Welcome To The World Of Guertena escrita por Satsuki Ichi


Capítulo 2
Que comessem as desventuras.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso, são muitas fic's para escrever e acabo ficando sem tempo, porém vou tentar postar mais. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/391033/chapter/2

Quando entraram na sala Mayu prendeu a respiração, aquele lugar era horrível para ela, uma sala toda feita por espelhos até mesmo o teto, o único local onde não havia espelhos era o chão que era coberto por um azulejo claro e sujo.                                                                                     Garry foi para o centro da sala com Ib enquanto Mayu se encolhia perto da porta, Garry a olhou desconfiado, para falar a verdade ele não sabia se podia ou não confiar na garota pois ainda estava sentido com tudo o que havia acontecido quando encontraram Mary, mas por outro lado ele sentia algo estranho nela, achava-a familiar e além do mais se ela era realmente uma ameaça eles estaria vulneráveis, se fingissem uma amizade pelo menos teriam uma chance de escapar de futuros danos... Pelo menos por enquanto.

-Wow – Disse ele – É bem estranha, a sala...

-Definitivamente esta não é a mesma galeria – Ib deu alguns passos a frente e olhou para o teto – Não me lembro de ter visto esta sala.

-Como era a galeria onde estiveram? –Perguntou Mayu que agora se afastava da porta.

-Bem... –Garry encarou Ib –A estrutura era diferente, as paredes eram mais escuras e os quadros eram menos chamativos. E a cada dois passos você era atacado por algo, aqui por enquanto está tranqüilo... Também encontramos uma garota, na verdade descobrimos que ela era um quadro, Mary.

-U-um quadro, a garota? – Mayu ficou meio desnorteada... Seria ela? – Como ela era?

-Cabelos loiros e olhos azuis – Respondeu Ib – Usava um vestido verde e meia-calça preta... Por que, você já a viu?

-Ah... Não, é apenas curiosidade – A garota olhou em volta preocupada e então chegou mais perto dos dois – O que aconteceu com ela?

Garry engoliu em seco e encarou a garota, ele realmente não queria falar sobre aquilo, pois sabia o quão ruim era para Ib lembrar do que havia acontecido, afinal, a menina tinha pena de Mary, por mais raiva que pudesse ter ela não conseguia odiá-la realmente, porém mesmo relutante ele falou.

-Conseguimos despistá-la por um tempo – explicou - até que chegamos até seu quadro e ela nos encontrou... O único jeito foi queimar a pintura, então ela se desintegrou.

Mayu arregalou os olhos e contraiu o corpo olhando para os lados tentando disfarçar.

-Entendo... Que bom que estão bem.

A tranqüilidade do local foi abalada, em todos os espelhos da sala, Mayu pôde ver figuras estranhas batendo neles pelo lado de dentro e então quando conseguiu enxergar direito, viu criaturas estranhas olhando para ela, as criaturas que a muito a seguiam por toda a parte e que faziam a garota ter pesadelos e entrar em pânico. Nos espelhos havia bonecas... Não bonecas normais, mas bonecas enormes do tamanho de um adulto, seus corpos eram feitos de um tecido roxo e velho, usavam vestidos de várias cores escuras e seus cabelos pareciam ser feitos de fios reais, desgrenhados e sujos caindo sobre os olhos de botão sujos de alguma substancia vermelha, suas bocas mal-costuradas sorriam para a menina enquanto tentavam quebrar o vidro.

 Mayu soltou um grito não muito alto e foi para o meio da sala encolhendo-se ao lado de Ib e Garry.

-V-vamos sair daqui, agora!

-O que aconteceu? – Garry olhou em volta meio perturbado.

-Não me sinto bem neste lugar... Esses espelhos...

-Hmm... –O homem se aproximou de um dos espelhos encarando a si mesmo, Ib, que o seguia logo postou-se ao seu lado – Isso me trás lembranças, espero que nada apareça atrás de mim.

-Como a cabeça de manequim – Disse Ib.

-Isso! – Garry sorriu para ela.

-Bem, parecem ter tido muitas desventuras enquanto estiveram presos na tal outra galeria... Ainda não sei como conseguem ficar tão próximos dos espelhos... É horrível!

-Por que? – Garry colocou a mão direita sobre o espelho – São apenas espelhos! Se bem que...  Ib, afaste-se, qualquer coisa pode acontecer neste lugar.

A garota o obedeceu e ele a acompanhou.

-Se vocês vêem assim... Podemos sair logo?

-Certo, mas que medo todo é esse de espelhos? – Perguntou Garry.

