A cada dia que se passa estou me acostumando a rotina de trabalhos, estudar e provas. O que tem sido constante. Praticamente em todos os almoços, o assunto principal com Gabriela era isso. Já fez aquele trabalho? Sabia que tem prova semana que vem? Sabia que não consegui dormir cedo ontem por causa de um trabalho? Estávamos acabadas. Aquela rotina massante estava tirando a magia daquele lugar. Sim, estou me desencantando rápido.

Mas aprendi algo com esses dias. A música sempre me fazia relaxar. Mesmo que por alguns minutos eu esquecia todos os problemas e estava de volta no meu mundo ideal, onde não há preocupação, problemas, e eu sou uma pop star que sabe cantar. Para infelicidade minha, não nasci com o dom da voz, pelo menos não o descobri até agora. A música segue comigo no sangue, mas não nas cordas vocais, mas nos dedos. Tocar era importante para mim. Mas como não tinha instrumento comigo ali, os fones ajudariam.

Já na saída, dentro do ônibus, coloquei Decode e apenas olhei para a janela, como de costume, apenas esperando que o ônibus saia. Por ser uma sexta feira, o ônibus está mais barulhento que o comum. Chega a incomodar. Olho para a roleta e um garoto passa. Não podia ser do ensino médio. Eu o teria visto antes. Talvez de um dos cursos externos?

Chegando em casa, fui até o computador. Sabe aquele velho e clichê ditado de que “quem procura acha”? Então, o encontrei. Se chamava Adam e estudava apenas no período da tarde. Dando uma de investigadora, encontrei um número de telefone. Geralmente sou mais reservada. Mas de algum modo, senti que eu não deveria ter vergonha. E assim enviei uma mensagem. Mas ele não respondeu. Ainda com a pouca coragem que ainda restava, mandei uma solicitação de amizade via Facebook.

Após o banho, volto ao meu computador e vejo que ele aceitou. E o melhor de tudo? Online.