A aposta. escrita por Holden


Capítulo 14
Gravidez de mentirinha.


Notas iniciais do capítulo

Fiz esse bem rapidinho, por isso não ficou tão bom. Vou fazer o outro com mais esforço em breve, juro ♥







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  Meu Deus! Isso era... Era... Uma fonte de chocolate?

  Caralho, não é possível! Era mesmo uma fonte de chocolate! De verdade, mesmo. E de chocolate!

  Um sorriso largo formou-se de orelha a orelha sobre minha face, ajeitei o cabelo com entusiasmo e, tomada pela emoção do momento corri em direção daquela belezura!

  Qual é! Eu não comia nada há dois dias e meio! A última vez que tentei alimentar-me corretamente tive um Milk-shake jogado pra cima de mim com toda violência possível... e o duro que foi no cabelo, por que se fosse no rosto poderia ter aproveitado e dado umas lambidinhas.

  Eu sei, nojeira é meu sobrenome.

  Mentira, meu sobrenome é Woods, porém, sou um tanto melodramática.

  Mas agora, há uma fonte de chocolate mágica próxima a mim! Desperdiçar essa chance é que eu não iria.

  Apressei o passo em uma velocidade assustadoramente rápida, e, quando me aproximei da maldita ela havia sumido.

  Sim, sumido! Evaporado!

  Olhei a minha volta com desespero. Senti meus olhos se marejarem de água e um embrulho em meu estômago se formar. Quando mal percebi, a fonte apareceu há quilômetros de distância de mim novamente.

- Desgraçada.- murmurei e mais do que depressa, meus pés foram tomados por uma força sobrenatural, e quando percebi, estava correndo há quilômetros por hora.

  Mágica! Era isso que me definia no momento.

  Fui sentindo o chão desprender-se de meus pés, e logo, o contato do vento tomar conta de meus cabelos, os desgrenhando-os como num piscar de olhos.

  Voando! Sim, eu não fumei prego nem nada.

  Eu estava voando!                                                                  

  Aproximei-me da fonte colesterórica, e, com o intuito de jogar-me ali, fui pegando uma velocidade de mil por horas. Rodopiei várias vezes no ar e minha cabeça se chocou com algo duro e doloroso.

  Abri os olhos assustada e ofegante.

  Estava no mesmo quartinho de motel barato, caída no chão nojento e infectada pela sujeira do ambiente.

  Talvez eu seja um pouco fresca, admito.

  Um estalo na porta acabou despertando-me de meus devaneios doentios e íntimos, fazendo com que o ar fosse preenchido pela expressão furiosa de Henri.

  Espera aí... Eu disse Henri?

- O que está havendo aqui?- gritou o demônio branquelo (leia-se Jeremy) acordando sobressaltado pela batida da porta.

- Miserável! O que você fez com a Jane?- o hippie revidou vendo que eu estava estirada no chão.

  Porém, ele não deu tempo para o outro se explicar, e partiram logo para a violência. Começaram a se agarrar e desferir golpes dolorosos um contra o outro em cima da cama vagabunda do local.

  Droga! Faz alguma coisa, Jane inútil!

- Pelo amor de deus, parem!- berrei, mas foi tudo em vão, aliás, como sempre.- Eu... Eu...- pensa sua moribunda, pensa!- EU TÔ GRÁVIDA!!

  Pelo menos eles pararam de se matar. Ambos arregalaram os olhos para minha direção, com um ar de espanto, um segurando a gola do outro. Legal. Já é um começo, certo?

  Muito bem sua gênia... Mas o que vai fazer agora?!

  Droga.

  Meu estômago já doía pelo buraco negro da fome. Minha visão começou a se enturvar e uma escuridão tomar parte dela... E foi quando, minhas pernas me deixaram na mão. É, eu não devia passar mais de dois dias e meio sem me alimentar.

*


- Cala a boca! Ela está acordando!- ouvi uma voz ao longe ecoar próxima a mim.

  Abri os olhos por completo e meu campo de visão se embaçou por conta da claridade, foi questões de segundos para me adaptar novamente. Espere aí... Eu... Eu conheço esse lugar... É o apartamento de Jeremy!

  Ergui o pescoço levemente para decifrar quem estava ali, mas uma mão abaixou-o rapidamente para o seu colo. Reconheci o perfume. Era Leni.

- Jane! Você está aí!- a garota gritou com entusiasmo fazendo com que meus tímpanos quase estourassem.

- Hum...- murmurei passando a mão sobre minha cabeça, que a este momento latejava.- Onde estou?- sussurrei tentando amenizar a dor.

