Sweet Little Boy escrita por Chris llama


Capítulo 27
Let's Find a Way


Notas iniciais do capítulo

Quase dois meses e eu voltei ~se for analisar meu histórico nem foi tanto assim.
Obrigada à todos os que leram e comentaram capítulo passado!!



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– Papai?

– Hmm?

– Você se lembra que nós somos completamente honestos um com o outro desde que a mamãe morreu? – Perguntou nervoso.

– Sim, sim... Não existem segredos entre os Hummels. – Respondeu Burt desinteressado.

– Então, lembra como você vive me perguntando se eu tenho um... um n-namorado.

Desta vez Burt se virou totalmente para seu filho com uma expressão preocupada.

– Ai meu deus... É aquele garoto Sam não é?

– O quê?! N-não, não é o Sam... É só que é alguém muito especial pra mim, e eu não gostaria que você surtasse nem nada assim...

Burt arqueou a sobrancelha, encarando os olhos do filho em busca de respostas.

– Quer saber... Deixa pra lá... – Murmurou o castanho nervoso, fazendo um sinal que iria se levantar da mesa.

– Kurt... – Blaine repreendeu o mais novo com seu tom de advertência, fazendo o menino sentar-se novamente.

– O que exatamente está acontecendo aqui? – Perguntou o Hummel mais velho, confuso.

– Burt, eu sou o cara de quem Kurt está falando... Me desculpe, eu deveria ter falado antes. – Blaine disse meio incerto. – E eu sei que isso pode parecer muito estranho porque eu sempre fiquei aqui enfiado nesta casa e vocês sempre me trataram como uma família, eu não quero, de forma nenhuma, trair sua confiança. Mas eu realmente gosto muito do seu filho. – Kurt sorriu um pouco quando Blaine terminou de falar.

Burt encarou o moreno inexpressivo, e após alguns segundos de um silêncio ensurdecedor, ele finalmente falou.

– Então... Você é o namorado do meu filho? – Perguntou pausadamente.

– Se o senhor me permitir, nada me faria mais feliz.

– Então... Você e está me dizendo que quer ser o... n-namorado do Kurt? Eu não tenho certeza se alguma vez na vida eu me preparei para esta conversa. – Burt suspirou enquanto fechava os olhos, deixando os meninos apreensivos. – Olha, desde que eu me lembro do meu filho ele sempre teve uma paixão platônica por você, mas eu nunca pensei que isso poderia acontecer de verdade, você é muito mais velho, pensei que tivesse algum namorado em Nova Iorque... E-eu fiquei muito feliz em saber que teria você um mês conosco, de verdade Blaine, você sempre foi da família. Mas o que eu devo pensar agora sabendo que você e meu filho ficaram aqui sozinhos a maioria dos dias? Eu confiei em você... – Disse frustrado, mas para si mesmo do que para os garotos.

– B-burt não é bem assim, nós.. - Blaine tentou protestar, mas foi interrompido novamente pelo monólogo de Burt.

– Blaine, eu sempre gostei muito de você, mas você precisa entender minha situação aqui... Até ontem você era o melhor amigo do Finn, hoje você está me dizendo que quer namorar o meu filhinho mais novo... Olha, Kurt é uma criança, ele não sabe a consequências de suas ações. – Queixou-se o mais velho. – Vocês nem moram na mesma cidade, você já está terminando a faculdade, no momento vocês nem tem vidas parecidas... Quero dizer, Finn com a sua idade já se casou, e Kurt ainda está entrando no ensino médio, o problema da vida dele é clube de coral, ele não precisa de um namorado no outro lado do país... e

– Pai, já chega. – Disse Kurt mais confiante do que se sentia. – Você acha que nós já não pensamos em tudo isso? Você acha que eu não pensei em tudo isso? Vocês dois precisam parar de me tratar como se eu fosse uma criança o tempo todo, eu sei bem o que eu estou fazendo, tudo bem? Agora já chega, eu entendi que vai ser difícil, o único motivo de não termos contado para você é porque eu não queria, e agora vendo você reagindo como se fosse o fim do mundo me pergunto se teria sido melhor manter em segredo...

– Kurt, tudo o que eu faço é para o seu bem, eu sou seu pai e eu sei o que é melhor pra você. – Interviu o pai do menino, ainda aflito.

– Pai, Blaine é bom pra mim... Ele sempre foi. – insistiu o mais novo.

– Sempre?! Desde quando vocês tem essa... coisa?

– Não Burt, nós nunca havíamos feito nada até estas férias, eu te prometo. Eu nunca tinha olhado seu filho de outra forma até muito pouco tempo atrás...

Kurt viu que o moreno parecia derrotado, sem saber o que dizer, levantou-se da mesa, e foi até o lado de Blaine, e pressionou a mão do namorado com a sua própria.

– Será que isso parece tão errado assim, pai? – Pediu o mais novo, olhado no fundo dos olhos de seu pai, vendo que o mais velho não conseguia responder, Kurt continuou. – Você sempre lutou pelo meu direito de poder amar quem eu quisesse, eu tenho certeza que você não vai ser a pessoa que vai impedir isso, certo?

