Crônicas Do Olimpo - O Mar De Monstros escrita por Laís Bohrer


Capítulo 9
Lembranças de Megan... Reencontros Inesperados




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Jake quis ir sozinho, pois tinha a vantagem com sua jaqueta da invisibilidade, mas eu não deixei. O impedi dizendo:

– Ou vamos todos, ou não vai ninguém! - falei.

Tyler gemeu.

– Ninguém... Ninguém... Por favor.

No final ele foi junto. Voltamos para nossas cabines apenas para recolher nossas coisas, Tyler ficava roendo as unhas enormes o tempo inteiro, me dava nos nervos, mas ignorei. Independente do que acontecesse, não poderíamos de modo algum passar mais uma noite naquele navio cheio de zumbis.

Conferi se Anaklusmos estava no meu bolso, e se as vitaminas e a garrafa térmica de Hermes estavam logo na boca do saco de viagem. Eu não quis que Tyler carregasse o peso todo, mas o grandão não pareceu se importar. Jake disse para que eu não me importasse também, que Tyler era capaz de carregar no ombro três sacos de viagem cheios com a mesma facilidade com que eu carregava uma mochila.

Nós nos esgueiramos pelos corredores, seguindo as placas VOCÊ ESTÁ AQUI em direção à suíte do almirantado. Jake, invisível, liderou a frente. Toda vez que passava alguém a gente se escondia, mas a maioria das pessoas que víamos era apenas passageiro zumbis de olhos vidrados. Quando subimos as escadas para o convés 13, onde deveria estar a suíte do almirantado. Jake murmurou para nos:

– Se escondam! - e nos empurrou para dentro de um pequeno almoxarifado.

Ouvi dois caras descendo o corredor.

– Você viu aquele dragão etíope no porão de carga? – disse um deles.

O outro riu.

– Sim, é impressionante.

Estremeci e apertei o braço de Jake com força. Tive a impressão de que conhecia a voz do segundo cara.

– Ouvi dizer que vêm vindo mais dois – disse a voz familiar. – Se continuarem chegando nesse ritmo, rapaz, não haverá chance!

Jake ficou visível.

– Aquele era Chris Rodrigues? – perguntou. – Do chalé 11?

– Espero que esteja ouvindo coisas... – falei.

Eu me lembrava de Chris, do verão anterior. Era um dos campistas indeterminados que ficaram no chalé de Hermes porque seu pai olimpiano, ou sua mãe, nunca o reclamaram, percebi que não tinha visto Chris no acampamento em nenhum momento.

– O que outro semideus estaria fazendo aqui? – me perguntei.

– Talvez... – começou Jake. – Seja o que for. Não é o mesmo que nos.

Sacudi a cabeça, perturbada. Tinha a impressão de que não conhecia mais ninguém... Continuamos seguindo pelo corredor. Eu não precisava mais de mapas para saber que estava chegando perto de Luke e Silena. Sentia algo frio e desagradável. Conhecia claramente a sensação, infelizmente...

– Megan. – Jake chamou. – Olhe!

Ele estava diante de uma parede de vidro que dava para um cânion de vários andares, que atravessava o meio do navio. No fundo estava o convés principal – um centro comercial cheio de lojas – mas não foi isso que chamou a atenção de Jake. Claro que não...

Um grupo de monstros estava reunido na frente da doceria: uma dúzia de gigantes canadenses canibais... Como é o nome?... Lestigião... Lestrigão? Acho que é algo tipo isso. Havia também dois cães monstruosos com três cabeças, eu até diria que eram cérberos, se não fossem as caudas de dragão... E outras coisas mais estranhas ainda... Fêmeas. Humanoides com caudas duplas de serpente, em vez de pernas.

Dracaenae da Cítia – sussurrou Jake. – Mulheres-dragão.

Os monstros estavam em um semicírculo em volta de um jovem de armadura grega que despedaçava um boneco de palha. Fiquei com um nó na garganta quando percebi que o boneco usava uma camiseta laranja do Acampamento Meio-Sangue. Enquanto olhávamos, o cara de armadura deu uma estocada na barriga do boneco e rasgou-o de baixo para cima. Voou palha para todos os lados. Os monstros aplaudiram e gritaram.

