Alice parou na frente da casa de Leon , ela não tinha comentado com ninguém , mas estava nervosa , muitas coisas acontecendo e para piorar não havia tomado um , de seus remédios. Ela queria ajuda-los , e dar uma de ‘louca’ agora não iria ajudar. No fundo , ela sentia medo , e aflição. Não queria tocar naquele livro e muito menos olha-lo novamente , mas não foi por falta de aviso.

Mikaela  , sentia um mal estar horrendo. Suas mãos tremiam sem parar , e de forma discreta ela olhou para uma delas , que estava pálida percebendo que a unha de seu dedo mindinho estava preta , franziu o cenho estranhando aquilo , ela não bateu sua mão especificamente seu dedo em nenhum lugar. Engoliu a seco , a cada segundo que se passava mas o clima ficava tenso.

Hanna abriu a porta do carro sendo seguida pelos outros. Ela sabia que aquele comportamento ‘briguento’ não era normal , mas sabia que a logica no momento era um pouco duvidosa , e por suprimir o medo e a raiva fez ela ficar mas do que irritada com Leon , e fingir que não viu nada , foi a gota d’agua. Tentava manter distancia de Leon mesmo estando na frente da casa dele .

Livy sentia que sua cabeça iria explodir , era muitas informações para digerir. Primeiro Dylan estava na cidade , se a policia souber do acidente que aconteceu a anos envolvendo e que de certa forma os culpados eram eles , seria mas do que ruim seria trágico , com certeza eles iriam presos e acabar apodrecendo na cadeia. Segundo , tinha sido expulsa de casa e tudo o que queria era ter liberdade. Terceiro , porém não menos importante algo estranho estava acontecendo. Algo , que em sua opinião era sobrenatural o que reforçava sua fé.

Rose estava mas assustada que os demais , ela tinha visto Kevin daquele jeito , daquela forma. Era de traumatizar para ser exata. E , ver os vidros da casa de Alice quebrar do nada , foi assustador. Ela queria poder ligar para Juliana e saber se a amiga estava bem. De todas as pessoas  ela tinha uma ligação mas forte com Juliana , que presenciou de perto toda a melancolia e mudança de sempre alegre para fria.

Leon suspirou fundo. Ele não queria que ninguém visse o livro . Mas estava em um beco sem saída , ele fora até a porta girou a maçaneta , passou pelo corredor indo até a escada porém antes viu seu pai sentado no sofá o mesmo nem ao menos olhou para o filho.

Quando Leon entrou no quarto seguido pelas outras , achou o livro que tinha colocado em cima da mesa jogado no chão. Todas as anotações , voavam no ar , como se alguém a poucos segundos tivesse jogado-as. Alice , aperta fortemente a mão para reprimir o medo.

- Mas , que merda – Leon cochichou.

De modo rápido ele foi recolhendo , cada papelzinho amarelo. Hanna estava encostada na parede com os braços cruzados.

- Você realmente trouxe o livro? Qual é o seu problema? – Rose perguntou um pouco irritada.

Livy não tinha falado nada , durante a viajem toda. Apenas concentrada nos problemas. Entrou no quarto e ajudou Leon a pegar os papeis. Hanna rolou os olhos e entrou em seguida , mas ela não ajudou em nada , apenas sentou-se na borda da cama ainda de braços cruzados.

- Então , esse livro tem a possibilidade de ser o mesmo da historia? – Hanna perguntou.

- Fala serio, ninguém sabe se a historia foi verdade – Mikaela se pronuncio.

- É verdade , mas depois de ter quase sido carbonizada ontem e de ter sido lançada contra a parede por algo invisível ,começo a acreditar até no bicho papão – Comentou Alice.

Aquela era a pior hora para fazer uma piada. Mas o clima no quarto estava de tenso para pior. Rose franziu o cenho ao ouvir Alice , não havia visto a cabana pegar fogo , mas lembrou que ela , Leon e Juliana tinham saído antes.

- Que fogo? – Leon questionou , erguendo uma sobrancelha.

- Como assim que fogo? O fogo dentro da cabana , quase morremos – Livy respondeu ao perceber que Alice olhava incrédula para Hanna e Mikaela – Você não viu?

- Eu não vi – Rose respondeu por Leon , pegando um dos últimos papeis do chão – Você traduziu onde? No google tradutor?

Leon assentiu. Rose rolou os olhos. Aquilo parecia ser loucura.

