Seven Devils - Fic Interativa escrita por PandoraMaximoff


Capítulo 10
Die young




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Uma semana depois

As lagrimas não paravam de cair dos olhos do pai de Alice , que inutilmente a dias tentava procurar a filha. Como se a mesma tivesse sumido como pó. Não , ele não culpava , ninguém pois sua filha tinha problemas... e ultimamente verificando a quantidade de seus medicamentos concluiu que ela não estava tomando-os corretamente.

Sentia-se perdido , sem falar de Hazel que idolatrava a irmã. E naquele momento em que estava em sua agencia funerária olhando tudo em volta , sentiu um aperto no coração , no fundo ele sabia que provavelmente sua filha estaria morta.

Morta talvez , pela própria louca.

Livy já não sentia-se a mesma , como se fosse uma estranha. Seus amigos se assustaram ao ir na casa de Alice e encontrar a loira ali , tristinha , pois ninguém a ajudou a voltar para casa , pensando que ela estaria morta , a jogaram-na no quarto subterrâneo. Depois de acordar algumas horas mais tarde , com dificuldade e com a mão ferida pois havia muitos cacos de vidro , ela desorientada voltara para a casa de Alice, que por sorte todos ainda dormiam. Agora durante todo esse tempo , seus amigos mal falavam com ela , talvez evitando-a , mas parecia que aquela coisa tão estranha e sobrenatural havia finalmente parado. Estabilizado. Ela sentia-se culpada de certa forma , pois conseguiu ver a morte de cada um , mais não conseguiu evitar. Por ser uma grande amiga da família de Alice , ninguém conseguiu desconfiar da garota.

Juliana não poderia estar mais enrolada em seus próprios conflitos. Depois de ter escapado da morte e de seus amigos terem falado que César morreu e Rose provavelmente junto com Alice , seu mundo já em decadência se desabou. E , Dylan sabendo-se aproveitar da situação e de seu sentimento estranhamente obsessivo , deixou a garota acolhida durante dias em seu quarto. E , pelo embalo do momento Juliana considerou tudo a ponto de dormir com o rapaz e satisfazes o desejo carnal que Dylan tivera a tantos anos.

Allyson sentia-se sozinha pois seu irmão novamente viajou a trabalho. Com todo o desenrolar na floresta , ela acabou não entendendo mais sua vida. Tão remota do comum , porém não era algo bom. Louis a visitou todos os dias , e para a decepção de Ally , Mike nem apareceu. Aquilo era mais que um tapa ou já estaria estampado em seu rosto a tempos, que ele não gostava dela , ou sentia-se na obrigação de gostar por... pena. Aquilo era terrível em todos os sentidos. Sentir-se rejeitada , mas então percebeu que não estava sozinha naquela ‘reabilitação’ , por que Louis estava ali com ela , durantes os poucos dias que se passaram , ele continuava a visitar a garota.

Hanna sentiu uma enorme tranquilidade quando saiu da floresta. Mas ao saber que Livy estava viva , assim como os seus amigos sua reação fora de duvida , por que Mike tinha jogado o corpo da garota no quarto subterrâneo , e agora estava viva. Era de se duvidar. Mas com os dias se passando , e mesmo contra a sua vontade ela visitou Livy , uma ou duas vezes , em busca de explicações , principalmente do sumiço de Alice e Rose. Na primeira vez , vestiu uma blusa estilo casaco escondendo uma faca enorme no bolso de um dos lados. Sem resultado , porem ela conseguiu sentir o clima diferente , o diferente normal , sem aquele ar tão pesado e assustador. Nada tinha acontecido com eles durante os dias , e fora o que aliviou Hanna. Mas a garota sentia pena da família de Alice , pois todos estavam um caco , pensando que fora a doença da filha que fez a mesma sumir. Na segunda visita inesperadamente encontrou Alex na rua , ele iria ver ela , mas ao dizer onde iria ele a acompanhou. Tanto Alex quanto Hanna viram os olhos de Livy encherem-se de lagrimas , ao dizer que não tinha mais nada , seus pais não a querem , Alice sumiu – ela não contou a ninguém que estava morta- e ficar naquela casa não era opção por sua melancolia. Continuando com duvidas ela convidou Livy a ficar alguns dias em sua casa. Alex ajudou Livy a levar as malas , e mesmo com a micro mudança , ninguém naquela casa percebeu que Livy estava indo embora. Ao colocar tudo em um quarto reserva , Livy quase se ajoelhou ao agradecer que pelo menos alguém ainda confiava nela e a considerava uma amiga.

