London Love escrita por Gi Carlesso


Capítulo 18
Um lugar seguro


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeey bbs da minha vida! Cheguei pra alegrar esse nyah hehe :) depois do capítulo bombástico em que vcs descobriram sobre a mãe da Scar, vamos ver o que acontece logo depois que ela foge do restaurante! Tomara que vocês gostem c:



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Estava chovendo demais, na verdade, deveria estar caindo um temporal em Londres, fazendo com que eu ficasse completamente encharcada em questão de segundos. Andava com os braços em torno no corpo tentando me esquentar, porém numa tentativa fracassada. Muitas pessoas andavam ao meu lado com guarda chuvas e pareciam me encarar como se sentissem pena.

Pobre garota, andando sozinha nessa chuva.

Grande merda. O que me adianta sentirem pena e nem sequer ajudam?

Continuei minha caminhada longa pelas ruas de Londres sentindo que todos os olhares estavam sobre mim. Mas era bom realmente estarem, assim meus pensamentos se desviavam de qualquer assunto que fosse ligado à minha mãe e sua morte. Eu precisava pensar em qualquer coisa que não fosse isso.

Segui em direção a alguma parada de ônibus onde eu poderia finalmente fugir da chuva e dos olhares que me seguiam. Depois de alguns metros, encontrei finalmente um ponto, onde haviam poucas pessoas e um local coberto para que eu fugisse da chuva.

Porém, meus planos tiveram que mudar assim que um carro preto se aproximou.

– Srta. White, o que está fazendo na chuva sozinha? – e com as vozes, flashes irritantes e muito claros começaram a me perseguir.

A luz era forte e por isso, eu não conseguia enxergar o que havia a minha frente, apenas que o ônibus já havia parado e que eu teria poucos segundos para chegar até lá antes de perde-lo. Correndo, eu ainda conseguia ouvir os fotógrafos perseguindo-me e gritando perguntas variadas como onde estava Tom e principalmente coisas sobre um possível relacionamento com Henri ou Noah.

– Onde está Tom, Scarlet?

– Como vão as filmagens?

– Está tendo um relacionamento com Noah ou Henri da The Blue?

Eles jogavam perguntas aleatórias sobre mim como bombas, as quais pareciam me deixar pior do que realmente estava. Eram perguntas frias, assim como os flashes que começavam a ficar ainda mais insistentes a cada passo que eu dava em direção ao ônibus do outro lado da rua.

Acelerei meus passos ignorando o frio e o choro que insistia a escapar apenas com a sensação de que, se chegasse logo, poderia fugir daquele inferno. E quando meus pés tocaram o piso do ônibus, tudo que pude sentir fora alívio e a sensação de perseguição sendo deixada para trás junto aos fotógrafos.

[...]

– Scar?! O que está fazendo aqui?

Henri estava com o cabelo negro completamente bagunçado e caindo sobre seus olhos, usava uma blusa cinza de mangas curtas e uma calça de moletom escura e bem larga. Seu rosto expressava muito bem o quão assustado estava ao me ver ali e principalmente como eu estava – completamente encharcada, chorando e com o rosto vermelho.

– Meus Deus, entre! – sem se importar com o fato de eu estar molhada, ele passou o braço ao redor de mim puxando-me para dentro de sua casa, a qual estava quente e acolhedora. – Como soube onde eu morava?

– Tom sempre diz onde cada um de vocês mora. – por conta do choro, minha voz saíra como um sussurro, eu fungava de tanto chorar. – Eu o ouvi falando.

– Entendi, mas você não deveria ter vindo na chuva! Meu Deus, o que aconteceu?

– Eu não tinha mais ninguém com quem conversar... – resmunguei tentando controlar o fato de estar tremendo muito. – Noah me disse de manhã que estaria numa première.

Ele olhando em volta enquanto me puxava para dentro até a sala. Havia um cobertor sobre o sofá marrom escuro e a tv estava ligada em algum filme que não pude reconhecer.

– Espere aqui, vou buscar uma toalha e roupas quentes para você vestir.

Eu não queria larga-lo, queria apenas me agarrar a seus braços fortes e nunca mais soltá-lo, porém suas mãos se soltaram das minhas para que ele fosse buscar a toalha e as roupas, o que me desesperou por longos segundos. Henri desapareceu em um ponto da sala e a escada em direção aos quartos e apenas pude ouvir o som de seus passos andando pelo andar de cima e o som de uma porta batendo. Depois de longos minutos, ouvi-o descendo as escadas e reaparecendo segurando uma toalha branca e algumas peças de roupa.