***

‘Não , não , não’ foi o que Mike pensou. Por que as chaves não estavam abrindo a porta? Por que Alex não respondia seu chamado?

Mike começou a se desesperar , ele parou de chutar a porta -que continuava intacta- e fora até a janela dando um chute forte no vidro mas o mesmo não quebrou. Juliana tentava girar a maçaneta , mas nada surtia.

- Essa janela é feita de que? Aço? – Mike elevou a voz deixando a situação mas desesperadora.

Juliana olhou para uma fumaça que saia pelas dobras da janela de cima. De seu quarto para ser mas exata. Ela , sentia um nó na garganta seu amigo ainda estava na casa. Lembrando-se do assassinato de sua irmã , ela entrou em um desespero maior ainda.

- ALEX , ALEX POR FAVOR RESPONDE! – Juliana inutilmente pediu

Kevin tinha vestígios de pele queimada – algumas partes em decomposição -  seus olhos estavam dilatados , caído no chão ao redor ele sentia algo quente. Ele puxava o ar pela boca , contraindo sua barriga tentando esquecer a dor que sentia. Kevin não conseguia se mexer , e a única visão que tinha era do chão. O fogo se alastrava no quarto  , ele não tinha ideia de como fora parar ali. Sua respiração ofegante e sua agonia se misturava com o suor que descia pela sua testa.

Ele rezava , nunca fora religioso , mas naquele momento sentia medo.

Alex sentia o gosto de sangue em sua boca. Sua visão turva , e seu corpo tremia sem parar. Mesmo estando sem força , ele sentia um cheiro de algo queimando , alarmado tentava se levantar a fim de sair dali. Tudo havia acontecido tão rápido que nem mesmo ele acreditava , aquilo foi sobrenatural e terrivelmente assustador.

Alex expressava dor , e podia-se ver sangue saindo de sua boca. Ele tentou se arrastar pelo chão já que não tinha tido sucesso em se levantar , sentindo uma dor horrenda no corpo , ele persistia. Mike estava certo , seu irmão era forte. Forte o suficiente para lutar com o ultimo pingo de suas forças pela vida.

Kevin sentia sua perna sendo consumida pelo fogo , ele tentava omitir algum som , mas nada saia. Era terrível aquela sensação , e não podia fazer nada apenas sentia e presenciava a própria morte. O fogo já estava na metade do quarto , já havia queimado vários retratos de Juliana com sua irmã.

Como em um filme todas as suas recordações e lembranças boas de sua família e momentos bons veio a tona. Uma lagrima caiu no chão. Mesmo sentindo uma dor intensa junto com aquela sensação indescritível seu corpo fora totalmente carbonizado.

Alex estava ofegante , mas mesmo assim conseguiu alcançar a porta. Suas mãos continuava tremulas , e a dor só piorava. Ele conseguiu sentar no chão . Ergueu uma das mãos e girou a maçaneta abrindo a porta vendo uma Juliana confusa e um Mike que ajudou o irmão a sair da casa.

- Que merda você não me ouviu? – Mike perguntou irritado porém tranquilo por seu irmão estar ali.

Alex ignorou o irmão ao ver que Juliana fez menção de entrar , ele segurou o pulso da amiga fazendo a mesma olhar ele.

- Não , não você não pode entrar – Alex falou.

- O que? Alex , minha casa ‘ta’ pegando fogo – Ela puxou seu pulso .

- Não , me escuta você não pode entrar! Por favor , você precisa acreditar em mim – Alex pediu.

Mike destrancou a porta da carro. Juliana percebeu a suplica de Alex , mas virou-se e quando foi até a porta a mesma se fechou fazendo a garota dar um pequeno pulo para trás. Ela olhou novamente para a janela de seu quarto , porém o que viu não foi algo realmente bom , foi torturante até mesmo terrível.

Mike que estava já no carro também olhava para a janela junto com Alex que não sabia se aquilo era verdade ou apenas uma peça de sua cabeça , depois do baque. Mas não , de fato os três amigos estavam vendo a garota. A copia exata de Juliana , ou simplesmente  a irmão gemia , morta dela. Mas esta , estava com a pele acinzentada , seus olhos totalmente brancos.

Juliana não acreditava no que via , botando a mão na boca. Ao contrario do que sempre desejou em sua vida – que era a volta de sua irmão mesmo sendo impossível – vê-la daquele jeito so lhe causou mal estar e medo. A garota engoliu a seco , dando passos para trás entrando no carro.

