Apenas Um Sonho (Just A Dream) escrita por Pérola


Capítulo 7
O Treino e Revelações


Notas iniciais do capítulo

Ela pensou que seria como as aulas de Educação Física da Cross... Mas não era nada parecido.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/390744/chapter/7

Ela pensou que seria como as aulas de Educação Física da Cross... Mas não era nada parecido.

A rainha Rachel, não pegou leve com ela. Ela estava mesmo determinada em ajudar Lira. Convocaram dois magos, Merlindo e Merino, o Comandante do Exército Liriano, Lecron, e o Príncipe Leon.

Os magos eram – numa linguagem figurada, “magos” mesmo, muito magros. Elise ficou estranha logo que deu de cara com eles. Os dois eram gêmeos. Usavam uma túnica azul escura. Tinham cabelo e barba grisalha e olhos cinza brilhantes. Nunca duvide de um poder de um mago.

O Comandante era bem diferente das demais pessoas. Parecia com os guardas Leoninos... Só que mais robusto! E muito forte. A roupa camuflada era justa ao corpo, o que definia as curvas dele. Se não fosse o defeito dele se parecer com um leão, Elise o acharia mais bonito que Leon.

Eles estavam em um campo aberto, talvez pra proteger o castelo, caso ela fizesse alguma besteira.

Ela começou a treinar a mais ou menos quatro da manhã. Um dos magos Merlindo, disse a ela que ficar o treino de jejum iria ajudar a fortalecê-la – ela não pensava assim, pensava que no meio da mágica iria desmaiar e acabar acertando alguém. Já Merino, insistia pra ela comer, mas foram dois contra um, Leon quis que ela ficasse de jejum.

O Comandante Lecron chegou bem depois. Depois que Elise chegou ao campo.

- Pequena Maga, tudo começa com a meditação! – Merlindo começou a falar.

- Não, não querido irmão. Tudo começa com uma amostra do que é magia! – Merino era ao contrário do irmão, enquanto ele era agitado, Merlindo era mais calmo...

- Desculpa Merino, mas eu acho que o Merlindo tem razão quanto a isso... – Elise se encolhia em cada palavra com medo.

- Não discorde de mim garotinha. É bom você saber que eu tenho mais experiência que Merlindo... Sou um minuto mais velho que ele! – Merino retrucou.

- Isso não faz diferença Merino!

- Desculpe... – Elise se sentiu envergonhada.

- Ai garota. Você não precisa se desculpar... Acho que a maneira certa é do jeito que você quer... E ai, o que me diz? – o Comandante Lecron tinha um sotaque de adolescente descolado. Ele ia contra as regras do dicionário.

- Bem, se é assim eu prefiro começar como Merlindo sugeriu.

- Fazer o que ela quer só vai dar problemas... – Leon abriu a boca pra falar alguma coisa.

- Fica na sua Pequeno Príncipe! Não pedimos sua opinião! – Elise provocou.

- Mas eu quis dar... Bem Elise, daqui pra frente, só falo pra dizer como você está indo...

- Pelo visto você acordou de pé esquerdo hoje Leon!

- Deixem de DR casal... Vamo pro treino! – o Comandante Lecron os interrompeu.

Elise se virou e começou a fazer o que Merlindo estava fazendo. Ele se sentou no chão, Merino ficou ao lado dele, e Elise atrás dos dois. Merlindo esticou os braços com as mãos abertas e ficou fazendo um movimente que tinha um padrão: Frente, Lado direito, Lado esquerdo, Cima e Frente.

Elise estava gostando, não parecia nada, mas com certeza ajudaria muito. Ela olhou pro lado e Leon a fitava serio. Ela tinha a impressão que estava sentindo uma atração por ele, ou estava amando, mas ela não conseguia demonstrar isso.

- O treino deve ser feito sem distração Elise, pare de olhar para o Príncipe. – Merlindo falou como se tivesse olhos atrás da cabeça.

- Mas, eu não estou olhando...

Leon estava rindo. E ela ficou vermelha, tentou se concentrar mais uma vez.

