Percy Jackson E A Legião Da Luz escrita por Christhian Costa


Capítulo 14
Episódio 2 Capitulo 4




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Leo

Enquanto ouvia o garoto pálido falar me sentia feliz pela mesa de reuniões do Argo III ser de um metal super-resistente, se não fosse talvez não resistisse aos batuques contínuos de meus dedos.

Tudo tinha acontecido de uma forma estranha e repentina, num momento Jason pulava do barco para uma batalha, no outro aportávamos no meio da fazenda e não encontramos vários adolescentes armados caídos de cansaço no chão de terra e nenhum sinal de Jason, as coisas desandaram mesmo quando Nicholas desceu do navio brandindo seu machado e gritando “morram!” comportamento comum dos babacas de Ares, ele acabou quase sendo acertado em cheio por um raio azul que por sorte só acertou um de seus pés que congelou e o fez cair, não fosse o caos que estava preste a acontecer aquilo teria sido engraçado, mas quando aqueles caras levantaram do chão e os semideuses começaram a descer do navio eu pude sentir a batalha se aproximando, então usei todos meus neurônios que ainda funcionavam para pensar em algo para fazer, mas não cheguei a nada então fiz uma das coisas que fazia melhor, chamar a atenção.

— Eiiiiii — Ergui minhas mãos para o céu é soltei uma explosão de chamas, impressionante, claro, e pra minha sorte deu certo, todos pararam de se mover e ficaram atentos em mim então um garoto veio mancando até mim enquanto se apoiava em um cajado, imaginei que ele deveria ser o líder daqueles caras e já começava a imaginar quem eram — Acho que devemos conversar.

Depois disso a situação continuou tensa e parecia que não se acalmaria, os Legionários que não estavam sendo atendidos na enfermaria foram levados até quartos e seriam mantidos lá por enquanto, se havia algum segredo sobre a Legião da Luz estava acabado e tecnicamente eu estava no comando, uma péssima hora pra se considerar capitão do navio, onde estava aquele implicante do Jonathan eu me perguntava, estaria feliz se ele quisesse assumir a liderança na situação atual, mas não havia nem sinal dele, os únicos na sala de reuniões eram eu, Ana, o garoto com o cajado chamado Edgar e um cara ruivo que estava com ele chamado Evan.

— Acho que situação não está a melhor para ninguém aqui — Eu disse sem jeito, realmente esse tipo de coisa não havia sido feita para semideuses como eu.

— Você não tem nem ideia — Edgar disse é seu tom parecia cansado e ferido, além de que ele parecia bem pior do que seu próprio tom, ele tentava esconder, mas podia sentir que estava a ponto de desmaiar.

— Então que tal nos ajudar a entender a situação? — Ana disse, essa garota era um mistério que eu não tinha vontade de resolver, as vezes parecia alegre e divertida, outras vezes como agora fria e cortante como uma lâmina, era difícil imagina-la como irmã do Percy.

— Certo — Edgar respirou fundo e por um momento pareceu perder a consciência e Evan ao lado dele pareceu ficar ainda mais preocupado — Creio que não tem mais sentido em tentar manter segredo sobre as operações da Legião da Luz, nós funcionamos como uma força policial que protege a terra e outros mundos de qualquer um ou qualquer coisa que ameacem de forma mágica ou interdimencional a vida e a ordem, temos várias prisões espalhadas por mundos e dimensões para manter vários tipos de criminosos impedidos de fazer mal, porém nas últimas semanas muitas fugas de prisões aconteceram, uma delas de segurança máxima, não sabemos dizer ainda, mas supomos que houve o envolvimento da entidade conhecida como Azalas nessas fugas então conseguimos rastrear um dos fugitivos e..

Edgar tentou continuar a falar, parecia não ser capaz nem de se manter acordado, pedi para que Ana o levasse até a enfermaria, não era exatamente o que eu queria e nem o que eu deveria ficar sozinho com um desses caras não parecia a melhor ideia, mas algo sobre Evan me deixava mais à vontade. Depois que Ana saiu apoiando Edgar em seu ombro e eu Evan trocamos olhares e nos revezamos batendo na mesa ou apertando os lábios, não era difícil ver que nem um nem outro sabia bem o que fazer.

— É, que dia doido, não é? — Eu disse com um sorriso sem graça.

— Com certeza, imagino que o comum de vocês não seja muito diferente — Ele parecia até divertido, talvez fosse isso que me deixava mais à vontade com ele, não tinha um clima tão pesado.

— Não, realmente não, quando paro para pensar nem tá tão ruim assim, mas bem, Edgar não conseguiu terminar de explicar, será que você poderia?