– Aqui, seque-se ou vai acabar pegando um resfriado. – disse ele colocando a toalha sobre meus ombros. – Não pode continuar com essas roupas molhadas, eu trouxe algumas minhas para você vestir, pode ir se trocar no banheiro. – Henri me apontou uma porta. – Vou fazer um chocolate quente para você.

Eu não estava em condições para dizer mais nada, apenas segui em silêncio até o banheiro que ele me indicara e arrancar aquele vestido completamente encharcado e colocar roupas quentes. Quando entrei, fechei a porta logo atrás de mim, porém arrependi-me no mesmo instante ao dar de cara com uma imagem no espelho.

A garota se parecia muito comigo – era loira e seu cabelo estava grudando em seu rosto e ombros descobertos. Seus olhos estavam manchados por conta da maquiagem, como um panda depressivo ou algo parecido. Ela parecia fraca e indefesa, algo completamente diferente de minha personagem, a qual era forte, perigosa e má.

– Você não parece muito a Valentina agora, Scarlet. – murmurei comigo mesma sentindo que mais lágrimas começavam a tentar escapar de meus olhos.

Sua mãe está morta, Scar.” A frase continuava a me perseguir em meus pensamentos, assim como a imagem de Tom White completamente desabado. Por que eu ficara assim sendo que vi minha mãe poucas vezes em minha vida? Eu nem sequer soube o nome dela...

Rapidamente, terminei de me secar usando a toalha que Henri havia me dado, então arranquei o vestido molhado sentindo o tecido grudar em minha pele. Por um momento, encarei as peças de roupa - eram um moletom vinho muito grande e uma calça de moletom cinza que poderiam caber pelo menos duas de mim ali. Eram roupas de Henri, claro, e por essa razão, eu me sentia estranha em vesti-las.

Quando deixei o banheiro, sentia-me um pouco melhor tentando esquecer tudo o que acontecera no jantar, mas as imagens insistiam em me perseguir – a morte de minha mãe, meu pai chorando por isso, os fotógrafos me perseguindo... tudo parecia estar me atingindo em cheio, tanto que tive que me apoiar no sofá mais próximo antes que desmaiasse.

– Você prefere bem quente ou... Scar, você está bem? – Henri apareceu na porta da cozinha de sua casa encarando-me de uma forma um pouco preocupada.

– Não. – resmunguei não conseguindo conter o choro que insistia em me impedir de pensar direito. – Eu não estou bem....

Preocupado, Henri veio até mim encostada ao sofá e, relutante, puxou-me para seus braços colocando-me em seu colo. Escondi meu rosto em seu peito tentando controlar as lágrimas, mas já tinha consciência de que estava encharcando a blusa dele.

– Por que você está assim? Por favor, me diga logo se não vou enlouquecer... – murmurou com a voz abafada pelo meu cabelo.

Eu deveria estar contando a ele, porém, minha voz falhara na maior parte das vezes em que tentei. Era como se toda aquela notícia sobre a morte de minha mãe tivesse acabado com o pouco se sentimento que ainda restava em mim. Eu nunca teria uma família completa novamente, agora, era apenas eu e Tom, o que parecia acabar comigo.

– Minha... minha mãe... – resmunguei finalmente recobrando força para dizer algo. – Tom me contou o porquê de ela nunca ter aparecido. Ela está morta, Henri. Minha mãe devia dinheiro por causa dos meus avós, eles sequestraram ela e a mataram!

Isso só fez com que algumas lágrimas voltassem a inundar meus olhos, fazendo com que eu escondesse novamente o rosto em minhas mãos.

– Scar... eu sinto muito pela sua mãe. – disse ele calmamente. – Mas você precisa se acalmar.

– Eu sei... – resmunguei. – Só não consigo entender... Tom me mandou para o Brasil e aconteceu isso tudo com ela. Ele fez de tudo para que meus avós não me mostrassem nada sobre as notícias sobre ela... eu não consigo entender!

Pelo o que pude ouvir, Henri soltou um longo suspiro e seus braços se soltaram de mim por apenas um segundo, mas isso já fora capaz de me deixar completamente desesperada. Quando me sentia daquela forma, eu costumava agarrar minha avó e não soltá-la de jeito nenhum e bom, estava fazendo o mesmo com ele.

– Eu só vou buscar o chocolate quente. – disse ele sorrindo ao me ver completamente agarrada a ele.

Corei.

– Ahn... tudo bem. – murmurei não conseguindo conter meu rosto completamente vermelho. – Desculpe por isso.

