Percy Jackson E A Legião Da Luz escrita por Christhian Costa


Capítulo 12
Episodio 2 Capitulo 2




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Jason

Talvez eu devesse ter planejado a situação um pouco melhor. O chão se aproximava rapidamente e por alguns momentos achei que seria esmagado contra ele, mas logo senti os ventos se moverem em minha volta e me desacelerarem, próximo ao chão pude notar algumas características dos monstros, se pareciam com faunos, mas eram maiores, tinham uma coloração mais escura de pele e pelos, sua postura era melhor e portavam armas com as quais sem dúvida podiam fazer um grande estrago. Teria chegado ao chão caindo bem em cima de um deles, mas pude sacar meu gladio e corta-lo, mas ele não se transformou em pó da mesma forma que outros monstros, foi como uma mistura de fumaça negra e cinzas, de repente todos pararam com um estupor da cena, estava bem em frente a vários deles, meus cálculos haviam sido muito errados e como estava de costas para as pessoas que estavam correndo e sabendo que o Argo III não chegaria a tempo estava certo de que havia planejado muito mal.

Pude notar eu meu tempo havia acabado quando um deles tentou me golpear com uma lança, fui mais rápido cortando o cabo da arma e então o atravessando com meu gladio, suas cinzas flutuaram no ar em quanto os outros monstros se juntavam para me atacar, havia muitos e eu estava a uma distância muito curta para fazer algo melhor, então segurei firme o punho da minha arma, finquei os pés no chão, eu lutaria e cairia como um bom romano, estava prestes a desferir um golpe no monstro mais próximo quando escutei o som de algo cortando o ar, então em uma fração de segundos pude ver uma flecha passar quase rente a meu rosto e se fincar no coração do meu alvo, as pessoas que eu havia visto correndo estavam ali ainda, uma parte parecia cuidar de feridos em quanto outros faziam um tipo de linha defensiva, entre eles vi uma garota com o arco levantado em minha direção, a flecha só podia ser sua, não sabia se acreditava se ela havia tentado me acertar ou tinha realmente sido capaz de atingir um alvo sem mal poder ver, minha hesitação quase me custou a vida, pois dois daqueles faunos estranhos pularam em cima de mim, consegui retalhar um, mas o segundo teria me derrubado se não fosse uma outra flecha, decidi acreditar que a garota estava do meu apoiando.

Os monstros haviam se dispersado e recuado um pouco, então usei os ventos para me jogar para trás. Cai ao lado da garota, sua pele era morena e cabelos longos não eram muito comuns, além do arco pude notar um tipo de colete que talvez fosse uma armadura, mas então em um dos movimentos mais rápidos que já havia visto ela puxou outra flecha da aljava e apontou o arco para mim, me deixando sem muita opção a não ser levantar as mãos.

— Edgar, preciso de tempo — Ela gritou para alguém.

— Já estou trabalhando nisso — Um rapaz respondeu, não podia ver muitas características dele pois ele usava um tipo de manto cinza, ele levantou o cajado que carregava e uma nevoa espessa começou a subir do chão, então em um grande estalido uma parede de gelo se formou entre nós e os monstros — O que está havendo Catarina, quem é esse?

— Isso que estou querendo descobrir, ele chegou voando no meio do campo — A garota com o arco respondeu, então ela estreitou seus olhos para mim — Beleza, você sabe muito bem que se não fosse por mim você seria adubo de plantação, então que tal responder algumas perguntas, começando por quem diabos é você?

— Hã... — Ter um arco a pontado para mim me deixava inquieto, mas era Edgar que realmente me preocupava, quem sabe o que mais seria capaz de fazer, nunca havia visto alguém fazer aparecer uma parede de gelo a partir do nada, e eu já havia tropeçado com deuses de gelo mais de uma vez, o rapaz agora estava ao lado de Catarina e ambos me fitavam em busca de respostas, mas eu também as queria, embora já imaginasse o que poderia ser aquilo — Meu nome é Jason Grace e sou um filho de Júpiter.

Então recebi duas reações diferentes, Catarina fez uma cara que parecia que estava perguntando “Que droga você andou fumando?”, já Edgar pareceu surpreso, aquela distância podia ver seu rosto, ele tinha cabelo ralo, pele um pouco pálida e usava óculos, sua expressão deixava claro que ele havia entendido, e isso confirmava meus pensamentos, eles faziam parte da Legião da Luz que Percy havia me falado.

— Olha, não sei se você tem algum problema mental ou se está achando que somos idiotas — Catarina esbravejou, se o olhar dela matasse eu já estaria nos elísios, pelo menos esperava que fosse lá — Mas é bom você saber que isso não vai ficar barato, eu..

