Sweet Little Boy escrita por Chris llama


Capítulo 15
Don't You Want Me?


Notas iniciais do capítulo

Heeeey pessoal, atualização rápida o//
Gente, nem sei como agradecer todos os leitores, comentários e mensagens, vocês são lindos



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Desconfortável seria um eufemismo para descrever a relação de Blaine e Kurt durante o dia anterior. Depois do incidente na sala de estar os meninos não trocaram nenhuma palavra, nem toques, muito menos saliva, às vezes seus olhares se cruzavam rapidamente pela casa, mas os dois faziam questão de se afastar o mais rápido possível.

Kurt não podia negar que estava miserável com toda essa situação, ele descobriu seus sentimentos por Blaine, o mais velho tinha tido a reação mais estranha que ele já vira na vida, e agora eles mal respiravam o mesmo ar? Qual era o problema? Kurt sabia que não deveria ficar chorando na cama, mas todas aquelas músicas e filmes estúpidos sobre casais que se apaixonam e passam a vida inteira juntos e felizes não estavam ajudando.

– Kuuuuurt, você está vivo! – De repente os lamentos do castanho foram quebrados por uma loira invadindo a porta, seguida por uma latina irritada.

– Como vocês entraram aqui? Blaine deixou vocês subirem?

– O pedófilo não está em casa, além disso, como você deixa a porta aberta e espera não ter a casa invadida? Hummel, qual é o seu problema? Eu te fiz vir pra cá e encontrar com seu boy e você faz questão de desaparecer? – A voz da menina estava mais alta do que Kurt queria suportar no momento. – Eu pensei que ele tivesse te estuprado, te esquartejado e espalhado seus pedaços por ai, como você pode sumir assim?

– Eu sinto muito, tudo bem? Eu só tive um tempo ruim e precisava pensar. Eu estou vivo, já podem voltar pra casa. – Disse Kurt se enrolando nas cobertas e virando para a parede.

– Nada disso! Chega de se lamentar por um cara idiota como esse, você me deve uma. Sabe o quão ruim é ignorar a ligação de uma amiga no dia do aniversário dela!? – Kurt de repente recebeu um golpe de realidade e percebeu o quão estúpido ele tinha sido.

– Oh, Santana... Eu sinto muito, eu ia te ligar, eu juro que ia, eu contaria tudo pra vocês duas, eu só esperava...

– Eu sei que você não lembrou, não que eu me importe. – Disse a latina se sentando ao lado do amigo na cama. – Apenas escute um conselho da Tia Tana. Hoje nós três iremos festejar tudo bem? Eu não quero nenhum pensamento de nenhum menino idiota enchendo nossas mentes, sabe por quê?

– Porque você não gosta das partes masculinas... – Kurt disse sem ânimo, Brittany encarou o amigo um tanto confusa, e logo a latina continuo.

– Isso também, mas principalmente porque você tem a amiga mais excepcional do mundo que conseguiu para nós aqui, direto de lima heights, novas identidades falsas para entrar no bar mais badalado da cidade, o famoso Scandals.– Disse a latina brilhantemente, recebendo um sorriso animado de Brittany. – Matamos dois coelhos juntos, posso comemorar meus dezesseis anos, e ainda você pode esquecer esse imbecil, vamos beber até não lembrarmos mais nossos nomes, e você vai beijar quantos caras gays encontrar na sua frente.

– Nós vamos realmente sair pra matar coelhos Sant? – Kurt deu um olhar de incredibilidade para a loira, e interrompeu o raciocínio.

– Eu amo você Santana, e eu fico muito impressionado com todo esse trabalho para conseguir as identidades falsas. Mas eu não consigo pensar em nenhum outro cara nesse mundo que eu queira beijar além do Blaine.

– Dãa, é pra isso que serve a bebida. Você nem vai conseguir reconhecer os caras, você pode imaginar quem quiser.

– Eu continuo agradecido, mas eu passo...

– Não existe essa opção. Se arrume, coloque suas roupas mais justas porque hoje às oito horas eu estou passando aqui para te levar para a melhor noite de sua vida.

– Meu pai não vai gostar nada disso Santana. Podemos almoçar amanhã no breadsticks. – Disse Kurt depois de pensar em algumas desculpas.