Alex sentia todas as partes do corpo doer de uma forma muito intensa para dizer o mínimo , sua cabeça estava latejando. Quando Juliana fechou a porta do carro , podia-se ouvir a respiração pesada e até mesmo forçada. Mike olhou a ultima vez para a casa de juliana que parecia estar intacta , se antes saiu fumaça entre as brechas , agora não saia nada , como se nunca tivesse acontecido um incêndio ou inicio de um.

Ninguém ousava falar. Mike por sorte tinha esquecido os analgésicos de Alex no carro , o que veio a ser bom diante de tanta dor que sentia. Quando o carro parou em uma rua deserta , Mike tentava raciocinar direito . Primeiro tinha chutado uma janela de vidro e a mesma não quebrou e depois viu a irmão de Juliana , ele não queria perguntar se eles também tinham visto , apesar de saber que sim pela reação da garota.

Mas se Mike estava confuso , Alex estava perdido. Ele tinha levitado e sido arremessado com uma força sobrenatural contra o chão. Não havia explicação logica. Juliana sentia-se sem chão por que a sua irmã era o seu ponto fraco

- Algo estranho aconteceu lá – Alex falou depois de alguns minutos de silencio – Eu...eu... eu fiquei ...eu estava no teto , e depois cai . Foi horrível.

Alex percebeu que o que falou parecia loucura.

- Vocês viram? Viram ... a minha irmã?  - Juliana perguntou ainda cabisbaixa.

- Ela esta morta – Mike falou em um cochicho mas para si do que para eles ali presente no carro.

-Foi como ontem na cabana – Alex olhando para o irmão – Eu fui puxado para cima , e depois eu cai.

Mike olhava para o irmão sem nenhuma expressão. Segurando o volante com força abaixou sua cabeça tentando pensar , não na loucura em que se encontrava , mas em respostas. Lembrando-se da noite passada.

‘’ Mike percebeu que Allyson evitava olha-lo , e apesar de não admitir aquilo era divertido. Ele tentava não olhar para outras garotas já que Livy tinha pedido , e não queria confusão naquela festa tediosa. Até que sua atenção e virada para Alice que estava em pé gritando.

- Caramba , vocês viram o que estava escrito? NÃO LEIA! – Alice gritou a ultima parte fazendo Selena acordar.

- Não da pra ler esse idioma , é complicado – Leon falou virando uma pagina – Parece ser latim , eu acho.

- Cara , eu não quero ser chato , mas acho que não deveriam ficar mexendo nessa coisa. Essa capa parece ser pele de algum bicho – Alex apontou para o livro na mão de Leon . ‘’

O livro , deduziu ele.

***

Mary sentia seu coração pulsar rápido demais e sua mente fazia varias perguntas , uma delas e o por que daquela cena horrível. Fechou os olhos respirando fundo tentando encontrar equilíbrio. Por que era o que mais queria naquele momento. Parecia tudo muito surreal de uma forma ruim. Já calma , assumindo uma expressão de indiferença. Mas seus sentimentos estavam misturados e seu psicológico gasto.

- Merda – cochichou ela.

Aquilo era irônico para não dizer terrível , estava com medo de ficar em casa sozinha , acabou indo para a casa da amiga onde acha uma louca se mutilando. Não , ela teria que encontrar um refugio. Era loucura.

Um carro prateado parou ao lado da garota , ela já desconfiada de tudo e de todos , sentiu um frio na espinha. Mas sua expressão era de dureza. O vidro da janela se abaixou mostrando um Alex com vestígios de sangue pela boca , Mary franziu a testa ao ver o amigo naquele estado.

- Alex? O que aconteceu? – Ela se aproximou.

- Nada – Ele respondeu , Juliana que estava no banco de trás abriu a porta – Entra , vamos para um lugar seguro.

Mary entrou , ainda desconfiada ,mas eles eram seus amigos. Mas a palavra segurança estava escassa para eles principalmente por não saberem ao certo o que realmente estava acontecendo. Juliana olhava as pessoas indo e vindo pelas ruas , percebendo que aquele lugar era familiar olhou para Mary.

- Você estava na casa da Ally? – Juliana perguntou.