-Tem criaturas dentro deles, não viram? – Ela apontou para um dos espelhos – Olhos enormes, cabelos emaranhados e usam vestidos que parecem ser feitos de panos velhos... São como bonecas.

Garry ficou meio pálido e então começou a se afastar mais dos espelhos.

-B-bem, para nós são apenas espelhos.

Ele começou a olhar em volta e finalmente conseguiu encontrar uma porta, lembra um espelho assim como as paredes da sala, ele a abriu rapidamente e adentrou a sala junto às garotas.                                                                                                                                                                                       Andaram até o centro da sala e puseram-se a encarar os quadros, Ib avistou uma pintura de várias rosas coloridas onde no meio delas estava uma única rosa amarela.

-Mary... – Lembrou a menina.

Mayu tentou não encarar o quadro - Ela parece ter marcado muito vocês... Como foi exatamente que encontraram o quadro dela?

Ib a encarou desconfiada.

Por que ela quer saber tanto sobre Mary? Perguntou a si mesma.

-Bem – Eles começaram a andar pela sala – Ela nos empurrou para sua “caixa de brinquedos” – Ele acrescentou aspas – E foi lá que tudo aconteceu, Ib e eu conseguimos encontrar a saída, achamos a chave que ela havia escondido e encontramos sua sala... Ela tinha como nos matar, e por isso enquanto eu a distraia, Ib queimou seu quadro, foi quando conseguimos fugir.

Ib encarou o chão se sentindo meio culpada.

-Realmente triste, mas é algo que precisava ser feito eu presumo.

As garotas continuavam andando distraídas, mas logo foram paradas por Garry que parecia desesperado.

-Voltem... Agora! – Ele puxou as meninas pelo braço em direção a porta da sala dos espelhos.

-Garry? – Ib pareceu assustada.

-Venham!

Mayu não entendeu o desespero do homem, mas decidiu não discutir. Ib tentou abrir a porta mas não obteve sucesso.

-Está trancada... – Falou.

-Ah não.  Não, não, não e não!

Mayu olhou em volta  - O que está acontecendo?!

-As damas! – Garry apontou para o fim da sala.

-Droga... – Mayu encarou os quadros das mulheres presos às paredes, ela não os havia notado antes – Mas se está trancada, teremos de passar correndo por elas.

Garry sem pensar duas vezes pegou Ib no colo.

-Você ficou pesada – Ele deu uma risada nervosa.

-Hey!  –  Protestou a garota.

Assim eles passaram correndo pelos quadros sem nem mesmo olhar para trás para ver se estavam sendo seguidos.                                                                                                                                                            Quando finalmente chegaram até a porta no final da sala Mayu tentou abri-la, mas ela trancada, no desespero Garry tentou derrubá-la com um chute o que não deu certo.

-ÃHN? - O homem parecia em desespero.

 -Deve ter alguma senha – Disse Ib.

-Então temos de ser rápidos! – Mayu começou a procurar por alguma pista perto da porta.

Garry colocou Ib no chão e correu pela sala procurando por algo que pudesse destrancá-la enquanto os quadros das mulheres pulavam das paredes e começavam a ir em sua direção.                                        Ib avistou algo preso debaixo da porta, um papelzinho amarelo com algo escrito, assim que Ib o pegou mas mulheres pareceram ficar furiosas e então tomaram velocidade, estavam cada vez mais perto.

-Garry! – Gritou Mayu – Ib encontrou.

-Graças a deus. – Ele correu de volta para as duas garotas completamente desajustado – O que diz aí?

As mulheres pareciam tranqüilas de mais até que viram Mayu, a fúria tomou os quadros e assim elas começaram a ficar cada vez mais rápidas “correndo” na direção da garota.

-Rápido!

-“Quantas damas ah no quarto?” –Leu – Isso de novo?!

Mayu as olhou apavoradas, elas estavam perto de mais e moviam-se desesperadamente, foi difícil contá-las, mas quando finalmente conseguiu, a garota gritou.

-Oito!

Um ruído pôde ser ouvido do lado de fora da sala e então Ib conseguiu abrir a porta, Garry rapidamente agarrou as garotas pelo braço e então as jogou para dentro da sala, quando ia segui-las uma das damas dos quadros puxou-o pelos pés e feriu sua cintura fazendo duas pétalas caírem de sua rosa, o homem gritou de dor e a chutou, entrou rapidamente na sala e fechou a porta atrás dele caindo sentado respirando ofegante.  Mayu o encarava meio culpada.

-Talvez encontremos um vaso... - Disse.

-Como aquele!

 Ib apontou para uma mesinha no canto da pequena sala onde de fato havia um vaso da cor vermelha, Garry se levantou e andou até ele colocando sua rosa na água, assim ela se regenerou.