– Nem pensar, você querendo ou não, eu vou estar aqui. Seu pai está viajando, tudo o que você precisa fazer é mandar uma mensagem dizendo que vamos dormir na casa da Britt.

– Vamos Kurt, vai ser divertido! – Kurt dificilmente conseguia ignorar um pedido da loira.

– Eu ainda acho que vou me arrepender... – Disse o castanho ainda inseguro com a ideia.

– Oito horas em ponto eu passo aqui! – Após dizer isso, as meninas saíram do quarto, deixando Kurt ainda mais exausto do que ele já estava.

~K&B~

– Puxa, você levou a sério a história da roupa justa ein? – Disse a latina analisando as calças de brim apertadas na coxa do menino, e a camisa azul, da cor dos olhos do menino, que contornava perfeitamente as voltas de seu corpo. As bochechas de Kurt esquentaram um pouco, mas o castanho ignorou.

– Bom, qualquer momento é uma ocasião para a moda, mesmo que eu seja obrigado a sair. – Disse em um tom superior. – Mas eu não falei para o Blaine, ele saiu e ainda não voltou, e se ele ficar preocupado?

– Nem se importe com ele Kurt, se ele não apareceu até agora, isso não é mais problema seu.

Após alguns minutos esperando Kurt terminar de arrumar os cabelos, o trio de amigos estava pronto para partir.

~K&B~

O táxi deixou os jovens na porta da boate, Kurt olhou as grandes paredes de concreto com um pouco de incerteza e se perguntou, não pela primeira vez naquele dia, por que ele estava fazendo isso.

– Santana, eu não acho uma boa ideia, eu sequer pareço com o cara da foto. – Disse relutante.

– Se eles não repararem no cabelo Black Power e na pele negra, nem na idade de vinte e sete anos eles vão deixar você entrar Kurtie! – Disse a loira, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

– Não se preocupem, os caras aqui sequer olham as identidades.

Os três aguardaram ansiosamente na fila, quando chegou a vez de Kurt, um homem com pelo menos duas vezes sua altura apontou a luz de uma lanterna em sua cara e pronunciou um “pode subir” com a voz grossa. Kurt moveu os pés vacilantes para dentro, antes que o rapaz percebesse que a identidade não era sua.

Após aproximadamente uma hora dentro do estabelecimento, Kurt ficou sentado entediado na cadeira do balcão, bebericando sua água enquanto suas amigas flertavam uma com a outra dançando agarradas na pista de dança. Ele odiava as pessoas, odiava o barulho, odiava a fumaça do palco e odiava o fato de não ter conseguido parar de pensar em Blaine sequer um segundo, ele só queria ir pra casa.

– Se divertindo? – Kurt ouviu uma voz masculina, com um belo sotaque inglês aproximando-se dele, ele não se virou imediatamente, pensando que se ignorasse o arrepio em sua espinha ele pudesse ir embora logo.

– Defina diversão. – Respondeu o menino sem graça.

– Oh, vamos lá, o que alguém tão bonito como você faz aqui sozinho por tanto tempo? – Kurt corou rapidamente, assim que moveu seus olhos para encontrar o rapaz loiro, com seus olhos azuis sorrindo pra ele. – Se eu fosse seu namorado, eu não te deixaria sozinho numa boate como essa nem por um segundo... Na verdade, se eu fosse seu namorado estaríamos fazendo outra coisa agora. – Kurt corou ainda mais, se é que aquilo era possível.

– Eu... não tenho um namorado. – respondeu Kurt tímido, com a voz baixa.

– Isso é sério? Você é facilmente o cara mais bonito que já entrou aqui esse mês. Por que ninguém ainda não tentou namorar você?

– Eu não sei... Deveria perguntar isso para certas pessoas. – Kurt disse com um pouco de raiva, se lembrando de Blaine.

– Oh, alguma decepção recente? – Perguntou o inglês com uma voz doce.

– Mais ou menos.

– Me deixe pagar uma bebida pra você. Podemos conversar um pouco mais sobre esse idiota. – Apenas Kurt podia afirmar que Blaine era um idiota.

– N-não, muito obrigado. Eu já estava a procura das minhas amigas, já estamos de saída, além disso eu nem te conheço.

