alma.

 Eu estava tão distraída em meu momento de próprio perdão que não percebi quando Dimitri se aproximou de mim e agarrou-me pela cintura. Encarei seu rosto perfeito tentado decorar cada centímetro de sua face. Deus, como esse homem era perfeito! Colei seu corpo mais junto ao meu enquanto jogava meus braços ao redor de seu pescoço. Ficamos nos encarando por um momento, mas não demorou muito para que ele colasse seus lábios nos meus.

Sua língua pediu passagem, quente e urgente por um beijo mais profundo. Eu me sentia invadida, consumida e completamente dele naquele momento. Finalmente estávamos juntos sem ninguém estar entre nós. Entrelacei minhas mãos em seu cabelo e afastei-me levemente em busca de ar.

- Você sabe que deveria evitar a chuva se não quiser ficar doente, certo? – Ele disse de modo autoritário, mas eu podia sentir a diversão que havia por traz de suas palavras.

- Você sabe que não ficamos doente com tanta facilidade, camarada. – Dei um leve soco em seu peito e ele me tirou do chão, levando-me para um local coberto em um prédio próximo dali. – Ei, eu ainda não estava pronta para deixar a chuva! – Protestei e Dimitri deu um daqueles raros sorrisos largos para mim.

- Tem certeza? – Ele perguntou apontando para um café que estava aberto. Eu estava pronta para afirmar que tinha certeza quando o cheiro de rosquinhas me atingiu e meu estomago roncou lembrando-me que eu não havia comigo nada durante o dia. Acho que Dimitri escutou o estrondo, já que ele abriu mais seu sorriso e me puxou para dentro do local quente e aconchegante.

- O de sempre? – Ele me perguntou o óbvio e eu apenas assenti enquanto sentava em uma mesinha afastada do balcão.

Não demorou muito para que Dimitri voltasse com três rosquinhas de chocolate e um maravilhoso chocolate quente. Afinal de contas, eu precisava me aquecer. A atendente nos olhou com reprovação por estarmos ensopados e sujando o estabelecimento. Mas foda-se, afinal éramos clientes e estávamos garantindo o pagamento de seu salário. Dimitri apenas tomava um café e eu me perguntei seriamente se ele vivia de ar! Dimitri comia bem, eu não podia negar, mas era com pouca frequência e isso sim eu achava estranho, mas preferi não comentar.

- Suponho que tenha dado tudo certo... – Ele quebrou o silencio confortável entre nós e eu afirmei positivamente com a cabeça enquanto dava um gole no meu chocolate que, definitivamente, estava quente.

- Foi melhor do que eu esperava. – Dei de ombros não entrando em muitos detalhes. Eu sabia que Dimitri confiava em mim assim como sabia que ele não confiava e tinha ciúmes de Adrian. Então eu não iria irrita-lo sem necessidade quando no final de tudo estava tudo bem.

- Falou com Sydney?

- Não tive a oportunidade, mas suponho que não será necessário.

- Bom, se você quiser ela está com Lissa e...

- Shiiii... – Eu o silenciei me debruçando sobre a mesa e dando um leve selinho em seus lábios. – Acho que tenho coisa melhor para fazer, uh?!

Dimitri me encarou com seus olhos chocolates profundos, tentando enxergar além de mim. Ele pareceu ponderar e por um minuto eu pensei que ele fosse recursar a proposta oculta. Sendo assim, tossi falsamente e olhei com cara de chateada em sua direção.

- Olhe para mim, acho até que estou começando ficar um pouco doente. No final, você sempre tem razão. – Fiz um bico e Dimitri gargalhou. Olhei de forma ultrajada e fingindo indignação, o que apenas o fez rir mais ainda.

- Você não existe Roza. – Ele finalmente disse entre o riso com o sotaque acentuado.

Terminamos de comer e saímos correndo pela chuva forte até o dormitório dos guardiões. Um guardião que estava de vigia na entrada, controlando a entrada e saída de pessoas, no olhou com reprovação ao ver que causaríamos sérios danos à limpeza do ambiente. Subimos para meu quarto e quando entramos Dimitri não deu a menor chance para que eu ao menos respirasse.

Ele colou seu corpo contra o meu, atrás da porta do quarto enquanto a trancava. Seus lábios apenas desgrudaram do meu para fazer um percurso torturante que ia da minha clavícula até atrás de minha orelha. Sua mão percorreu todo meu corpo até pousar nas minhas costas onde ele abriu rapidamente o fecho do meu sutiã. Senti seus longos dedos gelados pousarem nos meus mamilos, fazendo movimentos circulares que me faziam perder o fôlego.

