A aposta. escrita por Holden


Capítulo 1
Primeiro dia ou inferno?


Notas iniciais do capítulo

Heei *----------* Não sabem o quanto fico feliz quando uma ideia toma conta de mim e venho correndo postar no Nyah! E fico mais ainda quando deixam seus comentários divos u-u



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Argh!

Acordei com a porcaria do meu despertador despertando-me com um estrondoso ruído. Movi minhas mãos até meus cabelos e os massageei tentando amenizar a bagaça que eu veria daqui a pouco no espelho. Ainda com a face sobre o travesseiro, movi minha mão direita até o maldito objeto e o derrubei com força, fazendo-o virar várias peçinhas inocentes caídas no chão.

Eu poderia ter voltado ao meu belo sono das....- olhei atentamente meu relógio de pulso.- Das seis e meia.

Poderia.

Mas isso não aconteceu. Jack, meu irmão ou filho-errado-mandado-por-satã correu até meu quarto e arreganhou minha porta gritando até meus tímpanos quase sofrerem um atentado.

– Primeiro dia de aula! Primeiro dia de aula! Acorda!- o garoto se jogou em minha cama pulando em minhas costas fazendo-me rosnar um grito de dor e murmurar um palavrão na qual, crianças de nove anos não podem escutar. Nem ele.

Afinal, quem deu café para esse maníaco?

– S.a.i.- disse lentamente como se ele fosse um debilóide ou algo do tipo. Soou até um pouco macabro, fazendo o pirralho se encolher um pouco e me mostrar sua língua. Saindo logo em seguida

Você pode me achar cruel. Mas nunca me viu mal-humorada de manhã.

Ah! Quanta indelicadeza minha. Não espere muita coisa de mim quando acordo. Realmente, o enredo até agora deve ter soado um pouco grosseiro e hostil. Minhas sinceras desculpas.

Meu nome é Marie Jane. O.k Pode parar de rir. É um nome bem clássico, e minha mãe pensou nele nos mínimos detalhes. Foi uma conjunção do nome de minha avó materna, Jane, e de minha avó paterna, Mary. Mas minha família o customizou para “Marie.” Afinal, iria ficar bem carregado e foi melhor para todos. Sendo assim= Marie+Jane= Eu. Viva, você passou no meu teste de Tente Adivinhar Meu Nome E Seus Derivados Bocó. Porém, me chame apenas de Jane. Gosto de Jane.

Estou no segundo ano do colegial e tenho... Dezesseis anos. Sou uma garota aparentemente normal que gosta de usar saias longas dos anos 60. Diga o que quiser, mas elas foram um clássico no movimento hippie, sem mais. Meus cabelos são totalmente castanhos levemente ondulados nas pontas e meus olhos têm uma cor meio indefinida. Acho que é cinza. Ah sim, cinza. Minha pele é bem sinistra, pálida e sebosa (ok, talvez minha autoestima não seja tão alta assim.)

Enfim, minha vida não tem nada de interessante mesmo.

**

Com um esforço exagerado, levantei quase morta de minha cama e abri meu guarda-roupa. Que por sorte, não se atreveu a derrubar uma montanha de roupas sobre mim.

Prendi meu cabelo em uma trança de lado.- a propósito bem mal feita.- e coloquei uma de minhas diversas saias hippies, desça vez ela era um tom de marrom meio claro com algumas estampas de diversos símbolos coloridos nela. Peguei o a blusa do uniforme que era branca com o símbolo do colégio vermelho e pus minha velha jaqueta de couro por cima. Uma sapatilha surrada e velha. Fiz minha higiene matinal e desci.

Papai e Jack já enchiam seus pratos de omelete e panquecas, enquanto a jarra de suco estava quase no final. Bufei e me sentei próximo ao meu irmão que me olhava com desdém. Acho que ele queria que eu ficasse alegre por seu primeiro dia de aula na minha escola. Por favor... Eu não ficava feliz nem quando eu me lembrava de dar descarga e abaixar a tampa da privada.

