Everything Has Changed escrita por Mila


Capítulo 16
Capítulo 16




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A história do Edward era chocante. Como uma mulher é capaz de se esfaquear só para matar o próprio filho? Como alguém é capaz de tamanha crueldade?

Edward me contou tudo sem que eu o interrompesse, quando terminou de falar, ele estava chorando. Não resisti e o abracei.

- Agora você já sabe. – Ele disse depois que se acalmou.

- Mas não entendi uma coisa. – Falei.

- O que não entendeu?

- Os seus irmãos estavam certos?

- Sobre a Emily ser uma golpista sem coração? Sim.

- Então por que tem raiva deles?

- A Emily fugiu por causa do que ouviu, sem contar que toda vez que olho para meus irmãos e vejo como estão felizes e apaixonados, me lembro do bilhete da Emily.

- O que estava escrito nele? – Perguntei impulsivamente. – Não precisa dizer, se…

- Tudo bem. Consigo repetir as exatas palavras de tanto que o li. O recado era: “Agradeça aos seus irmãos por serem tão observadores. Pode ter certeza que esse bebê é realmente seu, mas você nunca o conhecerá. Assim que nascer, se for menina irei deixar na porta do bordel mais sujo e inescrupuloso que encontrar, mas se for menino, jogo em uma lata de lixo nojenta qualquer. Já que não terei você, você não terá essa coisa. Ainda bem que Alice e Emmett me deram a ideia de transformar essa coisa em uma vadiazinha se for menina, afinal não é isso que sua irmãzinha me chamou, de vadia? Beijos, Sua Emily.”

- Ela… ela era um monstro! – Exclamei indignada.

- Eu quero esquecer esse bilhete, mas ao mesmo tempo não quero.

- Alice e Emmett não tiveram culpa. Eles não são culpados por essa mulher ter cometido tanta barbaridade. Eles sabem sobre sua filha?

- Não, eu nunca contei sobre a gravidez da Emily para ninguém, antes de você, pelo menos.

- Por isso não quis conhecer a Julie?

- Não exatamente, ela me faz na minha filha, a filha que eu nunca pude ver sorrir ou escutar me chamando de papai.

- E, por isso, não só perdeu uma filha, como está perdendo uma sobrinha. – Falei dura.

- Eu sei, mas é tão difícil. Meu maior sonho era ser pai e Alice e Emmett nunca quiseram ter filhos, agora Alice tem a filha dela, mas eu não tenho a minha.

- Você ainda pode ter filhos se quiser.

- Eu já tenho uma filha, apesar da Elisa não ter sobrevivido, ela sempre será minha menininha, não vou esquecê-la jamais nem terei outros filhos para colocar no lugar dela. Ela é única. E…

- Você não quer se envolver com outra mulher.

- Prometi para Elisa que não iria mais sofrer por causa de nenhuma mulher. Infelizmente, não tenho cumprido minha promessa.

- Por que não?

- Eu me apaixonei, mas tenho medo de me aproximar, sei lá, talvez amar a distancia seja menos doloroso, assim, mesmo que não esteja cumprindo minha palavra, não estou sofrendo realmente por culpa…

Eu parei de ouvir o que Edward dizia. Meu coração perdeu uma batida. Eu senti uma dor tão grande, que me fez ter a certeza que me apaixonei por ele, sem nem ao menos perceber, mas eu nunca seria correspondida nem meus irmãos iriam aceitar se me envolvesse com ele. Eu sou uma idiota patética.

- Edward, sua filha iria querer que você fosse feliz. A vida é frágil e dolorosa, tudo é tão passageiro, que é preciso se arriscar às vezes. Pode ser que você sofra, mas se não tentar nunca saberá se na verdade não seria feliz.

- Você está certa, mas…

- Pode parar de tentar arranjar desculpas. A pessoa por quem se apaixonou vale a pena? – Interrompi.

- Vale. Ela é uma mulher excepcional.

- Então o que está esperando para conquista-la? Vá ser feliz. – Aconselhei. Por mais que meu coração se apertasse em pensar no Edward com outra mulher que não eu, eu queria que ele fosse feliz.

- Acho que não me lembro de como conquistar uma mulher, tem tanto tempo que não saio com uma.

- Você podia começar convidando-a para sair ou…

- Já sei! Bella, amanhã você pode ir comigo na praça? Podemos conversar melhor lá e você pode me dar umas dicas. – Pediu.

- Tudo bem. – Aceitei. – E, Edward, tente contar tudo para sua família, vai te aliviar e te fazer bem.

- Vou pensar sobre isso. – Garantiu, sorrindo.

Uma criança apareceu com dor de dente, então Edward saiu e não pudemos continuar nossa conversa. Eu fiquei ocupada pelo resto do dia, o que foi muito bom, já que dessa forma não tive que pensar que nunca teria a chance de ser amada por Edward, nem poderia deixa-lo saber que o amo.

Eu nunca senti tanta necessidade em conversar com minha mãe como agora, sinto tanta falta dela e da minha vida antiga, uma vida sem preocupações e sem a dor de um amor não correspondido.


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