— Bem, eu admito que não costumo prestar muita atenção na visão geral das missões, mas no que pude entender esse tal Caius era um mago muito poderoso e ficou preso por anos, quando ele escapou conseguimos rastreá-lo e encontramos aquela fazenda que na verdade era uma base secreta — Então ele baixou a cabeça e pude notar a dor da perda nos olhos dele quando uma lágrima escorreu por seu rosto — Não estávamos preparados, um amigo meu morreu para garantir que conseguiríamos explodir o lugar e outra está gravemente ferida, Edgar tá caindo aos pedaços depois de lutar tanto contra Caius e ele desapareceu com a tenente Catarina e aquele cara que voava, sei lá qual era o nome dele.

— Jason! Então esse tal de Caius levou meu amigo junto com sua tenente — O uso de uma patente militar por eles me deixava curioso, mas enfim algo nesse longo interrogatório estava sendo útil.

— É, mas eu não tenho a menor ideia de pra onde — Evan disse — Na fazenda descobrimos que eles trabalhavam com um minério muito raro, que queriam produzir uma pedra portal.

— Pedra o quê? — Perguntei, estava ansioso, mais que o normal, tinha que ter um jeito de achar Jason, mas essas loucuras da Legião da Luz estavam me dando dor de cabeça.

— Não é exatamente uma pedra, quer dizer, é uma pedra, mas não é só uma pedra — Evan tentou explicar, mas nesse ponto eu não sabia dizer quem estava mais confuso.

— Isso não está ajudando — Tentei me animar um pouco imaginando outras pessoas nessa situação, Percy teria entrado em estado vegetativo e com certeza eu pagaria pra ver a cara do Frank ouvindo isso.

— Ah cara, eu não sei explicar essas coisas, mas a pedra portal serve pra levar de um lugar a outro lugar específico, ou até outro mundo, é como um elevador dimensional que você leva no bolso — Evan disse e a ideia de um elevador mágico não trouxe as melhores lembranças — E pelo que parece Caius estava lutando contra seu amigo quando a pedra explodiu e quando a poeira baixou eles haviam sumido junto com a tenente.

Aquilo definitivamente não estava me parecendo bom, a última vez que estive em uma missão para resgatar alguém de outra dimensão as coisas não haviam ido nada bem, mas esperava que dessa vez fosse diferente, precisava que fosse.

— E você  realmente não tem a menor ideia de onde eles foram parar? — Perguntei.

— Nenhuma — Evan respondeu com olhar triste, e senti uma grande empatia, quando Annabeth e Percy contaram sobre a Legião da Luz alguns conselheiros ficaram receosos, e admito que em parte eu também estava, mas vendo Evan agora pude notar que eram tão ferrados quanto nós.

Depois disso preferi dar o interrogatório por terminado, ao sair da sala notei que Ana esperava perto da porta.

— Alguma coisa sobre Jason? — Ela perguntou, talvez fosse errado imaginar que ela teria sentimentos pelo meu amigo já que ele já tinha namorada, mas eu não consegui evitar naquele momento, o que também não me trouxe as melhores sensações.

— Pouca coisa — Respondi sem ânimo, o que estava me incomodando muito, eu não podia ficar daquela forma, realmente não combinava comigo — Você está em pé aí há quanto tempo?

— Não muito tempo, na verdade vim falar com você por causa daquele tal de Edgar — Ela disse pensativa — Antes de apagar ele sussurrou algo sobre caminho, com certeza ele ainda sabe de algo, mas até que melhore, sabe, um dos filhos de Apolo na enfermaria disse que em média cada um deles já deveria ter morrido no mínimo duas vezes.

— E é isso que está te deixando com essa cara? — Perguntei, não sabia o que fazer agora, então uma conversa amigável cairia bem.

— Não, não — Ela respondeu com um sorriso amargo no rosto — Eu não sou exatamente nova nessa coisa de semideus, sobrevivi no Brasil sozinha toda minha vida, e descobri das piores formas que somos mais fortes que pessoas comuns por causa do sangue divino, mas esses caras, eles quebram essa ideia, são pessoas como a maioria e lutam com monstros, acho que por algum motivo isso me deixa apreensiva.

— Hum — Não podia dizer que compartilhava da sensação de Ana, para mim a ideia de ter mais gente para ajudar nas lutas soava confortadora — Então, preocupada com Jason?

— Também — A forma seca e fria com que ela falou me fez achar que talvez estivesse prestes a levar um soco, mas sua expressão era de desolação — E também é que, o garoto, Edgar, quando ele resmungou na enfermaria eu pude notar que falava em português, me trouxe algumas memórias do Brasil e isso ainda me incomoda um pouco porque pra mim todos estão falando português, mesmo que eu saiba que não estejam de verdade, é realmente muito confuso.