– Acha que ela... é realmente ela? – A pergunta de Alex , fora de certa forma alarmante , mas ao invés disso ele apenas riu por ter soado engraçado.

Hanna deu de ombros. E durante uma fração de segundos ela assentiu com a cabeça, Livy sempre fora religiosa e se alguém merecia no fim sair ileso seria ela.

– Eu acho que ainda não agradeci... mais obrigada por ter me confortado lá na floresta– Hanna realmente sentia-se agradecida, porque somente ele prometera que iria encontrar seu irmão, mas por sorte ele veio até eles.

Alex sorriu de lado , ele sabia que o que faria a seguir poderia afetar tanto a amizade de ambos quanto levar uma boa surra. Mas ele sabia também que deveria tomar a atitude , então no balanço do momento ele a beijou. Hanna ficou assustada , claro não esperava isso , mas contudo ela sentiu aquela confusão e sentimentos tão intensos do que nunca. E naquele momento ela conseguiu descobrir o que seria realmente a confusão. Amor. Em sua mente poderia ser tão clichê quando patético , se não fosse ela a sentir tamanha coisa. Era algo a se pensar , ela sempre ignorava seus sentimentos ou tentava não compreende-los . Ao se separarem do beijo , pela primeira vez depois de tudo o que aconteceu ela sentiu-se feliz. E , um sorriso tão lindo quando raro estampou em seu rosto, então Alex sabia que teria feito o certo.

Mike estava no sofá sentado zapeando a tv , enquanto Mikaela dormia em seus braços. Ele sentia-se novamente com aquele sentimento que era direcionado para Elizabeth, mas agora era para Mikaela. Ele a tratava com cuidado e preocupação , e ela dizia sempre que não precisava , mas admirava o jeito que ele estava agindo com ela. Pensando no resto de seus amigos , ele então lembrou-se de Allyson e o quanto ela demostrava gostar demais dele. Parecia errado ficar ali com Mikaela , mas revendo seus sentimentos ele sabia que agora tudo precisava ser diferente , ela era delicada porém se recupera rápido de uma ‘queda’ e sem saber se era reciproco aquele sentimento ele apenas continuava sendo essa pessoa carinhosa e amável e com os olhos somente para os dela.

Louis não desistia. Não , ele não poderia. Quando saiu da floresta junto com sua irmã e Allyson apesar de nem tudo ficar bem , ele sentiu-se tranquilo. Ele estava muito chocado para dizer o mínimo , pois seu amigo havia morrido, e enterraram o corpo encobrindo aquilo. Ele e Hanna ao chegarem em casa mesmo sem dizer nada se abraçaram sentindo que a família novamente estava em casa. Um pequeno gesto , porém muito significativo. Ele não sabia ao certo se deveria ir ver Allyson , mas o fez. E para a sua felicidade ele fora bem recebido , passou-se os dias e Allyson apreciou mais ainda a atitude de Louis. Não , talvez , nem ela conseguisse entender o por que de gostar de Mike ... atração? Ou apenas ilusão , nem ela saberia dizer. Mesmo estando em uma situação tão complicada ele sentia aquela faísca de esperança se intensificar.