Segurei a barra da minha blusa e a retirei rapidamente enquanto Dimitri fazia o mesmo com a sua. Enquanto eu estava distraída me certificando que nenhumas das peças molhadas tivessem caído na cama, Dimitri inverteu nossas posições pressionando seu membro excitado contra meu corpo. Ouvi um gemido alto sair de meus lábios antes que eu pudesse me conter. De uma forma excitante, Dimitri segurou fortemente minhas coxas e lentamente me levou para o chão junto dele.

Pela posição que estávamos eu fiquei – literalmente – de quatro enquanto Dimitri acariciava meu corpo. Ele entrelaçava suas mãos eu meus cabelos o puxando levemente enquanto sussurrava palavras e russo para mim. Eu estava tão entretida que mal vi quando ele tirou as minhas e as suas calças deixando-nos apenas de calcinha e cueca respectivamente.

Resolvi tomar alguma atitude e inverti nossas posições, colocando-me por cima dele, de uma forma dominadora.

- Gosto de ser dominado, sabia? – Dimitri falou baixo, com sua voz grave soando sexy.

- Não me parece muito seu tipo camarada, mas bom saber! Gosto de estar no controle. – Pisquei para ele enquanto distribuído beijos e mordidas por toda a extensão de seu peito nu. Quando Dimitri tentou segurar meu quadril eu afastei suas mãos segurando-as em cima de sua cabeça. – Você não queria ser dominado? Então se deixe dominar.

Dimitri piscou atordoado, mas não falou nada. Ficou quieto apenas desfrutando das sensações que eu lhe proporcionava. Em um momento que eu já não aguentava de vontade de tê-lo, eu retirei sua boxer e minha calcinha me posicionando em cima de seu membro. O ar pareceu escapar dos lábios inchados e vermelhos de Dimitri e eu sorri vitoriosa, ao perceber que eu o tinha completamente em minhas mãos. Bom, ao menos hoje eu não seria a pessoa a suplicar por algo por aqui.

- Roza... – Dimitri disse meu nome que pareceu soar mais como um gemido. – Por favor!

Eu sorri perversa, lembrando-me do dia em que ele me fez pedir, suplicar e implorar por ele. Vi-me na oportunidade de finalmente dar o troco em Dimitri.

- Uh... Alguém está bem apressadinho por aqui, não é?! – Ele abriu os olhos e me encarou erguendo uma sobrancelha. – Diga Dimitri... O que você quer? Se você disser eu te darei tudo.

Joguei suas próprias palavras contra ele, mas elas não surtiram o efeito que eu gostaria. Dimitri sorriu com a lembrança, percebendo meu jogo e então me tirou de cima dele tão rápido que eu nem pude perceber. Senti minhas costas batendo no chão gelado do quarto enquanto o cabelo de Dimitri pendia sobre seu rosto e ele se posicionava em minha entrada.

- Gosto de seu dominado Rose... Mas infelizmente não é tão fácil assim. –Ele sorriu e eu arfei quando senti seu membro me invadindo antes que eu esperasse. Um gemido alto escapou de nossos lábios em uníssono e então eu cravei minhas unhas em suas costas o trazendo para mais próximo de mim enquanto sentia nossos corpos se chocando.

Dimitri não tardou em aumentar o ritmo dos movimentos, o que me fez perceber que ele estava tão sedento quanto eu. Às vezes era bom deixar apenas nossos instintos nos levarem. Entregamos-nos ao nosso prazer e eu pude perceber que ali não havia caça e nem caçador, nós dois estávamos completamente entregues. Eu senti meu corpo movendo junto ao de Dimitri como um dança e em um momento o prazer era tão intenso que eu tremi violentamente enquanto Dimitri derramava-se dentro de mim. Nossos corpos estavam suados, nossos cabelos grudados em nosso rosto e mesmo assim Dimitri continuava lindo. Ele me abraçou e depositou um leve selinho em meus lábios enquanto eu sorria satisfeita.

Naquele momento, eu finalmente soube que Dimitri seria o único homem capaz de conquistar todos os dias o meu amor. Ele estaria do meu lado para tudo, apoiando minhas decisões e participando de todos os meus sonhos utópicos. Eu o amava pra valer e eu sentia que ele, finalmente, não duvidava de mim. Nosso amor não tinha segredos, era puro, cristalino e eu sabia que eu havia nascido para ser de Dimitri. Ele era perfeito, único e original. E por ele eu havia movido céus e terras, eu daria minha vida e sabia que tinha apenas por ele o tal do instinto animal.