Percy Jackson E A Legião Da Luz escrita por Christhian Costa


Capítulo 17
Episódio 2 Capitulo 7




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Jason

Se havia algo que não podia reclamar era a comida, não sabia se era por ter passado quase uma semana em coma, mas cada prato estava mais delicioso que o anterior, apesar de saber que as coisas ali não eram as mesmas da terra supus que Neftera havia se esforçado um pouco para recriar a aparência e o sabor dos pratos e a combinação teve um resultado incrível, assim que coloquei a primeira porção na boca meu instinto tomou conta e quando deu por mim já havia limpado cinco pratos.

— Se já estiverem cheios gostaria que me acompanhassem — Neftera disse ao se levantar da mesa o que não nos dava muita escolha.

— Ei, Jason — Catarina me chamou e quando me virei um guardanapo certou meu rosto — Sempre achei melhor começar uma missão suicida de rosto limpo.

 — Ah, Obrigado — Queria perguntar o que havia acontecido nos dias que estive apagado e por que ela parecia diferente comigo, mas ela já havia me passado e seguia logo atrás de Neftera, me apressei para limpar meu rosto, não considerava andar a sós naquela montanha uma boa ideia, por isso fui o mais rápido que pude para não perde-las de vista.

Neftera e Catarina seguiram em silêncio até um arco como o que eu havia atravessado para chegar ao salão, mas além desse as escadas seguiam em espiral apenas para cima. Catarina parecia já ter passado por ali o que não era surpresa, pelo visto nesse tempo ela se acostumou bem ao lugar, levamos bem mais tempo subindo que a escada anterior, dessa vez os degraus terminavam em uma grande porta de um metal alaranjado como o que era feita a sacada onde estive no meu sonho e isso me dava uma sensação ruim, antes de eu poder falar qualquer coisa Neftera tocou em um circulo que estava no centro da porta ela se dividiu em quatro partes que deslizaram para o interior das paredes da montanha revelando um largo arsenal iluminado pelas mesmas caixas de luz que havia nas escadas.

— Jason, como deve notar esse aqui é o arsenal dos meus guerreiros — Neftera disse e me perguntei onde estariam tantos, pois havia espaço ali para um pequeno exercito, as pessoas que vi no salão não pareciam ser de um exercito, mas esse mundo podia guardar todo tipo de surpresa — Mas é claro que já enviei todos para ajudar na campanha contra as tropas de Azalas, então sintam-se livres para pegar o que quiserem, Catarina já esteve aqui então escute-a, estarei esperando vocês ali fora quando terminarem.

Ela disse indo em direção às portas duplas que havia no final do arsenal, não consegui ver quando ela passou por elas, mas imaginei que levariam para uma parte ao ar livre da montanha.

— Ei Jason, você está bem? — Catarina perguntou quando viu que eu estava parado na porta e ao me aproximar ela empurrou contra meu peito uma armadura que parecia de couro— Enfim, coloque isso, não vai querer estar desprotegido no caminho, acredite em mim não é uma boa ideia.

— Sabe, não é reclamando nem nada... — Respondi enquanto colocava a armadura que ficou perfeita em mim quando apertei suas tiras, quis saber como Catarina sabia tão bem minhas medidas, na verdade não queria não e tinha perguntas mais importantes — Mas por que está me tratando tão diferente, antes você parecia querer atravessar uma flecha na minha garganta.

Não tive resposta e esperava não tê-la irritado, afinal não é a melhor ideia irritar alguém que vai precisar de toda concentração para manter ambos vivos, ela tirou de uma das prateleiras um par de botas de couro marrom e manoplas daquele mesmo metal alaranjado, mas de uma tonalidade mais escura e quando ela os deixou nas minhas mãos pude notar que eram bem leves.

— Espero que saiba como usar isso, Neftera falou que esse metal se chama aurantio e é quase tão resistente quanto aço — Catarina disse e voltou a procurar entre as prateleiras peças de armadura e falar alto para que pudesse ouvi-la enquanto colocava minhas manoplas — E também como ela disse estaremos indo para um deserto, por isso o equipamento leve, mas acredite se não for esperto não vai adiantar para nada.