XXX

‘’ Desaparecido – A foto de César e ampliada no visor , enquanto a mulher continuava a falar – Para maiores informações ligue para o numero em seu televisor ‘’

Juliana abriu seus olhos depois de um longo suspiro pesado , tirou o capacete e devolveu para Dylan que estacionou sua moto em frente da casa branca. Ao lembrar da ultima vez que estava ali , seu coração apertou forte , sua irmã... de uma forma tão macabra apareceu. Mas não poderia ficar muito tempo no quarto alugado de Dylan. Apesar de ambos terem naquele meio tempo se envolvido de uma forma intima eles não ousaram de denominar em algo , seria muito estranho principalmente pela situação. Juliana usava luvas cinzas , para conter o frio. Ela virou o rosto e Dylan sorriu de lado para ela tentando passar confiança.

Rose , tinha sumido. E agora ela sentia que o seu porto seguro agora era o rapaz ao seu lado. Juliana havia contado tudo para ele , e por um momento achou que Dylan a chamaria de doida , mais tudo fora remoto do que aconteceu. Ela chorava e ria ao mesmo tempo que se chama de louca , ele a abraçava e dizia que acreditava e tudo ficaria bem.

Talvez entrar em sua própria casa e se sentir bem , fosse algo comum , mas Juliana nem de longe sentia isso. Ela colocou a chave e girou a maçaneta abrindo a porta. Tudo estava do jeito que um dia fora. Sentou-se em um dos sofás junto com Dylan , ligando a tv.

– Por que você não chama seus amigos aqui? Sei lá pra descontrair e falar sobre os outros... que ainda não apareceram ou sobre a Livy – Dylan falou. Juliana assentiu – Eu vou voltar... pro meu quarto bagunçado.

Dylan se levantou e fora surpreendido por um abraço. Ele retribuiu e ambos ficaram ali se abraçando. Juliana deu um simples ‘tchau’ , mas para Dylan seria um adeus, mesmo que temporário ele não sabia.

Dylan tinha muitos segredos e era uma pessoa que se encrencava rápido. Voltou para a cidade em busca dos pais ou para se refugiar, mais ao invés disso apenas teve a decepção de não encontrar ninguém. Apenas Juliana. Olhado a ultima vez para a moça ele saiu pela porta.

***

O verão se fora. E o inverno veio como em um piscar de olhos. As pessoas andavam pelas ruas com roupas grosas e longas , luvas e tocas. As arvores estavam cobertas por neve , assim como carros , casas e as ruas. Mary respirou podendo-se ver a fumaça por conta do frio. Seu sobretudo cinza não bastava para aquecer-se , não , mais ela não sentia o frio , estava muito abalada para dizer o mínimo. Varias noites acordada chorando , sua mente perturbada e a ultima imagem de César em sua mente. Uma lagrima quente rolou por sua bochecha. Todos tinham a procurado , mas ela se recusava a falar com alguém. Seu celular tremeu , pegou ele vendo que era Juliana convidando para visitar ela em casa. Provavelmente aquela mensagem era para todos. A cidade parecia tão calma no meio de tanta neve , Mary continuava a caminhar seu objetivo era ir até a ponte de ferro que ligava a cidade vizinha.

Juliana sentia-se incomoda , por que no fundo aquele simples ‘tchau’ da parte de Dylan tinha sido muito significativo. Como se ele fosse embora , iludida em algo que parecia ser tão concreto ela ignorou, ligou o aquecedor e zapeando a tv , viu novamente no noticiário local as fotos de Rose , Alice e César. Ela ouviu um barulho de sirene policial se aproximar de forma irritante.

– Que merda – Ela resmungou indo até a janela vendo o carro parar em frente de sua casa – Merda.

Ela olhou para a porta e no mesmo instante batidas foram ouvidas. Seu coração pulsou mas rápido , e novamente mas batidas fortes foram ouvidas.

– É a policia , abra a porta!

Juliana ajeitou a roupa e tentou parecer o mais normal. Ao girar a maçaneta , ela estampou um sorriso de leve , porem os policias que estavam ali não estavam de bom humor.