Jake me encarou e eu soube que meu rosto deveria estar cinzento.

– Vamos – disse-lhe, tentando parecer mais valente do que me sentia. – Quanto antes acharmos Luke e Silena, melhor.

No fim do corredor havia uma porta dupla de carvalho que parecia levar a algum lugar importante. Quando estávamos a dez metros do local. Tyler parou de repente:

– Há Vozes... Lá dentro. – disse ele.

– Pode ouvir de tão longe? – perguntou Jake.

Tyler fechou os olhos como se estivesse se concentrando ao máximo. Então sua voz mudou, transformando-se numa imitação rouca da voz de Luke.

– ... A profecia nós mesmos. Os idiotas não vão saber para que lado virar.

Estremeci... Aquilo era para ser normal?

Antes que eu pudesse reagir, a voz de Tyler mudou de novo, agora mais profunda e ríspida, como a do outro cara que ouvimos falando com Luke e Silena do lado de fora da lanchonete.

– Acha mesmo que o velho homem-cavalo se foi para sempre?

Tyler riu com a risada debochada de Silena, agora sim eu estremeci...

– Não podem confiar nele agora. Não com aqueles esqueletos no armário dele. – a voz de Silena. - O envenenamento da árvore foi à última gota para eles, Vai ver... Logo estaremos no topo disso.

Engoli seco.

– Para... – falei. – Isso é... Muito estranho, mesmo.

Tyler pareceu confuso.

– Estava só ouvindo...

– Continue. – pediu Jake.

Ele sussurrou na voz do homem zangado:

– Silêncio...

E, então, na voz de Luke, cochichando:

– Você tem certeza?

– Sim – disse Tyler na voz rouca. – Bem aí fora.

Era tarde demais quando notei que já estávamos fritos...

– Corram! – só deu tempo de gritar isso.

As portas do camarote se abriram violentamente e lá estava Luke, ladeado por dois gigantes peludos armados com dardos, as pontas de bronze apontadas diretamente para os nossos peitos. Ao lado dele, estava uma garota de cabelos vermelho rosado.

Silena.

Fiquei paralisada.

– Bem – disse Luke, com um sorriso torto. – Ora, ora, são os meus dois priminhos favoritos.

Silena sorriu.

– Olá Megan... Quanto tempo.

– Entrem... – disse Luke.

O camarote era lindo, e era horrível.

A parte linda: enormes janelas curvas ao longo da parede dos fundos, dando para a popa do navio. Mar verde e céu azul se estendiam até o horizonte. Um tapete persa cobria o chão. Dois sofás de pelúcia ocupavam o meio da sala, uma cama com dossel em um canto e uma mesa de jantar de mogno no outro. A mesa estava lotada de comida – caixas de pizza, garrafas de refrigerante e uma pilha de sanduíches de rosbife em cima de uma bandeja de prata.

A parte horrível: sobre uma plataforma de veludo no fundo sala havia um caixão dourado de três metros. Um sarcófago, decorado com cenas de cidades da Grécia Antiga em chamas e heróis morrendo de modo pavoroso. Apesar da luz do sol que se filtra pelas janelas, o caixão fazia a sala inteira parecer fria.

– Bem – disse Luke, abrindo os braços com orgulho. – Um pouco mais agradável do que o Chalé 11, hein?

Ele mudara desde o último verão. Em vez de bermudas e camiseta, usava uma camisa toda abotoada, calça caqui e mocassins de couro. Seu cabelo cor de areia, que era tão rebelde, agora estava aparado curto. Parecia um modelo do mal, mostrando que os vilões fashion de idade universitária usavam em Harvard naquele verão. Ainda tinha a cicatriz embaixo do olho – uma linha branca irregular, de sua batalha com um dragão. E encostada no sofá estava sua espada mágica, Morde-costas, brilhando estranhamente com sua lâmina meio-aço, meio-bronze celestial, que podia matar tanto mortais como monstros.