— Se você está dizendo capitã apoio moral — Arrisquei uma brincadeira, me instigava a curiosidade o jeito dela, apesar de falar quase severamente era notável que ela se preocupava comigo e ainda não entendia o porquê dela ignorar minhas perguntas — Mas por falar em equipamento, onde está o meu gladio, não me diga que ele ficou na terra.

— Isso eu não sei, quando acordei tudo que tinha era uma faca presa na cintura, o resto Neftera me deu — Ela apareceu ao meu lado segurando um arco turquesa e havia uma aljava cheia de flechas presa ao cinto em sua cintura e amarrada na parte de trás da sua coxa, então ela jogou para mim um capuz bege que estava em sua mão livre — Isso vai ser útil, o tecido deve impedir que seus miolos fritem e a camuflagem do tecido e da magia devem nos livrar da maioria das criaturas hostis no caminho, vou guardar dois na bolsa junto com outras coisas que podemos precisar.

— Espero que isso ajude — A textura do pano parecia lã, mas estava certo de que não devia ser, ou pelo menos não como a que havia na terra, devia vir que ovelhas de oito patas com asas, preferi cortar o pensamento, sentia que essa situação de mundos diferentes estava começando a me afetar, por fim devolvi o capuz para que Catarina o guardasse.

— Sabe Jason, espero que entenda, eu estou no comando — Catarina disse cara a cara comigo me surpreendendo mais uma vez — Talvez seja a aura de harmonia que Neftera irradia que me faz ficar menos rígida com você, mas de qualquer forma estamos prestes a descobrir.

Ela pode não ter dito nada, mas depois que notei a intensidade em que seus olhos estavam sobre mim soube que ela não estava só me provocando, estava me sondando, tentando encontrar algum sinal de fraqueza, ainda não tinha me vindo à mente, mas talvez a possibilidade da minha morte a afetasse bem mais do que eu havia imaginado, Sr. M havia dito que ela também carregava o destino dos companheiros dela e talvez me considerasse um, preferi manter meus pensamentos para mim mesmo e seguir Catarina pelas portas do arsenal até onde Neftera estava, o que quer que ela pensasse sobre mim sentia que descobriria nessa missão.

— Ah, não é linda essa visão — Neftera disse assim que passamos pela porta. Um enorme pátio descoberto dava visão para uma das paisagens mais belas que já havia visto, o sol iluminava o vale cercado pelas montanhas que faziam um tipo de moldura para a obra de arte que era a luz refletindo nas folhas das árvores e na grama dourada dos campos — Além das montanhas há uma pequena cidade, um amontoado de casas e comércios se for comparar com os padrões do seu mundo, mas ainda assim, tudo isso sob minha proteção, vocês são minha última esperança de não falhar com tudo isso.

— Entendemos isso — Disse para acalma-la, ela talvez fosse a deusa com mais facetas que já havia visto, talvez, assim como o vento ela mudasse constantemente, mas ainda assim era um tanto quanto humana, pelo menos o lado bom — Nosso mundo também e não falharemos com nenhum dos dois.

— Obrigada Jason, você é realmente um doce — Ela falou sorrindo de um jeito que me fez pensar que teria um ataque de “tia aperta bochechas” não que eu tivesse tido alguma, mas preferia evitar a situação — Você está merecendo um pequeno presente, sabe, como deusa dos ventos tenho direito sobre algumas coisas que as pessoas perdem por ai.

Neftera estendeu uma das mãos e um forte redemoinho de vento se formou, quando se dissipou meu gládio dourado estava pairando sobre o chão bem a minha frente. Rever minha arma me aliviou de um peso que nem sabia que carregava, afinal havia passado por quase todos os meus piores inimigos com ela e também era um presente direto da própria Juno, a rainha do olimpo, e não acreditava que ela gostava de pessoas perdendo seus presentes especiais.

— Bem, ai está não é, pronto para ir? — Catarina perguntou se aproximando de Neftera, peguei o gládio e prendi a bainha rapidamente em minha cintura enquanto me aproximava delas e Neftera segurou nos ombros de Catarina assim como nos meus — Tente não vomitar no meio do caminho.