– Senhorita , você esta presa , pela morte do senhor Hill – As algemas geladas ao se encontrarem com a pele quente de Juliana a fez arrepiar.

‘’Não’’ ela pensou. Como eles poderiam saber daquilo? As luzes azuis e vermelhas brilhavam e toda a vizinhança via a mulher que sofrera muito pela morte da irmã sendo presa. Sem nenhuma dó um dos policiais a colocou no carro com um empurrão forte. A única pessoa que teria uma única prova seria Dylan.

Dois carros estacionaram perto das viaturas , alguns policiais entravam na casa de Juliana em busca da prova de um dos crimes que fora descrevido em um depoimento. O policial subiu as escadas e já no hall da porta de um dos quartos ele sentiu um mal cheiro , girou a maçaneta com a arma pronta para atirar , porém o que viu fora terrível. O quarto da moça estava queimado , e tinha um corpo em estado de decomposição.

– Tem um corpo aqui senhor ! – Disse o policial chamando a atenção do policial encarregado enquanto os policiais viam os outros quartos.

Dentro de um dos carros que acabara de estacionar , encontravam-se Mike , Mikaela, Alex e Hanna. No outro Louis , Allyson e Livy.

Mike franziu o cenho e saiu do carro sendo seguido por Alex.

– O que é isso? Reunião? Que péssima hora – Comentou um dos policiais pegando as algemas e prendendo Mike e Alex.

– O que? Mas o que fizemos? – Perguntou Alex.

Hanna se assustou ao ver Alex sendo preso e saiu do carro deixando a porta aberta , tentando impedir que o colasse no carro , porem ela também fora presa. Louis tentou protestar , mais acabou sendo preso , assim como Allyson , Mikaela e Livy.

Mary estava na borda da ponte de ferro olhando a imensidão de agua que passava por debaixo dela. Seu sobretudo estava pesado pois tinha colocado pedras pesadas e grandes nos bolsos , fechou os olhos com a ultima imagem mais linda e natural que tivera , da neve e do crepúsculo do céu. Ela depositou seu peso para frente sentindo o vento gelado contra seu corpo a cada segundo em que a gravidade fazia seu trabalho. Ela sentiu o choque de mudança ao sentir a agua gelada contra tudo o seu corpo , ela não lutou contra a correnteza e contra as pedras que lhe afundavam. Seus olhos abertos vendo o interior que tinha naquele monte de agua. Viver com aquele peso na consciência seria complicado , principalmente ao pensar nas ultimas palavras de César – ela fechou seus olhos e algumas bolhas de ar saiam de suas narinas – em sua cabeça deixar-se levar pela agua cristalina , seria algo purificante. Como se estivesse limpando tudo de errado que já fizera. *

Aos poucos seu oxigênio fora se esgotando.

Na delegacia , Mike , Alex e Louis estavam em uma das celas onde havia vários caras mal encarados.

XXX

O policial tomou um gole do seu café olhando para os olhos cinzentos de Elina que tinha o rosto em perfeito estado , cabelos brilhantes e vestia-se de forma elegante , para uma jovem.

– Devo dizer algo mais senhor? – Ela perguntou entregando o aparelho celular de Dylan – Uma prova suficiente de que esses malditos mataram o senhor Hill.

Elina arqueou uma das sobrancelhas , então o policial pegou o celular pondo o mesmo em um saco pasticho.

– Devo dizer minha cara , que essas pessoas vão apodrecer na cadeia – Disse o policial.

– Assim espero... mas antes quero vê-los – Ela disse e o policial assentiu.