– Bom dia.- murmurei.

– Fala filhona.- disse papai me passando a bandeja com os quitutes e a jarra de suco.

Mamãe e papai haviam se separado há quatro anos. Atualmente, ela mora no Texas juntamente de seu marido rico dos sonhos. Manda cartas de vez em quando e sempre passa o natal aqui. Não sinto muito falta dela, já que ela nunca pensou realmente em nós. Mas a trato bem, afinal, é minha mãe.

– Papai, Jane disse que não me levará junto com ela.- o pirralho falou em meio aos seus arrotos nojentos.- ta, eu sou suspeita pra falar algo.

– Mas é claro que não. Você vai comigo, Jane tem seus amigos e seus horários são bem diferentes.

Ri um pouco quando ele falou “amigos.”

Leni era minha única amiga desde os três anos que estou naquele inferno. Havíamos nos conhecido no clube de música e logo fizemos duplas, já que compartilhávamos a mesma paixão pelo violão e reggae.

Ela é bem legal.

Tem um garoto que ás vezes nos tira algumas dúvidas em matemática, mas ele come caspa... Então está fora de cogitação.

– Mas eu quero ir com os garotos do ensino médio!- reclamou o menor.

– Troco meu lugar com você. São todos uns bobões.- respondi enquanto mastigava minha panqueca recheada com calda.

– Cala a boca!- retrucou já vermelho feito um pimentão.

– Vem fazer seu catarrento!- gritei.

– Testuda!

– Crianças parem!- papai gritou já nos separando de uma suposta luta.

Bufei e engoli tudo de uma vez.

– Estou atrasada.- murmurei de boca cheia, pegando minha pequena bolsinha em que guardava o celular, e a chave de casa com o do meu carro (não se empolgue, é uma lata velha.), meus cadernos e apostilas e dei um beijo na testa daqueles dois mongolóides. Saindo logo em seguida.

Como eu disse, meu carro era uma lata velha, não vale à pena nem colocar a marca. Por que eu nunca vi um sequer igual a este. Era cinza e quadrado. Só sei que estava caindo aos pedaços e havia vários adesivos de todos os tipos e formas colados nele.

Liguei o som no máximo em qualquer música da Joan Jett e dei a partida várias vezes para que ele saísse logo da nossa garagem. Não poderia mais chegar atrasada. O diretor deixou bem claro na minha última detenção.- que por um acaso foi bem injusta. Mas não entremos em detalhes agora.

Peguei velocidade e sai em meio ao trânsito daquela cidade maluca e imunda. Passei acidentalmente por alguns sinais vermelhos.- por conta do meu freio que é um lixo, diga-se de passagem.- E consegui frear na avenida principal. Que com certeza, eu levaria uma multa se não parasse.

Olho para o lado e um carro vermelho bem conservado e polido encontrava-se do outro lado da faixa. Era Mackenzie e sua turma. Elas riam e mascavam chicletes como vacas no cil. A roupa de todas era exageradamente rosa e um tom diferente para cada membro do “grupinho”. Virei para o lado e fingi que não estava vendo aquilo. Segurei minha risada e aumentei o volume da música.

O sinal abriu. E elas ultrapassaram todos os motoristas com o motor turbinado daquela geringonça.- que eu logo deduzi ser uma Ferrari.

Em cinco ou dez minutos cheguei em cima da hora com o sinal já batendo. Torci para que aquele velho rabugento não visse que eu ainda estava fora da sala e corri a mil por horas por todos aqueles corredores desgastados com o tempo.

Entrei e dei graças pelo professor não ter chegado ainda. Leni havia guardado uma carteira para mim no fundo e ficamos trocando palavras sobre as férias durante a aula toda.- não, eu não sou uma vagabunda. Mas as primeiras aulas são de matemática...