Merlindo a surpreendeu. Ele deu um pulo e soltou uma bola brilhante na direção dela, que esquivou muito rápido. Leon se assustou, e ficou em guarda. O comandante não estava nem ai, mascava um chiclete muito entretido.

- Você ficou louco Merlindo? Quer me matar? – Elise gritou assustada.

- Esse é o propósito, muitos tentaram te matar... E eu só quero ajudar. Menos conversa e mais ação.

Ele soltou outra bola, só que com a boca. Elise esquivou com mais velocidade para o lado.

- Dá pra o senhor maneirar com a força?

- Ninguém vai maneirar com você só porque pede!

Ele soltou um jato de fogo. O vestido curto dela não ajudou em nada. Ela curvou-se pra trás, e o fogo queimou a parte da barriga dela. Que ficou de fora...

- MERLINDO! – ela gritava.

- O que há pequena... Mais ação!

Elise, não estava controlando sua raiva, ela estava muito assustada. Correu para perto de Merlindo, não sabia como tinha feito aquilo. Juntou as mãos – cruzadas – e depois as abriu, soltando uma pequena bola vermelha.

- Isso é o que você pode fazer? – Merlindo provocou. E a bola mágica fez um estouro bem na frente dele... BUUM!

A situação dele não era nada boa... O cabelo grisalho estava cheio de cinzas, e a barba chamuscada. Até o Comandante havia estourado o chiclete pelo cara, e tirar aquilo da juba não seria nada fácil. Leon estava paralisado.

- Me desculpe Merlindo... Eu não tive a intenção de... – Elise estava desesperada e ao mesmo tempo orgulhosa.

- Tudo bem... – ele parecia inconsciente – Vou levar os relatórios pra Rainha Rachel e falar como foi o treino de hoje, dispensada!

- Garota você acabou com ele! – Lecron a elogiava.

- Obri... Obrigada...

- Garotinha, se eu não te conhecesse há cinco minutos, diria que você é a própria Salvadora.

- Valeu Merino...

Todos foram embora... Menos Leon. Elise se sentou embaixo de uma árvore, cansada de ter feito aquilo, a ficha ainda não havia caído... Leon sentou-se ao seu lado.

Ele tinha um sorriso no rosto, o que fazia Elise babar se não se controlasse.

- Belo abdômen! – ele ria olhando para o vestido chamuscado dela.

- Vai olhar pra outra Leon! – ela escondia a barriga.

- Pra que... Se há uma na minha frente. – ela bufou - Parabéns por hoje! – ele mudou o assunto.

- Obrigado! Não é todo dia que eu tenho poderes...

- Não vá se gabando. Ainda sou melhor que você!

- Vamos ver quem é melhor, quando EU, salvar Lira!

- Você é simplesmente muito chata!

- Digo o mesmo de você!

- Você estava mesmo me olhando? – ele se lembrou do que Merlindo havia dito.

- Não, o que você acha?

- Que você estava!

Eles ficaram um pouco em silêncio. Sem assunto, sem ter o que falar... Leon com certeza não tinha mais o que fazer!

- Você quer voltar pra casa? – ele perguntou olhando pra entrada da floresta.

- O que você acha? Estou morrendo de saudades da minha família...

- Que pergunta boba a minha...

- Sem problemas... Todos nós passamos por isso, e você? Sente saudades do seu pai?

- Muita, mesmo ele sendo rude, não me dando o carinho que eu merecia, ele foi um bom pai! Mudando de assunto... Você não sonhou noite passada...

- Como você... Ah, é. Nada.

Ele ria.

- É chato ficar sem falar nada... – Elise quebrou o silêncio.

- Quer tentar fazer magia, eu te ajudo...

- Você? Me ajudar? Essa eu quero ver.

- Então veremos quem é o melhor...

- Sabe Leon, eu estou morrendo de fome, e não seria justo eu lutar com você, e se eu desmaiar?

- Eu te levo pro quarto!

- Pra você se deitar comigo? Não! Não! Não! Depois eu venho aqui OK? – ela segurava o riso.