Silena estava diferente também, ali ela vestia uma jaqueta jeans e uma blusa preta, seus olhos azuis estavam contornados por uma maquiagem pesada e lápis de olho preto. A franja quase caindo no rosto e usava um jeans escuro... O que fizeram com a minha amiga?

– Sentem... Agora. – disse Silena com a voz mais firme.

Acenou com a mão, e três cadeiras de jantar deslizaram sozinhas para o centro da sala até nos. Permanecemos de pé.

Os amigos enormes de Luke ainda apontavam seus dardos da para nós. Pareciam gêmeos, mas não eram humanos. Mediam cerca de dois metros e meio, e usavam apenas jeans, provavelmente porque os peitos enormes já eram recobertos por grossas felpas marrons. Tinham garras no lugar de unhas e os pés eram como patas. Os narizes eram focinhos animalescos e os dentes eram todos caninos pontudos.

– Que falta de cortesia a minha – disse Luke, suavemente. – Estes são meus assistentes, Agrios e Oreios.

Eu não disse nada. Apesar dos dardos apontados para mim, não eram os gêmeos ursos que me assustavam. Tinha imaginado meu reencontro com Silena várias vezes, nunca consegui imaginar o que diria a ela... Mas pareciam sonhos tão perdidos e agora eu estava aqui, ignorando Luke e olhando diretamente para ela...

Silena sorriu para mim.

– Agrios e Oreios, não morrem de amores pelo Olimpo. Mas gostam bastante de meios-sangues, contudo... – começou Luke.

– Para o almoço. – rugiu Agrios.

Sua voz rouca era a que eu tinha ouvido falando com Luke.

– Hehe! Hehe! Hehe! Hehe! Hehe! Hehe... – riu seu irmão, Oreios, lambendo os beiços peludos.

Ele continuou rindo feito uma corça retardada com crise de asma. Até que Luke e Agrios o olharam.

– Cale a boca, seu idiota! – rosnou Agrios. – Vá se castigar!

Oreios choramingou. Arrastou-se até o canto da sala, deixou-se cair em uma banqueta e bateu a testa contra a mesa de jantar, fazendo tilintar os pratos de prata.

Luke agiu como se aquele fosse um comportamento perfeitamente normal. Acomodou-se no sofá e pôs os pés em cima da mesa de café. Ele começou:

– Bom, vejamos... Ora, se não é a protegida dos deuses, Megan você cresceu desde o último verão... Deixamos você sobreviver mais um ano. Espero que tenha gostado do presentinho, Como vai à escola? E as coisas com seu novo orfanato?

Silêncio. Não respondi.

– É verdade o que os mortais dizem sobre crianças de rua não é? – perguntou ele se levantando e se aproximando de mim, ele segurou o meu queixo. – São mal educadinhas... Como você?

Jake se inquietou.

– Cretino... – ele tentou atacar Luke, mas Agrios o impediu. – Não toque nela!

Luke se virou para Jake, eu mantinha meu olhar para Silena.

– O Filho de Ares com Benção de Atena... Curioso não? – disse Luke. – Não esperava alguém como você andando com uma criatura como essa...

Ele olhou para Tyler. Fechei os punhos.

– E sua maldição? – perguntou Luke.

– Você... É um imbecil. – disse Jake. – Você envenenou a arvore de Thalia...

Luke suspirou.

– Direto ao ponto, não é? Ok! Envenenei mesmo a árvore. E daí?

Ele se voltou para nos três rindo secamente.

– Você é um monstro... – murmurei.

Luke sacudiu a cabeça.

– Os deuses a cegaram. – disse ele. – Você não vê Megan? Eu sei de tudo... Os deuses tiraram a sua memória Megan, e você ainda serve a eles? Eles tomaram tudo de você, até mesmo seu nome! É a esses deuses que você quer seguir, Megan? Eu também sei dele...

Encarei Luke.

– Percy Jackson... – riu Luke. – Onde ele estava quando você viu na última vez? Ah, sim... Apodrecendo nas mãos de um deles.

Minha voz sumira, porque tudo o que ele disse era... Verdade. Nada mais que a pura verdade, mas eu não conseguiria admitir isso... Não podia...

