The Innocent Can Never Last escrita por Clarawr


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Gente, então, meus planos eram postar novamente só no fim de semana. Mas eu resolvi dar uma passada por aqui e ler algumas coisas, quando fui reler meus próprios capítulos e percebi que em vários momentos eu me referi à Kamina como EFFIE HEUEHEUHEUHEUEH. É que tipo, quando eu comecei a fic (há quase um ano atrás) eu fiquei com preguiça de escolher um nome para a Effie do Distrito 7 e como nunca pretendi postar a fic, deixei Effie mesmo. Mas quando postei, tive que mudar o nome, porém esqueci de trocar em alguns lugares. Mas agora já consertei tudo, hue.
Então, como passei aqui pra consertar, resolvi postar logo de uma vez. O capítulo ficou um pouco longo, mas para compensar deixei uma surpresinha para vocês mais no final. Espero que gostem, migos ♥



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Acordo na manhã seguinte e não fico muito tempo estirada na cama, porque já percebi que quando fico parada aqui, rolando de um lado para o outro, começo a pensar em todas as desgraças que já aconteceram na minha vida até agora. Certa de que essa não é uma boa maneira de começar o dia, pulo da cama assim que desperto, tomo um banho e fico apresentável para o café da manhã. 

Chego na sala de jantar e Blight está conversando com Liz e Roger. Eles fixam o olhar em mim quando chego e me encaram por tanto tempo que eu começo a me irritar. 

- Que é? - Pergunto, me sentando. - Podem continuar. 

- Eu estava falando com eles. - Blight começa, falando pausadamente, exatamente como minha mãe faz comigo após uma das minhas grosserias. - Sobre o Desfile dos Tributos. 

Reviro os olhos e enfio uma garfada de ovos fritos na boca. 

- Eles sabem que vão ter de se vestir de árvores. – Pelo canto do olho, vejo Blight assentir. – É isso que acontece há, sei lá, duzentos anos.

- Exato. - Ele responde. - Mas eu estava falando com eles sobre outras coisinhas. Patrocinadores. - Ele pronuncia a palavra devagar, erguendo uma sobrancelha. Uma pergunta silenciosa. Ele quer saber se eu me lembro do quanto eles importam. E, pode acreditar, eu lembro. - Aliás, falando nisso, eu preciso bater um papinho com a Kamina sobre eles. - Ele se vira na direção de Liz e Roger. - Ela conhece muita gente importante na Capital. Deus sabe o quanto ela ajudou essa daqui. - Ele aponta para mim. 

Reviro os olhos, como sempre faço quando as pessoas deixam evidente os momentos em que precisei de ajuda. Não é que eu seja ingrata, não mesmo. Sei que sem eles eu não estaria aqui. É só que eu gosto de me bastar sozinha. Mas nem sempre posso me dar a esse luxo.

- Então. - Ele sorri, obviamente bastante satisfeito por ter me irritado. - Eu vou começar a adiantar a vida de vocês. - Ele aponta os dois sentados um ao lado do outro nas cadeiras a minha frente. - Enquanto dou um tempinho para a Johanna falar com vocês qualquer coisa que ela não queira falar na minha frente.

- Olha quanta consideração. - Sorrio afetadamente, estreitando os olhos, para destacar bastante a ironia embutida na frase. - Vai, vai direitinho, hein. - Eu digo, um pouco mais alto, enquanto ele sai da sala. Volto-me para os dois na minha frente e suspiro. 

