No outro dia, era a festa. Incrivelmente eu não estava muito animada. Tomei café e fui atualizar minhas redes sociais. Mal tinha entrado no facebook, Gustavo veio falar comigo.

Gustavo diz:

Bom dia!! Não tá muito cedo pra entrar no face não?

Bruna diz:

Olha quem fala...Bom dia!

Gustavo diz:

To zuando. Vai na festa hoje?

Bruna diz:

Sim. Pq?

Gustavo diz:

Queria ir...você vai ficar tão bonita...

Bruna diz:

Como sabe?

Gustavo diz:

Sabendo... como vc vai?

Bruna diz:

Não sei... mas quero cachear o cabelo.

Gustavo diz:

Acho muito bonito cabelo cacheado... A não! Quero te ver...

Bruna diz:

Olha, vou indo aki...bjs

Gustavo diz:

Já? Bjs

Fiquei meio constrangida com o que ele disse... Bobeira minha...

[...]

Estava chegando a hora. Tomei meu banho e escolhi minha roupa. Coloquei Uma blusa branca com uma saia preta curta na frente e um pouco mais longa atrás. Coloquei um sinto com strass e coloquei meu cabelo caindo em um so ombro. Coloquei uma sandália cor da pele e meu colar predileto. Estava pronta.

Meu pai me levou até a casa de Débora. Ela vestia uma blusa branca um casaco com estampa de onça, uma calça com rasgados horizontais, uma sapatilha cor da pele e usava uma bolsa bonita. Seus cabelos estavam soltos.

- Pronta?- disse a ela.

- Sim.- disse se ajeitando em frente ao espelho.- vamos?

- Claro.

Seu pai nos levou até o local da festa. Chegando lá me senti deslocada. Não conhecia ninguém. Logo, Débora me apresentou a suas amigas.

Alguns minutos depois que chegamos, foi pedido para que nos escondessemos pois a aniversariante estava chegando. Após a surpresa fui apresentada a aniversariante. Após cumprimentá-la me deparei com o inacreditável: Marcelo estava chegando.

- Bruna o que foi?- Débora parou em minha frente.

- Como assim?

- Você ficou séria de uma hoira pra outra.

- Não é nada.

- Então porque está assim?

- Assim como Débora? Tá vendo coisa.-ela se virou para trás.

- A to vendo coisa sim. To vendo o Marcelo. É ele não é? Você ainda gosta dele?

- Que pergunta besta Débora. Eu to até ficando com o Gustavo.

- Mas isso nao impede de você gostar de outra pessoa.

- Para de falar besteira.

- Tá ne...Vem vamos tomar alguma coisa.

Fui apresentada a mais pessoas. A casa era pequena, mas mesmo assim não esbarrei em Marcelo. Ainda bem. Conheci um amigo de Débora. Carlos era o nome dele. Muito gente boa.

[...]

- Bruna vem cá.- ela me puxou do grupo em que eu estava.

- O que foi? Tá passando bem? Falei pra não beber demais.

- Não é nada disso. O Carlos disse pra mim que quer ficar com você.

- E?

- Uai. Você quer ficar com ele?

- Não né Débora. To ficando com Gustavo.

- Não tem nada a ver.

- Tem sim. Pra mim tem.

- Tem certeza?

- Sim.

- Tá ne.

- Só isso?

- Bem...eu to de olho naquele garoto ali- disse apontando para um garoto alto de olhos verdes.

- Então fala com ele.

- Tá doida?

- Não. Eu sou.

- Hahaha. Me ajuda.

- Eu não posso fazer nada. Não o conheço.

- A não.

- Calma. Até o final da festa você deve ficar com ele. Eu vou voltar a falar com as garotas tá bom? Daqui a pouco te vejo.

- Ok.

Saí aindando e logo me deparei com Marcelo. Eleme viu e veio em minha direção.

- Não imagiava que estávamos falando da mesma festa.

- Nem eu.

- Você tá bonita. – eu corei.

- Obrigada.

Me juntei novamente ao grupo onde estava antes dessa vez com Marcelo junto. Alguns minutos depois, estávamos rindo como velhos amigos. Débora se juntou a nós.