– Filho, você sabe que é uma situação completamente diferente... Eu gosto muito de você Blaine, mas eu não tenho certeza se eu vou conseguir aceitar isso. – Disse o mais velho passando as mãos pelo rosto enquanto pensava, a comida na mesa a muito tempo esquecida. – E mesmo que eu aceitasse meninos, vocês sabem que o mundo lá fora não é assim tão receptivo. Blaine, você nunca vai poder levar o Kurt na sua faculdade e apresenta-lo como namorado. E Kurt, você também não pode sair aqui em Lima e levar o Blaine para conhecer o pessoal da sua escola... Eu não vejo como as coisas podem funcionar.

– E-eu pensei que de todas as pessoas você entenderia. – Disse Kurt com a voz esganiçada, contendo as lágrimas que estavam picando em seus olhos. – Eu não me importo com ninguém da escola nem da faculdade acha... Mas eu me importo com a sua opinião, você sempre esteve aqui pra me apoiar. – Suplicou o mais novo enquanto era assistido com olhares de pena pelos dois outros da sala.

– Eu entendo Burt... Você prefere que eu vá embora agora? – Perguntou Blaine, olhando agora para o mais velho.

– Não! – Gritou Kurt antes de ouvir a resposta de seu pai.

– Não Blaine... V-você continua bem-vindo aqui. Mas eu não gostaria que vocês dois ficassem sozinhos no mesmo quarto, e também não espero não ver nenhuma atividade inapropriada entre vocês dois. – Pediu o Hummel mais velho. – Agora Blaine, eu acho que é melhor você se deitar... Está ficado tarde.

– Muito obrigado, e pode deixar, nada vai acontecer. – Disse o moreno, desvencilhando-se da mão do mais novo, dando um olhar significativo ao namorado, bem, quase namorado e deixando o cômodo.

– M-mas... Pai!

– Já chega Kurt, eu não quero mais saber deste assunto. – Levantou-se o mais velho. – Limpe essa cozinha, eu já até perdi a minha fome.

E em poucos segundos Kurt foi deixado completamente sozinho na cozinha, apenas com seus pensamentos. O menino recolheu os pratos da mesa e foi lavar toda a louça.

Enquanto a água corria pela pia Kurt se lembrava de todos os dias em que Blaine o ajudou a arrumar a casa, só para eles terminarem rápido e se abraçarem no sofá enquanto assistiam a um filme idiota. Não era justo que seu pai simplesmente iria “não concordar” com este relacionamento, eles nasceram pra ficar juntos. Kurt tinha certeza desde pequeno que ele era de Blaine e Blaine era dele, por que as pessoas não acreditam que ele pode tomar suas próprias decisões? Onde estava seu relacionamento com Blaine agora? Depois de amanha seu Bee iria embora e ele seria mais uma vez deixado para trás... Kurt teve tanto esforço para convencer Blaine de que não havia nada de errado em seu relacionamento, e em poucos minutos seu pai trouxe de volta todas as velhas inseguranças.

Kurt terminou rapidamente de limpar a pia, dobrou a toalha da mesa e ainda passou um pano no chão, deixando tudo impecável para que amanhã nada desagradasse seu pai e talvez eles pudessem ter uma nova conversa, e quem sabe ele não conseguiria fazer seu pai mudar de ideia.

~K&B~

Com tudo limpo Kurt subiu as escadas para ir dormir, quando viu a porta do quarto de Finn fechada ele teve que usar toda a sua força de vontade para não entrar lá e dormir abraçado com Blaine, ele precisava do garoto agora. Cabisbaixo, Kurt ignorou a porta e seguiu até seu quarto, já debaixo dos cobertores novos pensamentos assombravam Kurt, até que o castanho finalmente conseguiu pegar no sono.

Um sono coberto de pesadelos horríveis, envolvendo seu pai se livrando de seu namorado. Kurt acordou assustado, mais cansado do que estava antes de dormir, ele viu seu relógio marcando 3:43h da madrugada, e sentiu sua cabeça pesada, ele não pegaria no sono novamente tão cedo. Será que Blaine estava tendo uma noite tranquila? Será que ele estava pensando neles? Será que as coisas entre eles iriam acabar?

Kurt tentou respirar fundo, talvez ele estivesse se desesperando a toa, seu pai nunca foi de proibir Kurt de fazer nada... Mas se seu pai realmente não quisesse, seria o suficiente pra fazer Kurt desistir de Blaine?

Os olhos de Kurt pousaram na prateleira mais alta de seu quarto onde estava a silhueta do zoológico de massinha inacabado, o castanho conseguia se lembrar de cada animal que ele e Blaine fizeram juntos... Ele não conseguia se lembrar de um momento de sua vida no qual Blaine não fazia parte.