Ele sorriu novamente enquanto caminhava em direção a cozinha deixando-me sozinha na sala de sua casa. Só quando fiquei mais calma, pude reparar em como a casa de Henri era a cara dele – em uma prateleira haviam centenas de CD’s de bandas de rock e de outros artistas que não conheci de longe. Os quadros também eram de bandas, porém, a casa parecia estranhamente organizada, provavelmente por uma mulher. Talvez a mãe de Henri, que ele mesmo dissera ser ótima com decoração.

Logo, ele voltou da cozinha carregando em uma das mãos uma caneca vermelha com um líquido marrom e um fervendo. Entregou-o a mim e sentou-se ao meu lado novamente trocando o canal da televisão para algum programa de auditório que não pude conhecer.

– Desculpe por ter vindo sem avisar. – eu disse vendo-o voltar sua atenção a mim. – Quero dizer... eu deveria ter ido para casa e não aqui...

– Scar, não tem problema. – disse Henri. – Se você veio até aqui, quer dizer que confia em mim e isso me deixa feliz, pois acha que eu posso ajudar. E bom... eu estava começando a sentir sua falta.

Um sorriso de repente escapou de meus lábios.

– Eu também.

Ficamos em silêncio por um longo tempo apenas assistindo ao tal programa britânico enquanto eu pensava no que deveria achar sobre o jantar com Tom. Claro, saíra completamente do planejado, principalmente quando resolvi tentar descobrir o que acontecera com minha mãe, Stefanie White. Droga, eu nunca deveria ter feito aquela pergunta, deveria ter ficado quieta e ouvir o que Tom tanto queria conversar comigo. Bom, acho que até seria melhor ele descobrir sobre Henri do que ter me contado toda a história de minha mãe.

Só depois de algumas horas que realmente não resisti ao sono e ao fato de que o programa parecia mais interessante do que meus pensamentos. Henri parecia também sonolento ao meu lado, havia deixado a cabeça cair sobre meu ombro várias vezes, o que nos fez rir para quebrar o silêncio.

– Acho melhor eu ir para casa. – murmurei enquanto me levantava calmamente do sofá. – Tom vai ficar preocupado achando que eu enlouqueci e sai correndo pela cidade. Na verdade, ele vai descobrir logo, porque os paparazzi me perseguiram como cobras.

Henri arqueou as sobrancelhas.

– Nada disso! – disse ele exaltado um pouco demais. – Você vai ficar aqui! Nem pensar que vou deixar você voltar para casa depois de tudo isso, agora eu vou cuidar de você, entendeu?

Tudo o que consegui fazer sobre isso foi franzir o cenho, afinal, eu esperava tudo, menos aquela reação dele.

– Henri, eu não quero incomodar.

– E quem disse que você me incomoda? – ele se levantou do sofá e passou os braços ao redor de minha cintura. – Eu quero cuidar de você, Scar, acho melhor ficar aqui comigo. Pelo menos essa noite.

– Se eu dormir fora, vai ser mais um motivo para Tom desconfiar de nós dois.

– Ele não vai saber que você esteve aqui. – Henri beijou meu rosto. – Não vou contar para nenhum dos meninos e qualquer outra pessoa que possa contar a Tom. Fique tranquila, Scar, ele vai estar na gravadora quando você voltar para casa.

– Se você está dizendo... – murmurei não conseguindo resistir ao seu abraço.

Era impressionante o quanto me senti frágil nos braços de Henri, não apenas por ser um pouco menor que ele, mas sim porque ele me segurava com força, muito diferente de qualquer abraço que Tyler já me dera.

– Então, acho melhor você dormir um pouco. Sua cabeça está muito cheia, você teve muitas má notícias por um dia só.

Sem dizer mais nada, Henri soltou-me apenas por alguns segundos para desligar a televisão e me enrolar – sem eu pedir ok? – com o cobertor que estava sobre o sofá. Claro, fiquei parecendo uma múmia, mas não me importei com isso enquanto ele me guiava pelos ombros pela escada em direção ao quarto.

Porém, mesmo estando sorrindo e rindo com ele puxando-me enrolada em um cobertor como uma múmia, a ideia de ele estar me levanto para seu quarto me apavorava. Estávamos juntos a pouco tempo e bom, Henri é homem e mesmo eu estando sensível, ainda havia a possibilidade de passar dos limites.

– Eu prometo que vou me comportar. – sussurrou ele em meu ouvido deixando-me completamente arrepiada.

Ok, isso é se comportar?