— Catarina, pare, abaixe seu arco — Edgar a interrompeu, então se virou para o restante dos que estavam ali — Vocês, vão ajudar os feridos, façam o inventário e tentem alguma comunicação, estejam preparados essa parede não deve segurar mais que alguns minutos.

— O que diabos está fazendo, não acredito que está acreditando nesse doido — Catarina reclamou indignada e descrente.

— Como seu oficial superior eu poderia simplesmente ordenar que se retirasse, mas por respeito e amizade eu vou deixar que participe — Edgar retrucou de uma maneira ríspida e fria, deixando-a sem resposta, então veio em minha direção e estendeu a mão para mim — Meu nome é Edgar Ferreira, mago-coronel da legião da luz, é um prazer conhece-lo Jason Grace.

Apesar de tudo senti sinceridade em seus gestos e apertei sua mão, senti que era magra e leve, mas havia uma aura de poder emanando dele, fosse o que fosse era mais do que eu podia perguntar no momento.

— Obrigado, explicando o que estou fazendo aqui — Eu disse olhando de relance para Catarina que estava com os braços cruzados me observando como se quisesse achar alguma falha — Estava passando por aqui em nosso navio voador e fomos pegos pela onda de choque da explosão.

— Pera ai, você tem uma navio voador? — Catarina perguntou olhando para cima confusa — Não acredito que não vi aquilo antes, vocês estão falando quase com naturalidade... Edgar, essa não é a primeira que vez que encontra um, como é?, meio-deus não é?

— Na verdade o termo correto é semideus — Eu a corrigi, notei também que aparentemente a legião havia tomado o mesmo método de manter as informações para poucos, mas sentia que isso estava prestes a terminar, Catarina demonstrava um belo poder de dedução e com certeza outros ali presentes já deviam desconfiar que algo estava ocorrendo — Mas o que é que está havendo aqui?

— Longa história — Edgar respondeu — É a primeira vez que eu encontro pessoalmente um semideus, mas o primeiro contato foi feito há algum tempo, decidimos manter a informação para um grupo pequeno para não causar alarde.

— Hum, bem, seu alarde está bem ai na sua frente, ou você acha que não vai ter que dar explicações sobre ele? — Catarina disse transparecendo toda sua frustração — Além disso ainda estamos bem no meio do campo de batalha, temos feridos pra tratar e temos que dar um jeito de dar o fora daqui... o navio desse cara, ele disse que voava, é arriscado, mas pode ser nossa chance.

De repente várias perguntas me surgiram, mas o som da parede de gelo começando a ceder sob os ataques dos monstros fez a maioria se calar, olhei para cima na direção do Argo III, ainda estava a certa altitude, talvez a explosão o tivesse avariado mais do que Jonathan previra, só esperava que pudessem chegar a tempo pois a inquietude de Catarina e Edgar não podia ser sem motivo, com certeza esses monstros não eram tudo que havia para deixá-los apreensivos. Nos reunimos com os outros e a situação não estava muito boa, a maioria parecia ter se machucado na explosão ou com estilhaços, mas havia uma garota desmaiada com um grande corte na lateral do corpo, havia muito sangue em sua roupa e no chão, os pontos eram dados de forma firme e apressada por garoto ruivo, estava prestes a perguntar o que tinha acontecido quando senti uma ansiedade crescente dentro de mim e o vento começou a se agitar de uma forma estranha, foi então que houve um grande estrondo e soube que a parede de gelo havia caído, olhei e os faunos malignos atravessavam a nuvem de poeira atrás deles havia uma homem vestido de um terno escuro, ele movia as mãos e o ar se movia dispersando a poeira, então senti que ele  fixou os olhos em mim, afinal compartilhávamos o mesmo poder elementar e sentia que isso nos ligava de alguma forma.

— Legionários, formação defensiva de duas linhas — Catarina gritou preparando seu arco, senti uma certa confusão pois me lembrei dos jogos do Acampamento Júpiter. A formação deles consistia em duas linhas, a da frente quatro com guerreiros usando uma variação de escudos, espadas e até um taco de beisebol, uma arma que não deve nunca ser subestimada, a segunda linha tinha cinco arqueiros entre os quais estavam Catarina e o garoto ruivo, cada um atrás de um guerreiro da primeira linha, exceto por Catarina, pois os feridos desfalcavam a formação, olhei para Edgar e notei que ele fitava o homem de terno, parecia já o ter enfrentado, mas ele parecia cansado, provavelmente  a parede de gelo deve ter exigido muito dele. Perto de um dos feridos havia um escudo, não pensei duas vezes, peguei o escudo e fui para a formação, mas antes olhei para o Argo III e realmente desejei o apoio dos meus amigos que estavam abordo. Quando fiquei a frente de Catarina na formação houve uma troca de olhares, mas nem mesmo ela falou algo até que disse — Arqueiros, preparar, rajadas medias rápidas, fogo.

