O Anjo Que Chora escrita por Daniela Lourenzo


Capítulo 8
capítulo 8




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Nos separamos lentamente. O sorriso bobo em seus lábios e suas bochechas vermelhas faziam com que a situação ficasse menos constrangedora para mim, que estava morrendo de vergonha!

—Isso foi... - interrompo

—Bom... - termino sorrindo

—Sim. - ele sorri de volta

—Quer assistir um filme? - pergunto

—Claro

Deitamos em sua cama e eu coloco '' Laranja mecânica'' de Stanley Kubrick.

—Também gosta desse filme?! - pergunta empolgado

—Quem não? Fala sério! Esse filme é muito louco! - falo rindo

—Concordo. Mas o filme não deixa de ser foda...

—Não mesmo! 

(...)

—Você não tem vergonha na cara não? Acorda! 

—O que? Hein? Oh, boa noite! - falo abrindo os olhos

—Ally! - grita

—O que foi? Por que tá gritando? ficou louco? - reviro os olhos

—Você dormiu nos 30 primeiros minutos do filme! - resmunga

—Ah,e é que eu tava cansada, poxa! - mostro a língua

—Palhaçada...  

Ele joga os lençóis em cima de mim e vai até o banheiro.

—Vai fazer o que? - pergunto

—Vou tomar um banho! - bate a porta

—Que bicho! - resmungo

Reviro os olhos e resolvo levantar. Forro sua cama e dou uma olhada pelo quarto. Austin tem um bom gosto para decorações, confesso. Teu quarto tinha em uma das paredes um papel de parede na cor cimento queimado, cor que eu estou louca para colocar no meu! Os móveis são todos feitos de madeira. Sua cama, o guarda roupa, a estante, criado mudo... E não digo aquelas madeiras vagabundas ou medianas, madeira cara mesmo! Puríssima! 

Em cima da estante tem algumas fotos suas sozinho, com a família, com os amigos... Uma foto me chama muito atenção... 

—Que mulher bonita!  - falo apreciando a foto em minhas mãos

Ele estava abraçado com esta mulher, que por sinal parecia muito com ele! Os olhos eram castanhos da cor de avelã, os cabelos loiros com algumas mechas mais clarinhas e outras mais escuras. O sorriso nos lábios faziam com que os olhos ficassem um pouco mais esticadinhos, mostrando também a covinha em suas bochechas. Olhando mais para o lado vejo outra menina abraçada ao Austin, desta vez era uma garota mais nova. Morena, baixinha, olhos verdes e um sorriso lindo! 

—Hum... - falo olhando o porta retrato

—Gostou? - pergunta

Fiquei tanto tempo olhando seu quarto que não percebi sua presença ali. Tomei um susto tão pequeno que joguei o porta retrato para cima e o mesmo pegou rapidamente.

—Meu Deus, não faz isso! - falo com a mão no peito

—Curiosidade mata, sabia? - pergunta sorrindo

—Não tava bulindo nas suas coisas... - olho para o lado - Tava só olhando... 

—Uhum...

Ele vira de costas e vai até o seu armário. Não tinha olhado para ele ainda, senão teria percebido que estava apenas de toalha.

—Austin? 

—Sim?

—Você está com alguma cueca por baixo? - pergunto olhando para cima balançando os pés.

—Não seja boba! Claro que não! - fala me encarando

—Eu vou ali na cozinha rapidinho...

Falo e dou uma corridinha para fora do quarto. Desço as escadas de sua casa e ao chegar na sala sinto meu celular tocar: Trish

—Trish? Oi, quanto tempo! - falo

—Talvez se uma certa pessoa não saísse por aí desaparecendo... Aonde a senhora está? 

—Estou na casa do Austin? 

—O que? fazendo o que? Hum... 

—Trish! Estou apenas conversando... - ainda bem que ela não está ao meu lado 

—Ficou com vergonha? - pergunta

—Fiquei... Por que não vem até aqui? podemos ir até aquela pracinha...

—Claro! Chego aí em 10 minutos!

—Como vai chegar tão rápido? - pergunto tomando um gole de água

—O dez está aqui e veio de carro

—Dez? Hum...

—Me deixa em paz! Tchau.

Ela desliga o telefone sem ao menos esperar minha resposta e eu caio na risada.

—O que é tão engraçado? 

Tomo mais um susto e acabo engasgando com a água.

—Você precisa parar com isso! - Falo empurrando o loiro no sofá

—Você que vive assustada demais!

—Talvez

—Então, do que estava rindo?