– Você não acha que tem direito de saber quem você é? – perguntou ele.

Eu sentia que ia chorar.

– Para com isso... – murmurei.

– Seu pai abandonou você, quem era aquela garotinha sem nome e sozinha que sofria em silêncio? Hein? – eu sabia que ele queria me fazer admitir. Ele queria me deixar com raiva... – Somos iguais...

– Para... Por favor... - enterrei o rosto nas mãos.

Por que ele estava fazendo isso comigo? Por que eles fizeram isso comigo? Como Luke sabia de tudo aquilo?

– Deixe-a em paz! – gritou Jake.

Luke riu.

– Sim, Jake, eu sei tudo sobre isso. E sobre o plano de vocês para encontrar o Velocino. Quais eram mesmo aquelas coordenadas... 30, 31, 75, 12? Como vê, ainda tenho amigos no acampamento que me mantêm informado.

– Espiões, você quer dizer.

Ele deu de ombros.

– Quantos insultos você pode aguentar Jake? Sabe de seu papai deus da guerra não é? Acha que ele é grato a você? – provocou.

Apertei Anklusmos no bolso.

– Eu não faria isso se fosse você, Megan. – disse Silena, estremeci ao ouvir a voz dela. – Você só é mais uma alienada. Acha que Poseidon se importa com você mais do que se importa com esse monstrengo feioso?

Tyler cerrou os punhos e fez um ruído surdo na garganta.

– Você fala demais Silena. – achei minha voz! – Deveria ficar quieta, assim você não magoa os outros.

– Nos filhos de Afrodite não nos importamos muito com isso. – disse Silena. – Nos apegamos e desapegamos facilmente. Você sabe. Ou como sempre não faz ideia... Tem ideia do que está reservado para você se chegar ao décimo sexto aniversário? Quíron já lhe contou a profecia?

Não gostei muito de ouvir aquilo.

– Eu sei o que preciso saber – consegui dizer. – Sei, por exemplo, quem são os meus amigos de verdade.

– Você é realmente uma boba... – suspirou ela.

Luke riu.

Tyler reduziu a cadeira mais próxima a estilhaços.

– Megan não é boba!

Antes que eu pudesse detê-lo, ele avançou para Luke. Seus punhos desceram na direção da cabeça de Luke – uma pancada dupla que teria aberto um buraco em titânio, mas os gêmeos ursos a interceptaram. Cada um segurou um dos braços de Tyler e eles o detiveram na hora. Empurraram-no para trás, e Tyler cambaleou. Caiu no tapete com tanta força que o convés balançou.

– Que pena, ciclope – disse Luke. – Parece que os meus amigos pardos juntos são mais do que páreo para a sua força. Talvez eu devesse deixá-los...

Interrompi.

– Luke, ouça! – exclamei. – Seu pai nos mandou aqui.

O rosto dele ficou da cor de pepperoni.

– Não se atreva a mencionar o nome Dele aqui...

– Ele nos disse para pegar este navio. Achei que fosse só uma carona, mas ele nos mandou aqui para encontrá-lo. Disse que não vai desistir de você, não importa quanto você esteja zangado. – disparei.

Zangado? – rugiu Luke. – Desistir de mim? Ele me abandonou! Quero o Olimpo destruído! Cada trono esmagado até virar ! E você diga a Hermes que isso vai acontecer. A cada vez que um meio-sangue se junta a nós, os olimpianos ficam mais fracos e nós ficamos mais fortes. Ele fica mais forte. – Luke apontou para o sarcófago de ouro.

O caixão me apavorava, mas eu estava determinada a não demonstrar isso... Seria estranho.

– O que? – perguntei. – O Caixão vai sair por ai andando e... Epa! Vocês não quer dizer que...

– Sim! – disse ele.

A temperatura na sala pareceu baixar vinte graus.

– Ele está se reconstituindo – disse Luke. – Pouco a pouco estamos resgatando sua força vital para fora do poço. A cada recruta que se junta à nossa causa mais um pedacinho aparece...