– Adam. Adam Crawford. – Disse o inglês sorrindo, estendendo o braço forte na direção de Kurt.

O menino olhou inseguro por uma fração de segundos, mas logo aceitou o aperto de mão.

– Kurt Hummel. – Disse em meio a um sorriso.

Adam pediu as bebidas no balcão enquanto Kurt se distraia com seus dedos, que naquele momento eram as coisas mais interessantes do mundo.

Cherry Brandy. Doce igual a você. – Disse Adam movendo um copo com um liquido vermelho na direção do castanho, que aceitou com um sorriso.

– Obrigado. – Kurt tomou um pequeno gole da bebida amarga que desceu queimando sua garganta. O castanho se controlou para não cuspir tudo na frente de Adam, e tomou mais um gole em seguida.

– Eu espero que isso melhore um pouco sua noite Kurt, eu não gosto de ver um rosto tão bonito quanto o seu com essa expressão triste. – Kurt já havia perdido a conta de quantas vezes ele tinha ruborizado naquele dia. – Agora, se me dá licença, eu preciso voltar ao trabalho.

– V-Você trabalha aqui? – Kurt perguntou surpreso.

– Sou garçom aqui, é um emprego temporário até eu entrar na faculdade.

Kurt olhou surpreso por alguns segundos. Se esse cara podia, claramente dar em cima dele, qual era o grande problema de Blaine?

Ao perceber o silêncio de Kurt o rapaz voltou a falar.

– Será que podemos conversar quando acabar meu expediente, Kurt? – Perguntou com aquele sotaque, que já fazia Kurt derreter.

– Eu não sei... Acho que logo vou embora. Ainda vou procurar minhas amigas.

– Estou torcendo para você não encontrá-las. – Disse em meio a uma piscadela, seguida por um leve beijo nos lábios de Kurt. – Espero te ver ainda hoje, querido. – Kurt engasgou um pouco com a bebida, mas conseguiu tomar o restante do copo enquanto assistia o rapaz ir embora.

Kurt deu uma volta pela pista de dança e não encontrou as meninas, imaginou que elas estivessem em algum banheiro fazendo coisas que ele definitivamente não era interessado. Ele se sentou novamente no balcão e pediu mais um copo da bebida, ou dois, talvez três, definitivamente não mais que sete, ou dez.

Kurt já se sentia tonto e enjoado, ele não tinha certeza se podia andar, mas ele precisava tomar algum ar, o castanho andou com passos tortos e dessincronizados até a porta. Quando chegou a área externa se sentou no primeiro muro de concreto que encontrou, sinal claro de que ele não estava em sua perfeita sanidade, já que ele jamais correria o risco de estragar suas calças. Após alguns minutos pensando sobre como era impossível tocar a luz do farol, ele ouviu seu telefone tocando, e sem pensar muito atendeu.

– Alôo? – Disse com em uma mistura de alegria e curiosidade.

– Kurt?! Até que enfim você atendeu. Onde diabos você se meteu? – Disse uma voz bastante conhecida e desesperada na linha.

– Quem é? – Kurt perguntou, fazendo muita força para pensar.

– O quê? Sou eu Kurt, Blaine. Onde você está?

– Bee, eu senti tanto a sua falta! Por que você não falou comigo hoje o dia todo? Você me beijou e depois você não quis mais falar comigo. – Kurt respondeu gritando.

– Oh meu deus... Kurt, você está bêbado?

– Bêbado? Eu? Claro que não. Bee, responde a minha pergunta! Santana disse que se as coisas tivessem dado certo, chegaríamos a terceira base, eu não sei bem o que é isso, mas por que as coisas não podem dar certo entre nós?

– Kurt, quem está ai com você? – Disse Blaine mudando de assunto, agradecido por Kurt não poder ver o rubor em seu rosto pelo telefone.

– Santana e Brittany! Hoje é aniversário da Santana, você precisa dar os parabéns pra ela, eu esqueci e ela ficou brava.

– Por que não passa o telefone pra ela, pra eu poder dar os parabéns?

– Eu não posso Bee. Santana sumiu com Brittany, eu acho que elas estão fazendo coisas no banheiro, mas eu não quero procurar por elas lá.