XXX

‘’Encontramos o corpo de Kevin Cartwright, em sua casa com suas digitais’’

Juliana não podia acreditar no que ouvira. Como teria suas digitais no corpo do rapaz? Como ele apareceu ali? Aquilo era loucura , sentada no chão sujo da cela ao lado da cela masculina, ela tentava encontrar alguma esperança , solução ou resposta. Sentia-se traída , pois aparentemente estava sendo acusada da morte de Kevin , morte do Senhor Hill , e para completar a morte de Rose. Aquilo nem de longe parecia ser sua vida normal, parecia um pesadelo sem fim. Enquanto de um lado ela estava assustada – desde a aparição de sua irmã – ela estava frágil e sentia-se traída pela única pessoa que tinha uma prova sobre a morte do senhor Hill.

Dylan.

Diferente da cela masculina ao lado , a feminina não tinha ninguém. Somente as garotas que estavam tão aflitas quanto os rapazes.

Allyson sem perceber estava roendo suas unhas. Ela tinha aquela mania quando tudo estava ruim ou simplesmente estava nervosa. Sua aparência não era uma das melhores , seu cabelo estava bagunçado , e seu rosto levemente inchado por chorar durante dez minutos , assimilando que estava oficialmente presa.

Enquanto que Juliana e Allyson tinham chorado no carro da policia, Livy , Hanna e Mikaela estavam tão silenciosas quanto gatos entrando em sua casa. Hanna desistiu de tentar discutir com os policiais assim que percebeu que eles – para a sua infelicidade – tinham provas contra eles.

Hanna não podia acreditar que o momento mais feliz de sua vida não durasse tanto tempo assim, parecia uma grande ironia de mal gosto. Seus olhos se encontraram com a de Alex que estava na cela ao lado e por um momento ela sentiu vontade de chorar , apertou suas mãos fortemente , para tentar conter. Não , ela não iria chorar , não iria se desesperar, já chegou bem longe sem drama , mais ao pensar que ver Alex seria algo bem capaz de não acontecer – principalmente por não saber quantos anos ficaria presa .

‘’Acho melhor contratarem um bom advogado vão precisar”

Mikaela estava sendo guiada por um policial até a cabine telefônica. Colocou uma moeda dada pelo policial prendeu um dos lados da algema em um ferro próprio para os presos que iam ao telefone. A loira tinha vontade de dar um belo soco no policial que deu mas de quatro flertes com a moça.

Louis não sabia dizer o que mais lhe incomodava naquele momento , se era o fato de estar preso ou dos outros caras estarem mexendo – de forma maliciosa - com as garotas , ele tentava manter a calma para não bater em um deles que vestia uma jaqueta de couro. Não poderia piorar a situação. Não depois que tinha provas contra eles.

Alex sentia uma tremenda raiva e magoa mortal naquele momento de Elizabeth , se não fosse por ela nem ele e nem Hanna estariam ali. Na verdade nenhum deles estariam ali. Em seu momento de raiva pensou que a morte que teve fora um ‘bem feito’

Mike segurava nas grades da cela tentando ter algum campo de visão que desse em Mikaela , pois não tinha gostado nem um pouco do jeito do policial olhar para a moça.

XXX

Em um banco de madeira , encontravam-se algemados todos menos Livy que estava depondo em uma sala estranhamente tranquila onde havia uma mesa de metal e três cadeiras feitas do mesmo material.

Era como um deja vu , um deja vu muito ruim. Todas as piores sensações que tinha estavam voltando , medo e aflição. O delegado jogou na mesa uma pasta amarela sentou-se na cadeira de frente para a moça de forma informal. Cruzou os braços e encarou a loira que mantia um olhar baixo.

– Encontramos uma faca , e três corpos – Disse o delegado colocando seus braços sobre a mesa aproximando-se da moça – Encontramos suas digitais e para minha surpresa daquelas lá fora também, então é isso que fazem para se divertir quando não há nada para fazer? Matar uns aos outros?

Livy nada disse.

Fora da sala o silencio que estava entre eles era de aflito e de insegurança. Depois que o delegado dissera que eles iriam precisar de um bom advogado tudo somente piorou. Apesar do silencio , vários policiais passavam pelo corredor porem uma mulher vestida com roupas pretas parou encostando-se na parede.