É. Talvez eu seja.

**

– Cara esse ano está sendo demais!- Leni disse aos pulinhos olhando ao redor cada vez que via um garoto novo bonito.- Ei Jane, está me escutando?

– Hã....- murmurei enquanto tirava os fones de ouvido.- Não, mas eu adivinho: Garotos, alunos novos, ficar depois da aula, garotos... Leni, você não tem jeito.

– Ei, não me trate feito uma cachorra, ok?- brincou e nos encaramos, entrando na gargalhada logo em seguida.- De qualquer forma... Eu não teria chance alguma. Olhe essas garotas!- apontou disfarçadamente para garotas com corpos definidos e que atraíam olhares masculinos e até alguns assovios.

– Ah qual é. Aposto que qualquer um desses idiotas cairia aos seus pés se...- uma ideia louca passou pela minha cabeça mas decidi expulsá-la tentando mudar de assunto.- Qual o cardápio do almoço da cantina de hoje? Estou com fome...

– Marie Jane!- ela gritou e eu a olhei assustada.- Me fale agora mesmo o que pensou!

– “Marie Jane” e “pensou” em uma mesma frase? Isso não vai dar certo...- tentei desviar novamente o assunto caminhando até a cantina.

– Jane.- ela segurou em meu pulso e falou lentamente fazendo com que eu me assustasse um pouco. (como eu fiz hoje com meu irmão, só que a teoria era reversa).

– Leni eu... Foi só uma ideia...

– Fala logo droga.

– Ok.- respirei fundo.- Tenho certeza que você conquista os garotos de forma errada, se deixasse eu lhe ajudar com isso, aposto que em três semanas está com um namorado estável! Ah claro, e gostosão.

– Haha até parece. Falou a garota que nunca namorou.

– Eu já namorei sim. Mas fora dessa escola. Não suporto os garotos daqui.- franzi o cenho.

– Hum... Sei... Não arrumaria um namorado pra mim nem se quisesse.

– Você aposta?- sorri maliciosamente.

– Quinhentas pratas.

– Vai perder feio sua bitch.

**

P.O.V Jeremy

John e eu andávamos durante o intervalo sobre os corredores sujos e frios daquela merda de escola. Eu estava com meus pensamentos avulsos quando o garoto cutucou fortemente meu ombro lembrando-me que eu ainda estava ali. É tão fácil perder-me em meus pensamentos.

– Cara essas garotas estão cada vez melhores.

– Revolucionário.- disse com nem um pouco de empolgação tirando um cigarro de meu bolso e o acendendo.

Ele me olhou sério e murmurou assustado:

– Cara, como as consegue?

– O que?- perguntei agora soprando a fumaça.

– As garotas Jeremy! As garotas!

– Ah sei lá... Fala o que elas querem ouvir.

– Como se fosse fácil. Fico nervoso só de cruzar com uma.

– Você é fraco, John. Tente isso.

Caminhei apressadamente até o pátio juntamente de John. Havia várias garotas me olhando e fazendo beicinhos ou sussurrando coisas...Inadequadas. Sorri maliciosamente para algumas, mas precisava de uma opção mais... Difícil? Iria mostrar como conquistar uma de primeira para meu amigo inexperiente.

Observei mais um pouco além, dando de cara com duas garotas que conversavam entusiasmadamente. Uma usava uma saia longa com os sapatos desgastados e a blusa relaxada... Uma quase hippie. Nunca havia a visto e caminhei até ela. Minha presa perfeita.

– Fala garotas.- tirei o óculos escuro deixando a mostra meus olhos azuis piscinas, que na maioria das vezes as derretiam.

– Oi.- a outra falou timidamente e minha presa pareceu nem se importar, estava mais interessada em seu suco.

Ok isso nunca aconteceu. Devia ser só impressão minha. Que garota já havia me recusado?