O quarto de Henri era relativamente grande – com uma sacada na parede oposta à porta, uma cama de casal bem no centro do quarto e um closet. Provavelmente deveria ser do mesmo tamanho que o meu na casa de Tom, mas havia algo no quarto de Henri, algo acolhedor. Isso fez com que eu me sentisse mais a vontade de ficar ali, mesmo que meu rosto estivesse completamente corado.

Já Henri, pareceu não se importar muito com a minha presença. Na verdade, ele ficou muito bem a vontade quando me abraçou ainda por cima do cobertor que me cobria e se jogou na cama comigo.

– Henri! – exclamei quando senti meu corpo atingir o colchão macio. – Você está querendo me matar, é?!

Ele ria de uma forma quase que escandalosa, principalmente quando tirou o cobertor que cobria meu rosto e deu de cara com uma Scarlet descabelada e vermelha.

– Eu já disse que você fica engraçada quando está corada? – disse ele encarando-me com um maldito sorriso nos lábios.

– Já, mas não precisa repetir. Eu entendi, ok? – resmunguei enquanto tirava o cabelo sobre o rosto. Mas, enquanto fazia isso, bocejei. – Acho que preciso dormir mesmo.

Ele concordou assentindo e antes que eu pudesse questionar, apenas puxou-me novamente para seus braços, fazendo com que eu ficasse deitada sobre seu peito. Reclamei por ele ter feito isso por um tempo, mas depois que ele começou a cantar minhas músicas preferidas da The Blue, eu simplesmente não resisti e daquela forma, peguei no sono.

[...]

Meus olhos se abriram lentamente tentando se acostumar a pouca luz que escapava da janela do outro lado do quarto, o mesmo que eu não conseguia me lembrar qual era. Bom, pelo menos até dar de cara com um Henri dormindo bem ao meu lado – ele estava de barriga para baixo com um dos braços completamente enroscado no meu. Seu cabelo negro caia sobre os olhos e sua respiração era lenta e suave, mostrando que ele ainda estava em sono profundo. Eu nunca o havia visto daquela forma, tão tranquila e despreocupada, muito diferente das primeiras vezes que nos vimos, quando ele parecia me odiar.

Enquanto pensava sobre isso, acabei não percebendo quando ele acordou.

– Bom dia. – resmungou num tom de voz sonolenta. – Que horas são?

– Bom dia. Não faço a menor ideia. – falei rindo. – Mas você fica fofo dormindo.

– Errada. – disse ele fazendo-me ficar confusa. – Eu não fico fofo dormindo, eu sou fofo.

Não aguentando aquilo, comecei a rir, na verdade, gargalhar como uma doida bêbada com sono. Henri riu comigo, mas ele estava muito sonolento ainda, tanto que ainda nem havia saído da posição que acordara.

Mas interrompendo toda aquela cena, ouvi um barulho alto bem atrás de mim, algo como uma porta sendo aberta com muita força, fazendo com que eu e Henri déssemos um pulo sobre a cama.

– Hora de acordar, margarida! Vamos, Henri, você é um babaca que só dorme e... - Will estava segurando a porta aberta e naquele momento, nos encarava com um grande ponto de interrogação bem no meio da cara. - Mas que porra... – disse ele ainda muito confuso enquanto alternava seu olhar entre mim e Henri.

– Will, pessoas normais batem na porta sabia?! – berrou Henri jogando um dos travesseiros e acertando o colega de banda que agora, simplesmente caia na gargalhada. – Eu nunca devia ter dado uma cópia da minha chave para você.

– Lógico que sim, eu que salvo você todas as vezes que resolve cozinhar, margarida. – Will revirou os olhos. – E você, dona Scarlet, eu estou vendo viu! Estou decepcionado com você, achei que fosse santa.

E antes que eu pudesse reclamar, Will fechou a porta e pelo barulho de seus pés, ele deveria estar correndo para o primeiro andar da casa.

– Me diga, por que deu uma cópia da sua chave para o Will? – perguntei virando-me para Henri, quem encarava a porta ainda com uma cara de bravo.

– Porque como ele mesmo disse, ele me salva. – disse ao mesmo tempo que um sorriso tímido surgiu em seus lábios.

E, novamente, quando eu estava prestes a dizer outra coisa, a porta foi aberta bruscamente e lá estava Will de novo.

– Ah, e mais uma coisa, casal. – disse ele, porém seu rosto estava sério. – Scar está em quase todos os canais de fofoca, acho melhor verem isso.


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Notas finais do capítulo

Will, já disse que te adoro? uhsushsuhs
Ah, meninas cuidado, Will já tem dona viu! A leitora Rak já roubou ele uhsushushsu
Beijinhos margaridas :) x



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