Blaine soltou um longo suspiro e tentou mais do que tudo não entrar em desespero. O quão ruim as coisas podiam ser com o pequeno e inocente Kurt bêbado e sozinho na rua de madrugada? Tudo bem, não existia nenhuma maneira de Blaine ficar calmo.

– Kurt, será que você pode me dizer onde vocês foram comemorar o aniversário da Santana?

– Estamos em um bar! Santana conseguiu uma identidade para mim, onde eu era negro e tinha vinte e sete anos!

– Puxa Kurt, isso é incrível. – Blaine disse contendo o pânico em sua voz. Pequeno, inocente, doce, e adorável Kurt sozinho e bêbado de madrugada EM UM BAR! Quantos caras podiam tentar alguma coisa com ele? - Será que você pode me dizer que bar você está?

– Ahn... Eu não sei o nome, Santana disse que era o bar mais famoso da cidade. Stones? Scott’s? ahn... Scames... Não, não era isso....

– Scandles? – Perguntou Blaine ofegante.

– Isso! Esse mesmo Bee, você é tão inteligente.

– Tudo bem. Kurt, eu fui buscar seu pai no aeroporto, chegamos em casa agora, vou dizer pra ele que você está na casa da Santana e estou indo te pegar imediatamente. Por favor, não saia de onde você está!

– Eu não estou na casa da Santana Bee! Eu estou em um baaaar...

– Eu sei, eu sei. Fique ai, bebê. Eu já estou indo.

Kurt guardou o telefone no bolso e voltou para suas reflexões existenciais. Aguardando Blaine, do jeito que tinha prometido que faria. Mas logo sua solidão foi interrompida.

– Se divertindo Kurt? – Kurt encarou o rapaz na sua frente por alguns segundos até lembrar que ele era de mais cedo naquela noite.

– Adam! Agora eu estou. E você? – Respondeu Kurt animado, inocentemente.

– Agora que te encontrei estou bem, sou sortudo por você ainda estar aqui. Aposto que poderíamos estar nos divertindo muito mais. – Disse com um sorriso mordaz, se aproximando perigosamente do castanho.

– Tem muitas estrelas no céu hoje, sente-se aqui comigo, nós podemos assistir.

– Por que não vamos para o meu carro?

– No seu carro não dá pra ver estrelas, bobo.

– Mas eu posso te mostrar coisas bem legais. Vem comigo. – Disse o louro puxando Kurt pela cintura, e arrastando-o levemente pelo caminho.

– E-eu não posso. Bee pediu pra eu esperar ele aqui, eu disse que não iria me mexer.

– Vamos um pouquinho no meu carro, depois te trago aqui de volta em segurança.

– Eu não posso, Bee disse que já estava vindo.

– Esse Bee por acaso é aquele idiota que deixou triste hoje à tarde? – Perguntou Adam, sabendo a resposta muito bem.

– E-Ele não é idiota...

– Sabe o que eu acho Kurt, você não deve fazer tudo o que ele pede. Por que não vem comigo? Posso te ajudar a esquecer ele e te trago aqui daqui a pouco. Se você pode esperar alguns minutos, ele também pode. – Disse sussurrando no ouvido de Kurt, deixando o menino doente.

– E-Eu... Eu n-não quero esquecer ele. Eu a-amo el-ele – Disse Kurt com dificuldade, enquanto Adam distribuía leves beijos por todo o seu pescoço.

– Vamos lá, bonito. Você vai se sentir bem depois. – Kurt não estava pensando muito mais no momento, a não ser é claro, em Blaine.

Blaine não saiu da sua cabeça o dia inteiro, Blaine não saia de sua cabeça desde que ele tem seis anos. Talvez Santana estivesse certa, ele precisava esquecer Blaine.

Adam caminhou devagar até sua picape, segurando firmemente na cintura de Kurt enquanto continuava a distribuição de beijos, o castanho apenas deixou ser levado enquanto seus pensamentos regados por álcool viajavam.


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Notas finais do capítulo

Wow, é isso. Bom gente, esse é particularmente meu capítulo favorito até agora.
E vocês, o que acham que o Adam vai fazer com o nosso bebê pinguim? O que acharam do Kurt bêbado? Gostaram do capítulo? Odiaram? Amaram? Detestaram? Querem casar com ele?
Me contem nos reviews, pois eles me deixam feliz >.