- Você é insegura. Isso sim, ou medrosa, dá no mesmo...

- Pequeno Príncipe Provocador. Eu não te suporto mais Leon...

- Vai ou não?

Elise se levantou e deu a mão a ele, que rejeitou. Eles ficaram a sete metros de distância um do outro. Ela não estava pronta mais confiava em si mesma, Leon estava sem expressões, mas ria como se já tivesse ganhado.

- Pronta?

- Eu que pergunto. Pronto?

Ele fez um gesto com a perna de uma rasteira, Elise caiu, mas se reergueu com muita facilidade.

- Isso é golpe sujo Leon.

- Eu não acho, tenta você agora!

Ela fez o mesmo movimento, mas com a perna esquerda, não pareceu surtir efeito, então ela abriu as mãos, girou e disse:

- É melhor o senhor Príncipe, parar de se gabar!

Ela soltou uma bola de fogo. Leon desviou para o lado, como se aquilo fosse apenas um fósforo.

- Ah, você tem que aprender mais!

Ele correu até ela, e a segurou pelo pescoço. Elise foi mais esperta e o agarrou pela cintura com as pernas, apertou com força e ele a soltou, mas ela continuava depois que ela já tinha decidido o que fazer, deu um mortal para trás e chutou o rosto dele.

- Ai Elise... Que força!

- Desculpa Leon... – ela foi até ele. – Onde foi?

- Aqui oh, no meu queixo!

Ela observou.

- Seu ridículo, ai não tem nada.

- Eu sei!

Ele balbuciou umas palavras e ela ficou paralitica do corpo todo.

- Minha primeira regra: Nunca tenha pena do seu adversário.

Ele a deixou livre e ela desabou no chão. Elise sentia umas dores na parte da cintura... Tentou se levantar, mas não conseguiu.

- Leon me ajuda... Eu não estou conseguindo me levantar.

- Sem essa Elise...

- É serio, eu juro que se eu fizer algo contra você, você pode me jogar de novo.

Ele não estava com cara de que estava confiando muito nela, mas ela pôs o braço ao redor do pescoço dele, e ele a pegou pela cintura. Elise achou aquilo “super demais”, e cada vez mais descobria o que sentia por ele.

- Pro seu quarto ou pra enfermaria do castelo?

- Meu quarto claro eu preciso de um banho.

- Tem certeza de que não é você que tem más intenções comigo?

- Fica quieto Leon, e me leva!

- Você que parece a princesa...

- Eu não aguentaria te carregar no braço, você sabe muito bem disso.

- Está bem Senhora Realeza.

Elise riu enquanto ele a levava de volta pro quarto... Elise pensava se Leon gostava dela, ou se sentia alguma coisa por ela. Ele parecia tão legal, tão atencioso com ela... E ao mesmo tempo... Como um amigo.

Ela não queria deixar impressões de que gostava dele, por isso agia como uma garota implicante e debochada. Demonstrar que ela era carinhosa, só Iris deixar mais implícito o que ela sentia.

Leon desceu o braço dele.

- Ai Leon, ai dói.

- Desculpa Realeza, não vai mais acontecer! – ele implicou.

- Dá pra parar de me chamar de Realeza, que chato...

- Só quando você parar de me chamar de Pequeno Príncipe, eu sou da sua altura!

- Então essa nossa briga vai durar pra sempre!

Eles seguiram rindo.

Chegaram à porta do quarto de Elise.

- Obrigada Leon, daqui eu assumo.

- Tudo bem...

- Ah, Leon! – ela a chamou antes que ele saísse – Você pode procurar sua irmã, quero muito falar com ela?

- Tudo bem... Eu a chamo.

Elise entrou no quarto mancando e seguiu direto pro banheiro. Tirou o vestido queimado e o jogou em cima da cama. Os sapatos sujos de lama, ela deixou perto da porta. Entrou na banheira, e parecia o seu primeiro banho.