Mary apenas assentiu , ela não poderia dizer que tinha uma louca na casa da amiga já que estava começando a questionar o que era de fato real ou apenas uma peça de sua imaginação , já que estava emocionalmente acabada.

- O que aconteceu Mary? – Mike perguntou parando no sinal vermelho.

- Por que a pergunta?

- Você esta pálida – Mike respondeu.

E de fato , se Mary já tinha a pele branca , agora parecia um papel. Mas Mary não disse nada.

Verde finalmente , pensou Mike. Ele estava aflito , e apesar de querer ir para um lugar seguro seu instinto dizia que para onde eles estavam indo não era seguro muito pelo contrario. Na noite anterior , viu  Leon discretamente guardar o livro no bolso interno da jaqueta que usava , então ele ainda estava com o maldito livro.

***

Os olhos dele se abriram de forma rápida. Seu coração batia normalmente. Mas sua mente gritava. Ele olhava o quarto branco sem expressão alguma. Tinha presenciado uma coisa terrível , mais por que aquele garoto tinha mostrado aquilo para ele? De uma forma tão intensa que fora capaz de sentir a dor de seus amigos.

O rapaz tirou as agulhas que perfuravam sua pele , ao se levantar da maca , ele se desiquilibrou. Mas se segurou na parede , dando passos pequenos e lentos , ele engoliu a seco. Fora até a porta , mas um homem de jaleco branco o impediu assustado.

- César , você não pode levantar – Ele segurou nos ombros do rapaz que estava tonto.

O medico olhou para uma das enfermeiras que estava passando. A mesma tentou auxilia-lo .

César estava confuso. Aquele menino havia aparecido para ele , parecia ser tão real.

***

Mikaela sentia um dos piores mal estar que já sentirá. Pedindo para ir ao banheiro Leon a conduziu até o mesmo. Ela já estava um pouco cansada demais de ouvir Hanna brigando com o rapaz. Girou a chave para trancar a porta. Mikaela olhava seu reflexo no espelho. Sentia uma dor horrenda em sua cabeça , e mesmo que não quisesse , ela já estava chorando. As lagrimas quentes e salgadas , rolavam pela bochecha caindo sobre a pia. Mikaela não entendia ao acerto o que estava acontecendo ao seu redor , mas principalmente com sigo mesma. Ela olhou para sua mão – que estava tremendo – e sem fazer força alguma puxou a unha de seu dedo mindinho. Ao ver a unha tirada ela apenas prolongou o choro. Fungou duas ou três vezes tentando sessar aquilo. Lavou as mãos , e fez um pequeno curativo. Tentando tirar pensamentos ruins da cabeça , ela visualizou sua imagem no espelho , sentindo algo revirar seu estomago e apenas deu tempo de se curvar e levantar a tampa do vazo. Ela sentia tudo voltar.  Depois de alguns minutos , se recuperando , ela puxou a descarga. Foi até a pia novamente e ao limpar a boca viu que o que tinha vomitado na verdade era algo preto.

Seus olhos se arregalaram um pouco , puxando um pouco do ar para dentro tentando acalmar-se. Limpou seu rosto e destrancou a porta saindo do banheiro. Ao fechar a porta foi até o quarto de Leon que para dizer o mínimo estava um clima terrível.

- Pelo o que eu entendi as primeiras paginas estão em latim e de acordo com o google tradutor – Alice se levantou da cadeira mostrando as primeiras paginas do livro – Essas paginas mostram a vida de um garotinho chamado Bartolomeu.

- O mesmo da historia – Rose cochichou .

Hanna estava quieta sentada na borda da cama , tirando suas próprias – ou tentando- conclusões.

- Então? – Livy questionou ao perceber que ninguém iria falar nada.

Alice suspirou fundo sentando-se novamente na cadeira colocando o livro na mesinha e reunindo todas as informações que já tinha. O quarto de Leon tinha virado a sede de informações , além de ser pequeno e bagunçado , ele estava com raiva. Não queria que elas estivessem ali , muito menos com o seu livro.

Alice passava seus delicados dedos na folha gasta – amarelada-  e manchada. Tudo naquele livro , fazia ela ficar com medo. Desde a capa – feita por uma pele de algum animal- até as escrituras em latim. As informações ali , lhe fazia arrepiar-se.

