A Arma Escarlate - As Aventuras Dos Píxies escrita por Erik Alexsander
XXXIV
A BATALHA FINAL
.
Erik deixou que os Pixies escalassem suas costas até estarem de pé nos seus ombros. Dois de cada lado: no esquerdo estavam Capí e Viny, e no direito se encontravam Caimana e Índio. Todos determinados em acabar com aquilo de uma vez por todas. Todos centrados em apenas um objetivo: fazer com que a Bola de Cristal (agora dividida em quatro esferas) tocasse o centro de sua testa, mais precisamente onde se encontrava o desenho de uma cruz voltada para baixo.
Ele se ergueu cuidadosamente, enquanto os Pixies tentavam se segurar em sua roupa, bem longe dos cabelos em chamas.
– ATAQUEEM!! - Anhangá berrou estrondosamente.
Os monstros partiram para cima de Erik, mas o garoto em forma de Curupira não se deixou intimidar. Correu na direção contrária deles, tentando desviar dos golpes, e atacando quase que ao mesmo tempo. Eram muitos e os Pixies começavam a duvidar se Erik conseguiria dar conta.
Por vezes os jovens ajudavam Erik lançando feitiços de confusão nos monstros. Ele socava, chutava, mordia, dava rasteira... nada podia controlá-lo. Nada podia pará-lo.
Faltando apenas dois para enfim chegar Anhangá, este apareceu repentinamente e projetou o cajado com a ponta brilhando incandescente em seu peito.
Erik viu a oportunidade no momento, mas o feitiço o atingiu tão rápido que ele mal teve tempo de pensar em uma tática.
Ele foi lançado á varios metros para trás, derrubando um duzia de prédios. Os Pixies quase foram deixados para trás por conta da inércia, mas eles se agarraram ás mangás de sua camisa e foram lançados junto do garoto-gigante.
Apesar do tamanho, Erik se viu cheio de machucados e aranhões profundos causados pelas construções no qual foi atingido.
– JÁ ESTOU CANSADO DESSE JOGUINHO! - Anhangá se aproximava.
Com muito esforço, Erik se ergueu nos joelhos.
– Pessoal..
Ele se dirigia aos Pixies, que agarrados á sua roupa ouviam atentos.
– Eu vou tentar me aproximar o máximo possível dele... É nesse momento que vocês deverão atacá-lo, certo?
Os Pixies confirmaram e Erik os pegou com as enormes mãos e os colocou novamente no ombro. Ali eles estariam de frente com Anhangá e poderiam tocar a Bola diretamente na cruz desenhada em sua testa.
Anhangá, que agora já havia alcançado-os, lançou seu cajado para frente em um golpe semelhante ao ultimo que usara, mas Erik desviou com uma velocidade incrível e com um movimento retirou o cajado das mãos de Anhangá. Não satisfeito com isso, ele golpeou com o joelho o rosto de Anhangá que caiu no chão.
Enquanto Anhangá arquejava no chão, Erik pegou o cajado, ergue no alto com as duas mãos, deixando o objeto na horizontal, e o desceu com toda a força de encontro com a sua perna. O cajado se dividiu em dois e emitiu fracos lampejos de luz.
O grito de furia que veio de Anhangá, assustaria qualquer um quando este se lançou para a frente com as mãos no pescoço do Curupira-Erik.
Desta vez, ele não deixou escapar a oportunidade. Com dificuldade ele disse.
– Vão... agora...
A voz dele saiu falhada, mas a mensagem fora transmitida de forma clara para os Pixies. E então, tudo aconteceu lentamente.
Os Pixies se lançaram para cima do Monstro.
Enquanto os Pixies voavam sem nenhuma segurança na trajetória de Anhangá, o sol brilhou intensamente fazendo com que as Bolas de Cristais emitissem um brilho igualmente intenso. Era como se eles estivessem com o próprio sol em suas mãos. Se assemelhava muito ao Rasengan de Naruto.
Anhangá percebera aquilo, mas tarde demais. O caminho estava livre para eles.
– AAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH - Eles gritaram em unissono.
Eles, juntos, tocaram as quatro esferas na testa de Anhangá. A esfera se juntou tornando uma só e crescendo cada vez mais.
Os Pixies começaram a cair. Era uma altura incalculável, mas Erik dera um jeito nisso.
Ele socou o rosto de Anhangá, que largara seu pescoço e estava surpreso, fazendo com que o caminho ficasse livre para segurar os jovens que caiam, e conseguiu.
Ele ficou parado junto dos Pixies olhando a cena.
Anhangá se debatia feito louco gritando de forma animalesca, tentando a qualquer custo retirar a Bola de Cristal de sua testa. O céu começou a se fechar com nuvens negras. Em seguida, na escuridão da manhã, raios e trovões surgiram.
O corpo de Anhangá começou a se distorcer como se fosse feito de borracha. O vento soprava forte enquanto ele era sugado lentamente para dentro da Bola.
– NÃO! NÃO! DESGRAÇADOS, EU VOU ACABAR COM VOCÊS! NÃÃÃÃOOOOO!
Anhangá fora finalmente preso dentro da Esfera para sempre.
Os Pixies suspiraram aliviados. O céu voltou a se tornar azul e límpido, sem trovões e raios... Sem ventania... Apenas com o sol com seus raios de luz tocando o topo dos prédios.
A batalha havia acabado. Todos os monstros viraram cinzas e sumiram, enquanto seus oponentes ficavam parados sem entender direito o que havia acontecido.
A Bola de Cristal pairava a um metro do chão.
– AAARRHGHH! - Erik gritou. Sua forma gigantesca estava diminuindo, até que ele voltou a sua forma original. Sem cabelos em chamas, sem dentes selvagens, sem garras... e principalmente com os pés normais.
Ele olhou para as mãos decepcionado.
– Que foi kinho? - Alícia perguntou reconfortando o irmão em um abraço.
– Meus poderes sumiram maninhaaa! Eu era um herói! - e ele começou a chorar no ombro dele.
– Aff! Não sabia que esse moleque insuportavel era chorão desse jeito.
Índio se virou e viu Annie vindo na direção deles. Estava machucada e cheia de arranhões pelo corpo, além do cabelo estar parecendo uma vassoura desgrenhada.
– CALA A BOCA SUA NANICA GRUDENTA! - Erik partiu para cima dela.
– CAI DENTRO GAROTO EM CHAMAS! - ela gritou de volta.
Eles ficaram trocando olhares elétricos enquanto Indio segurava Annie e Alicia segurava Erik, tentando evitar mais uma guerra em São Paulo.
– Gente! Dá pra parar de brigar? - Caimana se intrometeu. - Olhem só pra esse céu lindo! Nós conseguimos! Salvamos o mundo de Anhangá!
– A Garota de Ipanema tem razão... - Viny veio dando-lhe um abraço.
– E por falar em Ipanema... O mar lá no Rio deve estar incrível! Vamos logo gente!
– Calma aih gente! - Capí falou. - Temos que levar a Bola de Cristal para a Zô, só ela saberá o que fazer com ela.
Eles foram com Capí até o meio da Rua. Mas tinha algo muito estranho naquilo. A Bola brilhava num tom vermelho. Piscava como um pisca-pisca de Natal.
Porém Capí nem os outros se importaram com isso e o acompanharam. Caimana abriu a bolsa e quando Capí tocou na bola uma sequencia de vários raios vermelhos de luz dispararam a esmo e atingiram na cabeça todos que estavam presentes na batalha, fazendo-os cairem no chão desmaiados. Inclusive os Pixies.
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