Depois que ela saiu, toda enrolada na toalha, entrou no armário. Elise poderia se acostumar com o fato de ter uma própria “loja” no seu quarto. Seu vestido de agora era longo e reto. Era amarelo-bebê e tinha mangas longas. Usou uma sapatilha cinza e deixou o cabelo totalmente solto. Pôs uma tiara e um colar prata.

Ela olhou com desprezo para o vestido queimado na cama... E pensou se sua mãe visse aquilo:

“Elise, como você queimou esse vestido tão lindo? E Tão caro? Eu lhe disse para não passar roupa.”

Lembrar daquilo a fez sentir mal, mas afastou aqueles pensamentos ruins da cabeça.

Ela se sentou ao lado do vestido e o esticou na cama.

- Já que eu posso usar magia... Quem sabe eu possa dar uns retoques nele... – ela falava sozinha.

Elise fechou os olhos e pôs a mão direita em cima do buraco.

- Será que com umas palavrinhas fica mais legal? “Para que a rainha não fique brava, esse vestido vai concertar, com ou sem magia... Vamos lá.

Foi uma rima boba, mas funcionou. O tecido foi se refazendo e aos poucos ele voltou a ser o que era antes.

- Que demais... Se Dominic me visse agora... – ela ria.

Elise dessa vez olhou para os sapatos sujos perto da porta. Disse o mesmo feitiço, mas ao invés de “vestido vai concertar” ela pôs “sapatos vão limpar”. E aconteceu a mesma coisa. Ela estava ficando orgulhosa de si mesma. Decidiu então ir dar um passeio pelo jardim do castelo.

Ela passou pelos guardas, porém, dois passos depois, um deles a parou e perguntou para onde iria. Ela disse que sairia para o jardim, ele a deixou ir embora.

Ela ficou um pouco perdida no começo, mas tentou usar seu senso de direção e seguiu. Encontrou dois caminhos, ela parecia uma criança perdida.

- “Mamãe mandou eu escolher esse daqui...” – Ela fechou os olhos e a cada palavra ela apontava para um cominho diferente. Deu o da esquerda, e ela prosseguiu.

E como seu senso de direção nunca falha... Falhou.

Ela havia entrado pelo lugar errado.

- Droga!

Ela voltou. E foi pela direita. Até que enfim... Depois de meia hora, ela achou o jardim. Elise não sabia como existia um jardim ali, só sabia que se sentiu mais forte depois que entrou ali.

Os canteiros formavam um X, e no meio tinha uma fonte. Cada canteiro era de uma flor de cor e tipo diferente.

As primeiras flores eram vermelhas. Elas tinham formato de sol e eram lindas. Tinha quatro fileiras delas.

As segundas eram azuis. Elas eram redondas e uma figura no meio que parecia uma lua minguante.

As terceiras eram roxas. Tinham o formato de um coração deformado... Um coração geralmente não é roxo, mas em Lira, ao menos o que Elise via era possível.

Já o quarto canteiro, possuía flores de cor laranja. Elas eram como um 8 deitado e com uma cruz com as pontas curvadas. Essa foi a que mais chamou a atenção de Elise, claro, depois que Serena chegou de surpresa.

- Cada flor possui sua magia! – ela surpreendeu Elise.

- Serena, eu queria mesmo falar com você!

- Leon me falou, e falou também que a senhorita estaria no quarto não?

- Desculpa, eu tinha esquecido completamente desse detalhe, então eu vim aqui... Por onde você anda esses dias?

- A garota, acha que só porque sou princesa, não tenho deveres? Eu cuido dos negócios da família, Leon fica por aqui, porque se ele for para o reino, às garotas, tecnicamente, voam pra cima dele.

Elas riram.

- Então, o que você queria falar comigo? – Serena quis ir logo ao assunto.

- Você é boa de conselhos?

- Ah... Não. Por que você não chama o conselheiro real?

- Porque eu preciso de uma amiga Serena... Me ajuda? – elas deram as mãos.

- Pode falar, eu tento... – ela suspirou.

- Acho que eu, meio que... Ah, respira! – ela falou só e suspirou – Acho que gosto do Leon!

