O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 60
E... o mundo continua contra mim




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–É o seguinte: Quando eu disser já você me segue e por tudo que é sagrado não para e diz "Mas", ok?

Revirei os olhos.

–Qual o seu plano...

–Já! ele puxou minha mão, saímos correndo agachados pelo corredor, entramos em uma sala qualquer e nos encostamos na parede.

Comecei a rir.

–Ótimo plano, se eu passasse só 5 minutos pensando teria feito um melhor.

Ele riu.

–Mas não passou e o que importa é que conseguimos.

Respirei fundo.

Olhei para o corredor.

–Foi bom... sem enrolação, mas...

–Vamos... deu certo uma vez, podemos correr novamente pra lá. Mike apontou para outra porta.

Revirei os olhos.

–O.k. Falei ainda olhando para a porta.

–Onde vamos?

Fechei os olhos.

Nada.

–Por que não tenta descobrir desta vez?

–O paranormal aqui não sou eu. ele falou dando de ombros.

Revirei os olhos.

–O laboratório! ele falou.

–Oi? você descobriu?

–Não, pensei.

–Vamos nos dar mal. falei.

Ele revirou os olhos.

–Chega de brincadeira agora, vamos. falei.

Ele puxou minha mão.

–Hey, e o João? Mike perguntou.

–Ah... não sei se deveríamos pedir ajuda a ele.

–Tudo bem. Falei dando de ombros.

–Por que não? A luz da sala ligou.

Pisquei um pouco para acostumar com a luz forte.

–João? falei sem graça.

João saiu sozinho da cama e sentou na cadeira de rodas.

Sorri desconfortável.

Mike me puxou para perto dele.

Algo no olhar de João me assustava.

–Está tudo bem? falei agachando-me como se ele fosse uma criança fofa de 4 anos e tivesse feito algo bonitinho.

Ele me olhou e fez um gesto negativo.

–Pensava que não iriam mais me visitar.

–Você nos visita, porque teríamos que vir aqui? perguntei desafiando-o.

–Julie... Mike começou.

–Ele sabe do que estou falando. Falei olhando-o.

Ele sorriu.

Nunca vi sorrisos causarem tanto medo.

Ele levantou com facilidade e se aproximou de mim.

–Então não precisa de cadeira de rodas?- Mike sorriu fraco tentando não tornar o clima tão desagradável e ao mesmo tempo me puxando mais para perto - já se recuperou.

–Eu sempre estive bem. João respondeu secamente.

–Claro que sim. Respondi revirando os olhos.

–O que fiz?

–Comecemos do início. Falei.

João sentou-se na cadeira de rodas em sinal de tédio.

–Julie, acusar todos à sua volta é muito chato.

Revirei os olhos.

–Você nem explica por quê acusa. Ele fez um gesto com as mãos.

–João, eu observo os detalhes à minha volta, demora, mas logo concluo as coisas. Falei.

Mike revisava para quem olhava hora eu, hora João.

Sorri diante do gesto e ele retribuiu um sorriso nervoso.

–Então, dê-me detalhes. João me desafiou.

–Primeiro, Felipe é filho do Destino.

João revirou os olhos.

–E quando chegamos com você na sala, na primeira vez que nos encontramos ele fingiu ficar assustado, ele te conhecia, era um teatro, Laura detectou pouco gás, se estivesse morrendo a tanto tempo... vamos dizer que não estaria mais morrendo, estaria morto.

–Faz sentido. Ele falou dando de ombros.

–Depois, quando veio para o hospital, Felipe deixou uma pedra aqui, demorei para reconhecer, é a pedra que vocês, Tanto Felipe quanto o Destino, ou devo dizer seu irmão e seu pai - Parei e respirei dramaticamente, Mike me encarava com cara de "Wow" e João sorria melancolicamente. - Usam para chegar até o castelo.

–Como sabe da pedra? ele perguntou calmamente.

–Por que - hesitei um pouco - ela não está aqui.

Mike e João se entreolharam.

–Mas isso não justificaria o fato de que eu estou aqui.

–Aí que está, você está aqui, Felipe não.

Ele arregalou os olhos e Mike sussurrou um "Investigação policial, esses livros tão te fazendo bem".

–Como sabe que Felipe não está aqui?

Suspirei.

Não sabia se realmente deveria responder, não era uma das respostas mais confortáveis para se falar.

–É fácil detectar o hálito de um morto que desapareceu à alguns minutos atrás.

–E seria especificamente dele? digo, como reconheceria?

Mike me encarou provavelmente com ciúmes o que deixava a bochecha dele levemente vermelha.

–Fontes não reveladas, não lhe devo satisfação. Respondi.

Ele deu uma baixa e curta gargalhada e me encarou sorrindo.

–Quer que eu continue? posso explicar muitas coisas, como, quando Felipe se afastou e pediu para que ficasse nos vigiando, ou o que foi você que fez a Helena se apaixonar pelo Mike. - Mike coçou a cabeça desconfortável - Ou de quem era o dono das partes mutiladas do seu caldeirão.

Ele fez que não com a cabeça e só me respondeu:

–Sua história daria um bom livro.

–Obrigada. Respondi dando de ombros.

–Então... - Mike finalmente falou algo em algum tom que ele também escutasse - Se a pedra não está aqui... ela está com Felipe... e a pedra leva pro castelo... por que ele iria pra lá?

–A pedra não leva só pro castelo, besta - João disse revirando os olhos, Mike deu de ombros - Posso garantir à vocês.

–Então, garanta-me de que eu não terei que lhe dar motivos para andar nesta cadeira de rodas. Falei me aproximando dele.

Ele me olhou com raiva.

Não, raiva não.

Ódio.

–Ouça, menina.

–Tenho nome. Respondi.

João puxou minha mão com força.

Tentei não demonstrar o quanto doía suas unhas entrando em minha carne.

Mike tentou soltar a mão dele.

–Saia daqui, este assunto eu resolvo com ela. João respondeu fazendo um gesto que empurrou Mike para fora da sala, fechou a porta e apagou as luzes.

Som: minha respiração.

Tentei soltar meu braço.

Ele segurou mais forte.

–Seu sangue é bem quente. -Ele falou.- Seu coração faz um bom trabalho. ele riu.

Fiz uma careta de enjoo.

A luz se ascendeu.

–Pelo menos o meu pulsa. Respondi.

–Talvez seja isso que deixa meu irmão tão fascinado por você. Ele falou com brilho nos olhos.

Tentei me afastar.

–Digo, você é até que bonitinha.

–Cara, nem pense nisso. Respondi.

Ele soltou meu braço.

Me desequilibrei rapidamente, mas apoiei-me numa estante e segurei meu braço.

–Digo, meu irmão e eu sempre competimos, posso dizer que consegui a menina que ele queria primeiro.

Ri.

Digo – falei imitando-o - Se você se aproximar de mim vai morrer pela segunda vez.

Ele riu.

–É tão engraçado ameaçar-me, estou morto, o que pode acontecer?

Meu braço sangrava o suficiente para que minha mão estivesse completamente vermelha.

–Olha aqui, se tem problemas com Felipe, o problema é teu, não me meta nisso.

Ele se aproximou de mim devagar.

fui andando até encostar-me na parede.

Droga.


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