Thor e Jane - Uma Vida escrita por Giovana AC


Capítulo 16
Outro mundo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desejo boas vindas às novas leitoras e posso dizer que algo diferente vai acontecer neste capítulo, espero que gostem!



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Londres, 1 de Dezembro 2016

Elli já havia completado 3 anos e fora matriculada na escola aquela semana, por isso desfrutavam da deliciosa preocupação com o uniforme, com o que mandar de lanche, feito seus próprios pais em suas épocas de criança. Jane, Darcy e Erik conseguiram publicar suas pesquisas na “Science”, no entanto claramente, poucos acreditaram, o que claro, não fez Jane desistir de suas crenças, afinal construía suas teorias muito mais para si do que para os outros, era a mulher que fascinava-se com o céu e apaixonava-se pelas estrelas todas as noites.

–--

Eram cerca de 3 horas da manhã quando Jane sentiu um enjoo familiar, que já vinha de alguns dias, então inquieta, foi até o banheiro. Abriu a primeira gaveta do gabinete da pia e pegou o teste de gravidez que havia comprado durante a tarde do dia anterior. Fez, sentou sob a tampa do vaso sanitário esperando o resultado e boquiaberta viu o positivo. Levantou-se e começou a andar olhando para baixo pensativa pelo pequeno cômodo, dizendo a si mesma:

_ Eu esqueci da pílula aquele dia... Sabia... Jane sua... – olhou para o espelho, não aguentou e sorriu largamente.

Pegou remédio para dor de estômago, pensou em chamar Thor, contudo teve uma ideia melhor: o acordaria no dia seguinte com esta boa nova. Voltou para a cama tentando conter a novidade consigo e acabou adormecendo.

Passado três horas, enquanto a cientista permanecia nas mais altas nuvens de um sono tranquilo, Thor recebia uma importante mensagem, que poderia revolucionar e abalar as estruturas do que havia sido construído no decorrer desses anos: Tudo estava pegando fogo, Gigantes de Muspelheim, marchavam pesadamente em Vanaheim, destruindo qualquer coisa a sua frente, cortando a garganta de mulheres e crianças mesmo sem ser preciso, queimando lares, devastando famílias inocentes. Podia ouvir a voz de seu pai nos pensamentos: “Estão vindo para Asgard” e de sua mãe: “Nós precisamos de você”. O local encontrava-se arrasado, e Heindall conclui o chamado: “Além de herdeiro, você é o melhor guerreiro, Asgard precisa de seu príncipe”. Os olhos azuis abriram assustados de relance e o corpo sentou-se no leito involuntariamente:

_ Jane! – mexeu o corpo adormecido.

_ Que foi?

_ Nós precisamos conversar.

_ Agora? Não pode ser amanhã? – questionou sonolenta.

_ É de suma importância – continuou inquieto.

_ Hum, pode dizer – pronunciou bocejando e virando-se para o mesmo.

_ Recebi um chamado - a mulher esfregou os olhos e sentou na cama também. _ Muspelheim está a caminho de Asgard, estão destruindo tudo!

_ Como assim? Por quê?

_ Eu não sei. Jane... Vou precisar partir – olhou para baixo.

_ Tem certeza? E se foi apenas um pesadelo?! Imaginação?! Qualquer coisa?! E se... – tentava encontrar razões para não acreditar.

_ Ei! – segurou o rosto dela com as duas mãos e olhou fundo em seus olhos cor de avelã: _ Eu vou voltar! E lembra uma vez, quando eu te disse que podia partir a qualquer momento... Você concordou em me esperar...

_ Não me diga isso agora! Tudo mudou! – alterando o tom de voz, libertando-se do afago do marido e saindo da cama.

_ Mas isso não! - gesticulando com as mãos e levantando também.

_ Não nos separamos por 4 anos! – falava alto.

_ Pare de ser egoísta! Existem pessoas morrendo lá fora e você se apegando a sua preciosa vida, pare de ser estúpida Jane! – ao pronunciar a última palavra sentiu, um tapa ardido na face.

_ Somos casados! Temos uma filha! Como acha que ela vai reagir quando disser que o pai dela sumiu? Que não sabemos onde está, se vai voltar amanhã ou daqui dois anos? Pensei que desse mais valor a tudo que construímos juntos! – lágrimas descompassadas escorriam dos olhos.

_ É claro que eu dou valor! Você tem que entender que eu preciso salvar pessoas!

_ Eu entendo, mas é difícil aceitar, depois de tudo que passamos para conseguir ter um pouco de paz! - ambos ficaram em silêncio.

Neste momento escutaram passos em direção ao quarto, além do barulho das dobradiças da porta abrindo. Ao virarem-se, avistaram uma figurinha de pijama listrado e cabelos loiros ondulando até abaixo do queixo:

_ Papai, você vai nos abandonar?

Thor deu um olhar torto para Jane, que enxugava as lágrimas e tirava os fios de cabelo do rosto vermelho, e foi até ela, pois a mão em sua nuca:

_ Não, o papai só vai ter que viajar... Para Asgard e...