Hanna franziu o cenho estranhando a presença da garota ali.

– O que faz aqui Elina? – Perguntou ela.

Elina sorriu de forma maliciosa e deu de ombros, seus olhos estavam fixos na porta que dava para a sala onde Livy estava. Não demorou muito para que o delegado abrisse a porta e avistasse a mulher e fizesse um sinal para que a mesma entrasse, mas antes de adentrar na sala ela parou no hall lançando um olhar para eles.

– Vamos dizer que César morreu em vão – Dizendo isso ela entrou na sala e o delegado saiu dando-lhes privacidade.

Mike ficou enfezado e totalmente confuso , ele se levantou fazendo Louis erguer o braço já que todos estavam algemados. Mike tentava sair ou se soltar da algema , porem tudo o que fez fora fazer uma marca no pulso.

– Que merda... como ela... que droga – Mike estava em desespero , pois César tinha dito todo o plano para ele.

Mikaela fitou a parede, ela estava novamente sentindo aquela terrível sensação de desespero. Aquela maldita sensação que estava ausente naquela semana. Com um suspiro longo e pesado aflito ela sentiu seu coração pulsar forte , e se empaleceu.

Livy tinha grandes olheiras , seu cabelo estava bagunçado e seu vestido florido sujo. Sua mão estava de encontro com a cadeira de ferro que era gelada. Ao ver Elina entrar na sala , sentiu um calafrio so de pensar em ficar só com a garota. Não, que tivesse alguma empatia , não pelo contrario elas eram bem amigas para quem não estuda na mesma escola. Mas naquele momento ela mais parecia um inimigo do que um amigo. Elina sentou-se na cadeira de frente para a moça cruzando seus braços , deixando um sorriso estampado no rosto, quando seus olhos se encontraram com os azuis de Livy , a mesma arregalou os olhos ao perceber que os de Elina estavam amarelados.

– Não... – Livy puxou pela primeira vez a algema tentando soltar-se – Não...

A loira sabia o que aqueles olhos significaram. Pensou em gritar socorro , mais antes que pudesse pensar em algo, sentiu sua garganta arder , praticamente queimar. Elina continuava sentada apenas fixando seus olhos em Livy , que estava em pé , forçando em uma tentativa fracassada de se soltar. Um liquido quente e com gosto salgado começou a sair de sua garganta, desesperada e com sua respiração ofegante ela caiu de joelhos no chão sentindo suas mãos tremerem, sua visão ficara totalmente preta.