-Ainda bem... – Aliviou-se Mayu.

Garry guardou a rosa de volta no casaco e examinou a sala, era quase vazia, se não fosse pela mezinha com o vaso e um pequeno quadro de borboletas de asas estranhas e esverdeadas não a ocupassem. La também havia duas portas da cor vermelha como todas as paredes do quarto.

-Qual nós escolhemos? – Garry apontou para as portas – Direita ou esquerda?

-Esquerda! – Respondeu Mayu.

-Direita! – Disse Ib.

-Ah...? – Garry encarou as meninas.

-Ah, bem... Pensando bem, vamos pela direita. – Disse Mayu, finalmente.

-Certo, para trás as duas.

Garry abriu a porta da direita, dentro da sala havia dois quadros. Eram duas crianças idênticas diferencias apenas pela cor dos olhos, uma tinha os olhos azuis, a outra tinha os olhos castanhos e ao lado de cada quadro havia duas portas. Garry tentou abri-las, mas não conseguiu, estavam trancadas.

-Droga, o que vamos fazer então? – Ele encarou as portas – Não ah chaves por aqui!

“Para abrir as portas terão de resolver nosso enigma” Disse a criança com os olhos castanhos e Garry cambaleou para trás assustado.

“Um de nós dois diz a verdade e o outro a mentira...” Continuou a criança de olhos azuis.

“Chamamos-nos...”

“Jano, o deus das escolhas”

“Uma dessas portas os levará para um caminho seguro... Ou quase. Já a outra os levará para um lugar frio e escuro, onde não se pode sair com vida”

“Vocês terão de fazer uma pergunta para um de nós para poder saber a saída segura”

“Boa sorte” Ambos começaram a rir.

-Apenas uma pergunta... – Murmurou Ib.

Garry andava de um lado para o outro na sala provavelmente tentando achar a pergunta certa, enquanto Mayu encarava as portas, depois de alguns minutos a garota deve coragem para se arriscar.

-Ah... Se você fosse o outro guarda, qual caminho me indicaria? – Ela cruzou os braços e encarou os quadros.

Os garotos se encararam e com uma expressão derrotada apontaram para a porta numero um.

-Como conseguiu pensar nessa pergunta? – Perguntou Garry abismado.

-Ah, bem... Se eu disser que chutei, você ficará bravo? Quero dizer, não foi bem um chute, apenas calculei e então achei que não podia dar errado.

-Ou seja, você chutou – Garry lhe lançou um sorriso torto.

-É... Bem, vamos!.

-Mayu – Chamou Ib – Por que quer saber tanto sobre Mary? Sei que não tem nada a ver com o que acabamos de passar, mas... Veio-me em mente.

Mayu encarou a garota um pouco nervosa.

-É que quando mencionaram sobre ela perseguir vocês eu fiquei meio curiosa sobre ela, do por que ela estava seguindo vocês sem atacá-los e também porque ela pareceu abalar um pouco o clima, me deixou mais curiosa ainda – Ela sorriu brevemente tranqüilizadora – Me desculpe.

Enfim eles entraram, a sala era de um tamanho razoável e nas paredes haviam armários e estantes cheias de livros, alguns até jogados no chão, também se podia ver uma porta de madeira com a fechadura quebrada no final da sala.

-Ib, Mayu – disse Garry – Melhor descansarem um pouco.

-Ah, ok – Ib se sentou perto de Garry.

Mayu estava meio desnorteada, ela tentava processar mil coisas ao mesmo e pensar em uma solução, ela queria sair dali, mas não sabia como podia e acima de tudo tinha que esconder aquele segredo, estava realmente cansada, logo se sentou perto da porta da sala de Jano e recostou-se a ela.                                                                                                                                                                            Ib não parecia muito cansada, pegou um dos livros que estava jogado ao chão e começou a folheá-lo, na sua capa podia-se ler “As obras de Guertena  - Pinturas assustadoras 1#”  Garry lotou o interesse da garota.

-Sobre o que fala? – Perguntou.

-Interessante... Parece que só fala sobre as que já encontramos.

-Deve ser porque é o volume um, mas vamos torcer para que não tenham ameaças novas.

-Hum, pois é. – Garry retirou seu casaco e jogou nos ombros de Ib – Meu relógio parou quando viemos parar aqui, mas acho que já é tarde e é melhor descansar, vamos correr muito ainda.

Ib fez que sim e se recostou a uma parede.  Garry chegou mais perto da porta e então se deitou virado para ela aproveitando para tentar ver algo, infelizmente o que viu não o deixou feliz. O homem viu uma pequena sombra por debaixo da porta e então uma risadinha ecoou por seus ouvidos, meio perturbado ele ficou de joelhos e colocou as mãos no rosto tentando se acalmar.