Neste quarto ele podia se lembrar de quando eles deram seu primeiro beijo, e Blaine ficou tão desesperado que parecia que ia se jogar da janela... Ainda neste mesmo quarto Blaine disse pela primeira vez que o amava, e Kurt não se lembrava de ter se sentido tão feliz em sua vida. Por fim Kurt lembrou da noite passada, onde nesta cama ele se entregou totalmente ao menino... ao homem que ele amava, e tudo foi tão perfeito, tudo como Blaine era sempre tão certo, ele iria convencer seu pai, e todas as pessoas que duvidassem de seu amor.

Com lágrimas involuntárias escorrendo de seus olhos e sem mais conseguir dormir Kurt se levantou, e foi andando em passos silenciosos até uma das outras portas no corredor e abriu cuidadosamente, para que seu pai não pudesse escutar. Depois de fechar a porta, ele pode ver a sombra de um Blaine enrolado no cobertor, com a respiração subindo e descendo.

Kurt sorriu ao ver o seu amado dormindo calmamente, e se aproximou, sentando na beirada da cama, e passando os dedos de sua mão cuidadosamente sobre o braço do moreno para acordá-lo.

– K-kurt? – Perguntou o moreno confuso, que havia aberto os olhos após alguns poucos minutos. – O que você está fazendo aqui?

– Eu precisava ver você Bee... E-eu não consigo parar de pensar no que aconteceu no jantar. – Disse o mais novo com a voz mais manhosa que Blaine já havia escutado.

Blaine respirou fundo e se sentou na cama, deixando o seu cobertor de lado e olhando nos olhos do mais novo.

– Olha Kurt, eu não acho que eu preciso te dizer mas.... Depois do que aconteceu neste jantar você sabe que a ultima coisa que você pode fazer é invadir meu quarto na madrugada. – Disse o moreno relutante.

– Então você está dizendo que não me quer mais? Depois de tudo o que aconteceu você está me deixando? Só porque vai voltar pra Nova Iorque depois de amanhã eu vou ficar de novo na sua caixa de coisas velhas de Ohio?! – Perguntou Kurt histérico, com a voz estridente.

– Não... Deus, Kurt... Eu não falei nada disso. Querido, eu não quero te deixar, nunca! – Disse olhando nos olhos azul-esverdeados. - Eu só não consigo encontrar uma solução agora, como fazer as coisas funcionarem, mas eu prometo que eu vou pensar nisso.

Kurt continuou encarando o mais velho, ainda desesperado para encontrar nos olhos castanhos a certeza que ele estava falando a verdade.

– Olha, nós já sabíamos que seria difícil essa relação. Mas agora ter seu pai olhando para nós dois e falando que não aprova... Eu não sei o que pensar.

– Mas não é só porque meu pai disse que não quer que nós realmente devemos parar certo, Bee? – Disse o menino agora com o tom de voz bem mais baixo e até um pouco rouco, soando totalmente... sexy.

Blaine olhou para baixou e viu que o mais novo deixou uma de suas mãos deslizar suavemente pela sua perna esquerda, chegando próximo a sua virilha, mesmo com o tecido por baixo das mãos de Kurt, Blaine sentia os espasmos diretamente em seu membro. Droga, este menino causaria a morte de Blaine.

– Kurt, eu disse não. – Falou em tom rigoroso o moreno que rapidamente segurou o pulso de Kurt e puxou longe de sua perna, evitando que a situação piorasse.

O mais novo olhou em um tom totalmente ferido para o amante, desvencilhando-se do aperto, e fazendo com que Blaine imediatamente se arrependesse.

– E-eu sinto muito Kurt. Eu amo você, eu sempre vou querer você, mas... eu prometi ao seu pai, e eu não posso quebrar nenhuma promessa agora... - Disse o moreno com dificuldade, lutando contra seu desejo, Kurt apenas encarando o amado tristemente.

– E-eu não conseguia pegar no sono e queria dormir com você, eu tive um pesadelo horrível... – Blaine olhou compreensivo para o menino, passando seus braços pela cintura dele e dando uma abraço apertado, mas ainda numa posição desconfortável, enquanto estavam sentados.

– Eu sinto muito Kurt, mas esta noite eu acho melhor dormirmos separados. – Falou com compaixão. – Amanhã eu prometo que quando você for pra escola vou tentar conversar novamente com seu pai.

– Tudo bem Bee, eu acredito em você. – Disse Kurt, antes de dar um beijo rápido nos lábios do mais velho. Blaine segurou as bochechas de Kurt com as palmas de suas mãos, e pressionou um beijo molhado em sua testa do mais novo, logo em seguida.

– Eu amo você Kurt, durma bem.

– Eu amo você também.

Depois que o castanho deixou o quarto silenciosamente, Blaine deixou-se afogar em seus pensamentos, ele precisava de encontrar uma forma de fazer Burt Hummel aceitar seu relacionamento, e não magoar Kurt no processo, ele nunca mais deixaria seu menino sofrer.


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Notas finais do capítulo

Foi isso ~próximo capítulo é praticamente o último antes do Blaine ir embora, mas prometo que vai ser mais feliz.
Desculpe qualquer erro, eu não revisei o capítulo antes de postar.
Espero que vocês tenham gostado.
Como sempre, me digam o que estão achando, se gostaram, odiaram, amaram, detestaram....



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