– Isso é estranho... – falei. – E nojento.

– Quando a hora chegar, você vai poder dizer isso de novo? – perguntou ele. - Vamos montar um corpo novo para ele, um trabalho digno das forjas de Hefesto. Logo haverá o bastante do senhor titã para torná-lo inteiro de novo.

– Erre es Korakas com seu senhor titã! – percebi que estava falando grego que significava “Vá para os corvos.”

Luke suspirou.

– Uma pena.

Ele pegou algo que parecia um controle remoto de tevê e apertou um botão vermelho. Em segundos a porta do camarote se abriu e dois tripulantes uniformizados entraram armados com cassetetes. O olhar vidrado era o mesmo dos outros mortais que eu tinha visto, mas tive a impressão de que isso não os tornaria menos perigosos numa luta.

– Ah! Seguranças! – disse Luke. – Temos aqui alguns clandestinos.

– Sim, senhor – disseram eles, com ar sonhador.

Luke se virou para Oreios.

– Já é hora de alimentar o dragão etíope. Leve esses tolos para baixo... Agora.

Oreios sorriu de modo estúpido.

– Hi Hi! – a... Corça retardada voltou.

– Deixe-me ir também – resmungou Agrios. – Aquele ciclope...

– Ele não é uma ameaça – disse Luke. Deu uma olhadela para o caixão dourado, como se alguma coisa o incomodasse. – Agrios, fique aqui. Temos assuntos mais importantes a discutir.

– Mas...

– Oreios, não me desaponte. Fique no porão e certifique-se de que o dragão seja alimentado como de costume...

Oreios nos cutucou com seu dardo e nos tocou para fora do camarote, seguido pelos dois seguranças humanos. Seria o nosso fim aqui...

Há... Eu nunca engano ninguém assim...

Enquanto andava pelo corredor com o dardo de Oreios me cutucando nas costas, pensei no que Luke dissera : Os gêmeos ursos juntos eram páreo para a força de Tyler. Mas e se...

Caminhamos por um deque aberto ladeado por botes salva-vidas. Uma vez do outro lado, tomaríamos o elevador para descer ao porão, e seria o fim. Mas como eu disse antes... Qual é... Quem eu quero enganar?

Olhei para Tyler e gritei:

– Agora!

Graças aos deuses ele entendeu.

Virou-se e lançou Oreios dez metros para trás, dentro da piscina, bem no meio da família de turistas-zumbis de olhos vidrados.

– Ah! – gritaram as crianças em uníssono. – Nós não estamos nos divertindo à beca na piscina!

Um dos seguranças sacou o cassetete, Mas Jake lhe deu um soco bem dado no nariz, o Cara ficou tão atordoado que Jake tomou o cassetete e lhe bateu na cabeça. Aquilo virou uma bagunça, tentei bater com uma cadeira em um cara que corria para acionar o alamar. Tarde demais. Luzes vermelhas piscaram. Sirenes uivaram.

– Bote-Salva vidas! – berrei.

Corremos para o mais próximo. Quando conseguimos descobri-lo, monstros e mais seguranças invadiram o convés, empurrando turistas e garçons com bandejas de drinques tropicais. Um cara de armadura grega sacou a espada e investiu, mas escorregou em uma poça de pina colada. Arqueiros lestrigões se reuniram no convés acima de nós, alinhando flechas em seus arcos enormes.

– Megan! – Jake gritou.

Um daqueles cães monstruosos pulou para cima de mim, só tive tempo de gritar, Mas Tyler o afastou com um extintor de incêndio.

– Entrem! – gritei.

Destampei Anaklusmos e com um golpe desviei uma saraivada de flechas no ar. A qualquer segundo seríamos vencidos. O bote salva-vidas estava pendurado na lateral do navio, muito acima da água. Jake com seu sabre cortou as cordas gritando:

– Se Segurem!

– UHUUUUUUHUUUUUUUU – gritou Jake.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – essa foi minha única fala e a de Tyler... Foi a mesma coisa.

Uma chuva de flechas assobiou por cima de nossas cabeças enquanto íamos na direção do oceano. Sem rumo...



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