_ O que é Asgard? – perguntou Elli olhando para cima, tentando enxergar as feições do pai.

_ É um mundo diferente desse... Quando você for mais velha, vai entender.

_ É muito longe?

_ Um pouquinho, mas eu não demoro tá bom?

_ Promete?

_ Você disse que não chegaram em Asgard, realizem o combate antes... Por que não podemos ir com você? - perguntou Jane.

Tanto a filha, quando a esposa não obtiveram respostas. Thor não sabia se ia demorar ou não e seu pai jamais permitiria que as levasse para lá, poderia expulsá-las.

_ Vou chamar Darcy e Erik para ficar com vocês.

Ligou para os amigos sem dar explicação alguma, apenas pediu que viessem, o que os fez chegarem de pressa, temendo a gravidade do assunto. Após estacionarem o carro vermelho e abrirem a porta, se deram com Thor em trajes de combate empunhando seu martelo, Jane com sua camisa xadrez e calça preta sentada no sofá da sala e Elli ainda de pijamas, mexendo na capa vermelha do pai.

_ Então? – perguntou Darcy.

–--

Depois de explicar a situação e todos ficarem posicionadas à porta, Jane insistiu:

_ Podíamos ir com você...

_ Meu pai, não permitiria mortais em Asgard... Você não faz ideia do quão difícil esta sendo para mim...

_ Aa, sempre o seu pai... – falou baixo, como um cochicho.

Thor segurou a nuca da cientista e beijou-a desesperadamente, mesmo com as rejeições dela, que empurrava seu peito, com raiva, embora quisesse seu carinho. Deu um beijo na testa da filha e saiu rua à fora. Carregava muita tristeza em seu coração, pois embora certo de sua missão, tinha consciência de que se Odin não vetasse, as duas poderiam ficar seguras no palácio, pelo menos à par da situação, mais proximamente. O que não saia de sua cabeça era aquele cochicho: ”Sempre o seu pai...”, pensava: “Por que devo acatar essas regras?”, “por que não posso mantê-las junto de mim?”. Olhou para trás e Jane estava fechando a porta: “Eu posso mantê-las junto de mim”. Saiu correndo de volta para casa gritando pelo nome dela, que reabriu a porta para certificar-se de que não estava maluca.

_ Vêm!

_ Que?

_ Pega Elli e vêm! – falava do jardim.

_ Você não disse que não podíamos ir?

_ Disse, mas não importa!

Pegou a menina no colo e saiu correndo para ele, momento em que Darcy e Erik ficaram se olhando pasmos.

Encontraram uma rua tranquila:

_ Me da Elli – disse Thor pegando a filha no colo. _ Segure-se - disse a Jane, puxando-a junto ao seu corpo. ­_ Heindall, estamos prontos!

Uma luz muito forte e colorida surgiu, era a bifrost. Estar nela trazia uma sensação estranha, mas a vista... Era espetacularmente surreal. Os olhos de Jane estavam bem abertos, apreciando cada detalhe, nem podia acreditar que depois de tantos anos, pôde experimentar esse efeito, além de estar indo para Asgard, o que ela sempre sonhara, muito embora não nessas circunstâncias, de guerra. Thor segurava-a firme e apreciava seu deleite e as reações de Elli, tentando pegar as luzes que apareciam ao seu lado.

Em questão de segundos, pisaram em terra firme.

_ Estão bem? – perguntou Thor.

_ Sim! – respondeu Jane absorta.

_ Onde estamos? – perguntou a criança.

_ Em Asgard, mas está tudo bem, depois a mamãe te explica direitinho – falou para tranquilizar.

Thor colocou a filha e a mesma deu a mão para a mãe. Ele andou um pouco, até o centro de uma sala dourada e redonda, onde havia um guardião com uma bela armadura e portando uma espada brilhante:

_ Heindall.

_ Thor.

_ Está é minha família... Acredito que tenha continuado a me observar durante esse tempo, não?

_ Acertou – colocou a mão ao ombro do príncipe.

Jane e Elli se aproximaram e o guardião as cumprimentou:

_ É uma honra conhecê-las.

_ Oi! – disparou Jane sob os acenos da filha.

_ Meu pai... – continuou Thor.

_ Espera por você – completou Heindall.

Thor pegou seu cavalo, montou e deu a mão e Jane subiu ás suas costas, segurando em sua cintura e colocou Elli a frente sob sua proteção. Foram cavalgando pela ponte do arco íris, que ia mudando de cor a cada toque das patas do cavalo. O céu era diferente do midgardian, transmitia a impressão de estar no meio do espaço, mas mesmo assim estava claro, havia estrelas e corpos celestes inteiramente visíveis a olho nu, era magnífico. Chegaram na entrada do castelo, onde desceram e Thor pediu que esperassem e entrou:

_ Pai – disse olhando-o. Estava da mesma maneira que o vira da última vez, talvez um pouco mais velho. Vestia armadura dourada, usava seu tampão no olho esquerdo e cajado na mão, sentado em seu trono.