— Espera como assim? — Antes que Catarina pudesse responder uma forte ventania nos envolveu e logo após estávamos no meio de um furacão. Não era a minha primeira vez dentro de um desastre natural, já havia causado alguns, mas esse em particular era diferente, não havia aquele rugir de energia destrutiva, era como se fosse formado de brisas aconchegantes. Em alguns minutos descemos no meio de um bosque — Não sabia que ser deusa das brisas incluía transporte por tornado.

— Ah, mas não inclui, minha irmã que me ensinou a fazer isso em troca de eu mostrar a ela como não criar um tufão quando passeava por ai — Neftera respondeu rindo com a mão sobre a boca como se a história fosse um segredinho — De qualquer forma aqui é o mais longe que posso trazer vocês sem arriscar, Catarina já tem um mapa do caminho e uma ideia do que pode haver no caminho, boa sorte, ah e Jason devido a sua, er.. situação, quanto menos dos seus poderes usar mais tempo poderá sobreviver, agora tenho de ir antes que chame muita atenção.

Antes que eu pudesse se quer agradecer pelo buffet grátis de antes ela desapareceu em uma nuvem com perfume de flores, o que definitivamente não era o truque mais original do mundo, olhei para Catarina que já começava a seguir a trilha, me sentia estranho deixando-a tomar tanto assim a dianteira, embora eu estivesse morrendo lentamente e minha compreensão de o que era estranho não estivesse nada boa, o que costuma acontecer quando se lida com deuses ets. Levamos um bom tempo caminhando no bosque, subindo e descendo pequenos montes cobertos de arbustos, imaginei que poderíamos ter voado por cima de tudo aquilo em alguns minutos, se Catarina me deixasse segura-la é claro, mas não queria arriscar descobrir que seriam os meus últimos minutos. Depois de atravessarmos o que pareceu ser uma trilha completa pelos campos de Marte as árvores começaram a se tornar mais escassas e logo podíamos ver o deserto a nossa frente, era uma visão estranha, o bosque terminava logo onde ele começava como duas imagens mal coladas com o photoshop.

— Certo, a partir dali você vai ver o porquê dos mantos — Catarina disse apontando para o limite do bosque e a distração dela acabou fazendo-a tropeçar em um monte de areia que havia no chão, cheguei perto para ajuda-la a levantar, mas ela me afastou — Ah, mas que mer.. espera ai, não devia haver areia aqui... cuidado!

Por sorte meus reflexos ainda funcionavam, enquanto Catarina rolava para um lado consegui pular para trás bem no momento que um grande tentáculo de areia esmagou o chão onde estávamos um segundo atrás, então como se um grande aspirador de pó ligasse toda a areia que havia naquela área do bosque se materializou em uma criatura vagamente humanoide com quase quatro metros de altura, braços tão longos que tocavam os tornozelos, ou que imaginava que fossem, e a cabeça era um montinho de areia com dois pontos amarelos brilhantes.

— Mas o que pelos raios de Júpiter é isso? — Perguntei quando saquei meu gládio por instinto, embora não imaginasse como seria útil contra areia.

— Um nascido, um tipo de elemental menor, odeio essas coisas, a melhor forma de derrubar é usando uma fraqueza do elemento, mas aqui ...— Ela disse recuando até a árvore mais próxima e jogando em um arbusto a bolsa com nossos suprimentos no chão quando a criatura começou a abrir os braços fazendo com que se alongassem ainda mais e se transformassem em mortíferas garras de areia.

Um segundo depois ele avançou para cima de Catarina despedaçando parte da árvore atrás dela, mas ela era mais rápida e além de escapar do golpe, sem problemas apesar da aljava em sua cintura, atirou uma de suas facas bem no meio da testa do monstro que recuou, aproveitei o espaço para cortar uma de suas mãos, foi exatamente como se espera quando se tenta cortar areia com uma espada exceto pela parte em que o braço dele se contraiu e voltou ao normal, mas também notei alguns dedos de areia que não haviam retornado a criatura e agora se misturavam a terra do bosque, uma árvore quebrando chamou mais minha atenção, agora sem base ela começava a pender para um lado, mas logo acima senti uma forte corrente de ar, talvez eu não devesse, com certeza eu não devia, mas era o melhor que podia pensar no momento, abri a mão livre e fiz como se puxasse algo para deslocar a corrente de ar e a árvore na direção do nascido.

