Sete Chaves escrita por Hakume Uchiha


Capítulo 15
Por você


Notas iniciais do capítulo

Mesmo atrasada, feliz Ano Novo pessoal!!! Mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem!!! Bjs.



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– Raul, foi... meu... avô.

– O quê?

– Meu...avô. Ele estava conversando com um dos seguranças, e acabou deixando escapar que havia sido ele... ele que mandou... matar o seu... pai.

Raul não falou nada. Mas a sua expressão facial gritava puro ódio. Ele estava de um jeito que eu nunca havia visto. Um jeito que até me deu um pouco de medo.

Uma energia pesada pairou no ar. Deus, o que ele faria depois de ter ouvido isso?

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Cap. 15

– Onde ele está?! - ele quebrou o silêncio, falando pausadamente, e a fúria do seu rosto se transpôs à fala.

– Calma, Raul, por favor, não é só isso que eu tenho a dizer!

– Onde ele está?! - ele me agarrou pelos braços e me sacudiu levemente – Onde?! - eu não podia mentir.

– Na empresa. Mas... Raul, ele está atrás de você! Eu acho que ele também quer mandar te matar!

– Então vamos ver quem mata quem primeiro. - ele me soltou e foi saindo do galpão pra entrar no carro.

Não, não, não, não, não! Isso seria uma tragédia! Meu avô na empresa, Raul armado indo trás dele... Não! Eu precisava fazer alguma coisa! Até porque meu pai estava lá na empresa hoje, e eu não podia deixar que algo acontecesse com ele!

– Espera, eu vou com você! - saí gritando atrás de Raul em direção ao carro.

– Lexi, aonde você vai com esse cara? - Pedro estava espantado de novo.

– Segue a gente, Pedro, segue a gente! - gritei pra ele antes de me jogar dentro do carro de Raul.

O arranque do carro foi tão forte que quase bati a cabeça no vidro da janela. Ele parecia tão focado no próprio ódio e em chegar à empresa que nem se importou com o meu “quase acidente”.

– Raul, fica calmo, por favor! Prometa que não vai fazer nenhuma besteira! - tentei acalmá-lo um pouco, mas acho que... foi inútil.

Ele mal olhou pra mim. Pelo contrário, pisou fundo no acelerador, e eu me segurei para não ser jogada pra trás. Eu estava realmente com medo do que poderia acontecer.

Demorou apenas 7 minutos para chegarmos na empresa. Raul desceu do carro rapidamente, e eu senti uma pontada forte no coração quando vi o meu pai junto com meu avô conversando na calçada, a menos de cinco metros de distância de nós.

– Você... você vai pagar por tudo o que me fez passar!!!

Depois do que disse, Raul sacou a arma e apontou em direção ao meu avô. Eu não podia acreditar naquilo. Parecia uma cena de filme.

Meu pai paralisado ao lado do meu avô, que mudou a expressão de surpresa para seriedade, como alguém que acabara de ser revelado. Pedro e os seguranças formaram um círculo ao redor deles, já que Raul ameaçou atirar se alguém o interferisse.

– Raul Cortez, quanto tempo?! Por onde você andou menino? Sabe... o seu pai tem feito muita falta à empresa. - disse meu avô, com um grande tom de sarcasmo na voz, fazendo Raul ranger os dentes.

– Mas o que está acontecendo aqui? - meu pai nada entendia.

– Não se preocupe, está tudo bem meu filho. Isso não tem nada a ver com você. - meu avô parecia estar mais preocupado em descobrirem o que ele fez do que com uma arma apontada para sua cabeça.

O clima estava tão tenso que ninguém havia notado minha presença. Eu ainda estava ao lado do carro, agora atrás do círculo que os seguranças fizeram e completamente paralisada. Eu queria gritar, mas também não conseguia.

– Calma, garoto. Nós podemos resolver isso de outra forma, você não acha? Eu sei que foi você que sequestrou minha neta. Diga, quanto quer para me deixar em paz pra sempre? – disse meu avô.

Raul posicionou a arma e deu um passo a frente. Ele estava a menos de dois metros de distância do meu avô. Eu vi o seu olhar. Ele estava decidido no que iria fazer. Meu avô estava subestimando seu ódio. Meu pai tomou a frente ao ouvir do meu avô que era ele que havia me sequestrado, e estava tão perto dele que poderia ser atingido. Eu precisava fazer alguma coisa antes que ele puxasse o gatilho. Eu precisava correr...

– Então garoto, quanto você quer? Ou seria o que você quer? - meu avô ainda achava estar por cima da situação.

– Já que faz tanta questão... - Raul deu uma longa pausa e sorriu – Eu quero a sua vida. - e pôs o dedo no gatilho.

– Não!!! - gritei e corri, forçando as próprias pernas que se recusavam a dar mais um passo a diante. - Por favor, Raul, não! Vocês podem resolver isso de outro jeito!!! - e entrei na sua frente, impedindo-o de atirar no meu avô.

– Saia da frente, Alexia. - ele falou rude e pausadamente, ainda sem tirar os olhos de meu avô – Alexia! - ele repetiu. E eu estremeci ao perceber que ele não havia me chamado pelo apelido.

– Não! - falei forte, decidida. - Eu não vou deixar você fazer isso! - e o abracei.

– Mas o que você está fazendo Lexi?! - meu pai grunhiu atrás de mim – Enlouqueceu? Venha já pra cá!

Olhei por cima do ombro e vi a cara do meu pai assustado, confuso. E meu avô atrás dele, sua expressão havia mudado de repente para desgosto. Então percebi o porquê. Raul estava com apenas uma mão na arma. A outra me segurava junto ao seu corpo pela cintura.

– Mas por que tudo isso? Eu não entendo nada!! - meu pai esbravejou.

– E nem precisa, pai. Isso tudo é culpa do vovô!!! - acusei-o, esperando sua reação. Nada. Então me virei para Raul.

– Abaixe essa droga de arma, Raul!!! Se você atirar, vai pra cadeia e não vai sair nunca mais!! - tentei convencê-lo.

– Não está vendo ao nosso redor, Lexi? - eu olhei, estava cheio de seguranças famintos por uma chance de pegá-lo - De qualquer maneira eu vou pro inferno... - ele respirou fundo. - ...mas se eu levá-lo junto, minha missão estará cumprida!

– Não diga besteiras, Raul!!! Pense com clareza!!! Não seja como ele!! Não o mate como ele matou seu pai! - gritei, agarrando-me a sua camisa.

Ouvi meu pai questionar meu avô atrás de mim, mas não virei para olhá-los. Precisava fazer com que Raul desistisse disso. E eu me esforçava com o olhar.

– Olha garoto, o que quer que tenha acontecido entre vocês, não são hora, maneira e local apropriados para resolverem isso. Principalmente na frente da minha filha!! Por favor!!! - agora meu pai implorava seriamente.

– Lexi, eu não queria ter de fazer isso na sua frente... - ele me puxou pra mais perto.

– Então não faça. - sussurrei.

Ouvi a respiração de Raul falhar e sua mão tremer na minha cintura.

– Mas é a minha única chance... - ele também falou baixo, só pra mim.

– Eu amo você. E nós vamos achar outra forma. Por mim, Raul. Por mim. - quando percebi, uma lágrima caía lentamente em minha bochecha.

Raul engoliu seco. Abaixou a cabeça e... largou a arma no chão. Gemeu baixinho e me abraçou fortemente.

– Por você... - ele sussurrou em meu ouvido.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?



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