‘’ Desde que parei de falar com minha mãe , sinto-me perdida. Ele ficou olhando a parede durante a tarde toda , não quis comer, muito menos dormir durante a noite. A dois dias , vi ele entrar no quarto, Gil estava dormindo , mas eu não. ‘’

‘’ Eu deveria ama-lo , certo? ‘’

‘’ Sinto medo dele.’’

‘’ Ele é realmente meu filho? Começo a duvidar.’’

Vários fragmentos do livro já traduzido por ela , vagava por sua mente. Sentia pena da mulher , ela demonstrava medo e pavor a cada pagina , sentia medo de seu próprio filho. Mas ao mesmo tempo queria salva-lo , aquela livro parecia ser o ponto de vista de Agatha. Alice virou a pagina apenas encontrando uma folha em branco , virou a próxima que também estava em branco. Depois de já estar perto do fim , viu que havia algumas palavras escritas com um liquido vermelho , talvez sangue? Não dava para ter certeza. Mas ao virar a pagina , ela encontrou um pedaço do texto rasgado.

O texto em vermelho era uma passagem do livro dos mortos seguido por uma espécie de ritual – oral – que libertava algo. Não dava para saber o que já que Leon havia traduzido até a parte que havia sido rasgada. Merda , pensou Alice.

Podia parecer loucura ,mas eles estavam ali por que acreditavam que aquilo era algo que a logica não responderia. Mikaela olhava para o chão de cabeça baixa , estava sem animo ainda mas por ter vomitado aquilo e sua unha ter praticamente caído. Não , aquilo não era normal.

***

Mike saiu do carro as pressas , sendo seguido por Juliana , Mary e Alex. Juliana estava abalada demais , e sua mascara de frieza já não existia, apenas confusão e tristeza. Mary aparentava indiferença e dureza , mas por dentro estava nervosa , confusa e com medo. Alex expressa dor , o canto de sua boca ainda tinha vestígios de sangue ,  mas mesmo assim ele andava com firmeza.

Quando Mike abriu a porta e seguiu em direção ao quarto de Leon , o pai do mesmo já estava irritado. Tinha muita gente indo e vindo, sua casa não era point ou qualquer outro lugar de encontro.

A porta do quarto de Leon estava aberta , para a facilidade de acesso entre eles e para o clima não piorar la. Mike assustou-se ao ver , Alice , Livy , Hanna , Rose e Mikaela no quarto de Leon.

- O que houve? Por que vocês estão aqui?  - Alex fez a pergunta por Mike que olhava seus amigos.

- Não ... a  pergunta certa é o que estão fazendo com esse livro? – Mary desdenhou da pergunta anterior ao ver Alice segurando o maldito livro.

- Algo estranho esta acontecendo , algo que vai além do raciocínio logico – Livy respondeu

Hanna se assustou ao ver Alex. E  se,  ela estava confusa perante tantas coisas , seu lado emocional – incompreendido – estava pior ainda , novamente aquele incomodo veio , porém ela ignorava sabendo que ao menos Alex estava ali , mas ele não parecia bem.

- Como eu sou tola – Alice falou segurando o livro em suas mãos olhando para Livy e Hanna – Uma parte do livro esta faltando , oque não facilita o nosso entendimento sobre oque realmente esta acontecendo. Mas la na cabana estava escrito ‘’Não leia’’ , em nosso idioma , significa que alguém antes de nos já teve acesso ao livro o que aumenta a probabilidade da parte que falta estar na cabana.

Rose engolia a seco , não tinha cogitado a sua volta para a floresta.

- Você esta certa , agora faz sentindo. Se alguém já leu o livro consequentemente foi perseguido por essa ‘coisa’ , então a parte rasgada pode ser o pressionamento , certo? – Hanna se levantou compartilhando o raciocínio de sua amiga.

Alice assentiu. Juliana apertou suas mãos fortemente , ela não entendia por que Mike levou eles até a casa de Leon , ela queria um lugar seguro não ficar em uma casa com um livro maluco cercada dos amigos. Ela queria paz e ficar um pouco sozinha , apesar de gostar da presença deles , agora ela apenas queria pensar.

- Por que estamos aqui? – Juliana perguntou deixando uma lagrima rolar pelos seus olhos – Por que?

Livy franziu o cenho. Todos ali sabiam que Juliana tinha aquela mascara de frieza , mas chorar ou transmitir algum sentimento expresso a circunstancia seria de extrema seriedade. Ela raramente sorriu , sentia pena , ou chorava . Não na frente deles.