Livy abriu os olhos ofegante , la estava ela novamente naquele quarto que ela odiava. Todo branco usando a velha camisa de força, da qual ela já apelidava de ‘ Jeffer a camisa’ , ela já estava acostumada o suficiente de acordar com aquela maldita camisa de força. Seus olhos azuis fitavam o teto e mais uma vez ela tinha tido o maldito pesadelo. Aquele pesadelo que fora real. Não nem de longe ela era doida , mas as vezes ela se perguntava se realmente era alucinada. Mas ao olhar para o cômoda que esta em seu quarto no hospital psiquiátrico , e ao ver as fotos de seus amigos que agora estão presos, ela garante sua sanidade. Por mais que tudo pareça tão surreal , tão louco , mas realmente aconteceu. Depois de ter sido julgada com problemas mentais – até seus pais foram ouvidos , acusando a filha de insanidade principalmente depois de terem encontrado a faça onde tinha suas digitais , e principalmente nos corpos ocultos pelos seus amigos - fora mandada para o hospital , na qual não recebi visita de ninguém , somente de Elina que ainda continua peculiar. Ela as vezes se perguntava por que de ter acontecido aquilo com ela , juto com ela. Não era algo bom muito menos justo. Quando tinha tempo ela pegava uma caneta e escrevia... apenas para não perder realmente sua sanidade. Mesmo estando presa naquele lugar onde tem pessoas perigosamente instáveis , ela recebia cartas... cartas na qual aos poucos foram parando , primeiro fora de Alex que tinha medo do que os outros prisioneiros iriam fazer com ele , depois de três meses as cartas parara. Depois de quinze dias , Alex fora achado na sela... morto. Depois cartas de Mike , que mais parecia tirinhas de humor no jornal de domingo , mas a graça toda acabou depois de dez cartas , e assim como as de Alex , as de Mike pararam depois de seis meses. A demora para cada carta apenas deixou Livy aflita, mais compreendia já que todos estavam em cadeias separadas e em outros estados. Os papeis amarelados eram as de Louis que mesmo sem poder vê-lo ela imaginava ele com o seu jeito único tentando passar confiança e força para enfrentar aquela situação. So de pensar naquilo ela sorria e deixava varias lagrimas se soltarem. Em uma folha manchada de branco e preto era as de Hanna, que assim como a Livy ela tentava escrever para não pirar , as vezes as cartas da loira não fazia sentido algum , em algumas ela escrevias todos os números possíveis até preencher toda a folha ou escrevia seu nome ou simplesmente estava sem nada. Mas as cartas de Mikaela eram as de longe as mais melancólicas e compreensivas que ela lia. Mikaela colocava para fora nas cartas tudo o que sentia e pensava, sobre Mike e sobre a sua mente que estava cada vez mais distante do mundo real, ela sentia faltava da liberdade e da sociedade , mais tinha medo , medo de encontrar com as consequências de suas ações, medo de não ser aceita e medo de si mesma. Havia apenas uma folha rosa enviada por Juliana. Livy apenas recebeu aquela , depois de um ano a loira recebeu a noticia de que sua amiga havia morrido durante o almoço em meio de uma briga. Mas de todos a única pessoa na qual não recebeu uma carta ou noticia fora de Allyson. Mesmo com tantas perdas, tanto de Alex como a de Juliana e a de Mary que encontraram o corpo depois de oito semanas , ela continuava a sentir força de vontade para continuar a viver. Livy sabe que Elina carrega com sigo o demônio que lhe percegiu , mas não entendi por que não deu um fim quando pode. Por que não matou Livy? Por que matar seria um luxo , não , matar seria piedade disse Elina quando se cansou das perguntas sem fim de Livy. Torturar Livy seria o ideal, sem explicações , sem contato com seus amigos, perdas , aquilo de fato era uma tortura. Elina tinha conseguido matar Dylan e roubar a única prova que culpava todos ali pela morte do senhor Hill. Livy tinha sido agressiva com os enfermeiros, uma batida na porta fora ouvida porem a garota não olhou , ouviu passos então seu rosto fora puxado com força na direção da pessoa que lhe forçava a ver. Era um enfermeiro o qual sujeitava Livy a fazer coisas que não queria, coisas que era correspondente ao seus desejos carnais de luxuria.

Uma lagrima quente rolou pela bochecha da garota.

‘’ Se não pode vence-los, junte-se a eles’’

Aquele era o lema na qual Allyson mentia-se erguida. Ela jamais imaginaria se meter naquilo ou fazer ou muito menos sentir aquilo. Com seus cabelos presos em um rabo de cavalo ela olhava para frente de um hotel na qual Elina acabara de entrar com dois rapazes. Allyson vestia uma roupa preta e discretamente com as mãos no bolso da blusa que mais parecia um casaco ela entrou no hotel o recepcionista iria protestar ou chamar-lhe a atenção mais ela sorriu de lado de forma simpática e sedutora que o homem se retraiu. De forma decidida ela aperta algo no bolso de sua blusa , pegou o elevador e dividiu o mesmo com um homem gordo e pequeno, o homem deu-lhe um sorris bobo , ela deu de ombros , olhando para a porta do elevador. Ela sentia seu coração pulsar e ia de acordo com a adrenalina . Em um piscar de olhos ela se viu girando a maçaneta, seus olhos ficaram totalmente pretos ergueu sua mão e Elina fora presa contra a parede do quarto.

