POV Nico
Eu acordei, odiando ter que acordar cedo de novo. Não, não tinha ido ao primeiro dia de aula, porque era um saco. Eu estava muito estressado porque não tinha notícias de Alice há alguns dias, meu pai só trabalhava e minha série favorita não lançava a próxima temporada. E claro, as aulas tinham começado. Minhas férias se resumiram à minha série favorita, livros, muita música e conversas com Alice. Tinham sido ótimas férias. Levantei da cama, resmungando e tomei um banho rápido, fiz minhas higienes e coloquei a primeira roupa que vi. Coloquei alguns cadernos na minha mochila gasta e peguei um café. Fui andando pra escola e fui direto para a sala do diretor. Bati na porta e ele me deixou entrar. Entrei, começando a reclamar porém logo percebi que não era o Sr. Brown que estava lá e sim, um homem totalmente diferente. Ele me lembrava alguém... Eu pigarrei e me sentei.
–Diretor, eu gostaria de requerer minha exclusão dos clubes obrigatórios. Nenhum deles me interessou e nunca gostei muito disso.
Ele me olhou, parecendo furioso internamente.
–Qual é o seu nome, garoto?
–Nico. Nico DiÂngelo.
Ele respirou fundo, antes de falar.
–Garoto, os clubes são obrigatórios. É melhor você escolher um deles, porque não irei te dispensar. Não é preciso discutir.
Eu tentei argumentar, mas uma garota entrou na sala sem bater. Eu e o diretor olhamos pra ela. Eu quase ri, mas me segurei.
O diretor falou:
–Alice, você já sabe qual é a sua sala não é mesmo? Bom, este é Nico DiÂngelo e ele vai te ajudar a conhecer a escola.- Ele se virou para mim, com um olhar de quem ganhou a discussão.- Cuide bem dela, garoto.
Ele nos dispensou e saímos da sua sala em silêncio. Eu a encarei, sorrindo.
– Sou Nico DiÂngelo, mas acho que você já sabe. 3-C.- Falei.
Ela me abraçou e eu quis nunca mais sair do abraço dela. Minha melhor amiga de todos os tempos estava aqui, na minha frente.
– Nico... Eu senti sua falta!- Ela sussurrou no meu ouvido e depois deu uma risadinha.- Também sou do 3-C.
Retribui seu abraço, carinhosamente, muito feliz. Alguns segundos depois, me lembrei que estávamos na porta da sala do diretor e me separei dela.
Eu sorri novamente e toquei seu rosto com as pontas dos dedos. E pensar que hoje de manhã estava preocupado sem notícias dela. Agora eu tinha ela perto de mim.
– Estava com saudades de você, pequena Alice.
Ela sorriu. Eu era seu melhor amigo na Califórnia, quando tínhamos entre 13 e 14 anos. Ela se afastou bruscamente de mim quando sua mãe morreu. Procurei-a várias vezes, mas ela sempre fugia. Então um dia, desisti de correr atrás dela. E uma semana depois eu me mudei para NY. Eu pensei que não a veria nunca mais, porém um belo dia, ela me chamou nas redes sociais e voltamos a conversar. E assim, voltamos a ser melhores amigos. Fomos andando e conversando e ao longo das primeiras aulas, conversamos muito mesmo mas eu jamais tocava no assunto família. Era complicado para ela falar sobre isso e eu não queria perturbá-la.

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Continua...