— Mas o que você fez seu idiota? — Catarina disse rolando para o meu lado quando a árvore foi na direção do monstro, infelizmente ele estendeu os braços e envolveu a árvore em areia suportando seu peso.

— Nos comprando vantagem, agora.. — Antes que eu pudesse avançar na direção do nascido minha visão embaçou e comecei a ter vertigens, se não fosse Catarina ali poderia ter caído no chão — Mas o que..

— Isso, seu idiota, é o que acontece quando você gasta as energias que estão te mantendo vivo — Ela retrucou e me puxou para trás de uma árvore quando o nascido partiu a árvore que estava segurando em vários pedaços com suas garras de areia.

— Arr — Balbuciei balançando a cabeça para espantar a tontura então uma ideia me ocorreu — Você disse que não devia haver areia aqui, porquê?

— O solo do bosque é mágico — Ela falou baixo colocando o dedo na frente da boca e apontando para o nascido que girava em círculos nos procurando, cérebros de areia não deviam ser os melhores — Dissipa a força do deserto, ou pelo menos deveria, por isso essa área não foi engolida pela areia.

— Então acho que tenho uma ideia, mas não é das melhores — Assim que terminei de falar uma torrente de areia passou pelas laterais da árvore e se solidificou no monstro, agora na palma de uma das suas mãos terríveis estava a faca de Catarina, apesar de não ter feições podia jurar que o nascido agora sorria como um serial killer, olhei para minha amiga e a vi engolir seco — Bem, agora só preciso que o faça recuar um pouco

— Então é melhor fazer logo o que tem para fazer — Ela disse rispidamente enquanto jogava a ultima faca na direção do rosto dele, mas o nascido já havia passado por essa, ele dividiu o rosto ao meio bem quando a faca passou sem causar dano algum.

Eu por outro lado aproveitei o momento para dar corte na perna do monstro fazendo-o perder um pouco o equilíbrio, então juntei um punhado de lama e solo com a mão livre e empurrei na ferida aberta, um chiado intenso e fumaça começou a sair da perna do nascido que recuou esquecendo ela para trás.

— Funcionou — Eu disse rapidamente — Catarina pegue o máximo de terra que consegui segurar.

Corri para cima do nascido que se apoiava em uma árvore para não cair com uma perna só e com a espada abri dois grandes sulcos na barriga dele e logo que pulei para o lado Catarina enfiou um pedaço de terra no lugar onde os cortes se encontravam, o grunhido abafado que o nascido deu quase me fez ter pena dele de tão sofrido, mas então lembrei que era uma força elemental assassina que estava tentando nos matar, guardei a espada e comecei a pegar terra do chão e atirar no monstro e Catarina fez o mesmo até o ultimo montinho que areia desaparecesse no meio de um montão de terra e assim matamos um monstro brincando na lama.

— Nossa, essa foi por pouco — Eu disse — Você está bem?

— Estou, mas não esperava encontrar essa coisa aqui — Catarina disse desenterrando uma de suas facas de um monte de terra — Quer dizer, o solo deveria ter queimado e cada grão de areia que viesse do deserto.

Foi então que percebi um movimento entre os arbustos, era pequeno demais para ser outro monstro, mas quando vi um rastro de areia se deslocando rapidamente pelo chão instintivamente atirei minha espada que se fincou no chão dividindo a areia em duas parte e apesar disso um das partes continuou se movendo desaparecendo em direção ao deserto.

— Septaris devia estar mandando energia diretamente do deserto para o nascido — Catarina disse com um sorriso amargo ao analisar a areia que havia sobrado do rastro — Ela sabia que estávamos vindo, fui muito descuidada da ultima vez que fui ao deserto.

— Como assim? — Talvez não tivéssemos tempo para conversa afiada, mas se ela estava à vontade de falar sobre o que havia feito naquela semana eu estava interessado — Quantas vezes você fez esse caminho e o que aconteceu na ultima vez?

— Vezes demais, mas não suficientes — Catarina suspirou se aproximando do monte de terra que era um monstro psicopata alguns momentos atrás, ela separou os pedaços de terra e lama até encontrar a faca que estava com o monstro e apontou com ela na direção do deserto — Para lá há ruinas de uma cidade, o mais longe que consegui chegar e na ultima vez fui emboscada por vários nascidos, consegui fugir, mas acabei perdendo uma arma especial de Neftera para lidar com os nascidos.