Serena sorriu.

- Por que você não fala pra ele?

- Serena você ficou louca? Eu não posso fazer isso, eu... Não tenho coragem pra...

- Elise, me escuta. Você me pediu conselho, e essa é a maneira mais fácil. Eu posso falar pra você...

- Não. Não. Não. Eu mesma tento fazer isso OK? Agora me promete uma coisa... Não comenta que eu te falei isso, e se ele perguntar pra que foi a conversa diz que... Que eu quis te contar como foi o treino hoje.

- Elise, fala mais devagar... Eu te entendi, pode confiar em mim. Sou sua amiga aqui e sempre ta bom?

- Muito obrigado Serena!

Elas se abraçaram...

- Agora me diz... O que você viu em Leon menina? – Serena riu.

Elise deu de ombros.

Elas conversaram durante horas, a conversa sobre Leon e Elise, Serena parecia alguém tão confiável. Ela estava sendo exatamente com Dominic, especial... Era incrível.

Serena parou de repente.

- Desculpe Elise, tenho que ir. Telepatia às vezes irrita. Você vem agora?

- Tchau Serena, eu vou depois!

- Tudo bem! Tchau.

Elise ficou ali por um momento, ela queria saber o que aquelas flores faziam, Serena não pode explicar, estavam ocupadas de mais falando de Leon, ela não fazia ideia de como foi se apaixonar por ele.

Elise chegou perto das flores laranjas, e apareceu uma placa do nada.

Nela dizia: Nome: Larinas.

                  Tipo: Raras.

                  Usada por: Elina.

Não era de se admirar, que Elise tivesse gostado daquela flor. Elina de algum jeito a usou para defender Lira. Mas as flores tinham uma energia, que a puxava para perto e mais perto... Ela queria estar no meio delas, foi se abaixando aos poucos quando alguém a pegou pelo braço e tirou toda a sua concentração.

- Se eu fosse você, não fazia isso! – era Leon.

- Você está me seguindo? Por acaso colocou rastreador em mim e usa GPS?

- O que é GPS?

- Esquece você ainda não é dessa época.

- Eu não te segui. Eu sempre venho aqui no final da tarde, pode perguntar a Rainha Rachel... Ela lhe dirá o mesmo.

- Tudo bem Pequeno Príncipe. Relaxe, eu acredito em você. – ela riu debochadamente.

- E o que você veio fazer aqui?

- Não sei do nada me veio uma sensação de que eu tinha que vir aqui. E eu vim. Algum problema?

- Não, nenhum, é que eu achei que apenas eu, minha irmã e minha mãe que sabíamos desse lugar...

- Ops, então eu sei porque os guardas me deixaram passar...

- Não me diga que você...

- É, mas eu pensei que eles sabiam, por isso que riram de mim por trás...

Leon riu.

- Você é desastrada demais!

- Ah, eu não tenho culpa de ser do meu jeito...

Mais uma vez o silêncio tomou conta dos dois, só se escutava cantos de pássaros naquele lugar.

- Leon... Você pode me dizer pra que essas flores servem?

- Bem, cada uma tem uma magia, um tipo diferente... Elas têm... Funções que ninguém consegue realizar, nem os próprios magos daqui. Muito menos Belinda. Esse é mais um motivo para ela querer tomar conta de Lira, ter o poder das Quatro Flores.

- Então... Dá pra me explicar o que cada uma faz?

- Vem comigo.

Eles começaram a andar e pararam em frente às flores vermelhas.

- Essas têm o poder da cura, e fertilização. Qualquer mulher ou homem que não podem ter filhos tomam um chá dessa flor e podem fertilizar. Ou qualquer pessoa ferida, cheirando ela, se cura. Chamam-se Crilinas.

- Que legal, não entendo, uma coisa tão fácil... Ninguém desenvolve esse poder.

Leon riu mais uma vez e eles foram para as flores azuis.

- Essas aqui, têm o poder de atração. Uma pessoa que ficar com essa flor, pode ter o poder de fazer qualquer um fazer o que ela quer. Ela tem o nome de Noite. Imagine se Belinda rouba essa flor?