_ Thor Odinson, honrou a sua posição de príncipe...

_ Sempre horarei – disse firmemente ajoelhando-se e pousando o mjolnir ao chão.

_ Como pode perceber os gigantes de fogo de Muspelheim tentarão invadir nossas fronteiras, visto que dominaram o reino vizinho, nossas tropas estão sendo preparadas para segurarem-nos o máximo possível e para o ataque. Preciso que ajude a combater a ameaça, afinal não podemos contar com seu irmão Loki – concluindo com desprezo.

_ Como ele está?

_ Foi condenado e está preso nas celas de alta segurança. Já não me importa mais lembrar que um dia salvei-lhe a vida naquela batalha em Jotunheim.

Por um minuto, Thor lembrou-se do irmão e como era bom tê-lo lutando ao seu lado, protegendo um ao outro. Voltou-se ao assunto:

_ Mas por que estão travando uma guerra?

_ Simplesmente por não estarem satisfeitos com a soberania de Asgard e com o jeito que protegemos os demais reinos. Creem que chegou a hora da ascensão, todavia não deixaremos isso acontecer, correto?

_ Sim, farei tudo que puder! Mas não vim sozinho... – foi até a porta de entrada buscar sua mulher e filha.

Odin já sabia quem ele traria, Jane Foster, a mortal, contudo não a garotinha, contando que depois de Thor optar por ir embora, o rei, tomado por sua ira e decepção, proibiu Heindall de lhe trazer notícias do filho.

_ Está é Jane Foster Odinson, minha esposa e minha filha, Elli. – fez sinal para que ajoelhassem, sob os olhares inconformados de Jane para isso.

_ Sua filha... – pronunciou surpreso.

_ Eu não peço que aceite, apenas que fiquem aqui, em segurança.

_ Mãe, quem é esse? – A fina voz ecoava pelo grande salão, deixando Jane sem reação. A mulher fitou os olhos de Odin, que disse:

_ Thor, está ciente de que não recebemos mortais em Asgard! – falou em seu tom profético e irritado.

_ Sim pai, contudo este mundo precisa de mim, portanto, até esta guerra terminar, todos ficamos ou partimos.

_ Elas podem ficar. As tropas saem hoje ao por do sol, e você irá lidera-las – concluiu em tom inflexível.

_ Sim, pai. – Consentiu e levou as duas para a sala.

O rei não aceitava a união de um Deus com uma humana, mas precisava de Thor e não poderia deixar sua neta sem proteção, apesar de tomar como um ato sem escrúpulos, a miscigenação com concepção daquela criança.

Na sala estava Frigga, mãe de Thor, que parecia compreender melhor as escolhas que foram feitas. Dona de longos cabelos loiros, usava um longo dourado cheio de pedras e apresentava feição simpática e receptiva.

_ Meu filho! – correu para um abraço.

_ Mãe! Senti sua falta – disse Thor abraçando-a

Posteriormente ao reencontro, falo com Jane:

_ Olá querida, como você está?

_ Bem, obrigada – sorriu tímida.

_ Oi meu bem! – disse Frigga para Elli. _ Ela é linda! – agora ao casal, que se entreolhou.

_ Vou liderar as tropas que saem ao por do sol, gostaria que a senhora cuidasse delas para mim, faria isso?

_ É claro que sim. Jane, quero que saiba que você é muito bem vinda e eu a protegerei como uma filha.

_ Sou muito grata por sua preocupação e cuidados – respondeu a cientista.

–--

A hora de partir havia chego. Saíram do palácio, Jane agora amparada por um vestido longo bege e Elli com outro lilás, providenciados por Frigga. Estavam de frente para a ponte do arco íris.

Thor estava muito preocupado em deixa-las, não se sentia bem em ter que ir. Aproximava-se da mulher e sentiu a filha puxando sua calça:

_ Oi filha – disse atencioso, abaixando para ficar do tamanho dela.

_ Te amo papai, volta logo – disse a garotinha segurando na barba dele.

_ Papai também te ama – aquilo acabara de cortar seu coração. Pegou a mãozinha dela e deu um beijo no dorso.

Levantou, chegou perto de Jane e encostou a testa na dela, que colocou a palma da mão em seu rosto. Ele colocou a mão sobre a dela e naquele momento, a mulher pensava seriamente sobre sua nova gravidez, estava indecisa entre contar ou não. Acabou optando pela segunda alternativa, o que deixou-a bem apreensiva, embora fosse o melhor a fazer, essa notícia só pioraria as coisas.

_ Vai. Vai ficar tudo bem, você tem que ir! – disse.

Thor hesitou um pouco e foi, acompanhado dos amigos Frandal, Lady Sif, Volstagg, Hogun e do restante dos soldados.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, não esqueçam de comentar!