-Garry? –Chamou Mayu – Você está bem?

-Sim sim... – Não posso ter medo, pensou -  Eu estou bem.

-Tem certeza?

-Absoluta – Ele se voltou para a garota e sorriu para ela.

Deitando-se novamente, Garry voltou a olhar por debaixo da porta e pôde ver um bracinho de pano azul jogado ao chão, não podia ser... Merda, pensou o homem, de novo não!

Mayu que já havia notado o comportamento estranho do mesmo levantou-se e foi até ele, ajoelhou-se atrás dele fazendo-o se levantar com o susto.

-Eu posso? –Ela apontou na direção onde Garry olhava pedindo para que ele chegasse para o lado.

-Ah... É que...

Mayu não o esperou terminar, tentou olhar por debaixo da porta, mas Garry a impediu afastando-a.

-Espere – disse ele – N-não!

-O que foi? Você parece preocupado de mais, tem algo ali?

Garry suspirou  – Tem, mas prometa-me que não vai chegar perto delas! É a coisa mais horrenda de todas.

-Certo, eu prometo.

Garry se afastou um pouco e então se inclinou desconfortavelmente ainda de joelhos olhando por debaixo da porta novamente, o bracinho de pano azul ainda estava lá. Mayu fez o mesmo e então ela pôde ver o que o afligia, nesse momento o bracinho azul se mexeu como se notasse a presença de mais alguém alem de Garry.

-Ah!... Essa... Coisa - Mayu  pôs-se de joelhos e se afastou um pouco da porta.

“Quanto tempo, Garry” O bracinho que agora estava de mexendo escrevia com uma substancia vermelha no chão, e com dificuldade, Garry conseguia ler “O que está fazendo com Mayu?” Garry levantou a cabeça e olhou meio perturbado para a garota. Como assim? Pensou, Ela conhece a Mayu? Garry não parou para pensar naquilo, não podia se deixar levar e a hora estava passando muito rápido eles tinham que sair logo dali, levantou-se e foi até Ib enquanto Mayu se levantava e arrumava a barra do vestido.

-Ib! – Chamou sacudindo delicadamente a garota que estava dormindo – Ei! Ib! Temos que ir...

Ele a chamou mais algumas vezes, mas a garota recusava-se a levantar, então ele a pegou no colo e andou em direção a porta, quando Mayu a abriu, Garry tentou passar rapidamente pela boneca sem olhar para ela, mas infelizmente não totalmente possível, pois ele tropeçou na mesma caindo de joelhos o que fez Ib acordar com um pequeno susto, como se estivesse sonhando que caia de algum lugar.                                                                                                                                                  Garry encarou tensamente o chão, a boneca estava sentada perto de seus pés.

-Essa coisa de novo não! –disse Garry enraivecido, que ao chutar a boneca para o lado logo começou a se afastar.

Mayu o seguiu, passou pela boneca e resistiu ao intuito de pisar nela.

Ib encarou a boneca que ia se afastando conforme Garry andava – Eu queria poder ver o que vocês vêem... Mas daqui parece fofo.

-Acha realmente essa coisa fofa?! –Perguntou Mayu encarando a garota estranho.

-Finalmente – Garry parecia mais tranqüilo – Alguém me entende!

Garry colocou Ib no chão enquanto Mayu encarava a boneca em pânico, ela era exatamente igual as bonecas que ela via nos espelhos, porém menor.  Logos eles começaram a andar, Garry encarava as pinturas do lugar meio distraído quando de repente sentiu pisar em algo, com um pulo para trás ele não podia acreditar no que estava vendo, no chão, a mesma boneca olhava-o sorridente e ao seu lado uma frase escrita com uma substancia vermelha, Garry torcia para ser apenas tinta.

“Não me ignore, Garry... Sabe, aquilo doeu!”

-Pare de me seguir!                                                                                             

Garry estava prestes a chutar a boneca novamente, mas Ib o impediu.

-Espere Garry – Ela segurou seu braço – Não é necessário... Não sabemos se as regras da galeria ainda se aplicam aqui.

-Ah... – Garry se acalmou e encarou a menina – Certo, ta tudo bem... Eu tenho que pensar melhor antes de agir, posso causar problemas.

Ele pegou a boneca e a colocou sentada em uma mesinha ali perto, depois se afastou rapidamente.

Mayu se voltou para Garry – Para onde vamos agora?

-Bem... Não sei, mas vamos em frente. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Welcome To The World Of Guertena" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.