POV Piper

Eu tentei prestar atenção na aula mas Jay não saia da minha cabeça.

FLASHBACK ON

Eu estava deitada no colo de Jay. Ele brincava com os meus cabelos e cantava a mesma musica que cantou pra mim no dia da fogueira. Estávamos na praia observando o por-do-sol. O nosso último por-do-sol no acampamento. Eu me levantei e dei um selinho em Jay.

– Preciso ir. Tenho que me arrumar para a festa.

Jay fez um biquinho, que o deixou muito fofo.

– Ah não, Pips!- Ele me puxou para o colo dele de novo.- Vamos ficar mais!

Eu acariciei a sua bochecha e dei mais um selinho nele. Me levantei do seu colo.

– Não , senhor. Nós vamos nessa festa sim! É a última!

Jay me encarou e sorriu.

– Desde que a gente fique junto.

Eu sorri e acenei pra Jay. Fui para o meu chalé.

As garotas que estavam no meu chalé corriam de um lado para o outro, procurando maquiagens, chapinhas de cabelos, espelhos, esmaltes e tudo que se possa imaginar para se embelezar. Eu ri e fui tomar banho. Sai do banho, peguei meu vestido e fui para o banheiro novamente. Ainda bem que no nosso chalé havia mais de um banheiro. Coloquei meu vestido e arrumei meu cabelo. Passei somente um batom porque não gostava muito de maquiagem. Peguei meus brincos e os coloquei. Me sentei na minha beliche e fiquei algum tempo sentada, esperando dar o horário da festa. Alguns minutos depois eu resolvi ir. Me levantei da cama e sai do chalé. Andei até o luau, um lugar que ficava depois da praia. A música estava alta e muitas pessoas dançavam. Eu olhei em volta procurando Jay. Duas mãos cobriram meus olhos e eu ouvi uma risada rouca. Eu me virei e abracei Jay.

– Jay!

Ele me abraçou me girando levemente no ar, mas logo me pôs no chão. Jay percorreu todo o meu corpo com os olhos. Ele assobiou e sorriu malicioso pra mim. Eu corei.

– Quer ir para um lugar mais reservado, Pips?

Eu assenti, receosa. Ele ergueu as sobrancelhas e beijou a minha testa.

– Não vou fazer nada que você não queira, Pips. Não vou te forçar a nada. Tudo bem?

Eu sorri e Jay pegou a minha mão. Fomos caminhando de mãos dadas para a área onde ficavam os chalés. Fomos pro chalé 1 que era somente de Jay por causa do seu pai, que era o dono do acampamento. Somente quando sua irmã vinha pro acampamento ele tinha que dividir o chalé.

Assim que entramos no chalé, eu tirei os sapatos. Aqueles saltos estavam me incomodando. Jay riu e tirou seus sapatos também. Ele se sentou na cama e fez um sinal para que eu me juntasse a ele. Fui até ele e sentei em seu colo, de lado, meio nervosa. Ele me encarou e me beijou. Foi um beijo apaixonado, sem malícia nenhuma.

Quando nos separamos eu pude ver que seus olhos estavam marejados.

– Pips, eu não quero te perder.

Meus olhos ficaram marejados também. Eu morava muito longe para o visitar frequentemente.

Jay acariciou meu rosto.

– Eu te amo, Piper.

Algumas lágrimas rolaram pelo meu rosto mas eu as limpei.

– Eu te amo, Jay.

Ele me beijou apaixonadamente, mas eu podia ver o clima esquentando. Jay segurou minha cintura e colou nossos corpos. Estava meio desconfortável então eu contornei minhas pernas em sua cintura. Nos separamos e Jay me encarou. A luz da lua refletia em seus cabelos loiros, deixando eles quase prateados.

– Você é perfeita, Pips.

Eu sorri e o beijei delicadamente. Mas, logo o que era pra ser um beijo inocente se tornou voraz e selvagem. Quando ficamos sem fôlego, Jay começou a depositar beijos no meu pescoço. Ele trajava uma camisa social azul clara mas, rapidamente ela foi parar no chão com um baque surdo.

Jay voltou a me beijar vorazmente. Eu podia sentir suas mãos quentes e fortes no inicio do zíper do meu vestido. O toque de recolher soou no horizonte e nós nos separamos, assustados. Jay olhou pra mim e sorriu. Ele falou, malicioso.