Alice deixou o livro de lado e abraçou Juliana. Aquele pequeno e simples gesto fez a garota desabar em um choro intenso e tristonho. Alice ajudou Juliana a sentar-se. O pai de Leon  já tinha subido as escadas a fim de expulsar todos dali , mas ao ouvir um choro ele parou onde estava. Não sabia oque tinha acontecido , mas se alguém chorava não seria algo realmente bom. Então decidiu deixar para lá e voltou para a sala.

Rose sempre fora amiga de Juliana , mas ela não ousou ir ajudar a amiga , em sua mente sabia que para todos estarem ali na casa de Leon mesmo que inconscientemente disto , era algo proposital para algum fim oculto. Sabia que algo muito ruim iria acontecer posteriormente , era como um sexto sentido apitando sem parar.

Mary suspirou fundo , tinha chegando e mesmo estando perdida naquele assunto conseguiu pegar alguns fragmentos do que eles queriam fazer. Não , pensou ela , naquela situação o medo falava mas alto. Simplesmente ainda não acreditava no que virá na casa de Allyson.

Hanna observava tudo calada. Ela sabia que era tudo culpo de Leon , estava insinuada desde o momento em que virá o livro que algo ruim iria acontecer. Sentiu um remorso ao ver Kevin naquele estado, mas não falou para ninguém. Mas sentia-se pior ainda por ver que Alex parecia estar incomodo e sujo de sangue algo tinha acontecido.

- Por enquanto, vamos para casa – Mary falou.

- Que ótimo – Leon cochichou.

Livy engoliu a seco. Ela já não tinha mas uma casa , mas tinha sua amiga.

***

Leon estava encostado na parede , seu quarto estava totalmente desarrumado. Ele havia procurado por toda a parte e centímetro pelo livro , ele colocou as mãos na cabeça apertando fortemente. Não entendendo o por que de estar desesperado por aquele livro velho.

Livy arrumava o resto de suas coisas no quarto de Alice enquanto a mesma tirava de sua bolsa o livro fazendo-se arrepiar.’ Alli’ tinha praticamente roubado o livro.

Hanna ao chegar em casa viu Louis e Allyson abraçados , cerrou os olhos ao ver aquela cena. Junto com ela estava Juliana , que ainda abalada recusou ir para casa .

Alex e Mike tiveram que ouvir broncas e principalmente perguntas por Alex estar em um estado deplorável. Mas ambos tiveram que mentir mas uma vez.

Mary trancava tudo. Janelas e portas. Ela estava paranoica. A imagem de Elina não saia de sua mente.

Rose estava na rua , quando recebeu uma mensagem de sua irmã dizendo que estava em casa. Foi tão aliviante que ela deixou escapar um sorriso.

Mikaela levantou a tampa do vazo novamente expelindo aquele liquido preto. Puxou a descarga , sentando no chão chorando. Aquilo não era normal. Por que estava acontecendo aquilo com ela?

Allyson sorriu de orelha  a orelha ao ver seu irmão sentado no sofá , ele tinha acabado de chegar de viajem. Ambos se abraçaram , aproveitando um a companhia do outro , agora ela sentia-se tranquila e segura.

***

No próximo capitulo

A garota respirava de forma dificultosa. O clima frio e a sensação de estar sendo observada não lhe ajudavam a abaixar a tensão que sentia. Seus cabelos bagunçados e mochados caídos em seus ombros , sua roupa molhada e suja por uma lama preta fazia sentir-se suja e por algum motivo marcada. Eles estavam ali a tempo , mas ela sentia-se perturbada. A garota encostou-se na parede , seus olhos arregalados a cada pequeno barulho. Ela sentia. Sentia que aquilo estava perto. Seu coração pulsava rápido , sua respiração ofegante , seus pés descalços . A luz da única lâmpada que tinha no local piscava sem parar , ela olhou para cima vendo uma gota de um liquido vermelho cair erguendo sua mão para pegar , vendo que era sangue.

Um suspiro puxado pode ser ouvido. A lâmpada se quebrou do nada. A garota assustada tremeu , dando um passo para trás. Sentiu seu corpo sendo erguido, sua pele arder , sua garganta fechar seus olhos vacilarem caindo inconsciente no chão.

Segundos depois no meio da escuridão, um par de olhos de um amarelo intenso se abriu. Um sorriso maníaco se formou , mesmo oculto pela escuridão.