- Precisamos fazer com que eles gostem de vocês. - Murmuro. Como aqueles estilistas acham que vestir dois adolescentes de árvores vai ajudá-los nesse departamento? - Vamos encarar os fatos: Uma fantasia de árvore não é uma roupa que chame muita atenção, então a chance real de vocês conseguirem os Patrocinadores está na entrevista. Quando estiver mais para perto, eu mesma quero treinar vocês. Pelo menos nisso eu posso interferir. Mas deve ser melhor mesmo eles controlarem os mentores. Se deixassem, eu sequestraria todos os Patrocinadores e os torturaria lentamente com cócegas até que eles concordassem em dar todo o dinheiro para vocês. – Vejo algo parecido com um sorriso retorcer a boca de Roger. Liz sorri mais abertamente para mim. – Mas eu não posso. Isso é uma coisa que vocês têm de conquistar sozinhos. Não sei o quanto o Blight explicou sobre essa história de dádivas na arena para vocês, mas nunca, jamais, em tempo algum, esqueçam que os Patrocinadores são de importância vital. Quando vocês estiverem arrebentados naquela arena, com um corte no braço ou mesmo desmaiando de fome, até o menor dos pãezinhos vai fazer diferença. Então, sejam legais para que eles gostem de vocês, ok? Mas para eles gostarem MUITO – eu enfatizo. – de vocês.

Eles balançam a cabeça em concordância. Os músculos das costas de Roger estão mais relaxados e os ombros de Liz não estão tão rígidos do que na noite passada. 

- E outra coisinha que eu não sei se deixei clara ontem à noite. - Eu faço das palavras quase uma ameaça, de tão cortantes que elas parecem. - Eu sou a mentora. Eu já fui para lá uma vez. Então, pelo amor de Deus, sejam tributos bonzinhos e façam o que eu digo. Não sigam seus impulsos. Nessa droga desses Jogos Vorazes, a frieza é tão importante quanto a força. Então controlem-se e sempre façam as coisas baseados no que nós dissermos para vocês. Entendido? – Eles assentem. - Se não eu não me responsabilizo por qualquer merda que acontecer com vocês na arena, hein? - Vejo os olhos de Liz se arregalarem e percebo que não é bem isso que ela esperava de uma mentora. Mas o que eu posso fazer? Ela pode até me achar esquisita, talvez um pouco feroz ou dura demais, mas nenhum deles está em posição de contestar meus métodos. O que eles precisam saber é que eu estou mais do que determinada a trazer um dos dois comigo para o Distrito 7. E acho que isso já está bastante claro para eles. 

Então, de noite, eu estou enfiada em um vestido verde, justo e curto demais para o meu gosto, prontinha para presenciar os tributos do Distrito 7 desfilarem vestidos de árvores pela sexagésima nona vez no Círculo da Cidade. Minha antiga estilista (e atual de Liz e Roger) mandou que pintassem minhas unhas de verde, do tom da copa das árvores lá do 7. Mesmo sendo uma vitoriosa, ainda sou obrigada a vestir o que me mandam. Estou na primeira fila da platéia, sentada de frente para a avenida onde em alguns minutos, Roger e Liz vão passar pelo público em suas carruagens. Não estou muito animada. Árvores não são muito atraentes. 

     Ouço e vejo Claudius Templesmith através da gigantesca tela que fica no fundo da avenida:

     - Senhoras e Senhores, sejam bem-vindos ao Desfile dos Tributos! Hoje, 24 estilistas fizeram o magnífico trabalho de fazer nossos tributos encarnarem a personalidade e seus distritos. Vamos ver as surpresas desse ano!

     Assim que ele pronuncia essa frase, vejo a carruagem que carrega os tributos do Distrito 1 aparecer. As carruagens parecem voar na minha frente, de tão rápido que andam. Vou ficando vesga com os brilhos e as cores vívidas dos tributos na minha frente. Estou a ponto de desviar o olhar para conter a tonteira quando eles entram em meu campo de visão. Obrigo-me a ignorar a vertigem e focalizar o olhar.

     Não sei se eu ainda me agarrava a um fiapo de esperança de eles de repente aparecerem usando algo estonteante, que fizesse a Capital parar. Só assim para explicar a enorme decepção que se apodera de mim quando eu vejo que os dois estão vestidos de árvores. Liz tem maçãzinhas em sua copa, Roger tem laranjas.