- Por favor, não vamos imaginar isso! Próxima.

- Essas são as flores apaixonadas, as Coralinas... Elas podem fazer qualquer pessoa se apaixonar, ou esquecer alguém... E a parte de esquecer, consta em: Não amar mais.

- Que coisa ruim, de que seria o mundo sem o amor? – ela abaixou a cabeça e Leon olhou pra ela com uma cara duvidosa.

- Bem... OK. Vamos agora para as mais perigosas.

- Eu pensei que as outras que eram...

- As Larinas... Essas sim são de extremo poder. Elas podem fazer você ter uma morte rápida e dolorida, ou uma morte devagar e mais dolorida ainda.

- Acho que nenhuma das opções é a melhor.

- Bem, mas elas também fazem ressuscitar, se você tiver um bom coração vai querer esse bem. Isso acontece se você passar a flor pelo corpo.

- E pensar que eu ia cair em um monte delas... Fiquei com medo agora!

- Quem é a corajosa Elise? – Leon riu – Toma mais cuidado da próxima vez tudo bem?

- Pode deixar papai! – ela pôs a mão na testa, e começou a rir.

- Pensei que era Pequeno Príncipe...

- Então você admite gostar do apelido, até sente falta dele...

- Para com isso...

Elise estranhou um movimento estranho atrás de Leon.

- Leon, é normal flores dançarem?

- Não, por quê?

- Então por que as Coralinas estão dançando?

E estavam mesmo, elas se balançavam pro lado e pro outro e soltavam um brilho roxo, elas puxavam Leon e Elise um para perto do outro.

- Vai mais pra lá Leon... Tem espaço suficiente pros dois aqui!

- Eu não estou fazendo nada... Eu que não queria estar tão perto de você, são as flores!

- Me lembre... Elas fazem as pessoas se apaixonarem não é?

Os dois se entreolharam assustados e olharam para as flores.

- NÃÃO! – eles gritaram.

- Tem algum modo disso parar? – Elise perguntou, enquanto eles começavam a ficar um de frente pro outro.

- Eu não sei... Elise promete que não me mata? – Leon gritava.

- Não. Desembucha. – Ela respondia.

- Elas unem corações apaixonados!

- O que...? Leon? Como? O que...

Nenhum dos dois teve mais tempo para falar, estavam se beijando involuntariamente. Se as flores juntavam corações apaixonados, queria dizer que Leon também gostava dela, saber isso deixou Elise mais feliz e ao mesmo tempo com raiva. Ela não queria beijá-lo, não agora, nem desse modo.

As flores pareciam cantar, e dançavam mais.

Elise tentava se separar de Leon, e ele também, não dava certo.

O beijo estava bom, Elise não queria sair dali, mas ao mesmo tempo sim, queria. A boca dele tinha gosto de mel, e os olhos de Leon brilhavam, ele também não parecia querer parar aquele momento.

Elise levantou as mãos e eles se soltaram.

Ambos estavam sem fôlego.

- Eu não sabia que você...

- Eu também não sabia que você... Que você... – Leon dizia gaguejando assim como Elise.

- Então estamos quites.

- Estamos!

Eles saíram correndo dali, cada um para um lado diferente. Elise estava sem jeito, e estava com vergonha de olhar pra ele de novo, ela se sentia mais apaixonada.

Quando ela chegou ao portão, Leon havia acabado de chegar.

- Você na frente, por favor! – ele falou.

- Ah, tudo bem!

Ela saiu andando depressa, os guardas se entreolharam, e deram de ombros.

Elise chegou à porta do quarto e esqueceu a chave do lado de dentro. Decidiu tentar uma magia, girou a maçaneta duas vezes e a porta abriu.

O tempo pareceu passar rápido demais, já estava muito tarde. Ela foi até a janela e olhou a floresta, olhou mais para o canto e viu as flores Coralinas.

- FLORES MALDITAS! – ela gritou e pegou no sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apenas Um Sonho (Just A Dream)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.