Os disparos não iam longe, mas tinham grande precisão e velocidade, rapidamente os monstros começaram a cair, definitivamente eles tinham um ótimo treinamento, os que passavam da linha de tiro eram abatidos pelos guerreiros, um tentou passar por mim, mas o detive com uma escudada seguida de uma estocada. As coisas estavam indo bem, até que uma ventania muito forte quebrou nossa formação nos jogando pelo campo, quando levantei pude ver Edgar lutando contra o homem de terno em uma mistura de gelo, redemoinhos e neve, infelizmente estava levando a pior, seus ataques eram lentos e parecia cada vez mais cansado, naquele ritmo não poderia se manter mais muito tempo. Olhando o campo a minha volta pude notar o caos, dispersos os legionários lutavam sozinhos ou em duplas contra os monstros, encontrei Catarina lutando contra os Faunos usando duas facas de uma metal branco, decidi correr até ela, monstros saltaram em meu caminho, mas divididos e em pouco números não eram um desafio, quando cheguei perto de Catarina quase recebi uma flecha em um lugar especialmente desagradável.

— O que você quer semideus, não vê que estou ocupada? — Ela respondeu, em parte esse comportamento me irritava pois era pura displicência.

— Edgar precisa de ajuda — Apontei em direção a luta dos magos que parecia estar chegando a um fim infeliz para nosso aliado.

— E por que não falou antes, vamos — Ela disse começando a correr, no caminho ela disparou uma flecha que teria sido certeira, mas de alguma forma o homem sentiu e num movimento rápido levantou a mão fazendo a flecha ficar parada no ar e isso fez com que parássemos nossa corrida, o elemento surpresa já era e ele parecia ser imune a flechas.

— Que grosseria minha em não me apresentar — Ele disse focando toda atenção em mim e virando as costas para Edgar que estava de joelhos no chão — Me chamo Caius, Caius Allavera.

— Cale a boca, você é um criminoso procurado e hoje você vai ser preso — Catarina disse armando outra flecha.

— Não estou conversando com você, agora nos deixe — Caius fez um gesto com as mãos e sabia que faria Catarina sair voando, mas eu também entrei na disputa, passei a frente de Catarina que caiu aturdida no chão, levantei minhas mãos para manipular os ventos e consegui impedir que a corrente de ar que ele comandou funcionasse — Ah, vejam só, temos um herói aqui, sabe rapaz eu já peguei o que queria, mas devo dizer que você chamou minha atenção, quando senti sua aura não pude resistir, então vamos fazer assim, quem vencer leva tudo, você pega a pedra portal e todos seus amiguinhos sobrevivem.

Não fazia ideia do que era uma pedra portal, mas sabia que se Edgar estava fora de combate eu era o único com alguma chance, então me firmei no chão e comecei a convocar as forças dos ventos para mim, Catarina ainda estava no chão confusa sem saber o que fazer, Caius ajeitou seus cabelos grisalhos e estendeu as mãos começando o embate, Me defendi e revidei, nunca havia lutado dessa forma com alguém antes, fazendo das correntes de ar nossa arma, a princípio parecia estar igualado, então forcei para tentar abrir alguma vantagem, um sorriso brotou no rosto de Caius e ele pressionou com triplo de força, mal pude me segurar no chão, havia feito uma péssima escolha, não poderia vencê-lo de forma alguma e ele sabia disso.

— Devo dizer que estou um pouco decepcionado — Caius disse acima do som do choque das correntes, então de alguma forma fez com que tudo cessasse e usou o ar para me puxar até ele e de forma mais rápida do que pude acompanhar ele agarrou meu pescoço e me suspendeu do chão — Garoto, eu sou um verdadeiro mestre dos ventos, você não passa de um coadjuvante, agora meu prêmio.

Um brilho dourado começou a emanar do meu peito e ia em direção a ele, a sensação era como ter uma broca dentro do corpo e a asfixia estava começando a me afetar, mas Catarina se aproximou sorrateira por trás de Caius, perto de dar o golpe ele a percebeu e iria manda-la voando pelo ar quando um brilho verde veio do bolso dele, então fui largado no chão mal sendo capaz de respirar, Caius tirou do bolso um tipo de pedra, quase do tamanho de um copo, ela brilhava com uma intensidade ofuscante e cada vez maior, de repente ela explodiu e foi como se mundo fosse junto com ela, senti que caia antes de que tudo se apagasse na escuridão.


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