  Espere aí... Eu disse Leni?

- Na casa do idiota.- uma voz indagou próximo da cama. Era Henri.

  Levantei-me sobressaltada e observei o espanto de todos por me verem daquela maneira.

- Você deveria ter me contado!- a garota falou em um tom de estresse.- Achei você diferente esses dias! Mas nunca passou pela minha cabeça uma gravidez!

  Ah sim... Minha pequena mentirinha. Agora me lembrei.

- Quem é o pai?- a voz grave de Jeremy tomou conta de todo o ambiente.

- Pai?...- assustei-me.

- Sim, aquele que te ajudou a fazer a criança entende?- respondeu o hippie lentamente como se estivesse me ensinando algo tão óbvio.

  Será que se eu falar que sou virgem irão desconfiar de algo?

- Hã... Vejamos...- pronunciei-me após alguns segundos.- Acho que... Acho que... Eu não sei quem é o pai.

  Henri engasgou-se com a água que tomava. Jeremy esbugalhou os olhos para minha direção... E senti as mãos de Leni totalmente suadas, frias e trêmulas.

  Caramba, acho que estou, tipo, MUITO frita.

- Co-Como assim não sabe?- a loira gaguejou.- Ai meu Deus... Minha amiga virou u-uma mulher da vida! Uma garota de programa! Rodada! Prostituta!

- Leni eu já entendi.- interrompi-a para uma longa suspirada.

- Você tem noção do que acabou de falar?- o demônio inquiriu em minhas suspiradas relaxantes.

  Precisava agir. Estava tudo uma bagunça. Marie Jane Woods faça algo que preste uma vez na vida. Só uma vez! Sua vida depende disso.

- Beem... Na verdade verdadeira.- (que lixo.)- eu não estou tão grávida assim. Ei! Não deveríamos estar na escola?!- sou uma vergonha pra sociedade.

  Jeremy levantou-se da beirada da cama rapidamente, e em questões de segundos estava sentado de frente pra mim. Cara, aquele ar de preocupação simplesmente o deixava sexy demais.

  Foco garota! Foco! Você está no meio de uma gravidez!!

- Não é hora para brincadeira Jane! Quem é o pai do seu...- olhou para os pés tristemente.- Do seu filho?

- Vamos fazer o seguinte?- opinei.- Eu vou lá embaixo, como algo, depois volto e explico tudo pra vocês, certo?

  Não esperei uma resposta sequer. Levantei daquela cama altamente macia e corri até a porta, descendo a escada e indo até a direção da cozinha gigante do apartamento.

  Abri um pão e comecei a colocar tudo que havia lá dentro. Desde um simples picles até um enorme pedaço de presunto. Enchi um copo com um refrigerante qualquer e abocanhei tudo de uma vez.

  Não foi nada comparado ao meu sonho. Mas pelo menos o sanduíche era real.

- Que confusão.- murmurei terminando de arrumar a pia e caminhar novamente até a escada.

  Mas foi aí que tive uma ideia brilhante!

  Pode parecer estúpido, mas... É, é muito estúpido.

  Peguei um vaso de porcelana e joguei-o contra a parede de um tom branco e límpido. Causando um barulho desagradável por alguns momentos e atraindo a atenção dos demais.

- O que está havendo aí Jane?- a voz feminina de Leni, fez eu me apressar com o plano e atirar-me no chão.

  Assim que me viram esticada ali naquele assoalho, apressaram-se e correram até mim, com o desespero estampado em seus olhares.

- O que houve?- Henri agachou-se próximo a mim e relou levemente sobre a minha face.

- Eu... Hã caí.- fingi um olhar triste.- Acho que perdi o bebê.

  Céus! Eu sou uma tapada! Droga! Droga!

  Eu não devo ser daqui. Não mesmo. Talvez eu seja de Plutão, que por sinal, nem existe mais.

- Jane... Você deveria estar sangrando... Já que perdeu o bebê.- a garota falou fitando-me confusa.- Você não está grávida não é mesmo?

- Até que enfim hein?- e sorri.

- Porra! Não faça isso nunca mais!- o hippie berrou em meu olvido, abraçando-me com força logo em seguida.

- Tem sorte de ser mulher.- Jeremy brincou.- Senão eu lhe daria um belo soco!

  A situação teria sido de confraternização, mas logo lembrei de que meu pai deveria estar querendo me trucidar por ter dormido fora, faltado na escola, ter sido assaltada tendo minhas roupas levadas fora, ter dormido em um motel, aliás, com um garoto e fingido estar grávida como uma prostituta.


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