Anteriormente...

–O que pensa tanto?- perguntou ele.

–Em como nunca imaginei nós dois assim- falei.

–Eu já imaginei- ele falou, aquilo me pegou desprevenida, olhando para a minha cara ainda pelo vidro, ele sorriu. Ele me desceu de suas costas, deixando-nos, cara a cara- É sério- ele falou como se estivesse lendo minha mente.

–Mais do jeito que sempre me tratou, pensei que me odiava- falei, e as palavras soaram amargas na minha boca.

–Sempre gostei de você Anna!- falou, e aí sim, nunca pensei que ouviria isso dele, mais pera aí, será que acabei de ouvir isso mesmo?

Fiquei apenas encarando aqueles lindos olhos, e vendo verdade no que ele dizia. Estava completamente sem fala, nunca tinha pensado em ouvir isso. Quando finalmente penso em falar alguma coisa, sou interrompida por um grito. Olhamos os dois para o lado, a tempo de ver a Paula rolando de cima do colchão para o chão e se debatendo. Corro até ela.

–Amiga o que foi?- pergunto agachada ao lado dela, que rola agora no chão, toda enrolada nas cobertas.

–Tira, tira, tira de perto de mim- ela grita. Olho pro Fred, pedindo alguma ajuda e ele vem até o meu lado.

–Desenrola ela dessas cobertas, tá me dando um desespero só de ver ela assim, capaz de dar até falta de ar- fala ele e começo a rir do seu exagero- Para de rir de mim e vai ajudar sua amiga- fala ele autoritário, paro de rir e começo meu trabalho pra ajudar a Paula. Começo a tirar as cobertas, e olha que ela fez um ótimo serviço, parecia que tinham amarrado o lençol nela, de tão enredada que ela estava.

–Tá ali- ela gritava, nisso, peguei ela pelos ombros e comecei a sacudir.

–Amiga, acorda- sacudi ela mais um pouco. Até que ela olhou para mi com os olhos vermelhos de quem estava dormindo.

–Tá subindo na minha perna, tira isso de mim- falou ela desesperada.

–Paula você estava sonhando, não tem nada em você!- falei, e ela me olhou com cara de indignação.

–É claro que tem e está na minha perna, pelo amor de deus, tira isso de mim!!- ela gritava. Resolvi tirar a coberta das suas pernas, e lá estava, uma aranha gigantesca, minha primeira reação foi dar um tapa na aranha da perna dela, o que aconteceu a seguir, não foi bem como eu esperava. A aranha veio parar na minha mão, e estava começando a subir pelo meu braço. Minha segunda reação foi ainda pior, saí correndo pela casa e gritando.

–Ela vai me morder, tira de mim- corri para perto do Fred- Tira de mim Fred!- já estava quase chorando, e a aranha a essa altura do campeonato, já estava na minha blusa, perto do meu peito.

–Para quieta que eu vou tirar- ele falou, e bem na hora que o Fred colocou a mão pra tirar a aranha do meu peito, ouvimos um barulho.

–Porque vocês estão gritando meninas?- perguntou minha mãe. Olhou para a Paula, e seguiu seu olhar, parando bem nas mãos do Fred no meu peito, seus olhos se arregalaram- Mais o que está acontecendo aqui?- gritou ela, nisso o Fred levantou as mãos pra cima em sinal de rendição.

–Não é nada do que a senhora está pensando tia...- falou o Fred na defensiva.

–Nunca é o que a gente tá pensando!- falou minha mãe irônica.

–Dá pra tirar isso de mim primeiro- gritei, fazendo com que prestassem atenção em mim. Minha mãe chegou do meu lado, e deu um tapa na aranha, ela teve mais sorte do que eu, pois a aranha caiu no chão. Sem pensar duas vezes pisei esmagando-a. Olhei ao redor na cara de cada um naquela sala. Paula com cara de pavor, Fred com cara de injustiçado , e minha mãe com cara de brava. É, acho que a coisa vai ficar feia pro meu lado!

–Fred eu acho que é melhor você indo- falei.

–Não, vou ser homem e acabar com esse mal entendido- falou ele, oh me derreti toda, que coisa mais fofa.

–Não você vai embora – falei.

–Não eu faço questão de explicar pra tia Marcela, que eu não estava me aproveitando de você como ela deve estar pensando- falou ele para mim.

–Por favor vá agora já está tarde, e amanhã você vem aqui e fala com ela então- falei, ele apenas concordou e foi até a porta e eu o acompanhei.

–Tenho uma surpresa pra você amanhã- falou ele com um sorriso lindo.

–O que é?- perguntei toda curiosa.

–Deixa de ser curiosa Banana, não vou te falar, nem perde seu tempo tentando insistir que eu te conheço- falou ele.

–Tá bem, não vou perder meu tempo- deu um selinho nele, e fiz minha carinha do gatinho do Shrek- Dá só uma dica assim, não vai ser nada de mais.

–Para de fazer essa carinha, eu não vou te falar- falou.

–Aff, tá bem- falei desanimada, e ele me deu um beijo.

–Não fica assim, que eu acho que você vai gostar- falou.

–Ah- lembrei da nossa conversa interrompida pela Paula gritando, bem na hora que ele tinha dito que gostava de mim- Sobre o que você tinha dito antes, er como vou dizer er hum- fiquei nervosa pra falar.

–Sobre eu gostar de você?- ele perguntou, eu apenas assenti de cabeça baixa, me sentindo envergonhada. Com isso, ele segurou meu queixo, fazendo com que levantasse minha cabeça e olhasse nos seus olhos- O que eu quis dizer é que eu...- ele foi interrompido pelo som de alguém tossindo de forma forçada, viramos os dois e lá estava a Paula.

–Sinto muito casal- ela falou, e aquela palavra por um momento me fez sentir diferente- A tia Marcela mandou você entrar amiga, porque já tá tarde e vocês podem se ver amanhã, então... era isso, não vou mais atrapalhar- falou ela entrando na casa. O Fred olhou para mim de novo.

–O que eu estava dizendo mesmo?- ele pensou um pouco- Ah claro, eu estava dizendo que o que eu sinto...

–Filha entra logo, se não eu vou aí!- gritou minha mãe lá de dentro.

–Mais que droga- falei indignada, pois toda vez que ele tenta me dizer o que sente por mim, vem alguém e atrapalha o momento. Olhei pra ele- Fred, amanhã você me fala tudo tá bem, porque não duvido nada a Dona Marcela vim até aqui e me levar pra dentro- falei triste, pois estava ainda mais curiosa para saber o que ele queria me dizer, do que curiosa para saber da tal surpresa .

–Então tá...er eu posso passar aqui pra te levar amanhã?- ele perguntou e um sorriso escapou dos meus lábios.

–Mais é claro que pode- falei dando um beijo rápido nele.

–Então até amanhã Banana- falou ele piscando pra mim.

–Até amanhã Pernudo- falei com a maior cara de boba.

Entrei em casa, e por sorte, minha mãe já tinha se cansado de me esperar e foi dormir. Encontrei apenas a Paula, deitada na nossa cama no chão da sala, com seu celular.

–Pra variar deve estar no face!- falei, pois ela estava sempre com aquele maldito celular dela conectado no facebook . Olhei pra cara dela, que me olhou estranha- O que que foi?

–Olha isso Anna- ela me passou o celular dela- Acabei de ver.

Como sou curiosa, e pela cara dela, algo bom não deveria ser. E então o que vejo na foto, me deixa de boca aberta e magoada.

–Se ele queria que eu tivesse uma surpresa, eu acho que ele conseguiu!