     Falando sério, não sei porque a Capital paga esses estilistas. Até eu faria uma roupa melhor que eles.

     Eles não são recebidos com muito entusiasmo pela população, mas eu aceno para eles quando a carruagem passa por mim. Como parece que aquele cavalo está deslizando sobre patins de tão rápido que anda, não sei se eles me viram. Vejo Roger olhando em minha direção, mas ele parece tentar focalizar o olhar em mim para me reconhecer, então não tenho certeza se ele notou que quem acenou fui eu.

O resto de Desfile é um borrão em minha mente. Tenho uns flashes de Liz e Roger acenando para o povo e essas coisas, mas tudo parece muito confuso na minha cabeça. Blight precisa me cutucar para que eu perceba que é a hora de ir embora da plateia. Levanto-me, desajeitada, tentando me equilibrar em cima do salto de dez centímetros que fui obrigada a usar.

      Tento andar com o máximo de dignidade possível atrás de Blight, enquanto nos dirigimos para o fim da Avenida, onde vamos receber nossos pupilos. Chego inteira lá, mas assim que piso no chão, arranco os sapatos e fico descalça no meio da Avenida.

     Nós devíamos estar muito perto do fim da passarela, porque chegamos lá antes de Roger e Liz. Estou com os sapatos na mão, zanzando pela área do fim da passarela quando alguém roça o nariz delicadamente no meu pescoço e sussurra na minha orelha:

     - Quem diria que a árvore do ano passado podia ficar tão mais bonita, hein?

     Viro-me abruptamente para a origem do som e dou de cara com Finnick Odair, vencedor do Distrito 4 de quatro anos atrás

Tenho que admitir que ele é bonito, com aqueles olhos da cor do mar completamente impressionantes, alto e forte. Mas não sei onde ele está querendo chegar usando seu poder de sedução comigo. É público que Finnick cobra para que as pessoas durmam com ele. E a moeda dele são os segredos.

      Como se eu tivesse algum segredo que valesse alguma coisa. E mesmo que tivesse, não o desperdiçaria desse jeito.      

      - Obrigada, Finnick. – Eu tento parecer indiferente, mas não é brincadeira fingir que não se importa com aqueles olhos verdes te secando do jeito que ele faz. Não me acho particularmente bonita, mas acho que o meu vestido verde especialmente desenhado para me fazer parecer atraente combinado com a maquiagem provocativa que passaram no meu rosto acabam formando um conjunto que chama mesmo a atenção. – Você também não está nada mal. – Eu inclino a cabeço para o lado, como que para olhá-lo melhor. E eu nem estou mentindo. Ele está mesmo lindo naquele terno verde escuro sem gravata.

     - Obrigado. – Ele dá um sorriso incrivelmente sexy. – Mas sabe, você ficaria melhor se colocasse os sapatos. – Ele olha para os saltos na minha mão.

     - Ah, você acha eles bonitos? Quer para você? – Eu pergunto, sarcasticamente, para depois explicar: - Não consigo andar com essas coisas, de qualquer forma. Para não causar um engarrafamento na hora de sair, fui obrigada a tirá-los.

     Antes que Finnick pudesse me responder, eu vejo que Roger e Liz chegaram e estão descendo da carruagem.

     - Ah, eles chegaram! – Eu exclamo. – A gente se vê, Finnick. E quem sabe eu não te levo os meus sapatos? – Consigo erguer um meio sorriso e espero que Finnick o tenha visto antes de eu sair em disparada na direção onde minhas árvores estão desembarcando. 


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Notas finais do capítulo

HEUHEUEHUEHEUHEUHEUEHUEHEUHEUHEUEHUEHEUHEEUHE E AÍ? VOCÊS PEDIRAM E ELE CHEGOU: FINNICK DEU O AR DE SUA GRAÇA NA VIDA DA NOSSA HEROÍNA JOJO.
Esse é apenas um despretensioso primeiro contato, mas espero que tenham gostado.
1 beijo e 1 cheiro no cangote ♥