50 Tons De Amor escrita por Flávia Lemes


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Finalmente voltei! Trouxe mais um pouquinha pra vocês e espero que gostem! E aproveito para agradecer os comentários lindos que vocês deixam. Fico muito feliz e motivada! :D Beijão e divirtam-se!



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Cheguei em casa no horário de sempre e fui direto preparar um lanche natural para meu almoço. Resolvi que iria tentar regular minha alimentação, comer coisas bem saudáveis, e, assim, perderia um pouco de peso. Peguei o pão de forma, o separei bonitinho em cima do balcão, mas quando abri a geladeira vi que minha alface estava podre. Isso que dá não ser uma pessoa saudável. As verduras ficam na geladeira até virar casa de fungos. Que desanimo! Mesmo assim não desisti e resolvi ir até o minimercado do meu bairro. Vesti novamente meu casaco e saí pelas ruas gélidas de Holmes Chapel. Me empolguei tanto no mercado que além da alface trouxe para casa tomates e cenouras. Hmmm, só queria ver quanto tempo essa Ana saudável iria durar.

Preparei meu belo lanche e percebi que não tinha talento somente para preparar macarrão. Ficou muito bonito, todo colorido. Coloquei alface, tomate e um peito de peru já passado que tinha na minha geladeira. Ainda comendo escutei meu celular tocar de longe e corri para atendê-lo pensando que poderia ser mamãe ou... Christian? Talvez.

― Alô? ― atendi ofegante pela corrida.

― Ana? ― uma voz rouca ecoou pelo meu ouvido.

De repente me dei conta que no desespero de atender nem me preocupei em ver quem estava me ligando, mas pela voz parecia ser um Christian meio pra baixo.

― Quem tá falando? ― perguntei.

― É o Christian. Já me tirou da sua agenda?

― Ah, oi, Christian, tudo bem? Me desculpe, atendi correndo e acabei nem vendo quem estava me ligando.

― Tudo bem. Estou te ligando porque preciso conversar com você, não é mesmo? ― sua voz continuava rouca e calma.

― Creio que sim.

― Posso mandar alguém buscá-la para que venha até a minha casa, Ana?

― Christian, estou atolada de coisas para fazer hoje. Amanhã deve ter alguma prova e eu preciso dar uma revisada no conteúdo todo.

― Mas Ana, você já estuda tanto! ― gostei de seu tom de voz ― Por favor, me encontre hoje.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

― Não suporto esse espaço entre a gente. ― disse novamente com a voz rouca e lenta.

― Entendi. Bom, me desculpe, hoje não posso sair, mas se quiser passe aqui quando puder, se não fica para outro dia.

― Mas Ana... Você sabe que a cada passo que dou tem um jornalista safado querendo dizer para o mundo o que eu faço.

― Começando por aí, Christian... Tem medo do que vão dizer se virem você comigo? Entendi. Pois então você não é digno da minha amizade. ― disse firmemente e decidida.

― Não é isso, Ana. ― respondeu calmamente.

― Ok, Christian Grey, passe bem e tudo de bom. Beijos. ― e desliguei o telefone sem nem se quer esperar uma resposta.

Mas o que era aquilo? Christian tinha medo de me verem com ele? E é assim que sou especial? Eu estava decidida a enfrentar meu coração e deixar de lado meu primeiro ― e quem sabe último ― amor. Aquilo rasgava meu coração sem dó, fazia meu peito ferver, meu estômago revirar e minha cabeça doer, mas era o único jeito. Christian Grey não fazia parte do meu mundo e eu teria que aceitar. Para me distrair resolvi estudar, pois havia grandes chances do professor cara de bunda passar outra prova surpresa. Ele sempre fazia isso antes das provas principais.

FINALMENTE CHEGUEI À CONCLUSÃO que havia entendido a matéria toda. O relógio marcava cinco e vinte e três da tarde. Passei muito tempo estudando, até mais do que pretendia. O cansaço era tremendo, a dor nas costas, a dor de cabeça, o sono... Tudo o que eu queria era um banho bem quente e minha cama cheia de edredons. Desci e fui pôr a água ferver para preparar um chá verde. Enquanto isso checava meus e-mails pelo celular. Não havia nada, então decidi abrir o site de notícias da Inglaterra. Juro que assustei tanto quando vi a notícia principal do dia que senti uma Ana em formato de vapor quente subindo dos meus pés até minha garganta.

“Christian Grey anuncia oficialmente seu novo empresário: ‘Taylor é um ótimo empresário. Tenho certeza de que fiz a escolha certa! ’ disse Christian em entrevista.”

