Capítulo 18

メッセージ

Recado

E lá estava Tsunade, com toda a saliência de seu busto esmagada contra um vestido elegante, em cima do palco fazendo seu discurso a todos os que trabalharam arduamente durante o ano para manter a paz que reinava sobre a cidade de Konoha.

Após seus sofisticados agradecimentos, deu-se inicio a premiação. Sakura mal ouviu o nome do terceiro melhor ninja de missões, quando sentiu a mão de Sasuke que estava envolta a sua cintura alisar-lhe a barriga.

Um simples gesto que a fez arder por virar-se, abraçar-lhe e voltar atrás na decisão de darem fim aos beijos ardentes entre eles.

Fechou os olhos pedindo aos anjos que lhe enviassem ajuda antes que cometesse um desatino, quando alguém esbarrou nos dois fazendo-a desequilibrar-se nos braços de Sasuke que a puseram firme no lugar novamente.

— Viram? Viram? Viram? Tsunade disse que meu Shikamaru é um dos três melhores ninjas de Konoha! Ai meu Deus!!! — comemorou Temari toda contente, dando pulinhos. Assim que Shikamaru desceu, ela atirou nele com um beijo que deixou a rosada um tanto constrangida. Ela queria muito poder ter a liberdade de demonstrar tal afeto pelo homem com os braços em volta dela. — Vem Shika, essa daqui é a minha amiga Sakura namorada do Sasuke...

— Não. Não é nada disso, Sasuke e eu não somos...

— Pra cima de mim? — disse Temari piscando displicente e prosseguiu... — Não precisa ter vergonha. Eu fiz o mesmo que você, vim de Suna porque me apaixonei por Shikamaru, e tal como estamos noivos, sei que em breve vocês dois se acertaram! — disse Temari que mal cabia dentro de si, tamanha sua alegria.

Sakura ainda queria concertar o que a amiga havia dito, mas ela já enganchara-se novamente no pescoço de Shikamaru que a pegou no colo levando-a dali.

Nesse instante voltou a atenção para o palco, vendo Naruto descer dali com uma premiação, dando-se conta de que ele foi o segundo melhor ninja. Em seguida Tsunade, anunciou o primeiro colocado, que embora tenha sido obviamente justo, ainda assim, a pegou de surpresa ao ouvir o nome de Sasuke.

Todos nesse instante olharam na direção dos dois, e sem um pingo de pressa ou um mísero sinal de vergonha, Sasuke vagarosamente tirou seus braços dela e rumou até o palco pegando o principal prêmio da noite. Tsunade deu-lhe um abraço para provocá-lo, sabia que aquele homem não era dado à afetuosidade e isso a fez sorrir.

Quando Sasuke retornava com seu traje elegante fitando-a seu coração quase se desfaleceu no peito. Queria agir como Temari e atirar-se contra ele, beijar-lhe e dizer o quanto estava feliz por sua premiação, mas teve de se conter.

— Meus parabéns Sasuke... Ninguém além de você é tão merecedor de ter ganho! — disse Sakura rezando para seu elogio não ter soado com a empolgação que havia dentro de si.

Mas havia.

Sasuke notou como cata palavra que saia da boca de Sakura era dita com o coração, era como se pudesse ler a alma daquela mulher no brilho dos olhos e não conseguia acreditar que algo tão corriqueiro para ele poderia causar toda aquela admiração.

— Ganho o mesmo prêmio todos os anos. — disse dando de ombros, ocultando que este ano, fora o melhor de todos os outros, pelo simples fato de ter visto aquele brilho nos olhos dela.

Sakura estava prestes a respondê-lo quando escutou o próprio nome saindo da boca da Hokage.

Mais uma vez foi o alvo de todos os olhares, procurando por uma explicação olhou para Sasuke, que apenas lhe fez um gesto de cabeça, incentivando-a a subir no palco. E com as pernas bambas, foi o que fez.

— Não poderíamos deixar de premiar, a pessoa que vem trabalhando incansavelmente no hospital de Konoha e cuidando da saúde de nossas crianças, dos ninjas e dos doentes de Konoha. É com muita honra que estamos premiando você, Sakura Haruno. — disse Tsunade ao entregar-lhe seu prêmio e abraça- la toda orgulhosa e fungando o nariz. Sakura riu ao constatar que sua mentora emocionava-se com facilidade.

Ouvindo os aplausos dos moradores que estavam nitidamente gratos a ela pelo serviço prestado, desceu envergonhada ao deparar-se com o olhar de Sasuke, que tinha um sorriso torto nos lábios.

— O que foi? O contrário de você, não esperava ser homenageada. Não era com louvor que recebiam minhas habilidades médicas em minha cidade.