– Se quiser pode dormir aqui hoje. Eu não iria me importar.

Eu olhei pra ele, corada.

– Eu vou para o meu chalé.

Peguei meus sapatos e os calcei. Quando eu ia abrir a porta para sair, mãos seguraram minha cintura. Eu olhei pra Jay. Ele estava sem camisa, com os cabelos bagunçados e os lábios vermelhos. Lindo.

– Me desculpe, Pips. Eu não sou assim... É que você tira a minha sanidade. Eu sou completamente louco por você, Pips.- Ele colou nossos corpos e beijou minha testa.

Eu beijei seus lábios rapidamente.

– Tudo bem, Jay.

Ficamos alguns minutos ali, com as testas e os corpos colados, de olhos fechados, somente sentindo a respiração do outro.

– Eu te amo, Piper.

Abri meus olhos e o encarei. Jay abriu seus olhos também.

– Eu te amo, Jay. Eu jamais vou te esquecer.

Jay sorriu e me beijou. Nos separamos e eu fui até o banheiro do chalé de Jay. Me olhei no espelho. Meus lábios estavam tão vermelhos quanto os de Jay, e meu cabelo levemente bagunçado. Arrumei meu vestido e penteei meu cabelo. Sai do banheiro e Jay estava deitado na sua cama, ainda sem camisa. Eu passei alguns segundos o admirando, mas logo me lembrei que tinha que ir para o meu chalé.

– Até amanhã, Jay.

Jay se levantou e veio até mim. Beijou minha testa e falou baixinho:

– Eu te amo, Piper. Nunca vou cansar de te dizer isso. Você é perfeita e eu te amo.

Eu sorri e beijei a bochecha dele rapidamente.

– Preciso ir. Até amanhã.

– Até amanhã, princesa.- Ele beijou minha testa novamente e eu sai do chalé dele e fui para o meu.

Me troquei e fui dormir. Eu chorei muito naquela noite. Não queria deixar Jay. Eu havia me apaixonado. E foi no meio das lágrimas que eu adormeci.

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Eu acordei com os olhos meio inchados. Também depois de chorar praticamente a noite inteira era nisso que ia dar mesmo. Me levantei, vesti uma roupa qualquer e trancei meu cabelo. Nem me preocupei em passar corretivo nos olhos, para disfarçar o inchaço. Sai do chalé e fui para o refeitório. Me servi com morangos e um copo de suco. Sentei em uma mesa qualquer e comi meu café da manhã. Me levantei e voltei para o chalé. Não queria arrumar minhas malas agora, mas eu fui mesmo assim. Passei algum tempo as arrumando e quando acabei, sai do chalé e fui para a praia.

O sol banhava a praia deixando ela com uma aparência encantadora. Me sentei na areia e fechei os olhos, somente aproveitando a luz do sol. Ouvi um barulho e me virei rapidamente. Jay estava parado na entrada da praia, sorrindo.

– O plano era te surpreender mas eu sou muito desastrado.- Ele falou, repetindo as palavras do nosso primeiro dia. Eu sorri e Jay veio até mim.- Bom dia princesa. Eu te procurei no refeitório, mas você não estava lá.

Eu sorri fracamente pra ele.

– Foi na hora que eu estava no chalé, arrumando as malas...- Falei baixinho, a minha voz morrendo a cada palavra dita.

Jay ficou em silêncio por alguns minutos somente olhando pra mim. Seus olhos estavam marejados e pareciam que iriam transbordar a qualquer momento.

– Piper, você não sabe o quanto é importante pra mim, minha princesa. Eu não quero você longe de mim.- Ele acariciou meu rosto.

Eu abaixei a cabeça. As lágrimas rolavam livremente pelo meu rosto. Levantei a cabeça e olhei pra Jay.

– Não chore, Pips.- Jay falou e eu limpei as lágrimas rapidamente.

Ele beijou minha testa, se levantou e saiu da praia. Alguns minutos depois, voltou com um violão. Se sentou ao meu lado e começou a tocar o violão. E cantar.