Então ele demitiu mesmo a Elena? Que doideira! Fiquei muito preocupada pensando nas barbaridades que sua família deveria estar pensando, afinal Elena é amiga de todos eles. Bom, mas isso não era mais problema meu. Com certeza Christian fez isso para seu próprio bem, e não por causa de mim. Não iria me culpar a toa, não é mesmo?

Tirei a água do fogão e coloquei o sachê. Minha cabeça rodava e algo me dizia para esclarecer isso com alguém ― que de preferência não fosse Christian. Então peguei novamente meu celular e telefonei para a Mia.

― Ana! Como vai? ― atendeu toda animada como sempre. Meu Deus, será que Mia não tem dias ruins?!

― Devo estar bem, mas isso não importa, Mia. Liguei para saber se é verdade o que está nos sites por aí. Christian demitiu mesmo a Ele...

― Sim, Ana! Eu te avisei! ― Mia me cortou grosseiramente ― Ele estava decidido! Quando cheguei da faculdade ele já havia providenciado tudo.

― Entendi. Estou ligando para pedir que, por favor, vocês não pensem que eu sou a causadora disso tudo, ok? Eu e Christian não somos nada e jamais eu pediria que fizesse algo parecido com isso. Não quero interferir na sua vida nunca!

― Fique tranquila, Ana! Ele não fez isso por você, mas sim por vocês e por ele também.

― Não, Mia, não existem motivos para que ele faça algo pensando em nós dois, até por quê isso nunca existiu. Mas enfim, já conversei sobre isso com ele.

― Você é uma cabeça dura, Anastacia Steele. Eu já lhe disse hoje! Christian considera você uma mulher especial. Ele a levou para conhecer a família e eu lhe garanti que ele nunca fez isso outras vezes. Confie em mim, eu o conheço muito para afirmar o quão especial você é.

― Tudo bem... Mas do que adianta você dizer isso e ele não? Acho que nada, até por que a única pessoa que poderia dizer isso verdadeiramente era ele. ― disse lentamente ― E ele nunca vai dizer, Mia.

― O Chris é reservado e você sabe os motivos. Na hora certa tudo se ajeita, Ana. Fique tranquila. Por favor. ― pediu Mia.

― O fato é que eu não sou nem nunca vou ser o suficiente pra ele porque eu não sou milionária e muito menos famosa, eu não tenho pais importantes, não me visto como vocês e não posso frequentar os lugares que vocês frequentam, Mia. Christian precisa de uma mulher do mesmo nível. Quando ele achar uma mulher famosa e importante, aí sim não vai ter vergonha de encontrá-la ou de dizer ao mundo que está com ela, pois ele não sairia perdendo, não é mesmo? ― desabafei.

― Desse jeito você ofende minha família, Ana. Podemos ter dinheiro, mas não priorizamos isso. Somos humildes e também não frequentamos lugares caríssimos sempre. Nós nos importamos apenas com a nossa felicidade. Christian, assim como todos nós, não prioriza mulheres ricas, bem vestidas ou que já tem ibope. Ele tem sentimentos, Ana. E são puros. Ainda mais os que ele sente por você.

― Me desculpe, Mia. Acho que me expressei mal. Não quis ofendê-los, apenas dizer que não temos o mesmo nível social. ― expliquei.

― Tudo bem, eu entendo.

― Bom, só queria dizer isso então, tudo bem? Se seus pais ficaram chateados de alguma forma comigo, por favor, peça desculpas à eles por mim e diga que jamais quis prejudicá-los.

― Ninguém aqui está pensando isso, boba! Pare e descanse! Amanhã certamente o professor vai passar outra maldita prova, só espero não chegar atrasada. ― Mia deu uma risadinha.

― Pois é! ― ri também ― Beijos.

O CÉU COMEÇOU a escurecer e a solidão dentro de casa ― ou de mim ― era imensa. Não tinha com quem conversar e aquilo me deixava agoniada. Não tinha mais o que fazer. Não passava nada na televisão, não tinha mais o que estudar e a internet estava um saco. Estava pirando. Já era hora do jantar, mas eu não estava nem um pouco a fim de comer. Na verdade me sentia meio doente por causa do corpo dolorido e o enjoo. Fiquei ali jogada no sofá pensando na minha vida, no que fazer, nas decisões, responsabilidades, quando de repente peguei no sono. Foi tempo suficiente para que sonhasse com Christian Grey. Ele estava lindo como sempre, uma camisa social toda bagunçada e uma calça jeans, o cabelo desarrumado e um sorriso lindo, e ele vinha pelo corredor de um supermercado com algumas coisas nas mãos, sorrindo e dando risadas, até que chegou perto de mim e colocou as coisas no carrinho de compras. Irracionalmente o abracei. Senti seu cheiro, seus braços, seu calor e sua respiração. E nesse mesmo instante acordei com um bater de portas.


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