— Konoha é a sua cidade agora. — Sasuke lembrou-a, e ela quase se atreveu a ficar feliz, se não fosse o pensamento de que habitaria na mesma cidade que ele, sem tê-lo somente para si. — Vamos, já é tarde. Vejo que está cansada. — disse conduzindo-a para levar-lhe de volta.

Não estava cansada, estava entristecida.

As coisas nunca tinham sido completamente boas para ela. É como se tivesse uma cota de alegria permitida por pessoa, e ela de certo, já deveria sentir-se contentada por conseguir abrigo numa cidade onde não seria presa e punida.

Assim que colocou os pés no primeiro degrau de sua escada no casebre, virou-se a fim de conseguir estar de igual pra igual com Sasuke, mas ainda ficava mais alto que ela.

Preparou-se para começar. Estava decidida.

— Que tal acabarmos com isso logo? — propôs mantendo uma voz firme.

— Acho ótimo. — concordou Sasuke.

— Vou dizer um bilhão de vezes o quanto sou grata a você por tudo, mas não podemos continuar com isso...

— Pouco me agrada essa situação. — disse assentindo novamente, com aquela expressão de indiferença que quase a partiu no meio. Ele não iria nem tentar contestá-la? Persuadi-la? Embora achasse algo absurdo de se fazer, ela esperava pelo menos, uma proposta de ser sua "amante", assim recusaria consternada saindo por cima, com a dignidade de recusá-lo ao menos.

Antes que pudesse dar qualquer sinal do choro que estava por vir, fez uma pose altiva, engolindo a saliva para ajustar a voz com firmeza.

— Então está resolvido. Em breve você terá missões e eu certamente muitos plantões, nos veremos casualmente, mas te dou minha palavra que tentarei não cruzar seu caminho. — disse séria, esperando outro aceno indiferente, quando Sasuke se interpôs.

— Sim nós iremos resolver essa situação Sakura. E o melhor a se fazer é ir morar no Distrito Uchiha, junto a mim.

Claro, estava demorando. Havia aprendido bem que homens tendem a fazer tais propostas às mulheres que tem apenas o corpo como valia.

— Não ouse fazer esse tipo de proposta a mim Sasuke Uchiha. — disse apontando-lhe o dedo no peito. — Posso não ter mais família, e ter parado aqui clandestinamente, mas não serei a tua diversão!— esbravejou com as bochechas pegando fogo, tamanha raiva que sentia. Sasuke impaciente em domar aquela coisa meiga que de repente transformara-se em uma gata felina lhe apertou os braços intimando-a com o olhar sério.

— Você vai junto a mim Sakura. — afirmou seguro, empenhando-se em afastar a aspereza da voz, o que fez as palavras seguintes mais parecerem-se muito com um pedido. — Você vai comigo, na condição de minha mulher. Estou falando de casamento Sakura.

Uma enxurrada de emoção bateu forte contra o peito de Sakura. Não... Definitivamente não esperava por isso.

Sua face estarrecida pela surpresa foi mal interpretada, Sasuke uniu as sobrancelhas soltando-lhe os braços, deixando-a livre.

— Não te obrigarei a nada. Achei que quisesse...

— Eu quero! Eu quero muito Sasuke... Muito! — disse abraçando-lhe com euforia, e Sasuke lhe aninhou com seu corpo. — Tive tanto medo...

— Estou aqui por você. Não há mais o que temer...

— Tive medo que terminasse comigo, tive medo de nunca mais estar dentro do seu abraço. Eu... Amo você. — declarou recebendo um beijo tão mais apaixonado que os outros que já dera antes e afastou-se.

— Não vai desistir e mudar de idéia pela manhã, verdade?— perguntou um pouco aflita. Sabia que a felicidade costumava lhe escapar por entre os dedos, e nunca estivera tão feliz em toda sua vida.

— Não penso em mudar de idéia. — assegurou-lhe, dando um beijo castro na testa, parado esperando ela entrar... Sakura virou-se com o coração ainda agitado e quando colocou a mão na maçaneta da porta... Sasuke virou-lhe para mais um beijo, dessa vez ousado o suficiente para deixar-lhe sem fôlego, com as mãos fincadas ao lado de sua cabeça, cercando-a para não escapar enquanto descia o beijo para o ouvido e pescoço, Sakura o empurrou para respirar...

— Você precisa ir... — concluiu ela ofegante.

— Sim, eu preciso... — concordou ele aplicando-lhe mais um rápido beijo, e virando a maçaneta pra ela, Sakura virou-se com um sorriso divertido nos lábios pela impulsividade de Sasuke, mas quando abriu a porta... O casebre estava completamente revirado, todas as suas coisas quebradas e espalhadas pelo chão, em cima da mesa havia uma ampulheta... A areia quase completamente esvaindo- se para baixo...

Era um recado.

Seu tempo estava acabando.