Can't believe you're packin your bags

Tryin so hard not to cry

Had the best time and now its the worst time

But we have to say goodbye

Don't promise that you're gonna write

Don't promise that you'll call

Just promise that you won't forget we had it all

Cause you were mine for the Summer

Now we know its nearly over

Feels like snow in September

But I always will remember

You were my Summer love

You always will be my Summer love

Wish that we could be alone now

If we could find some place to hide

Make the last time just like the first time

Push a button and rewind

Don't say the word that's on your lips

Don't look at me that way

Just promise you'll remember

When the sky is grey

Cause you were mine for the Summer

Now we know its nearly over

Feels like snow in September

But I always will remember

You were my Summer love

You always will be my Summer love

So please don't make this any harder

We can't take this any farther

And I know there's nothin that I wanna change, change

Cause you were mine for the Summer

Now we know its nearly over

Feels like snow in September

But I always will remember

You were my Summer love

You always will be my Summer love

Tradução:

Eu não posso acreditar que você está fazendo suas malas,

E me esforçando pra não chorar.

Eu tive bons momentos, e agora é o pior momento,

Mas nós temos que dizer adeus.

Não prometa que você vai escrever,

Não prometa que você vai ligar,

Só prometa que não vai esquecer que nós tivemos tudo.

Porque você foi minha durante o verão,

Agora sabemos que está perto do fim,

Parece neve em setembro,

Mas eu sempre vou lembrar,

Você era o meu amor de verão.

Você sempre será o meu amor de verão.

Queria que nós pudéssemos nos sentir sozinhos agora.

Se nós achassemos um lugar pra nos esconder,

Fazer da ultima vez como a primeira,

Apertar um botão e voltar;

Não diga as palavras que estão em seus lábios,

Não me olhe desse jeito,

Só prometa que você vai lembrar

Quando o céu é cinza.

Porque você foi minha durante verão,

Agora sabemos que está no fim,

Parece neve em setembro,

Mas eu sempre irei lembrar,

Você foi o meu amor de verão,

Você sempre será o meu amor de verão.

Então, por favor, não faça as coisas serem mais difíceis do que já são,

Nós não podemos prolongar isso,

E eu sei que não há nada que eu queira mudar, mudar.

Porque você foi minha durante o verão,

Agora sabemos que está no fim,

Parece neve em setembro,

Mas eu sempre irei lembrar,

Você foi o meu amor de verão,

Você sempre será o meu amor de verão.

Jay me encarou quando terminou de cantar.

– Você é perfeito, Jay. Eu amo você.

Ele sorriu e deixou o violão de lado. Acariciou meu rosto e me beijou apaixonadamente. Nos separamos somente quando o sinal para o almoço soou. Jay me olhou, triste e me ajudou a levantar da areia. Fomos para o refeitório de mãos dadas, sem ligar para os olhares e comentários sobre nós. Almoçamos em silêncio e Jay me levou até o meu chalé. Olhei em volta. Todos estavam se abraçando, se beijando... Era a hora da despedida. Eu entrei no chalé e peguei minhas malas. Uma mala de mão, e outra de rodinhas. Levei elas pra fora do chalé e vi que Jay estava me esperando. Ele pegou a mala de rodinhas, que era mais pesada e me ajudou a levar ela até a entrada do acampamento. Ele se virou e me encarou. Soltou a mala e envolveu minha cintura com seus braços. Eu encostei minha cabeça em seu peito e fiquei ali por alguns minutos, ouvindo o seu coração. Jay soltou minha cintura, segurou meu rosto entre suas mãos e me beijou. Foi o nosso melhor beijo. Ele me soltou e cantou baixinho no meu ouvido:

Cause you were mine for the Summer

Now we know its nearly over

Feels like snow in September

But I always will remember

You were my Summer love

You always will be my Summer love

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu lutei para não chorar. Eu falei baixinho:

– Eu te amo.

Jay beijou minha testa, meu nariz, minhas bochechas e finalmente minha boca, em um leve selinho. E falou:

– Eu te amo.

Eu o olhei pela última vez, peguei minhas malas e entrei no ônibus que nos levaria até o aeroporto. Me sentei na última poltrona e fiquei ouvindo música até chegar no aeroporto.

Chegamos no aeroporto e cada um foi para o seu vôo. O meu já estava na penúltima chamada para o embarque por isso tive que correr. Fiz o check-in rapidamente e entrei no avião. Me sentei e fiquei relembrando cada momento com Jay, mesmo que doesse lembrar de tudo isso. Ele seria uma parte de mim. Pra sempre.

FLASHBACK OFF

Meus olhos ficaram marejados. Era incrível como eu me lembrava de cada mínimo detalhe.

"É isso que o amor faz." Uma vozinha na minha cabeça falou.