Algum tempo depois, um garoto veio falar comigo.

- E aí? Bem?  Então...te achei bonita e talz. A gente podia se conhecer mais.

- Acho melhor não.- disse desinteressada.

- Só um minuto.- Débora me puxou.

- Porque você tá rejeitando todos os garotos?

- Porque não. To ficando com o Gustavo.

- E você acha que ele tá ficando só com você? Bruna larga de ser besta. Ele pode ta pegando uma nesse momento. Pode ter pego outra ontem. Se ele pode você pode.

Eu apenas parei para digerir as palavras. Era verdade. Bem, eu gostava do Gustavo e acho que por isso não queria ficar com ninguém. Acho que deveria ser só ele. Mas ele não deveria pensar o mesmo de mim. Me virei para o garoto que me olhava esperando uma resposta. Me virei para ele.

- Vamos sentar pra lá então?

Em 4 minutos estávamos ficando. Eu estava tomada por uma raiva que as palavras de Débora fizera surgir.

Fomos para a sala da casa e lá continuamos nosso beijo. Era um beijo sem emoção.  Chato. Eu estava fazendo isso só por raiva.

Ao parar um pouco para respirar, me deparo com Marcelo me olhando. Fingi que não vi e continuei.

Depois resolvi procurar Débora. Não a vi depois daquelas palavras. Em pouco tempo a encontrei, ficando com o garoto que ela estava observando antes. Resolvi não voltar para onde estava o garoto. Procurei um canto do lado de fora onde ninguém me incomodasse.

Eu apenas olhava para o céu, tentando esquecwer o que eu havia feito. Era errado. Agi por raiva. Não gostava de fazer isso. Mas fazia involuntariamente. Sempre foi assim.

Meus pensamentos foram atrapalhados por alguém.

- Em que está pensando?

- O que faz aqui?

- Por algum motivo precisei te procurar. Vi Débora e deduzi que você ainda estaria por perto.

- Me achou. Pronto.

- Tá com raiva?

- Sim. De mim. O que mais quer saber?

- Porque está com raiva de si mesma?

- Não sou obrigada a falar né?

- O que eu fiz pra você pra me tratar desse jeito?

- Quer mesmo que eu te relembre?

- Aquilo ainda? Pensei que era passado.

- É passado. Mas marca.

- Me desculpe. De novo.

- Me deixa vai- disse saindo.

Ele me segurou e me surpreendeu com um beijo. Um beijo lento e demorado. Parecia haver uma necessidade vindo da parte dele. Já de mim não tinha emoção. Sim, momentos que passamos juntos me vieram a mente. Mas nesse momento descobri que o que eu achava ainda sentir por ele nada mais era do que um simples desconforto pelo que já aconteceu, pelo que ele me fez. Eu ainda estava ressentida e isso me confundiu bastante. Mas eu tinha certeza de uma coisa: eu gostava mesmo era do Gustavo.

Me seprarei de Marcelo com um olhar reprovador. Saí correndo o deixando sozinho e a procura de Débora.

- Tava te procurando Bruna!

- Ainda bem que te achei. Vai demorar muito pra irmos embora?

- Não. Eu estava te procurando justamente pra isso. O que houve?

- Nada. Vai demorar?

- Não. Meu pai já tá vindo.

- Que bom.

- Mas o que aconteceu?

- Depois te conto.

- Tem haver com o garoto que você ficou?

- Não.

- Então eu já imagino quem seja.

- Então fica calada e espera.

Poucos minutos depois o pai de Débora chegou. Ao chegarmos em sua casa, seguimos para o quarto. Ela fechou a porta.

- Pode começar.

- Tá.

Sentamos em sua cama e começei a contar o ocorrido. Ela parecia não estar acreditado no que havia acontecido. Depois disso, fomos dormir. Devo ter ficado acordada por mais meia hora, pensando no que eu havia concluido. Eu gostava do Gustavo e não do Marcelo. Ele só me prendia pelas lembranças. Adormeci perdida em meus pensamentos, só querendo que a manhã chegasse logo.