’ Acha que é a única a ter demônios Elina?’’ A voz de Allyson estava diferente , porem a diferença entre as duas era que Allyson não estava possuída.

Elina aos poucos ficou pálida , Allyson fechava a mão e enquanto fazia aquele gesto , mas Elina ficava sem ar. Allyson estava fazendo a garota sofrer , uma lagrima transparente e quente rolou por sua bochecha, sim ela sabia da morte de Alex, a de Mary e a de Juliana. Seus amigos mortos pelo demônios de Bartolomeu. Elina caiu no chão tentando puxar oxigênio , Allyson virou de costas indo até a porta porem cobriu a mão desta vez limpando a maçaneta tirando suas digitais , parou no hall da porta e olhou a ultima vez para trás. Elina estava no chão , Allyson girou sua mão e um barulho fora ouvido. Elina tinha sido quebrada no meio, e seus olhos ficaram totalmente amarelados. O receptáculo tinha sido morto.

As câmeras de segurança não conseguiam gravar Allyson , pois no vídeo ela simplesmente não existia.

Allyson saiu do hotel como se nada tivesse acontecido. Passou pela recepção novamente olhou para o rapaz o mesmo desmaiou . Saindo do local Allyson parou em uma rua deserta sentou-se na calçada e lembrou-se de Selena , em uma sexta a três anos atrás onde tudo tinha acontecido. Ela sorriu ao perceber que o que ela é hoje em dia é culpa de César, ele não conseguiu prender o demônio , mas boa parte de sua energia demoníaca , de seus poderes para ser mais exata, ela era o receptáculo perfeito. Deveria ter sido ela a receptáculo desde o inicio . Allyson tirou de seu bolso a foto amaçada de seus amigos. Uma foto que tinham tirado na frente da casa de Hanna, todos estavam felizes, como se nada de ruim tivesse acontecido ou iria acontecer.

A garota viu ao longe um homem olhar para ela de forma curiosa , Ally conseguia ler a mente do homem e apesar do mesmo ter em mente uma boa atitude ela estava faminta, precisava comer. Ou naquele caso beber sangue. Para manter seus poderes ela tinha que beber sangue, durante meses ela roubou bolsas no hospital , mas o gosto não se comparava com o gosto do sangue quente recém tirado.

Agora ela era o monstro, e o mais sensato a fazer seria deixar tudo para trás, envolver pessoas naquele mundo sombrio em que vivia parecia errado , pagar mais alguns anos na cadeia , sobreviver na cadeia psiquiátrica e continuar vivo de uma forma normal seria a coisa que Livy , Hanna , Mike , Louis e Mikaela iriam fazer , Allyson sabia por que conseguiu ver em um de seus sonhos uma pequena e breve premonição, e para eles ainda existia alguma felicidade e algum final feliz.


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Notas finais do capítulo

Hello! - > DESCULPEM A SUPER DEMORA! Provavelmente vou ter que me proteger contra pedras, ou contra vudo! Eu faria no lugar de vocês , uma macumba daquelas contra a autora , kkk , mas é serio, acho que vocês esperavam um final do tipo Olha que final , mas foi mais para olha...o ultimo capitulo! , foi fraco eu sei e sim eu estou com vergonha do capitulo :3, e desculpem a demora novamente! Obrigada por acompanharem e por comentarem! E claro pelas recomendações *o*
Kisses :** Suicídio baseado na autora britânica Virginia Woolf, para quem não sabe ela foi uma das figuras do modernismo na época do período entreguerras. Morreu em 1941 no dia 28 de março ela vestiu um casaco com pedras e jogou-se de uma ponte . Virginia suicidou-se pois ouvia vozes consequentemente achando-se uma louca.