— Ah, é.. as vezes eu me esqueço disso — Disse com uma cara meio confusa, e eu realmente estava, afinal de contas aquilo acontecia com ela e com todos os semideuses que apareceram no acampamento através da luz e isso deixava o conselho e a todos com um frio na espinha — Deve ser muito estranho, será que você pode trabalhar como tradutor universal?

— Leo! — Ela respondeu parecendo irritada, mas pude ver a ponta de um sorriso em seu rosto, por algum motivo aquilo me deu vontade de fazer mais algumas piadas e fazê-la sorrir um pouco, mas não tive essa chance porque fomos interrompidos por Amber vindo conversar conosco.

— Ei, gente, venham cá, descobrimos uma coisa interessante — Ela pegou minha mão e a de Ana e começou a nos puxar, apesar de ser uma filha Hécate ela tinha as feições e o jeito de uma garotinha, a única coisa que não a deixava tão fofa era sua gata preta que parecia estar ligada a ela magicamente, o que não seria tão impossível.

Ao passarmos pelo convés do navio notei que a lua estava enorme no céu, iluminava tudo de uma forma que não havia necessidade de outra luz na parte externa do navio, o vento da noite soprava forte naquela altitude, desejava que o arrepio na espinha que eu sentia fosse apenas por causa do frio, mas algo me dizia que eu não tinha essa sorte. Depois de passarmos pelos quartos trancados que agora estavam com os legionários descemos depois da cozinha que agora tinha um andar inteiro, acomodar dezenas de semideuses não era fácil, e a maioria deles estava ali naquele momento e nos olharam confusos quando passamos por eles, eu não tinha nem ideia de por onde começar a explicar nossa situação se me perguntassem, depois atravessamos a sala de maquinas até as oficinas, e entramos na primeira porta a direita.

— Aqui, só um momento — Amber entrou no quarto, era um lugar com três grandes mesas metálicas em volta de um caldeirão e nas paredes ao redor estava cheio de pergaminhos, poções e amuletos organizados em várias prateleiras, várias coisas que pertenciam aos legionários estavam ali também. As oficinas foram uma ideia do Jonathan e admito que foram uma grande ideia, além da oficina de Hécate havia também a de Atena, a sala de treinos e um grande galpão para filhos de Hefesto — Prestem bastante atenção.

Ela estava em frente a uma mesa vazia exceto por um círculo de pequenas pedras em cima do que parecia ser um lenço verde.

— O que exatamente você quer nos mostrar? — Ana perguntou com os braços cruzados, mas parecendo intrigada.

— Isso — Ela pegou um vidro de uma das prateleiras e deixou cair bem sobre o meio de círculo de pedras na mesa, mas antes de acertar a mesa ele simplesmente desapareceu.

— O que exatamente é isso? — Ana perguntou atônita, admito que eu não estava muito diferente, mas aquilo me lembrou algo.

— De onde vieram essas pedras? — Perguntei

— Estavam naquele lenço, é do cara que quase fez picolé de Nicholas, primeiro achei que elas destruíam os objetos, mas não tem nenhuma reação, as coisas que caem no círculo simplesmente somem — Ela disse tentando esconder um sorrisinho, a luz roxa do lugar misturada aos cabelos soltos dela a deixaram parecendo a maníaca assassina mais fofa do mundo — Mas o que tem isso?

— Acho que sei o que é isso e talvez, com alguma ajuda, possamos usar isso pra achar Jason — Eu disse — Tem como enrolar isso sem mandar sua mão para Nárnia?

— Acho que é pra isso que serve o lenço — Ana disse, olhando para as pedras enquanto Amber as enrolava cuidadosamente com o lenço, não conseguia imaginar o que exatamente ela estava pensando — Mas o que pretende fazer?

— Conversar com nossa melhor fonte sobre isso — Então saímos os três da oficina e quando estávamos no corredor pude ouvir sons vindo do galpão — Amber, quem está trabalhando ali?

— Huh? — Ela virou enquanto acariciava a gata em seus braços — Acho que deve ser Jonathan, eu o vi passar mais cedo, tentei entrar no galpão para ver como ele estava, mas tá trancado por dentro, acho que ele está se sentindo mal pelo que aconteceu com Jason.

Todos nós estávamos, tive vontade de dizer, mas não podia perder tempo com Jonathan agora, ele teria que lidar com a culpa do jeito dele, deixamos as oficinas e rumamos para a enfermaria, um certo alguém estava devia respostas.

 


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