Eu ignorei a voz e fui prestar atenção na aula. Olhei para o relógio e percebi o quanto Annabeth estava demorando. Fiquei muito preocupada.

Alguns minutos depois, Annabeth entrou na sala. Ela pediu desculpas ao professor Argo e se sentou. Ela viu que eu estava preocupada e me mandou um bilhete, dizendo "Depois conversamos. Estou bem."

O tempo de ciências com o Sr. Argo acabou e Annabeth se levantou e foi para a janela. Ela ficou olhando pro céu até que a professora Ártemis chegou e um garoto de olhos verdes e cabelos pretos a cutucou.

Ela se sentou e começou a trocar bilhetinhos com o garoto dos olhos verdes.

Ártemis começou a falar sobre os livros que teríamos que ler este ano. E então ela perguntou:

– Algum de vocês gostaria de citar um trecho do seu livro favorito?

Annabeth levantou a mão rapidamente. Ártemis disse:

– Venha, querida.

Annie se levantou e foi até a frente da sala. Olhei pra ela espantada com sua coragem e ela olhou pra mim. Ela encarou um garoto loiro, que eu vi se agarrando com a ruiva hoje.

Então ela respirou fundo e falou:

–"Sempre era uma promessa! Como é que você pode não cumprir uma promessa desse jeito?"

O garoto loiro arregalou os olhos ligeiramente e Annabeth sorriu satisfeita.

Ela olhou para a professora e disse:

– O livro é A Culpa é das Estrelas, e o autor é John Green.

A professora sorriu:

– Muito bem...

Ela sorriu e se sentou. O sinal bateu e Ártemis saiu da sala. Percebi que o garoto loiro encarou Annabeth mas ela veio falar comigo.

– Annabeth! Por que demorou tanto lá fora?- Falei

Ela sorriu.

– Fiz uma amiga lá.

Eu ri.

– Matando aula, conversando, Srta. Annie. Que coisa feia.

A voz que eu fiz para dizer isso foi tão engraçada que começamos a rir como duas retardadas. Pude ver o garoto dos olhos verdes olhando pra nós e sorrindo. A ruiva revirou os olhos e voltou a se agarrar com o loiro. Quando conseguimos parar de rir, eu falei com uma voz meio maliciosa:

– Então, o que foram aqueles bilhetes com o garoto dos olhos verdes, Srta. Annabeth?

Ela revirou os olhos e bateu no meu braço de leve.

– Chata. Ele é um idiota.

Eu ri e o professor chegou. Nos sentamos e o professor, Dédalo, começou a nos explicar alguns cálculos. Percebi que Annabeth adorava cálculos e que ela ia ficar a aula toda prestando atenção. Ri baixinho e peguei meu iPhone. Entrei no site da escola e olhei as escalas. Sufoquei um grito baixo. Eu iria cantar amanhã. Guardei o iPhone rapidamente e tentei prestar atenção na aula.

No segundo tempo de cálculo, Annabeth começou a boiar. Então algum tempo depois o garoto dos olhos verdes a cutucou. O professor Dédalo estava parado a encarando,com as sobrancelhas erguidas.

– E então, Srta. Chase? Pode calcular a medida deste pentágono?

Ela olhou o desenho e se levantou. Fez alguns cálculos e em minutos a medida do pentágono estava no quadro. O professor Dédalo a olhou e sorriu.

– Muito bem, Srta. Chase. Pode se assentar.

Ela sorriu pro professor e se sentou. A ruiva cochichou com alguns colegas:

– Só podia ser a nerd da Chase.

Houve alguns risinhos e o professor Dédalo os encarou.

– Algum problema, senhores?

A ruiva revirou os olhos discretamente e o garoto loiro falou:

– Não, senhor.

Dédalo o encarou e continuou a explicar como se calculava o pentágono. Annabeth continuava boiando e eu fui prestar atenção na aula. Não queria pegar nenhuma recuperação.

Algum tempo depois, o sinal para o intervalo bateu. Annie soltou uma risadinha e começou a conversar com o garoto dos olhos verdes.

Eu ri e puxei Annie pra fora da sala. Enquanto caminhávamos pro refeitório, eu estava muito nervosa e resolvi contar pra ela que iria cantar amanhã.

– Annie?

– Sim, Pips?

Eu a encarei.

– Quem vai cantar amanhã, sou eu.

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Continua...