—Trish. Ela ficou toda maliciosa quando disse que estava aqui e quando devolvi no mesmo tom por estar com o Dez ela bateu o telefone na minha cara

—Por que ela faria voz de malícia por estar aqui? - pergunta ao meu lado

—Não sei... - balanço os ombros - não temos motivos

—Não temos? - fala e rouba um selinho

—Austin! - dou um tapa em seu ombro

—Desculpe. 

—Tudo bem... - falo e bagunço seu cabelo

Ele revira os olhos e me abraça de lado.

Encosto a cabeça em seu ombro e ele começa a fazer cafuné com uma mão enquanto a outra desliza suavemente sobre o meu ombro

—Assim vai me fazer dormir de novo... - sussurro 

Desta vez coloco uma de minhas mãos em seu cabelo e faço um cafuné com a ponta dos dedos. Olho para o seu rosto e vejo que está com os olhos fechados acompanhando o movimento que eu faço com os dedos.

—Está gostando? - pergunto

—Uhum... - sussurra

—Deita aqui que eu faço mais! Deito no sofá e peço que coloque a cabeça na altura dos meus seios e rosto. Ele deita devagar sobre mim e me abraça enquanto eu faço o cafuné.

Pov Trish

Pelo amor de Deus! Tem como você adiantar o lado? - Grito

—Olha aqui garota, não me apressa não que eu não sou uber! 

 

—O senhor tá cheio de respostinha, né? - falo encarando o ruivo a minha frente

—Sempre. -fala me encarando de volta

Reviro os olhos e vou até o seu carro ( graças a Deus destrancado) e bato a porta.

—Trish, não tem graça! Destranca o carro agora!

—Não tô ouvindo! 

Ligo o rádio e aumento o volume até não conseguir ouvir uma palavra.

Ele pega o celular e manda uma mensagem:

'' Você é uma pessoa muito sem graça e insuportável''

Abaixo o volume do rádio, libero as portas do carro e fico no meu canto sem dizer uma palavra.

—Obrigado. - ele diz ao abrir a porta

Não olho em sua direção e não abro a boca pra falar uma palavra sequer. 

Pego meu celular e coloco meus fones de ouvido. Coloco numa playlist qualquer do spotify e encosto a cabeça no vidro.

—Trish? - ele toca em meu braço

—Vamos Trish! Não falei sério... - ele puxa minha mão

Olho em sua direção sem abrir a boca e simplesmente puxo o meu braço e coloco-o em cima da minha perna.

Ele coloca as chaves no carro e dá a partida rumo a casa do Austin sem ouvir o som da minha voz.

Ok, eu fiz besteira, mas por que falar assim? Eu tenho sentimentos! Eu me magoo também! Não tenho nada contra o Dez, quando ele quer sabe muito bem ser uma pessoa normal e sensata, mas às vezes ele passa dos limites também. 

—Desculpe... - fala puxando um dos fones do meu ouvido

Olho para ele e simplesmente balanço a cabeça num sinal de '' Ok, tanto faz.'' E coloco os fones novamente. 

Alguns minutos depois ele para o carro em frente a casa do Austin e eu saio antes mesmo de ouvir algo saindo de sua boca. 

Subo as escadas da varanda e bato três vezes na porta antes da mesma abrir sozinha. 

—Que perigo! - falo baixo

Entro na casa devagarzinho para não acharem que é algum ladrão ou sequestrador e ao olhar para a sala vejo uma cena tão fofinha que não consigo evitar e começo a berrar:

— ¡Que cosa linda! ¿Mis amores están enamorados? Estoy tan orgullosa de ti, Ally!

Talvez eu tenha feito um alarde tão grande que eles acabaram batendo as cabeças umas nas outras e caíram do sofá. Um por cima do outro.

—Opa, foi mal! -falo levantando as mãos

—Trish? Misericórdia, que susto! 

—Desculpe Ally! Mas a cena era tão linda... Olha, tirei até uma foto!

Mostro o meu celular pra ela e a morena fica com os olhos arregalados e vermelhos na mesma hora.

—Manda pra mim depois? - Austin aparece por trás assustando nós duas

—Claro! Meu Deus, como chegou tão rápido? - pergunto

—Vocês que são distraídas demais... 

Olho para a porta da sala e vejo Dez olhando para mim esperando que eu dissesse algo sobre estar quieto e calado, apenas ignoro.

—Então, vamos? - ele pergunta percebendo que não vou me pronunciar 

—Dez, fala aí! Nem tinha visto você aí! - fala Austin  dando um soco em seu amigo

—Colé Brother! - ele retribui o soco

—Trish, aconteceu algo? - Pergunta Ally me puxando para um canto qualquer

Mostro a mensagem no meu celular e digo:

—Depois eu explico melhor, vamos.

 

 

 


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