Aproximei-me mais da outra que arqueou a sobrancelha confusa e parou de beber seu suco fitando-me curiosamente.

Ganhei!

– Perdeu alguma coisa aqui Sr. Não Invada Meu Eixo Imaginário!?

– Como é?

Percebi John e a outra garota atrás se esforçando para não soltarem as risadas.

– Escuta cara, eu realmente não estou muito a fim de papo hoje, nem amanhã e talvez nem depois. Mas se o assunto for uma doença grave ou simplesmente quiser me dar dinheiro, eu estou disponibilizada pra você. É alguma coisa disso?

Essa garota é louca?

Arqueei a sobrancelha e murmurei:

– Não, mas talvez seja algo melhor.- sorri de maneira safada o suficiente para deixá-la irritada.

– Não estou interessada.- em frações de segundos ela retirou a tampa de seu suco e deixou o líquido doce e gelado cair sobre mim fazendo os dois que estava ali atrás caíssem na gargalhada. Os outros que estavam no pátio perceberam e todos os seguiram na risada.

A hippie mal-educada fez questão de trombar no meu ombro e sair com elegância do local.

– Vamos Leni.- gritou e percebo as duas se afastarem sem nenhum remorso dali.

Apertei meus punhos com força e John dá leves batidinhas em meu braço.

– Não foi dessa vez Jeremy.- ainda estava rindo.- De qualquer forma, obrigado pela ajuda.

– Vá pro inferno.- esbravejei e caminhei apressadamente até o banheiro.

Maldita! Como assim uma garota acabou de me ignorar? Ou melhor, me enfrentar! Elas sempre me adoraram! Sempre as tratei como rainhas quando estavam comigo! Ah, mas essa fedelha me paga!

Entrei rapidamente no banheiro mal cheiroso masculino daquela escola e tentei tirar a mancha de suco de minha jaqueta de couro preta.

– Você me paga sua...

– Falando sozinho cara?- John murmurou entrando logo após de mim no tal banheiro.

– Cale-se! E me ajude a tirar isso aqui!

Ele caminhou até mim e lavamos.- ou tentamos.- a peça de roupa. Murmurava os piores palavrões possíveis enquanto John ria de cada um deles.

– O que pensa em fazer sobre isso?- me perguntou.

– Vou baixar essa bola de machona difícil dela.- falei com um sorriso maléfico nos lábios.- Vou fazê-la se apaixonar por mim e esfregar na cara dela que não é nada, comparada a minha pessoa!

– Marie Jane? Você só pode estar brincando.- riu.- Ela odeia os garotos dessa escola e não conheço nenhum que saiu sem uma marca rocha ao tentar “chegar” nela.

– Veremos meu caro John.- olhei para um ponto qualquer com um riso ainda nos lábios.- Veremos!

**

Jane P.O.V’s

Tentava ao máximo prestar atenção no que o professor falava enquanto fazia anotações importantes em meu caderno. Olhei para o lado e percebi “cochichos” sobre meu “showzinho” de mais cedo no recreio e bufei por conta disso. Algo me cutuca nas costas, logo deduzo ser Leni. Um bilhetinho cai em minha carteira e o abro rapidamente.

“Já que vai me ajudar a conquistar um garoto, já tenho um pretendente: Jeremy.”

Ri um pouco com o bilhete. Quem diabos era Jeremy? E por favor, que nome era esse? Sou suspeita pra falar, já que o meu não é nenhum supetão de normalidade, porém, Jeremy ainda soava engraçado. Escrevi um “ta legal” bem grande com minha caneta mordida para que a garota me deixasse em paz e a mandei de volta.

Voltei a prestar atenção no que o maldito professor falava da maldita matéria.

**


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Notas finais do capítulo

E aí? Ai meu deus, vocês odiaram? :c Amaram? *o* Então não esqueçam os reviews. *olhar de cachorrinho fofo*OBS: Com os comentários posto com mais frequência e-e