Imaginei o caminho que ela fizera todas essas vezes e se nascidos eram tão difíceis de se lutar, mas não era fácil de entender como Catarina lidara com a situação sozinha, mesmo com uma arma especifica para isso.

— Então se só tivermos nascidos como inimigos pela frente essa arma pode ajudar muito — Tive medo de soar como se estivesse apontando a culpa dela, mas Catarina parecia mais interessada em recuperar a outra faca que havia se cravado no tronco de uma árvore.

— É, pode-se dizer que sim, se ao menos.. bem, você vai ver — Depois de mais um pouco de esforço ela conseguiu tirar a faca do tronco, quando cheguei perto vi que a lâmina estava completamente envolta na seiva verde e grudenta da árvore — Ah, fala serio!

Não gostei da ideia de ser a primeira opção que ela teria para limpar a faca então fui pegar a bolsa com os suprimentos que havia ficado para trás. Antes que pudesse voltar Catarina veio em minha direção reclamando de forma nada educada sobre a seiva na ultima faca que ela manteve da legião depois de vir parar em Echnoi então entendi que tinha um significado emocional maior que imaginava.

— Essa seiva parece super cola, mais fácil derreter a lâmina que me livrar dela — Então ela parou e me olhou severamente nos olhos — Mas tem um problema maior que precisa ser resolvido aqui.

— Como assim?

— Você usando seus poderes Jason — Ela agora estava falando quase com nossos narizes se tocando, seus olhos estavam cheios de reprovação, mas já havia aprendido a lidar com as pessoas que usam a agressividade para esconder outras coisas e podia ver claramente a preocupação de Catarina — Não entendeu nada quando eu disse que estava no comando?

— Aquilo não gerou mais que um pouco de tontura — Eu disse tentando acalma-la, segurei em seus braços para tentar afasta-la um pouco, aquela pouca distância me deixava meio desconfortável, talvez não intencionalmente tenha usado um pouco do poder de autoridade que filhos de Júpiter parecem ter, isso explicaria a sensação estranha em minha barriga — Fique calma, eu não vou morrer de uma hora pra outra, okay?

— Isso é exatamente o que vai acontecer se continuar usando seus poderes — Ela apertava os lábios e quando virou o rosto pude ver uma lágrima descer em sua face, o olhar dela se perdeu ao mesmo tempo em que seus ombros caíram, eu podia estar morrendo, mas ela estava prestes a desmoronar — Me desculpe, é só que estou cansada disso.

— Disso o que?

— Disso — Ela ergueu as mãos como se estivesse sinalizando para todo aquele mundo, mas sendo ela imaginei que queria dizer muito mais — Sabe, na legião tenentes são encarregados da liderança em missões, tem suas equipes e trabalham com elas por anos, por vezes até se aposentar, menos eu que sou uma das tenentes com mais baixas na história da legião, achei finalmente estar livre disso, mas então Edgar apareceu e decidiu que seria minha honra servir nessa missão e já perdi amigos naquela maldita fazenda, só não quero perder mais ninguém que precise de mim.

— Então não perca, sei muito bem dos pesos da liderança e o quanto isso cobra, mas não pode proteger as pessoas impedindo-as de lutar, nem tentando parecer dura para que te obedeçam — Olhei firme nos olhos dela e notei que agora eu estava segurando firme os braços dela. Lembrei do que o Sr. M havia dito no sonho sobre os companheiros de Catarina — Nesse exato momento os outros legionários devem estar junto com a tripulação do Argo e eles estão nos esperando, somos seus lideres, mas eles não dependem de nós, confie na sua tropa, confie em mim e vamos vencer isso juntos.

O silêncio dela me deixou preocupado por alguns segundos, mas logo ela abriu um meio sorriso e se afastou um pouco de mim, só então notei o quanto estávamos próximos, mais uma vez agradeci por Piper não estar ali.

— Sabe, em toda a minha vida só conheci uma outra pessoa que conseguia dar um discurso motivacional assim, mas é melhor você não ficar se gabando por isso viu — Ela deu um soco que fraco em meu braço e apontou para a bolsa — Agora tire os capuzes daí, vamos precisar deles já que aqui ainda não inventaram o protetor solar.


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